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O Carisma Marcelino é sempre atual

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Apresentação em tema: "O Carisma Marcelino é sempre atual"— Transcrição da apresentação:

1 O Carisma Marcelino é sempre atual

2 I . Origens Itália. Na região da Lombardia, próxima a Milão, está a cidadezinha de Vignate, onde a família Biraghi possuía terra. Aos 02 de novembro de 1801, nasceu Luís Biraghi. A vastidão dos campos, a austeridade do trabalho da terra, a esperança do verde fecundo e envolvente, a clareza que o verde irradia aos raios do sol, a paz e o profundo silêncio dos prados, o aconchego do lar, a sadia convivência familiar foram imprimindo no menino Luís uma maneira muito bela e comprometedora de ver a vida, o mundo, as pessoas. Em Luís foi se desenvolvendo, naturalmente, um jeito simples, próximo, profundo de viver Deus. Um Deus presente nas pessoas, na natureza, nos acontecimentos. Um Deus íntimo, familiar.

3 Este contato com a terra e sua observação atenta, auxiliaram Biraghi a construir sua proposta educativa. A fidelidade da terra fez germinar e amadurecer, no coração de Biraghi, a certeza de algo perene, consistente na vida humana. Ao mesmo tempo, a incessante mutabilidade do aspecto do produto da terra, seus sucessivos estágios entre a semeadura e a colheita... a terra vazia novamente... cavaram na alma de Biraghi a experiência do efêmero, do transitório. A fertilidade do solo bem cuidado e o respeito ao ritmo de crescimento da lavoura, a paciente espera dos agricultores pelos sinais de vida encerrada no bojo da semente, tudo se tornou, aos olhos do sensível Luís, lição guardada para a vida.

4 No seminário de Castello, próximo ao lago de Lecco, o exigente estudo, a paz e o silêncio da esplêndida natureza, os vastos horizontes, a oração e a contemplação, a convivência fraterna foram fortalecendo e definindo traços da personalidade do jovem Biraghi: abertura à beleza em todas as suas formas, força de vontade, clarividência intelectual, riqueza espiritual, bondade, entusiasmo pelas grandes causas humanas, dedicação ao anúncio do Evangelho.

5 Nosso Biraghi, com 20 anos de idade, considerável formação acadêmica, sólida experiência espiritual, viu, diante de si, um mundo agitado que buscava liberdade e esperava a independência política, um mundo que, não obstante os sacrifícios e os desafios presentes, antevia progresso material e bem-estar. Mas Biraghi também carregava dentro de si um mundo que clamava por libertação verdadeira, por vida plena, por estradas infinitas, um mundo pacificado que já experimentara o sabor da Verdade que liberta. Sim, Biraghi carregava na alma uma forte experiência de Deus.

6 Na Biblioteca ambrosiana dedicou-se ao apostolado da cultura
Na Biblioteca ambrosiana dedicou-se ao apostolado da cultura. Sólida cultura, como costumava repetir. Era dever colocar as riquezas da ciência e da sabedoria humana a serviço da missão evangélica. Fé e cultura são binômio-chave para a leitura e significado da vida, da vocação, da missão, da fundação de Biraghi.

7 Biraghi era aberto a todo o bem que o progresso científico e tecnológico oferecia à promoção e realização humanas, mas sua mente lúcida não poderia negar que o iluminismo, o naturalismo, o racionalismo, estavam criando uma atmosfera perigosa à educação dos jovens. Sabia interpretar as tendências de seu momento histórico e detectar riscos presentes no bojo progressista do abalo sócio-político-econômico. Sendo ele mesmo estudioso, professor por longos anos, estava convicto da importância da escola na formação do indivíduo.

8 Mas não qualquer escola, qualquer instrução
Mas não qualquer escola, qualquer instrução. Biraghi conhecera, no campo, o zelo no cultivo da terra, da semente, da planta para que o fruto amadureça. Zelo exige presença amorosa. Quando menino, fora ele aluno interno. Adulto, vivia em meio a seus educandos. Não podia ser agora diferente, como fundador. A experiência pessoal, válida, confirmada e abençoada, estende-se à sua congregação, à sua escola. Elemento carismático da pedagogia de Biraghi é o espírito de família. Educar convivendo em família, entendia Biraghi, é formar para a família.

9 Às suas marcelinas, Biraghi pedia que auscultassem a vida de seu tempo, que conhecessem e amassem o mundo e nele penetrassem corajosa e sabiamente, qual campo aberto de conquista para a verdade, para o amor, para a salvação, para a glória de Deus. “Biraghi foi um homem de profunda vida interior, toda centrada em um único amor: o de Cristo, do qual nunca cessou de aprender a beleza e a força da caridade e da cruz”. (cardeal Colombo, 27/11/79).

10 II. Carisma É dom do Espírito, com infinitas possibilidades que se revelam com o tempo e no tempo, expressando o projeto do Pai Criador. Cada carisma realça um aspecto particular da realidade divina e delineia os traços daquele rosto de Cristo a ser vivido e revelado. Carisma é dom para ser vivido com e para os outros: partilhado para ser melhor compreendido; testemunhado de forma convincente para ser enriquecido segundo a originalidade de cada um.

11 A vivência do carisma abraça todos os aspectos da existência, dando à pessoa um jeito inconfundível de ser e de viver a sua semelhança com Deus. Nos conteúdos que definem o carisma descobrem-se as feições de Cristo que o identificam. Carisma torna-se meio e caminho de santidade

12 1 - Componentes do Carisma
Os traços correspondem aos elementos místico, ascético e apostólico a) Místico – Um carisma nasce de uma teofania. Deus se revela mostrando seu rosto e nesta mesma revelação Ele nos mostra a nós mesmos, chamando-nos e enviando-nos (Sarça Ardente). Fundadores: homens e mulheres orantes que no mistério captado na oração ou num particular aspecto da realidade divina descobriram a si mesmos; tiveram a clarividência do Projeto de Deus sobre si e sobre outras pessoas; perceberam uma identidade a ser assumida, uma imagem divina a ser vivida na própria história, uma semelhança com Deus a ser manifestada.

13 Um carisma carrega sempre um mistério central a ser contemplado
Um carisma carrega sempre um mistério central a ser contemplado. Tem sua origem em uma particular experiência do Divino e permanece na medida em que outros, pelo dom de Deus, revivem a experiência diante do mesmo mistério. É essa experiência espiritual que revela a identidade e a fisionomia dos que vivem um carisma e assegura sua transcendência.

14 b) Ascético – A ascese é a expressão natural e inevitável da experiência mística.
A intensa contemplação do mistério de Deus no qual se reconhece o próprio rosto e missão exige a conformação com Ele nos gestos, palavras, pensamentos, sentimentos, desejos. Esta identificação com Cristo passa pelo despojamento de nós mesmo, pelo esvaziamento de nosso egocentrismo, pela superação de nosso egoísmo. Isto é ascese. Mística é a contemplação do que Deus é e opera em nós; ascese é a busca desejosa e constante de acolher seu mistério, sua ação em nós e a ela corresponder.

15 Assim, o agir da pessoa que vive as dimensões místicas e ascéticas de um carisma, torna-se resposta à ação de Deus, resposta de agradecimento, de adoração, de maravilhamento pelo que o Senhor continua a fazer. O programa ascético é algo concreto que se liga à tradição viva do Instituto e constitui seu estilo, tão visível a ponto de tornar um indivíduo facilmente reconhecível como pertencente àquele carisma. Algumas virtudes são particularmente sublinhadas.  A ascese visa libertar a pessoa de tudo o que a impede de descobrir e de vier sua semelhança com Deus. Não é, portanto, uma ascese que entristece ou desencoraja. Pelo contrário, é alegre, contagiante, transparente, transformante, libertadora.

16 c) Apostólico - Todo carisma aponta
para uma missão específica. O Espírito que conhece, perscruta e revela os segredos de Deus, conhece os apelos, as aspirações, as necessidades de cada geração. É sempre Ele que suscita nas pessoas a coragem de responder a esses apelos para que o Reino se realize: “Ide... fazei com que todas as nações se tornem discípulos. E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28, 19-20). ).

17 A missão que cada instituição realiza na vivência de seu carisma parte e é parte da experiência mística. Não somente porque é na oração que o fundador recebe iluminação para servir ao próximo, mas também porque é sempre numa experiência mística que aquele serviço encontra suas raízes e sua sustentação. Desvinculado da manifestação de Deus que o originou, o serviço se tornaria tão somente um gesto de beneficência. Por outro lado, a experiência mística se expressa e se confirma, necessariamente, no amor ao próximo. (Moisés, a Sarça Ardente). A missão é reposta a uma peculiar leitura dos sinais dos tempos, à luz da experiência de uma particular percepção do mistério de Cristo e de seu evangelho. 

18 A dimensão apostólica é essencial e constitutiva do carisma e está intimamente ligada a um preciso modo de ser, de ver, de rezar, de viver, de agir que se torna critério de verificação da fidelidade à originária inspiração carismática. A compreensão e o cultivo da estreita relação entre a experiência mística, o caminho ascético e o ministério apostólico garantem a um instituto sua identidade, e uma fidelidade criativa e dinâmica ao seu carisma fundacional.

19 III - Carisma Marcelino
1835. Cernusco, Itália. No silêncio do pequeno santuário da Virgem das Dores, da oração e do coração de Luis Biraghi nasce um novo carisma para a glória de Deus, para a missão santificadora da Igreja, para a vida do mundo: humanizar através da educação, da ciência. Biraghi conhecia as ânsias da humanidade e experimentava a presença de Deus viva e atuante no íntimo de seu ser. Movido por graça, parte decididamente em direção ao profundo do homem, de todo homem, onde Deus habita. Como? Fundando uma congregação educadora: as Irmãs de Santa Marcelina. “Diante da Virgem das Dores recebi a inspiração, obtive a graça e tomei a decisão de fundar nossa Congregação” (10/8/1855)

20 Biraghi não nos narra “aquela” experiência de Deus
Biraghi não nos narra “aquela” experiência de Deus. Diz-nos simplesmente que a oração venceu suas dúvidas e seus temores, e uma irremovível certeza o invadiu: “... um coração novo, uma vontade férrea, uma doce segurança de que a obra agradava a Deus e Ele a teria abençoado”.

21 Assim nasceram as Marcelinas: de um coração novo, de uma vontade férrea, da certeza de agradar a Deus.. Em Cernusco, no frontão da porta central da Casa Mãe, a primeira obra abençoada, mandou pintar a cena evangélica de Lucas 10, 38-42: O Mestre na Casa de Betânia. Continua lá o belo afresco, e viva está nos corações marcelinos a recomendação de Biraghi: “Sejam Marta e, ao mesmo tempo, Maria. (17/11/1837). Nesta cena Biraghi nos deixou seu segredo, seu legado, nossa marca e nosso mandato: o Mestre Salvador! Esse é o rosto que nos cabe viver e revelar.

22 “Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, O recebeu em sua casa. Sua irmã chamada Maria foi sentada aos pés do Senhor escutando sua palavra. Marta estava ocupada pelo muito serviço. Parando, por fim, disse: Senhor, ati não importa que minha irmã me deixe assim sozinha a fazer o serviço? Dize-lhe, pois, que me ajude. O Senhor, porém, respondeu: Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto, pouca coisa é necessária, até mesmo uma só. Maria, com efeito, escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lc 10, 38-42).

23 1 - A sociedade milanesa de então
“Estando eu em Milão, sentia um pesar enorme ao ver tão grave e geral dano à educação: e com a ajuda de Deus pensei como seria possível fundar um instituto religioso que unisse o método e a ciência exigidos pelos tempos e pelas leis escolares, e ao mesmo tempo, o espírito cristão, as práticas evangélicas”. (A ) Biraghi não fundou uma congregação que se dedicasse primeiramente a reparar os danos e suavizar os sofrimentos da pobreza e da miséria causados pela injustiça social. Outras congregações fundadas na mesma época se dedicavam a essa missão. Biraghi entendeu que era necessário trabalhar para modificar a ordem social existente e intervir sobre os mecanismos que provocavam a injustiça, a marginalização, a desumanização.

24 Para ele, educação era uma forma eminente e urgente de caridade: educar o coração, esclarecer a mente, orientar a vontade do homem. Formar as classes dirigentes, visando particularmente a mulher, a mãe, a primeira educadora. A melhora da sociedade começaria no ventre, no colo materno. Na família, como fora para ele. ”Bem-aventuradas as Marcelinas que possuem meio tão válido para tornar felizes a tantos, para melhorar muito a sociedade humana e adquirir méritos para o céu!” (D 21).

25 Atuando na educação, as marcelinas seriam missionárias da cultura entre as crianças e os jovens de seu tempo, de seu mundo. [...] o grande merecimento de bem educar a juventude” [...] é necessário que correspondam a tão grande graça. Para esse fim, sejam humildes, simples” (14/11/1838).

26 A razão de ser de toda a sua obra: “O fim deste instituto é a glória de Deus, a salvação das almas, a transformação da sociedade, à luz do Evangelho, tendo a ciência como instrumento e meio”.

27 Mas era preciso estar próximo, falar a mesma língua, a mesma linguagem, inserir-se no mundo, conhecer a realidade e os anseios da alma humana, usar métodos adequados à síntese, sempre possível, entre o Evangelho e o pensamento humano, entre a ciência do homem e a sabedoria de Deus.

28 “. aplicar-se às ciências humanas. o mundo exige ciência
“... aplicar-se às ciências humanas... o mundo exige ciência... e as Irmãs servir-se-ão da ciência ... para fazer o bem” (D 44).

29 Uma característica marcante dos colégios marcelinos seria a convivência com as educandas. Educar para a família, em família: “Não abandonem o método feliz, até aqui abençoado, de estar sempre no meio das alunas... formar-se-ão melhor com bons exemplos do que com inúmeros preceitos.” (D. 16).

30 Em espírito de família, na intimidade, salvar o homem formando o ser humano, conduzindo-o à profundidade de seu eu para que de lá possa partir, sair (ex-ducere) e viver o amor que liberta e dá sentido à vida. “Na escola, entre os trabalhos, nos recreios, tenham sempre presente o Divino Salvador que, sentado entre as crianças, ... as instruía com grande paciência e simplicidade” (D. 19).

31 2 - A instrução clara de mente e o cultivo do coração.
Na instrução clara da mente e na cultivo do coração encontrar e vivenciar o sentido primeiro e último da vida humana: Jesus Salvador. “... enquanto aprendem ou ensinam a ciência da terra, Ele, o Senhor, lhes ensine a ciência do céu” (R 114) . Não devemos nos contentar em sermos apenas bons. .Devemos aspirar a nos tornarmos santos” (30/11/184).

32 A santidade para Biraghi não consiste em fazer coisas extraordinárias e excepcionais, mas na fidelidade ao comum que se concretiza no cumprimento do próprio dever. É uma espiritualidade do cotidiano, concreta, gradual, na conquista da humildade, do desapego interior : “Procure crescer cada dia mais no amor” (29/3/1838). “Considerem o seu trabalho, qualquer que seja, como santo, como serviço que lhes foi confiado por Deus” (D.16).

33 Um ideal de santidade encarnando nos afazeres cotidianos, repleto de pequenas virtudes sustentadas por uma piedade “sólida” e forte que se nutre de sacrifícios, e se fundamenta na certeza da vontade, da presença e do amor de Deus. “Assim, caminhando sempre na presença de Deus, sempre atentas à oração, sempre fiéis no cumprimento de todos os deveres, certamente ficareis santas, como é a vontade de Deus” (1ª Regra).

34 Construir o conhecimento do bem, do belo, do verdadeiro que leva ao reconhecimento do outro como irmão e companheiro. “Combater com a força da caridade, com a afabilidade da mansidão, com a beleza da verdade, com a santidade do exemplo...” (A 2, 39-40).

35 Importa cultivar a capacidade de saber ver e transparecer o Senhor nos acontecimentos de nossa história e na de toda a humanidade. “Não se perturbe. Não acontecerá nada mais nem menos do que Deus quiser” (1º/5/18380). Só a santidade tem o poder de transformar a pessoa e, por meio desta, a sociedade. ”Ao coração das jovens fala mais o exemplo de uma religiosa santa do que todas as pregações que se lhes possa fazer” (A 2).

36 Biraghi propunha uma ascese entendida como cuidadoso cultivo interior para que Deus possa ser o Senhor Absoluto: “Considerem inútil qualquer esforço que não vise o fim reto de buscar a glória de Deus e o maior bem do próximo” (D 20).

37 O mistério de Cristo (sua encarnação-morte-ressurreição) torna-se fonte de nova cultura: a humanização do homem. A fé deve tornar-se cultura, gerando um específico modo de perceber, de dialogar, de julgar a realidade, de amar. “Vejam Jesus Cristo: nasceu numa choupana, foi envolto em pobres faixas, exposto ao frio e a todos os sofrimentos. E por que veio ao mundo? Por que sofre? Por nós, pela nossa salvação [...] aprendamos dEle a amar ...” (24/12/1838).

38 Na verdade, a proposta educativa de Biraghi é uma educação do humano
Na verdade, a proposta educativa de Biraghi é uma educação do humano. Educar o coração do homem da forma como Deus o criou: com um ato especial, único e total de amor. Educar a pessoa integralmente e para a realidade global. “Ensine as coisas mais úteis e não as que despertam admiração” (22/5/1838).

39 Sábio mestre e formador, sabia que para bem educar e orientar pessoas é necessário conhecer o coração humano: “Mando-lhe as Confissões de S. Agostinho [...] a esclarecerão sobre os caminhos de Deus, sobre o coração humano [...] que saiba distinguir sentimento de sentimento [...] você deve deixar espaço suficiente para o cultivo de sua alma. Seja Marta, mas, ao mesmo tempo, Maria” (Carta, 17/11/1837).

40 Em Marina e em suas primeiras marcelinas Biraghi cultivou serenidade, compreensão e exigência, capacidade de percepção e de diálogo, equilíbrio, sentido do essencial, simplicidade, transparência interior, espontaneidade, singeleza, desenvoltura e muita solidez em tudo. Firmeza e suavidade são um binômio biraghiano característico do jeito de ser e de educar marcelino. “Procure tornar-se sempre mais madura, reflexiva, verdadeira: mulher e mãe ... alma aberta, desenvolta, ativa, amante do trabalho, pronta a abandonar tudo e renunciar a si mesma...” (R.8). “Irradie alegria” (29/7/1838).

41 Biraghi nos estimulava a amar o nosso tempo
Biraghi nos estimulava a amar o nosso tempo. E nessa simpatia pelo mundo foi profeta e mestre corajoso com sua postura de serviço à verdade que se dirige a todos os homens e que conhece inúmeros caminhos para dar-se a conhecer. Ele acreditava que tudo o que tece a cultura podia se tornar uma estrada que conduz à fé: “Onde não houver mal, adotem melhoramentos e progressos do tempo, mas tudo com moderação” (L.V. p. 75)

42 3 - A vontade, a presença e a glória de Deus
Em suas cartas, Biraghi revela sua paixão por Deus e seu desejo intenso de intimidade com Ele: “A finalidade deste Instituto é a glória de Deus, a ser procurada... através da educação e instrução cristãs” (R. 1).

43 “Vivam sempre na presença de Deus” (R. 97).
“[...] não nos esqueçamos de fazer tudo para a glória de Deus, de orar e de adorá-lo continuamente, de termos sempre presentes a vida e os exemplos de Jesus Cristo” (24/1/1846).

44 É preciso que nos abandonemos a essa presença e vivamos a nossa vida no interior dessa presença, sob a influência dessa presença, julgados por essa presença, iluminados por essa presença, sustentados por essa presença, para podermos captar o que de bom existe em qualquer pessoa e em toda parte. “Assim, caminhando sempre na presença de Deus, sempre atentas à oração, sempre fiéis no cumprimento de todos os deveres, certamente ficareis santas, como é a vontade de Deus (lª Regra). “Deixemos o Senhor agir” (22/5/1838).

45 4 - O carisma marcelino nas cartas de Madre Maria Angela
DOM de Deus para nós, caminho de santidade, é o carisma educativo que gerou a Congregação. Dom recebido para ser doado em projeto de gratuidade: maternidade, essencial atitude educativa, maternidade que é dom gratuito da vida, é cuidado, é atenção à vida; é alegre disponibilidade ao outro, é empenho corajoso e radical a ser oferecido ao próprio tempo.

46 Nossa missão apostólica nasce deste carisma educativo e reflete a paixão de Deus Pai pela humanidade: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. A paixão de Deus Pai deve nos comover e nos mover. Eis a verdade que devemos anunciar a quantos fazem parte de nossa missão: somos criaturas amadas e redimidas.

47 Nossas obras são fruto de um carisma que nos transcende, são um mandato recebido do Espírito que revela e pede para revelar o Coração de Cristo. Nosso carisma tem suas raízes na Encarnação do Verbo que veio para “estar com” os homens e nos pede que partilhemos a realidade humana e o tempo e de nossos contemporâneos, para neles gerar o Cristo.

48 Os tesouros culturais de cada época nos revelam a ânsia de verdade, consciente ou não, mas indiscutível, que move cada homem a buscar repostas capazes de preencher vazios dolorosos e muitas vezes falsamente plenos. Devemos escutar em nós o grito do Espírito que quer dizer, através do carisma educativo, uma palavra capaz de “curar” o pensamento e o coração, uma palavra que abre à vida, ao amor, à beleza, que revela à pessoa humana quem é e porque é.

49 Uma palavra que ajuda a descobrir nas verdadeiras raízes da humanidade, a marca do Criador. É urgente propor uma mensagem cultural capaz de se opor àquela que afasta o homem de sua verdade. Mandato de Biraghi: o anúncio da verdade através de uma cultura impregnada de valores evangélicos, uma mensagem cultural ligada à vida, rica de humanismo, vibrante de evangelho, transmitida, antes de tudo, pelo exemplo para que se aprenda a ser pessoas humanas em plenitude.

50 O nosso “viver com” recebe luz de Jesus, do seu viver com os homens, de ser o Deus conosco.

51 Com que método, com qual postura cristológica somos chamados a viver e a expressar o carisma que nos caracteriza? O nosso é o método da Encarnação - “Deus salva o mundo não através de preceitos vindo do alto, mas através da Encarnação” (Card. Martini, 23/11/1980 Beatificação Ir. Maria Anna Sala).

52 “Viver com” quer dizer perceber aqueles que estão ao nosso lado, olhá-los com olhos benévolos, colocá-los no nosso coração, fazê-los sentir que Deus os ama e que nós queremos o seu bem.

53 “Viver com” quer dizer olhar o nosso tempo com carismática simpatia.
O método da Encarnação nos pede que nos tornemos presentes, que nos deixemos envolver pela condição humana do outro.

54 5 - O ícone : o texto e o nosso contexto
Biraghi não nos deu textualmente uma passagem bíblica específica como origem de nosso carisma. Deu-nos o quadro bíblico do texto de Lucas. Na Betânia de Marcos estamos diante de Jesus, Maria e Marta. Marta, Marta, tu te inquietas e agitas ... Olhando para a nossa sociedade, não raro encontramos o homem insatisfeito, queixoso, estressado, “inquieto e agitado por muitas coisas” distanciado da razão pela qual trabalha. E, mesmo “conectado” diuturnamente a milhares de pessoas, carrega um profundo sentimento de solidão. Dificilmente se sente ligado a outro ser humano por sentimentos significativos, duradouros e plenificantes.

55 As muitas coisas Pensar Deus, falar de Deus, fazer coisas em nome de Deus, grandes projetos para o Reino de Deus, mas sem ouvir Deus e sem falar com Deus. A relação não é mais com o Absoluto, mas com os relativos, com as muitas coisas. Hoje o homem busca conhecer Deus sim, ocupa-se dEle, mais como objeto de conhecimento, não tanto como interlocutor.

56 As muitas coisas O homem faz ciência hoje concentrando-se sobre os objetos, sobre as criaturas, sem ver nelas o reflexo do Criador. Resultado: a vida humana e a vida dos demais seres na terra está ameaçada. O homem se descobre frágil e amedrontado pelas obras de suas próprias mãos; se percebe alienado de si próprio. Muito do que ele construiu ameaça agora destruí-lo. É a cultura de morte no lugar da civilização do amor.

57 Uma só coisa é necessária
Imerso em tanta informação, o homem está carente de um conhecimento que enriquece a vida, que une a pessoa às demais pessoas, que conduz a existência à imortalidade, que permite experimentar a verdade que não engana e que não se confunde com a aparência.

58 Uma só coisa é necessária
O homem carrega uma necessidade imperiosa de dar à sua própria vida uma motivação profunda, uma resposta ao seu indestrutível desejo de ser humano, de encontrar e viver a verdade, a beleza, a bondade, o amor. O homem é incessantemente convidado a compreender o sentido da realidade que o envolve e descobrir nela um bem novo, uma verdade nova que responda às exigências fundamentais e últimas de sua alma e de seu coração: a experiência de um grande amor que sustenta a vida, o ser e o agir; um amor unificante e totalizante pelo qual vale a pena viver e morrer.

59 Uma só coisa é necessária
Criado no coração e pela vontade amorosa de Deus, o homem é chamado à existência como interlocutor de Deus. Essa é a verdade mais profunda sobre o homem. Uma só coisa é necessária : atingir esse algo que toca o homem na sua verdade, que garante sua unidade interior, sua inteireza; encontrar esse algo que consiga vencer o último horizonte da morte e dê valor às nossas ações e aos nossos dias; amar alguém que oferece sentido, dignidade e beleza ao nosso viver e ao nosso morrer; experimentar o amor de um Deus que diviniza a nossa vida.

60 Maria escolheu Em um mundo onde o homem se sente perdido, fragmentado, envolvido pelo precário, pelo descartável, pelo substituível, urge abrir caminhos de um retorno a perguntas e respostas essenciais que libertam o homem de uma falsa idéia de liberdade que, quando concebida e vivida como vida segundo a própria vontade, torna-se um ídolo ao qual se paga o pesado tributo de manipulação e de despersonalização.

61 Maria escolheu É urgente recuperar a capacidade de escolher e empreender o caminho que se percorre com o desejo de encontrar a verdade que nos torna livres, que nos conduz à plenitude e nos possibilita viver de modo profundo e intenso a aventura de encontrar o Cristo na verdade e na beleza que mora no mais intimo de cada um nós e nas estradas de nossa própria existência. Maria escolheu experimentar a beleza da liberdade interior e o júbilo da plenitude humana na presença e na intimidade de Cristo.

62 A melhor parte É resgatar a capacidade de escutar o que Deus diz ao coração do homem. Escuta interior, escuta do coração, lugar do divino no homem. É encontrar-se com Deus vivo e presente envolvido com o que se vive aqui e agora. Falar com um Deus que chama pelo nome e revela o homem a si mesmo como Sua imagem, criada para amar.

63 A melhor parte Nada é melhor e maior do que o desejo de amar à maneira de Deus que revela sua face na face e seu coração no coração de cada homem, de cada irmão. Nada há de mais belo do que conhecê-Lo, comunicar aos outros a amizade com Ele e saciar a exigência de ser acolhido, de ser amado e de amar. A melhor parte é sermos atingidos, surpreendidos, arrebatados por Cristo.

64 Que não lhe será tirada No tempo que nos governa e nos sepulta, o homem tem sede de experimentar a imortalidade e de abrir-se à verdade e à fé. A fé, esta consciência de que uma presença maior pervade toda e qualquer experiência que o homem vive. A fé, único caminho para aquilo que a razão busca acima de qualquer coisa: o sentido da vida, o sentido de tudo.

65 Que não lhe será tirada A santidade nos faz experimentar a verdadeira vida, a que não nos será jamais tirada. “Não vê como tudo passa rapidamente? Depressa, pois, façamos o bem e tornemo-nos santos...” (21/11/38)

66 Que não lhe será tirada Toda pessoa tem necessidade de encontrar em seu caminho de Emaús a presença do Companheiro que faz arder seu coração e enche de imortalidade a vida e a atividade do homem.

67 Que não lhe será tirada Há uma urgência de retornar à sabedoria que busca a verdade na vida que se vive. Há que se retomar a questão mais antiga para o homem: O que é que fica de tudo o que vai passando? “O tempo passa, voa. Passam as tribulações e passam as consolações. Passa a vida, tudo passa. Mas Deus não passa.” (8/5/1838)

68 6- A Semente caiu em terra boa
Se o destino é o homem, o carisma marcelino não conhece fronteiras. O legado de Biraghi ultrapassa tempo e espaço. Importa educar o homem em sua profundidade, sua totalidade, sua humanidade.

69 Ao longo de 170 anos grandes capitais ou pequenas cidades, periferias e regiões empobrecidas e desassistidas vêem chegar as marcelinas, erguendo solidariamente suas “tendas” junto à pessoa humana em seu mistério de grandeza e de fragilidade.

70 A verdade que a mente busca, a bondade que o coração pede, a beleza que a vontade deseja, a saúde que sustenta o corpo, a imortalidade que a alma carrega, são sempre os conteúdos ensinados e vivenciados nas obras marcelinas. Os caminhos do conhecimento das realidades do mundo tornam-se sendas de sabedoria e de vida significativa.

71 O carisma aprofundado irradia sua força, abrindo-se aos leigos que nele encontram resposta à sua busca de Deus e a seu desejo de transformar seu trabalho em missão humanizadora. A paixão educativa encarna-se em escolas e hospitais, na convivência com alunos ricos e pobres, da Educação Infantil à Universidade, toma corpo em obras sociais e assistenciais, curando doentes do corpo e do espírito.

72 Multiplicam-se os endereços nos quais as marcelinas e os marcelinos, nos passos de Biraghi, chegam, levando o pão da verdade que alimenta a mente, o pão do amor que impulsiona o coração, o pão da Graça que salva a alma e dá sentido à vida. Adentrando estradas sem confins, prossegue a família Marcelina, fazendo eco às palavras de Cristo: “Eu vim para que todos tenham vida em plenitude” (Jo 10,10).

73 Os santos não nos deixam sós.
“É próprio dos santos permanecerem misteriosamente contemporâneos de cada geração: é a conseqüência de seu profundo enraizar-se no eterno presente de Deus”. (João Paulo II, 1/12/96)

74 Referências: APECITI, Ennio. Como o Nardo: biografia do Beato Mons. Luigi Biraghi. s.l.: Assessoria Gráfica CBC, p. CENCINI, Amedeo. Os sentimentos do filho: caminho formativo na vida consagrada. 2. ed. São Paulo: Paulinas, p. (Educar para a vida). CONSTITUIÇÕES do Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina São Paulo: Escolas Profissionais Salesianas, s.d. 194 p. EXORTAÇÃO apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis do Sumo Pontífice Bento XVI: ao Episcopado, ao Clero, às pessoas consagradas e aos fiéis leigos : sobre a eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da igreja. 2. ed. São Paulo: Paulinas, p. INSTITUTO DAS IRMÃS DE SANTA MARCELINA. Caderno de Estudos VI: Monsenhor Luigi Biraghi. São Paulo, p. NORMAS de diretório do Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina São Paulo: Escolas Profissionais Salesianas, s.d. 175 p. PARMA, Giuseppina, Irmã (Org.). Luigi Biraghi: cartas às suas filhas espirituais: volume 1: s.l.: Assessoria Gráfica CBC, s.d. 464 p. PARMA, Giuseppina, Irmã (Org.). Luigi Biraghi: cartas às suas filhas espirituais: volume 2: s.l.: Assessoria Gráfica CBC, s.d. 464 p. ROSSATO, Marinez. Caderno de Estudos II: a atualidade de um carisma. São Paulo: Instituto Das Irmãs de Santa Marcelina, p.


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