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idéias mais fundamentais expostas durante o curso

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Apresentação em tema: "idéias mais fundamentais expostas durante o curso"— Transcrição da apresentação:

1 idéias mais fundamentais expostas durante o curso
Flo Menezes: A escritura orquestral na música contemporânea curso de pós-graduação, outubro/novembro de 2008 idéias mais fundamentais expostas durante o curso ♩ « antecedentes » => Bruckner como apogeu das cores orquestrais em justaposição: ♬ verticalizações harmônicas ricas, porém proporcionalmente menos ricas que a riqueza harmônica produto das justaposições => modulações ♬ blocos com autonomia colorística dos naipes orquestrais, mas polifonia restrita à voz principal e acompanhamento ♬ riqueza melódica => por exemplo com o salto de 9m ao início da 7. Sinfonia

2 ♩ « pontapé inicial do jogo da contemporaneidade » => Mahler: um “Bruckner verticalizado”:
♬ planos de simultaneidades ♬ desenvolvimentos direcionais simultâneos, ainda que convergentes ♬ grande riqueza dos agregados harmônicos resultantes da sobreposição das cores orquestrais ♬ riqueza de timbres orquestrais das simultaneidades como elemento auxiliador na apreensão/assimilação das “aberrações” harmônicas provenientes da verticalização radical ♬ atomização motívica => ápice no 1. movimento da 9. Sinfonia com a 2m como grau conjunto atômico e 3m como intervalo mínimo ♬ precursor do pensamento serial pelo viés da matriz intervalar “serial” que leva o projeto beethoveniano às últimas conseqüências ♬ tecido referencial: escritura semântica e remissiva => a Sinfonia como “o mundo inteiro”

3 ♬ apogeu do pensamento por blocos de índole francesa
♩ a poética « cubista » de Stravinsky => a justaposição revisitada: espécie de antropofagia sincrética numa equação entre Bruckner e Mahler ♬ apogeu do pensamento por blocos de índole francesa ♬ apogeu do colorido orquestral ♬ quebra da lógica tonal => intercalações repentinas no lugar de interpolações direcionais (direcionalidade tonal preservada, porém relativizada) ♬ verticalização dos “perfis” => embaralhamento dos blocos com recorrências transpostas de blocos, sem lógica tonalizante das transposições ♬ Stravinsky é o inventor do “terremoto à distância”: camadas tectônicas (blocos) que deslizam (transposições) mas que são intercaladas por outras camadas diversas, igualmente submetidas a deslizes ♬ deslizes em justaposição dos blocos podem ocorrer, mas são raros ♬ a orquestra é potencializada em cores pelo foco multicolorido de seus naipes: Sinfonias para Instrumentos de Sopro => sacrifício do “corpo orquestral” em prol da riqueza de naipes

4 ♩ Schönberg => a escuta da “cor harmônica”
Farben Fünf Stücke für Orchester Op. 16 Gurre Lieder Variationen für Orchester Op. 31 ♬ tonal ♬ atonal ♬ serial ♩ Farben => escritura orquestral calcada na polarização de uma entidade harmônica ♬ mais que uma Klangfarbenmelodie, uma “cor harmônica” ♬ superação definitiva da velha tonalidade na reinvenção do sentido harmônico do tecido composicional ♬ em vez da orquestra “vestir” (orquestrar) a idéia musical, a idéia veste a orquestra

5 ♩ Schönberg => aportes anteriores e posteriores a Farben
Gurre Lieder Variationen für Orchester Op. 31 ♬ ápice da densidade orquestral ♬ ápice da escritura orquestral contrapontística ♬ escrita multi-referencial => referência principal: Wagner ♬ escrita multi-referencial => referência principal: Bach ♩ a partir de Schönberg: ♬ a entidade harmônica e o arquétipo harmônico ♬ a entidade harmônica vista estrutural e funcionalmente ♬ propensão harmônica e suas potencialidades resolutiva e não-resolutiva

6 ♬ antecipa as “projeções de perfis” presentes também em Bartók
♩ Berg => tonalismo como metalinguagem na orquestra e referência dupla ao “arco tonal” ♬ tendência gestual genérica por aumentação: gesto expansivo ♬ transposição contínia de perfis melódicos: temática cinética (Leibowitz) ♬ por aumentação cronológica das figuras ♬ por dilatação (verticalizada) do perfil ♬ até a eclosão do arco “pós-romântico” ♬ antecipa as “projeções de perfis” presentes também em Bartók

7 ♬ rigor estrutural não-ortodoxo
♬ preferência por estruturas simétricas (Spiegelbild) e por vezes por estruturas harmônicas simétricas ♬ “fetichismo da nomerologia” (Boulez) ♬ não-ortodoxia serial: séries derivadas ♬ pré-serialismo rítmico: pregnância das figuras rítmicas = monorritmias (Wozzeck, Kammerkonzert, Lulu) ♬ periodicidades em aceleração (finais dos Atos de Wozzeck): antecipa fenômenos de adaptação dinâmica em Boulez ♬ tonalismo entre metalinguagem e paródia ♬ conseqüência do gesto expansivo na escritura orquestral: orquestra como expansividade tímbrica

8 ♩ Webern => aspecto contrativo na miniaturização das cores orquestrais
♬ a orquestra é rarefeita, em gesto contrativo, como tudo: forma, matriz serial, agógica (tempi), silêncios estruturais, enunciação do total cromático, duração geral das obras, gesticulação pontilhista ♬ escritura orquestral quase que “de câmera” ♬ detalhismo na diferenciação das densidades orquestrais (sobretudo do naipe das cordas) ♬ todo o naipe: estabilidade (chorus) ♬ corda solista: instabilidade; escuta miniaturizada do vibrato

9 ♬ pêndulo entre periodicidades e aperiodicidades
♬ a orquestra como palco da estruturação rigorosa do contraponto (cânone duplo em movimento contrário), anulada pela percepção de conjunto ♬ constituição de espaços intevalares simétricos ♬ periodicidade de freqüências ♬ “melodias de alturas” (de freqüências), numa radicalização/miniaturização da melodia de timbres: da já radicalização inaugural em Schoenberg (melodia de timbres nos acordes!) à melodia de timbres em uma única altura ♬ ao contrário da leitura de toda a geração pós-weberniana: microdirecionalidades ♬ pêndulo entre periodicidades e aperiodicidades

10 ♬ menosprezo sistemático pela preponderância tradicional das cordas
♩ Varèse => a orquestra reinventada ♬ menosprezo sistemático pela preponderância tradicional das cordas ♬ grande afluência do universo percussivo no contexto orquestral (e fora dele) ♬ contradição entre espectros pontilhistas (percussão em geral) e gesticulação contínua e não-discreta das sirenes ♬ sobrepeso das membranas graves (sobretudo do bumbo sinfônico => Amériques) ♬ Stravinsky como paradigma: justaposições; aglomerados; caráter rítmico; agressividade ♬ melodia em revolução ♬ oposição entre figurações restritas ao âmbito de terças e gesticulações espaçadas no registro ♬ harmonias de simulateidades: relações cromáticas espaçadas, concomitante às invenções webernianas ♬ inovação da escritura orquetral: a escritura por profundidade, em decorrência da diferenciação instrumental, na mesma freqüência, em espectro e dinâmica ♬ antecipa Ligeti

11 ♩ Messiaen => “personagens orquestrais”
♬ a orquestra repensada a partir das “personagens rítmicas” (definição de Messiaen) em Stravinsky ♬ a escritura orquetral é dividiva em “cenas” por justaposição: “personagens orquestrais” (minha definição): claras e distintas constituições orquestrais ♬ especulação no âmbito das camadas orquestrais ♬ invenção das permutações simétricas nas cordas das Strophes de Chronochromie ♬ a orquestra como coloração das novas harmonias (dos modos de transposições limitadas) ♬ ápice da escritura colorística de Debussy ♬ oscilação entre escritura homofônica e polifônica ao extremo (a ponto de anular as linhas) ♬ exaltação dos grandes agregados harmônicos como orquestração multicolorida

12 ♩ Xenakis => a escritura orquestral probabilística
♬ oposição crítica ao caráter discreto do serialismo: Metastasis e a inclusão inovadora dos glissandos como elementos de continuidade e direcionalidade do registro ♬ grande lupa estrutural/temporal do átomo serial: a segunda menor entre os uníssonos inicial e final ♬ lupa orquestral: as cordas em divisi radicais => escuta estatística ♬ antecipa Ligeti, Penderecki, Messiaen e outros ♬ Metastasis: contradição (aparente) entre caráter pontual da percussão simultânea aos glissandos no início ♬ plano de simultaneidade da oposição entre continuidade das seções inicial e final (glissandos) e estrutura de tipo serial/estatística central ♬ resgate da escritura direcional na orquestra

13 ♩ Stockhausen => a invenção (orquestral) sem limites
♬ grande inovação (paralela a Berio) na orquestra: espacialização dos grupos orquestrais em Gruppen ♬ a orquestra “acusmática”: caráter onírico de Trans => a orquestra como um sonho, no qual ouve-se o que não se vê ♬ a especulação dinâmica da orquestra: escala de dinâmicas em Inori ♬ a orquestra oriental revisitada: Jahreslauf ♬ stratta de tempi não-correlatos, em relações de tempo muito diversas, porém simultâneas ♬ direcionalidades simultâneas => ápice da “escuta relativista” ♬ timbres como diferenciação de comportamentos temporais distintos ♬ os indivíduos da orquestra em espacialização radical: percurso multiespacial das freqüências em melodias de timbres no espaço em Lichter-Wasser

14 ♬ ápice desta visão para grande grupo de tipo orquestral: Répons
♩ Boulez => a eletrônica a serviço da extensão de escritura dos instrumentos ♬ ápice desta visão para grande grupo de tipo orquestral: Répons ♬ Resumo das principais noções de Boulez em seu principal texto: “Le système et l’idée” SISTEMAS DE ESCRITURA ♬ sistemas de condicionamento ♬ sistemas de aplicação ♬ preparação; material bruto ♬ realização; material elaborado ♬ redes de intervalos ♬ estruturas direcionais ♬ proliferação ♬ manipulação ♬ elaborar o material bruto no nível do elemento isolado ♬ elaborar o material bruto no nível do conjunto dos elementos ♬ tratamento das figuras ♬ condicionamento da forma ♬ descrição ♬ aura ♬ envelopes ♬ sinais

15 ♫ resulta daí um “afrouxamento da discurso temporal”
♩ Ligeti => a orquestra (ou o grupo orquestral) possibilitando a constituição textural: invenção da micropolifonia ♬ Resumo das principais noções acerca da micropolifonia em Ligeti em um de seus textos mais fundamentais: “Wandlungen der musikalischen Form” ♫ PERMEABILIDADE do tecido musical: “A diminuição da sensibilidade intervalar ocasiona um estado que pode ser chamada de permeabilidade” ♫ permeabilidade significará então que “estruturas de distintas constituições se desenvolvam simultaneamente, se condicionem mutuamente e se fundam totalmente” (“Kompositorische Tendenzen heute”) ♫ resulta daí um “afrouxamento da discurso temporal” Síntese das idéias acerca da micropolifonia no texto « Musik und Technik »: ♩ Ligeti procurou então levar ao universo instrumental as aquisições da experiência eletrônica, em especial com relação aos “timbres móveis” (Bewegungsfarben) ♫ tal mobilidade tímbrica é correlata, paradoxalmente, a uma música estática: a imobilidade das consfigurações tenderiam a focar a percepção na mobilidade dos timbres

16 ♫ disso resulta em essência sua micropolifonia; a partir da fusão de sons sucessivos e da sobreposição de sons por camadas ♫ o tecido resultante é tão denso que as vozes individuais não podem mais ser ouvidas como tais e o tecido total revela-se como constituição de ordem superior ♩ micropolifonia calca-se no cânone, o qual entretanto centra-se exclusivamente na sucessão das alturas: o acontecimento rítmico basear-se-á em outra construção ♫ resulta daí uma textura caleidoscópica: “Por meio do movimento das vozes individuais e de seu entrelaçamento resulta a ilusão de um estado estático, que no interior do tecido ocasiona uma permanente transformação de textura” ♫ “Em vez de movimento como processo rítmico vivenciamos transformações de modelos no interior do tecido enquanto processos tímbricos” ♫ no nível do artesanato: tais constituições são favorecidas por ligeiras alterações de timbre dos modos de ataque (nas cordas: mudanças de tipos de arco) ou por sutis ondulações dinâmicas (crescendi) diferenciadas nas vozes individuais ♫ Ligeti passa então a contar com o erro interpretativo: desvios, porém ancorado pela resultante essencialmente fenomenológica

17 ♩ Berio => apogeu do artesanato orquestral
♬ gesto articulatório aliado a formações distintas e distintivas no interior da escritura orquestra ♫ ápice dessa noção: Formazioni ♫ referencialidade múltipla: resgates múltiplos = ápice da escritura moderna ♫ das figuras ♫ da virtuosidade romântica ♫ das antífonas espaciais barrocas ♫ da gestualidade clássica ♫ da consciência harmônica (schoenbergiana) das entidades

18 ♫ ápice dessa noção: La Seconde Apothéose de Rameau
♩ Pousseur => a orquestra como paneau multicolorido e arena da periodicidade generalizada ♬ apogeu do pensamento weberniano, pontilhista em essência, porém com uma “dilatação” dos pontos multicoloridos: “borrões”, “manchas” de cores diversas, interceptadas por silêncios ♫ ápice dessa noção: La Seconde Apothéose de Rameau ♫ projeto serial de periodicidade: periodicidade generalizada => rima de distintas épocas e culturas ♫ a invenção harmônica como coadjuvante estrutural da periodicidade generalizada: redes harmônicas ♫ integração direcional das disparidades ♫ importância fenomenológica dos perfis

19 ♫ aspecto negativo: perda de controle fenomenológico das articulações
♩ Ferneyhough => o erro interpretativo e o embate do factível com o impossível como aliados gestuais dos múltiplos planos de simultaneidade ♫ ápice dessa noção na escritura de cunho orquestral: Carceri d’Invenzione III ♫ apogeu de estratégias e procedimentos subcutâneos: mais que “nova complexidade”, um neo-serialismo ♫ aspecto negativo: perda de controle fenomenológico das articulações ♫ aspecto positivo: geração de um rico emaranhado labiríntico ♫ poligestualidade convidativa à reescuta especulativa, “inspetiva” ♫ nivelamento intervalar e harmônico de tipo serial ♫ reaprisionamento – ainda que legítimo – da compreensão à leitura da partitura

20 ♩ Síntese das noções presentes em três de minhas obras orquestrais:
♫ PAN ( ) ♫ aspecto mahleriano/cageano: a orquestra abarcando o mundo, mas estendendo a noção mesma de música à totalidade “pânica” dos sons ♫ aspecto weberniano: fusão formal => um Poema Sinfônico + uma Sinfonia + um Capriccio ♫ aspecto político: um manifesto trotskista ♫ aspecto ideológico: o mito revisitado, historicizado (Barthes) ♫ fusão orquestral e eletroacústica como ápice da expansão totalizante da escritura ♫ Pan demarca o final de minha “primeira fase” criativa e traduz-se como um manifesto de amor e obsessão pelo mito de Pã, tão fortemente ligado à música. Amante de Eco, Pã se vê traído quando esta se apaixona por Narciso, que por sua vez ama sua própria imagem. Igualmente amante da Lua, de onde tudo vê com sua visão panorâmica, Pã inicia difícil empreitada pela recuperação de seu amor, oscilando entre amor e fúria, condição condizente com sua constituição meio humana, meio animal. Fugindo de Pã, Eco desliza pelos vales, e os gritos de Pã afugentam até mesmo suas Ninfas, que, surpresas, são acometidas pelo terror pânico. Eco procura disfarçar-se em caule, mas Pã, que tudo vê, percebe o disfarce, arranca os caules da terra e assopra forte, buscando a voz de sua amada. Surge, então, a flauta de Pã. A música é associada, assim, à visão totalizante, panorâmica e ao mesmo tempo pânica, em procura de eco. Nada mais apropriado para servir-me de imagem, na época, à minha situação como jovem compositor da vanguarda. Em Pan, tudo pode tornar-se música. Eventuais interferências “não-musicais” são resgatadas pelo artesanato da escritura orquestral. Os quatro movimentos narram episódios do mito, e o último conjuga orquestra e sons eletroacústicos, consistindo em meus primeiríssimos passos na odisséia eletroacústica. Nele, invento uma nova forma musical – forma-pronúncia – pela simulação de uma pronúncia dilatada no tempo da própria palavra Pan. Ao estender-se no tempo, a palavra deixa de ser palavra e torna-se pura textura sonora, transformando a morte do mito na própria ressonância de seus pensamentos. O eco que se busca é, então, encontrado. Trotsky, o maior dos revolucionários do século XX, é aqui homenageado.

21 ♫ labORAtorio (1991; 1995; 2003): traços de sua escritura
♫ a orquestra conjugada com a voz e a eletroacústica: ápice da densidade de escritura ♫ rastros: o evento acústico deixando vestígio em outro ponto do espaço ♫ a orquestra como reforço da escritura vocal ♫ a orquestra como intervenção de massa na escritura vocal ♫ a música de câmera revisitada no contexto orquestral (Árias)

22 ♫ Crase (2005-2006): ápice da fusão orquestra/recursos eletroacústicos
♫ fusão em dois níveis sons eletroacústicos como ressonâncias das entidades (tempo diferido) sons eletroacústicos como projeção e interferência espectral dos solistas (tempo real) ♫ rastros: resgate e desenvolvimento deste tipo de escritura, tal como exposto em labORAtorio ♫ referencialidade ao artesanato minucioso (articulações solísticas em meio à massa orquestral) de Formazioni de Berio ♫ expansão da antífona de metais beriana: “ferradura” abraçando o público ♫ escritura orquestral conscientemente elaborada em níveis distintos de densidade: solistas fora da orquestra; solistas dentro da orquestra; naipes; combinação de naipes; grande massa orquestral


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