Carregar apresentação
A apresentação está carregando. Por favor, espere
PublicouAdriana Adriana Alterado mais de 7 anos atrás
2
O QUE É PROJETO DIDÁTICO? Projeto didático é um tipo de organização e planejamento do tempo e dos conteúdos que envolvem uma situação-problema. Seu objetivo é articular propósitos didáticos (o que os alunos devem aprender) e propósitos sociais (o trabalho tem um produto final, como um livro ou uma exposição, que vai ser apreciado por alguém). Além de dar um sentido mais amplo às práticas escolares, o projeto evita a fragmentação dos conteúdos e torna a garotada corresponsável pela própria aprendizagem
3
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA PROPOSTA? Os projetos podem ser planejados e organizados de inúmeras formas, porém algumas ações são fundamentais: 1. Tema: delimitar e conhecer bem o assunto que será estudado e pesquisá-lo previamente. 2. Objetivos: escolher uma meta de aprendizagem principal e outras secundárias que atendam às necessidades de aprendizagem 3. Conteúdos: ter clareza do que as crianças conhecem e desconhecem sobre o tema e o conteúdo do trabalho. 4. Tempo estimado: construir um cronograma com prazos para cada atividade, delimitando a duração total do trabalho. 5. Material necessário: selecionar previamente os recursos e materiais que serão usados, como sites e livros de consulta. 6. Apresentação da proposta: deixar claro para a sala os objetivos sociais do trabalho e quais os próximos passos. 7. Planejamento das etapas: relacionar uma etapa à outra, em uma complexidade crescente. 8. Encaminhamentos: antecipar quais serão as perguntas que você fará para encaminhar a atividade. 9. Agrupamentos: prever quais momentos serão em grupo, em duplas e individuais. 10. Versões provisórias: revisar o que a garotada fez e pedir novas versões do trabalho. 11. Produto final: escolher um produto final forte para dar visibilidade aos processos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos. 12. Avaliação: prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada um ao longo do trabalho.
4
TODO PROJETO PRECISA SER INTERDISCIPLINAR? Não. Um projeto focado em apenas uma área tem grande valor, já que permite um mergulho mais profundo no conteúdo trabalhado. Embora, às vezes, pareça que objetivos de disciplinas diferentes estejam coordenados numa mesma proposta, muitas vezes só os relacionados a uma delas estão sendo desenvolvidos. Num cenário ainda pior - e também comum -, não são trabalhados de forma correta os conteúdos de nenhuma das áreas.
5
É MELHOR CRIAR UM PROJETO OU APLICAR UM JÁ TESTADO? Para um profissional que tem pouca experiência com esse tipo de trabalho, é melhor utilizar um bom modelo, com todas as etapas definidas e os objetivos previamente pensados e aprovados. Mesmo quando há um exemplo a seguir, é preciso analisar se as questões colocadas pelo autor estão de acordo com o nível de conhecimento do grupo, se os materiais sugeridos são adequados e estão disponíveis e se as etapas são suficientes para a realização de todas as atividades.
6
QUANDO OPTAR POR UM PROJETO? Matemática Conteúdos Leitura, escrita, comparação e ordenação de escrita numérica Por que é adequado - Traz os números nos contextos cotidianos, o que nos anos iniciais dá mais sentido às atividades, apesar de não ser imprescindível Erros mais comuns - Simular mercadinhos e não propor a reflexão sobre as operações utilizadas - Dar mais atenção ao produto final, deixando em segundo plano o conteúdo que se quer ensinar. Língua portuguesa Conteúdos Sistema alfabético de escrita, comunicação oral, comportamentos escritores e leitores Por que é adequado - Fornece um contexto favorável de leitura e escrita aos que não estão alfabetizados - Articula o conhecimento sobre o sistema de escrita aos conteúdos relacionados à linguagem - Favorece a união dos propósitos didáticos aos sociais, já que a turma sabe para quem, por que e o que escrever - Desperdiçar a oportunidade de refletir sobre o sistema alfabético - Planejar as mesmas atividades para alunos alfabéticos e não alfabéticos - Trabalhar sempre com os mesmos propósitos de leitura, escrita e oralidade - Focar o trabalho no produto final Erros mais comuns
7
COMO FAZER O PLANEJAMENTO? O primeiro passo é ter clareza sobre o que você quer ensinar, o que espera que os alunos aprendam e o que eles já sabem. Assim é possível garantir dois importantes critérios didáticos: a continuidade e a variedade de conteúdos ao longo dos anos. Feito um recorte no conteúdo - levando em conta a faixa etária da turma e as necessidades de aprendizagem -, é preciso conhecê-lo a fundo e selecionar os materiais a ser usados, como textos, livros e sites. Só então são elaboradas as etapas. Sobre o que eu espero que a classe reflita? No que quero que avance? "Os projetos ajudam a dar voz às crianças por meio da problematização constante. Quando perguntamos da maneira correta, elas indicam o que entenderam e dão sinais do que deve ser ajustado na compreensão. Isso permite avaliar como o trabalho está caminhando e para onde seguir", explica Clélia Cortez. Pensar no encadeamento das etapas também é fundamental. A ordem é lógica? Esse é o melhor caminho para que a garotada aprenda? A próxima tarefa é construir um cronograma e detalhar como desenvolver o trabalho em sala. Nesse ponto, é essencial ter definido o produto final - uma feira cultural ou um blog, por exemplo - e se haverá um momento de finalização e socialização do trabalho. Em caso afirmativo, qual o objetivo dessa culminância? Essas decisões interferem na gestão de tempo e na busca pelos recursos. Por fim, é necessário definir os critérios de avaliação. Tudo isso precisa estar escrito e serve como uma bússola para o trabalho
8
CADA ETAPA DEVE TER UM OBJETIVO? Sim. Apesar de o projeto necessitar de um propósito central (trabalhar comportamentos escritores, por exemplo), cada atividade deve ter o seu, sempre relacionado ao principal. Quando se sabe o que é preciso ensinar em cada momento, é mais fácil intervir e ajudar a turma a avançar. Esse conceito norteou a prática da professora Eudes da Silva Alves, da EMEB Doutor José Ferraz de Magalhães Castro, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, quando desenvolveu um projeto sobre contos de aventura com uma turma do 5º ano. Primeiro, ela ofereceu às crianças diversos livros para ampliar o repertório. Depois, propôs uma análise das características do gênero estudado, sistematizando os conhecimentos adquiridos. Na sequência, realizou uma produção coletiva para que a turma se familiarizasse com esse tipo de texto. Por fim, os alunos redigiram as próprias versões, que foram revisadas com o apoio de Eudes. Em alguns momentos, é possível pensar em objetivos secundários que não tenham necessariamente relação com o propósito de ensino maior. É comum isso ocorrer em atividades relacionadas ao produto final, como no caso de as crianças fazerem um desenho para a capa do livro da turma. Isso não está ligado à escrita, mas é uma ação comum na produção de publicações - dentro e fora da escola. Já que se quer preservar as práticas sociais, vale prever isso. O principal cuidado é não reservar muito tempo para esses momentos secundários. Eles devem ser pontuais e focados
9
COMO ANTECIPAR AS DIFICULDADES DOS ALUNOS? Mais do que antecipar dúvidas, é preciso pensar em atividades específicas para estudantes com níveis diferentes de saber. Para contemplar todos eles, há três saídas: Variar a complexidade das tarefas apresentadas, Organizar os alunos em grupos Dar atenção àqueles que mais precisam.
10
TODAS AS ATIVIDADES DEVEM SER EM GRUPO? Não. Um bom projeto contempla atividades em que os alunos atuam sozinhos, em duplas e em grupos. Porém, como os projetos envolvem a turma toda e o produto final é uma obra coletiva, muitos pensam que tudo deve ser feito em equipe. A pesquisadora Delia Lerner, em um artigo publicado na revista argentina Letra y Vida, afirma que a discussão entre os alunos numa situação como essa é fundamental porque obriga cada um deles a justificar sua interpretação e, assim, tomar consciência das próprias contradições, além de conhecer a interpretação dos colegas. Depois dessa etapa, realizar sozinho uma atividade baseada nas informações do texto fica bem mais fácil. Um bom critério para definir de que forma os estudantes vão realizar a tarefa é sua complexidade. A leitura de um texto, por exemplo, deve ser feita em grupo quando a garotada tem pouca experiência com o tema ou o gênero.
11
COMO APRESENTAR A PROPOSTA À TURMA? O primeiro passo é criar um clima de curiosidade. Para envolver a garotada, de nada adianta só dizer: "Vamos trabalhar nos próximos meses com um projeto". "O sucesso da estratégia está condicionado ao interesse despertado no estudante, valorizado como pesquisador e expositor do que apreendeu", explica Jorge dos Santos Martins, autor de livros sobre projetos de pesquisa. O ideal é começar a conversa problematizando o tema e o produto final. Nesse caso, o recomendado é envolver os alunos na discussão sobre como chegar ao resultado esperado. Exemplo de questionamentos: para que servem os números? Onde eles aparecem em nosso dia a dia? Depois pode-se propor um jogo envolvendo os números que fazem parte do cotidiano dos alunos, como o super trunfo, por exemplo.
12
QUANDO É PRECISO REPLANEJAR? Sempre, já que nunca o que foi previsto se confirma totalmente na prática. Em geral, o planejamento é ajustado e repensado a cada etapa vencida, de acordo com os indícios que os alunos dão sobre o que estão efetivamente aprendendo durante o processo. "Todo professor deve se perguntar ao fim de cada atividade ou etapa se o andamento do trabalho está de acordo com o que quer ensinar", recomenda Paula Stella, coordenadora pedagógica da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo. Um alerta: ter de replanejar uma parte do projeto é muito diferente de desenvolver o trabalho de forma intuitiva. Quando não há um plano, as intervenções ficam menos efetivas e o professor tem de correr, ao término de cada aula, para preparar as atividades da próxima. Replanejar é retornar à etapa anterior, incluir uma nova ou repensar aspectos das que estavam previstas.
13
VALE INTERFERIR PARA APERFEIÇOAR O PRODUTO FINAL? Sim, mas desde que o objetivo seja fazer com que a própria turma aperfeiçoe o trabalho realizado. Não é tarefa do professor melhorar sozinho o acabamento de um cartaz ou o texto de um diário de campo escrito pelos alunos. Como já devem ter entrado em contato com diversos modelos do produto final escolhido, eles podem retomá-los, comparar ao que produziram e corrigir trechos que não ficaram a contento. "Quando está envolvida com o propósito social do projeto e sabe para que ele serve, a garotada se dispõe a refazê-lo inúmeras vezes”
14
COMO AVALIAR OS ESTUDANTES? No caso dos projetos, são três os eixos de aprendizagem que podem ser considerados na avaliação: O conteúdo; O aprofundamento no tema; A aproximação com a prática social relacionada ao produto final.
15
QUAL A IMPORTÂNCIA DA CULMINÂNCIA? São duas as funções principais das cerimônias de fechamento de um projeto didático: Dar ao aluno visibilidade para o processo de aprendizagem pelo qual passou; Apresentar o trabalho da turma para a comunidade e os pais, que são estimulados a perceber o avanço de seus filhos. O evento só cumprirá esses dois papéis se estiver prevista a exposição dos objetivos de cada atividade realizada, dos registros das várias versões do produto final e das fotos que ilustram o processo. Fazer uma festa bonita não deve ser a maior preocupação da escola - como é bastante comum -, mas o mínimo de organização precisa ser garantido.
Apresentações semelhantes
© 2025 SlidePlayer.com.br Inc.
All rights reserved.