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José Luis Michinel Eliane Santos Souza
UFBA – FACED Disciplina: Análise de textos na produção de resultados qualitativos (EDCC49-Tópico Especial) José Luis Michinel Eliane Santos Souza
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Seminário IX POR PATRÍCIA SCHIPER
Orlandi, E. P. Sujeito, História, Linguagem. In: _____ Análise de Discurso: princípios e procedimentos: 8ª ed. Campinas: Pontes, p Seminário IX POR PATRÍCIA SCHIPER
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Quem é Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi?
1988 – Pós-doutorado em Linguística pela Universidade de Paris VII, França; 1997 – Pós-doutorado em Linguística pela Universidade de Paris VII, França; Atualmente: Professora e coordenadora do mestrado em Linguagem e Sociedade da Universidade do Vale do Sapucaí; Coordenadora do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb) da Unicamp; Professora colaboradora do Instituto de Estudo da Linguagem (IEL) da Unicamp; Pesquisadora do CNPq; Mais de 30 livros publicados. São Carlos-SP; 1964 – Graduação em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Araraquara-SP; 1970 – Mestrado em Linguística pela USP-SP; 1976 – Doutorado em Linguística pela USP-SP e pela Universidade de Paris/Vincennes, França; Não encontrei muitas informações... (não tem biografia na Internet, Currículo Lattes, entrevistas...) Deve ter nascido +/- em 1946. Logo após a 2ª Grande Guerra geração baby boomer (primeiros boomers ). Característica dos baby boomers rejeição e redefinição de valores tradicionais. Patrícia Schiper –
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Análise do discurso: princípios e procedimentos
100 páginas.: Prefácio; I – O discurso; II – Sujeito, história, linguagem; III – Dispositivo de análise; Conclusões. Patrícia Schiper –
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II – Sujeito, história, linguagem
A conjuntura intelectual; Dispositivo de interpretação; Um caso exemplar: Condição de produção e interdiscurso; Esquecimentos; Paráfrase e polissemia; Relações de força, relações de sentidos, antecipação: formações imaginárias; Formação discursiva; Ideologia e sujeito; O sujeito e sua forma histórica; Incompletude: movimento, deslocamento e ruptura. Patrícia Schiper –
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1. A conjuntura intelectual da AD:
Linguística AD Ciências Sociais Filosofia A linguagem faz sentido porque se inscreve na história. p.25 Patrícia Schiper –
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1. A conjuntura intelectual da AD:
Trabalhar o sentido... teoria da sintaxe e da enunciação; teoria da ideologia; teoria do discurso. A sintaxe nos remete a Saussure, fundador da linguística moderna, e aos estruturalistas/formalistas (a sintaxe estuda a estrutura das frases; semântica se constitui num problema; admite a polissemia ou a semantização horizontal da língua). A enunciação nos remete a Benveniste e a Ducrot (ambos partem de conceitos saussurianos, mas introduzem a idéia de sujeito como centro de referência para a construção do sentido no discurso; Ducrot trata da polifonia e inclui a semantização vertical da língua). A ideologia nos remete a Marx e Althusser (a ideologia é materializada nas práticas das instituições, criando e/ou mantendo as relações de dominação; a dimensão ideológica do discurso pode tanto transformar quanto reproduzir estas relações de dominação; a ideologia se materializa na linguagem e esta manifesta a ideologia). O discurso nos remete a Pêcheux, fundador da Escola Francesa de Análise de Discurso (a linguagem é inerentemente equívoca, suscetível à mobilidade de sentidos e usada por sujeitos ‘psicohistóricos’ com filiações ideológicas diversas). Patrícia Schiper –
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2. Dispositivo de interpretação:
Fazer a distinção entre: Inteligibilidade enunciado em língua comum; Interpretação co-texto e contexto imediato; Compreensão como os sentidos de constituem. Exemplo do livro: “ele disse isso” “Antônio disse que vai ao cinema” Maria não quer ir... Antônio decide tudo... Ele está indo em outro lugar... Etc. Patrícia Schiper –
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2. Dispositivo de interpretação:
Dispositivo teórico de interpretação (DIT) Analista Conceitos e métodos Dispositivo Analítico (DA) Patrícia Schiper –
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2. Dispositivo de interpretação:
O DTI tem o objetivo de mediar o movimento entre a descrição e a interpretação do analista e sustenta-se em princípios gerais da AD. Ele se mantém inalterado na construção de diferentes dispositivos analíticos. p.28 Patrícia Schiper –
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2. Dispositivo de interpretação:
DTI ≠DA Diferentes analistas elaboram diferentes questões. Um mesmo analista elabora diferentes questões. O analista constrói o “seu” dispositivo analítico na dependência de quais conceitos e procedimentos mobiliza e se compromete com eles na resolução de sua questão. ≠ Análises Patrícia Schiper –
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2. Dispositivo de interpretação:
A forma do dispositivo analítico depende: da questão posta pelo analista; da natureza do material analisado; da finalidade da análise. Patrícia Schiper –
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VOTE SEM MEDO! VOTE COM CORAGEM!
3.Um caso exemplar: Cromatografia política: Suspeita sobre algum candidato; Perigo, ameaça; Paráfrase; Posições revolucioná- rias; Vida, disposição de luta. A autora irá retomar a AD destas faixas ao longo do capítulo. VOTE SEM MEDO! VOTE COM CORAGEM! Patrícia Schiper –
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3. Um caso exemplar: Os dizeres são efeitos de sentidos produzidos em condições determinadas e que estão presentes no modo como se diz, deixando vestígios que o analista tem de apreender. Esses sentidos tem a ver com o que é dito ali e em outros lugares, o que não é dito e o que poderia ser dito e não foi. p.30 Patrícia Schiper –
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4. Condição de produção e interdiscurso:
Contexto imediato SENTIDO Sujeito Memória Situação As condições de produção de sentido estrito: Sujeito Situação Memória Circunstâncias da enunciação: Contexto imediato Contexto amplo – sócio-histórico, ideológico Contexto amplo Patrícia Schiper –
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4. Condição de produção e interdiscurso:
INTER ISCURSO I Z E R I N T R A D I S C U R S O Interdiscurso = memória, historicidade, constituição do dizer. Intradiscurso = atualidade, formulação do dizer. Patrícia Schiper –
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4. Condição de produção e interdiscurso:
O dizer não é propriedade particular. As palavras não são nossas. p.32 Só podemos dizer (formular) se nos colocamos na perspectiva do dizível (interdiscurso e memória). p.33 Patrícia Schiper –
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4. Condição de produção e interdiscurso:
Intertexto O interdiscurso é da ordem do saber discursivo, memória afetada pelo esquecimento, ao longo do dizer, enquanto o intertexto restringi-se à relação de um texto com outros textos. p.34 Patrícia Schiper –
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5. Esquecimentos: Esquecimentos estruturantes e involuntários
Esquecimento enunciativo Esquecimento ideológico Semi-consciente Inconsciente sonho adâmico Ilusão referencial = a impressão da realidade do pensamento; de que um determinado dizer só pode ser dito daquela maneira, como se houvesse uma relação direta entre o pensamento, a linguagem e o mundo. Sonho adâmico + ilusão de sermos a origem do que dizemos quando, na realidade, retomamos sentidos pré-existentes. Os esquecimentos são estruturantes. Eles são parte da constituição dos sujeitos e dos sentidos. Os sujeitos “esquecem” para , ao se identificarem com o que dizem, se constituírem em sujeitos. Ilusão referencial Patrícia Schiper –
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5. Esquecimentos: Esquecimentos estruturantes e involuntários
A subordinação e o assujeitamento não são percebidos Ilusão referencial = a impressão da realidade do pensamento; de que um determinado dizer só pode ser dito daquela maneira, como se houvesse uma relação direta entre o pensamento, a linguagem e o mundo. Sonho adâmico + ilusão de sermos a origem do que dizemos quando, na realidade, retomamos sentidos pré-existentes. Os esquecimentos são estruturantes. Eles são parte da constituição dos sujeitos e dos sentidos. Os sujeitos “esquecem” para , ao se identificarem com o que dizem, se constituírem em sujeitos. E são travestidos sob a forma de AUTONOMIA Patrícia Schiper –
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6. Paráfrase e polissemia:
Diferente Criatividade Deslocamento Ruptura Equívoco Mesmo Produtividade Memória Ideologia A incompletude é a condição da linguagem: nem os sujeitos, nem os sentidos, nem o discurso estão prontos e acabados. p.37 Patrícia Schiper –
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7. Relações de força, relações de sentidos, antecipação: formações imaginárias
Os sentidos resultam de relações: um discurso aponta para outros que o sustentam, assim como para dizeres futuros. p. 39 Todo sujeito tem a capacidade de se colocar no lugar em que seu interlocutor “ouve” suas palavras. Esse mecanismo regula a argumentação. p. 39 O lugar a partir do qual fala o sujeito é constitutivo do que ele diz. . p. 39 Não são os sujeitos físicos nem seus lugares empíricos que funcionam no discurso, mas suas imagens que resultam de projeções. p.40 As imagens permitem que as palavras “colem” nas coisas. O sujeito discursivo é pensado como posição, lugar que ocupa. Patrícia Schiper –
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7. Relações de força, relações de sentidos, antecipação: formações imaginárias
IMAGENS A autora trabalha as formações imaginárias segundo Michel Pêcheux. É melhor orador aquele que mobiliza melhor o jogo de imagens na constituição dos sujeitos, esperando-os onde estão com as palavras que querem ouvir. p Patrícia Schiper –
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Conjuntura sócio-histórica
8. Formação discursiva: Conjuntura sócio-histórica A formação discursiva determina o que pode e deve ser dito. O sentido não existe em si, não está na palavra, está na discursividade. Formação ideológica Formação discursiva A formação discursiva determina o que pode e deve ser dito. O sentido não existe por si e o sentido não está na palavra. O estudo do discurso explicita a maneira como linguagem e ideologia se articulam e se afetam. p. 43 Palavra ganha sentido Patrícia Schiper –
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8. Formação discursiva: As formações discursivas são constituídas pela contradição, são heterogêneas nelas mesmas e suas fronteiras são fluidas, configurando-se e reconfigurando-se continuamente em suas relações. Patrícia Schiper –
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Tomada de uma palavra por outra
8. Formação discursiva: Figura de linguagem metáfora Não há sentido sem metáfora. O sentido é sempre uma palavra, uma expressão ou uma proposição por uma outra palavra, uma outra expressão ou uma outra proposição. Tomada de uma palavra por outra Transferência Patrícia Schiper –
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8. Formação discursiva: O analista do discurso observa as condições de produção, verifica o funcionamento da memória e remete o dizer a uma formação discursiva (e não a outra) para compreender o sentido que ali está dito. p. 45 Patrícia Schiper –
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9. Ideologia e sujeito: Objeto simbólico O que isto quer dizer?
Quando se interpreta já se está preso em um sentido. p. 26 Objeto simbólico O que isto quer dizer? Nesse movimento de interpretação o sentido aparece-nos como evidencia, como se ele estivesse já sempre lá. Interpreta-se e ao mesmo tempo nega-se a interpretação, colocando-a no grau zero. Naturaliza-se o que é produzido na relação do histórico e do simbólico. Por este mecanismo – ideológico – de apagamento da interpretação, há transposição de formas materiais em outras, construindo-se transparências – como se a linguagem e a história não tivessem sua espessura, sua opacidade – para serem interpretadas por determinações históricas que se apresentam como imutáveis, naturalizadas. Este é o trabalho da ideologia: produzir evidências, colocando o homem na relação imaginária com suas condições materiais de existência. SENTIDO Patrícia Schiper –
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9. Ideologia e sujeito: A interpretação não é qualquer uma e é desigualmente distribuída na formação social. p.47 Os sentidos não se esgotam no imediato. Eles fazem efeitos diferentes para diferentes interlocutores. p.50 Ela é garantida pela memória institucional e constitutiva. Patrícia Schiper –
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Função da relação entre linguagem e mundo
9. Ideologia e sujeito: Ideário Ocultação ideologia A ideologia e o inconsciente são estruturas-fucionamento. Função da relação entre linguagem e mundo Patrícia Schiper –
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9. Ideologia e sujeito: Não há DISCURSO sem SUJEITO
Não há SUJEITO sem IDEOLOGIA A ideologia e o inconsciente são estruturas-fucionamento e estão materialmente ligados. Não há REALIDADE sem IDEOLOGIA Patrícia Schiper –
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10. O sujeito e sua forma histórica
A forma-sujeito histórica = sujeito livre e submisso. Sujeito jurídico ou sujeito-de-direito (e deveres) moderno submissão menos visível que preserva a idéia de autonomia. Patrícia Schiper –
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11. Incompletude: movimento, deslocamento e ruptura:
A linguagem é incompleta. A linguagem não é transparente. Patrícia Schiper –
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