O Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) é um projeto que promove um intercâmbio cultural, político e vivencial entre estudantes e assentamentos do.

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1 O Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) é um projeto que promove um intercâmbio cultural, político e vivencial entre estudantes e assentamentos do MST espalhados nesta região. @s estudantes vão aos assentamentos e lá serão acolhid@s por uma família camponesa, dormindo sobre o mesmo teto, participando do trabalho e do lazer, comendo da mesma comida e observando como se organizam em sua luta diária. A quarta versão do EIV de Brasília acontecerá durante as férias de janeiro de 2008. Trata-se de uma experiência que conjuga forte carga emocional com discussões e reflexões acerca da realidade vivenciada. Realização Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST Estudantes que participaram do último estágio Apoio Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA Grupo de Trabalho de Apoio à Reforma Agrária - GTRA/DEX/UnB Núcleo de Agroecologia Tupã – UnB Yamira (61) 84452949 Guilherme (61) 32723881 Rafael (61) 99243707 João (61) 96577593 Jorge (61) 84434025 E-Mail: eiv_discussao@yahoo.com.br Grupo de Trabalho de Apoio à Reforma Agrária – GTRA - Campus Darcy Ribeiro – Asa Norte – Prédio Multiuso I – Sala C39 - CEP: 70919-970 / Brasília –DF Parceiros Endereços e Contatos Podes? Nicolás Guillén Podes vender-me o ar que passa entre teus dedos E golpeia teu rosto e desalinha teus cabelos? Talvez possas vender-me cinco moedas de vento? Ou mais, talvez uma tormenta? Acaso me venderias ar fino – não todo – O ar que percorre teu jardim de flor em flor E sustenta o vôo dos pássaros? Dez moedas de ar fino, me venderias? O ar gira e passa na asa da mariposa. Ninguém o possui. Ninguém! Podes vender-me céu? Céu azul por vezes, ou cinza, também às vezes, Uma parte do teu céu, o que comprastes, pensas tu, Com as árvores do teu sítio, como quem compra o teto com a casa? Podes vender-me um dólar de céu? Dois quilômetros de céu, um pedaço, O que puderes, do “teu” céu? O céu está nas nuvens. Altas passam as nuvens. Ninguém o possui. Ninguém! Podes vender-me chuva? A água que forma tuas lágrimas molha tua língua? Podes vender-me um dólar de água da fonte? Um nuvem crespa, me venderias? Ou, quem sabe, água chovida das montanhas? Ou água dos charcos, abandonada aos cães? Ou uma légua de mar, talvez um lago? A água cai e corre. A água corre. Passa. Ninguém a possui. Ninguém. Podes vender-me terra? A profunda noite das raízes, dentes de dinossauros, A cauda espessa de longínquos esqueletos? Podes vender-me selvas já sepultadas, aves mortas, Peixes de pedra, enxofre dos vulcões, Milhões e milhões de anos em espiral crescendo? Podes vender-me terra? Podes vender-me? Podes? A tua terra é terra minha, todos os pés se apóiam nela. Ninguém a possui. NINGUÉM! (...) a Terra é bem planetário, não pode ser privilégio de ninguém, é bem social e não privado, é patrimônio da humanidade, e não arma de egoísmo particular de ninguém. É para produzir, gerar alimentos, empregos, viver. É bem de todos para todos. Esse é o único destino possível para a Terra. Hebert de Sousa (Betinho) IV Estágio Interdisciplinar de Vivência Brasília – DF

2 Debates: Os debates procurarão aprofundar a discussão de temas que dizem respeito ao estágio. São abertos a tod@s @s interessad@s. Acontecem todas às quintas-feiras a partir de 18 de outubro, às 18hs, em frente ao C.A. de Agronomia. Para quem pretende fazer a vivência, é imprescindível participar destes encontros. 18/10 – Apresentação do EIV 25/10 – Movimentos sociais e reforma agrária. 08/11 – Agroecologia e agricultura familiar. 22/11 – Gênero/Raça/Cor/Etnia. 29/11 – Cultura e educação do campo. 5/12 – Função social da Universidade. 13/12 – Moviemto estudantil. Concentração: A fase de preparação será marcada por uma carga maior densa de discussões, visando consolidar o grupo de estagiári@s então selecionado para participar da vivência. Acontecerá entre os dias 10 e 12 de janeiro*. Vivência: Período de convivência com as famílias nos assentamentos. Será do dia 13/01 ao dia 24/01.* Avaliação: Será destinada à avaliação coletiva e individual da experiência, produção de material para documentação do estágio e discussão a respeito dos próximos passos após a vivência. Será realizada entre os dias 25/01 e 27/01.* * período de recesso da UnB. Sujeito a alterações. Seja consciente, não jogue este folheto fora. Repasse essa idéia! CRONOGRAMA Tentando contribuir para tornar a questão agrária uma área importante para discussão e atuação da Universidade, além de questionar o modelo de ensino e formação que esta representa, o EIV proporciona que um grupo de estudantes entre em contato, através de estudo e vivência, com o cotidiano das famílias assentadas em Projetos de Assentamento organizados pelo MST. Iniciados no final dos anos oitenta, por iniciativa da Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB, os Estágios de Vivência se multiplicaram por todo o país. Assumiram caráter local ou regional, e, em sua maioria, interdisciplinar e sendo construídos não só pela FEAB, mas por várias outras Executivas e Federações de Curso, estudantes voluntários, Diretórios Centrais dos Estudantes e Centros e Diretórios Acadêmicos. Teve sua importância reconhecida em várias universidades, chegando a ser institucionalizado em algumas, como é o caso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde o Estágio de Vivência constitui uma disciplina dentro do currículo de Agronomia. O Estágio de Vivência representa hoje um importante processo de reflexão e elaboração crítica dos objetivos para a Universidade, numa valorização do diálogo com a Sociedade, repensando as condições de intervenção sobre a realidade. Representa também privilegiar um segmento social de produção que, na prática, condensa graves problemas sociais e técnicos na área da agricultura, da questão agrária e da luta pela terra. Sobre o Estágio a)Interdisciplinaridade: A questão agrária, como discussão social, abrange todos os indivíduos, independente da área de atuação. Dessa forma, acreditamos na importância de ampliar o acesso ao conhecimento e à vivência. a)Não-intervenção técnica: Para que a relação entre estagiário e comunidade seja realmente uma troca é necessário que não se estabeleça uma hierarquia entre seus conhecimentos. Tradicionalmente, em nossa sociedade, o conhecimento acadêmico-científico tem status de verdade, sobrepondo-se ao saber popular e a concepções pessoais. Portanto, é importante estarmos cientes dessa discussão ao nos relacionarmos com uma comunidade que tem um dia-a-dia, visões e práticas diferentes da nossa. Não é nossa intenção eliminar a influência cultural que ocorrerá entre os sujeitos, mas é importante que esta influência deve se dar através do diálogo e não da imposição. a)Parceria: Dentro do contexto político social e econômico no qual vivemos, faz-se necessário estabelecer parcerias que viabilizem o estágio e, mais do que isso, ampliem os resultados e conseqüências desta experiência para um número maior de pessoas e instituições. É importante, no entanto, que as parcerias sejam estabelecidas em solidariedade aos princípios básicos que orientam o estágio, sem desvirtuá-los. Princípios Básicos