Aspectos Éticos, Psicológicos e Sociais no Tratamento de Feridas

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Transcrição da apresentação:

Aspectos Éticos, Psicológicos e Sociais no Tratamento de Feridas Tarsila Cunha

Todas as atividades profissionais são ditadas por princípios éticos e morais, por vezes, normatizados. Uma forma de evitar ou minimizar os erros de conduta é o trabalho em equipe.

Compartilhar tarefas e, por conseqüência, responsabilidades é conduta a ser tomada. A presença de trabalho multidisciplinar e interdisciplinar no tratamento de feridas é atual e necessária.

IMPERÍCIA É execução de uma função sem a plena capacidade para tal. É cometer um erro por falta de conhecimento ou habilidade, como, por exemplo, um acadêmico ou profissional não habilitado que realiza o procedimento do curativo de forma inadequada.

IMPRUDÊNCIA É o erro acometido com conhecimento das regras, porém não executado com as cautelas exigidas no tratamento da ferida. Por exemplo, o profissional preparado insistisse em realizar um curativo sem o diagnóstico ou material adequado, ou caso o acadêmico, desacompanhado de seu instrutor, executasse o curativo sem a plena convicção do diagnóstico e, ainda, sem solicitar auxílio.

NEGLIGÊNCIA Não obstante todas essas condutas tenham de ser evitadas, a negligência é considerada, no âmbito ético-profissional, a mais grave dos três. É o erro acometido com consciência de como deve ser feito o tratamento da ferida e sem a existência de algum fator de impedimento, porém, por mero desleixo, menosprezo ou indolência, não é realizado adequadamente.

A visão holística no tratamento de feridas cutâneas conduz a técnicas e procedimentos nem sempre considerados convencionais, podendo até ser denominados alternativos, entretanto, para o profissional, é real necessidade.

Importância do toque A substituição do curativo não deve ser simplesmente um ato mecânico. O simples ato de cumprimentar, dando as mãos, no início da visita médica, pode motivar a melhora do estado geral do assistido. Devemos portar palavras de conforto e “tocar” também a alma de nossos clientes. Não devemos deixar que uma escrivaninha, maca ou leito se transforme em uma barreira entre o cliente e o profissional da saúde

Importância da fala A comunicação é fundamental em qualquer procedimento de cura. O diálogo pode ser a solução mais simples para grandes dilemas.

Abordagem Interdisciplinar O trabalho em equipe é tudo, mas é necessário abdicar de vaidades pessoais em prol do grupo, conhecer e respeitar a intersecção de conjuntos, ou seja, do espaço de cada integrante, dos seus direitos e deveres.

Chegar a formar uma equipe multidisciplinar é o primeiro passo, mas de nada adiantaria se cada membro atuasse de modo individual, pois o ideal é a formação de um grupo interdisciplinar, com cada profissional ocupando-se de sua área específica, mas também se preocupando com o que acontece paralelamente, de forma que o tratamento seja global, integrativo e interativo, sendo fundamental a troca de informações.

É necessária a avaliação inicial abrangente, com o envolvimento de tantos profissionais quantos forem necessários. Serão traçadas a terapia de tratamento, as alternativas e reuniões periódicas para avaliar a evolução.

Participar de cursos de reciclagem profissional é importante para as nossas pretensões - o vale dos dinossauros foi extinto há milhões de anos! A ordem é reciclar-se!! No trabalho desenvolvido por uma equipe interdisciplinar, o ideal seria uma avaliação inicial para determinar a classificação da ferida e estabelecer os profissionais intervenientes.

Equipe Interdisciplinar ideal Médico - Enfermeiro - Nutricionista - Fisioterapeuta - Terapeuta Ocupacional - Assistente Social - Psicólogo - Auxiliar e Técnico de Enfermagem - Podólogo - Técnico de Órtese e Prótese - Farmacêutico - Microbiologista - Bioquímico - Biólogo - Bioengenheiro - Engenheiro Agrônomo - Médico Veterinário - Cirurgião Dentista - Jornalista - Biodireito - Assistido - Família

Aspectos psicológicos Mantendo a metodologia de atendimento holístico do assistido não devemos pensar simplesmente em sua lesão cutânea, mas sim nele como um todo... Integrando corpo e alma Sabemos que a manifestação da ferida pode ter várias origens, podendo inclusive denotar o nível de desenvolvimento de uma população.

A ferida é um problema sócio-econômico e educacional, pois para a cicatrização das lesões são importantes a boa nutrição, assiduidade corporal e higiene da área afetada. Na condição de miséria e fome, que grande parte da população mundial está sujeita, o “viver da doença” passa a ser um aspecto comum.

Devemos aprender a valorizar os aspectos psicológicos do portador de feridas, a salientar mais uma vez a importância da abordagem interdisciplinar, necessitando em muitos casos da intervenção do psicólogo.