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Doenças Vasculares Encefálicas
Prof. Edison Matos Nóvak Disciplina de Neurologia Departamento de Clínica Médica Universidade Federal do Paraná
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Introdução PJS, 66 anos, masculino, iniciou há 2 horas com hemiparesia de MSD e hemiface D associada a afasia. É previamente hipertenso e com fibrilação atrial em tratamento irregular pela Unidade Básica de Saúde. Nega episódio prévio. Tabagista 40 maços/ano. Ao chegar na UPA foi solicitado TAC de crânio sem contraste.
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Qual a principal hipótese diagnóstica?
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Doença Vascular Encefálica (DVE)
Instalação súbita ou rapidamente progressiva, de sintomas focais neurológicos negativos (perda de função), cefaléia ou perda da consciência.
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Doença Vascular Encefálica (DVE)
A doença cerebrovascular é a segunda principal causa de morte e principal causa de incapacidade funcional em adultos no mundo todo. Incidência dobra a cada década de vida após os 55 anos de idade Estima-se que 40% dos doentes com DVE faleçam dentro de 6 meses após o evento principal
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Tipos de DVE AVE Isquêmico (80-85% dos casos)
Ataque isquêmico transitório (AIT) Infarto em evolução Infarto trombótico Infarto embólico Trombose venosa central AVE Hemorrágico (15-20% dos casos) Hemorragia Intraparenquimatosa Hemorragia Subaracnoidea
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Tópicos a serem abordados na aula
Qual o impacto da DVE na população? Conceitos básicos Por que tempo é cérebro? Conceitos anatomo-patológicos Fatores de risco Abordagem clínica Doença Vascular Isquêmica
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Impacto da DVE na população
Risco de DVE aumentado: 30% mais em homens Raças negra e asiática 6 vezes nos portadores de hipertensão arterial 4 vezes nos diabéticos 17 vezes naqueles com fibrilação atrial 10 vezes com antecedente de AIT
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Conceitos Básicos Consumo de oxigênio cerebral: Consumo de glicose:
15 – 20% do consumo corporal total de O2 Consumo de glicose: 2 g de estoque (glicogênio e glicose) = mantém 90 min das funções básicas, quando em hipoglicemia severa
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Conceitos Básicos Fluxo sanguíneo cerebral (FSC):
controlado pela resistência vascular cerebral e sistema de autoregulação circulatória intracraniana Depende de: TMCO2 (ou demanda média de consumo de O2) Pressão parcial de CO2 Pressão parcial de O2 Pressão de perfusão cerebral
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Conceitos Básicos FSC é mantido por:
vasodilatação intracraniana e abertura de vasos comunicantes em casos como anemia aguda, narcose ou choque; vasoconstrição intracraniana, principalmente quando aumenta a pressão de perfusão (PAM até 140 mmHg, exceto em hipertensos crônicos)
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Conceitos básicos - Autoregulação
Feske SK. Posterior Reversible Encefalopathy Syndrome. A Review. Semin Neurol 2011;
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Conceitos básicos - Autoregulação
Feske SK. Posterior Reversible Encefalopathy Syndrome. A Review. Semin Neurol 2011;
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Conceitos básicos - Autoregulação
Feske SK. Posterior Reversible Encefalopathy Syndrome. A Review. Semin Neurol 2011;
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Por que tempo é cérebro? Área de penumbra: Importância maior:
região com metabolismo reduzido, perilesional, com potencial reversibilidade a função normal Importância maior: alvo das medidas de neuroproteção restauração das funções
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Por que tempo é cérebro? Área de penumbra
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Conceitos Anatomo-patológicos
Zona de fronteira: região do SNC onde se encontram os campos distais de arteríolas. Particularmente vulnerável principalmente à hipotensão arterial e a crise hipertensiva ACA ACM Border Zone ACM ACP Border Zone
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Fatores de Risco Não modificáveis: Modificáveis: Idade Tabagismo Raça
Sexo Genética Modificáveis: Tabagismo Hipertensão arterial Fibrilação atrial e cardiopatias Diabetes, síndrome metabólica, dislipidemia Estenose de carótidas e/ou vertebrais e ramos intracranianos Anticoncepcionais
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Abordagem clínica Alteração súbita da consciência?
Déficit neurológico focal? Cefaléia severa? Anamnese Exame físico geral e neurológico Necessário excluir: trauma craniano encefalopatia metabólica alteração psiquiátrica infecções do SNC ou outra região
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Abordagem clínica Diagnóstico clínico de DVE:
garantir: via aérea livre monitoramento via venosa adequada Tomografia cerebral (ou Ressonância magnética com difusão): DVE hemorrágico ? Conduta apropriada DVE isquêmico ? Critérios para Trombólise?
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Voltando ao caso clínico
PJS, 66 anos, masculino, iniciou há 2 horas com hemiparesia de MSD e hemiface D associada a afasia. É previamente hipertenso e com fibrilação atrial em tratamento irregular pela Unidade Básica de Saúde. Nega episódio prévio. Tabagista 40 maços/ano. Ao chegar na UPA foi solicitado TAC de crânio sem contraste.
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Voltando ao caso clínico
PJS, 66 anos, masculino, iniciou há 2 horas com hemiparesia de MSD e hemiface D associada a afasia. É previamente hipertenso e com fibrilação atrial em tratamento irregular pela Unidade Básica de Saúde. Nega episódio prévio. Tabagista 40 maços/ano. Ao chegar na UPA foi solicitado TAC de crânio sem contraste.
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Qual o diagnóstico?
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DOENÇA VASCULAR ENCEFÁLICA ISQUÊMICA
Forma mais frequente de DVE Relação estreita com doenças vasculares cardiológicas e periféricas Emergência médica que exige atuação pronta e competente, em vista da possibilidade de trombólise Implica em prevenção primária, na presença de fatores de risco e identificação de arteriopatia
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DVE Isquêmica AVE Isquêmico (80-85% dos casos)
Ataque isquêmico transitório (AIT) Infarto em evolução Infarto trombótico Infarto embólico Trombose venosa central
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DVE Isquêmica Classificação de TOAST Aterosclerose de grandes vasos
Embolia cardiogênica Oclusão de pequenos vasos AVC de outra etiologia determinada AVC de etiologia indeterminada
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DVE isquêmica Etiologia - 95% dos casos: Fatores de risco:
20% - Embolia de origem cardíaca Arteriosclerose intra-craniana difusa 50% - Estenose de artérias carótidas ou vertebrais Estenose artérias intra-cranianas 25% - Microangiopatia (“doença de pequenos vasos”) Fatores de risco: Hiperlipemia Hipertensão arterial mal controlada Tabagismo
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Sinais e sintomas Território carotídeo
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Sinais e sintomas Território carotídeo
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Sinais e sintomas Território carotídeo
Disfunção motora contralateral atingindo membros e/ou face, geralmente com intensidade diferente Hemianopsia homônima contralateral, geralmente acompanhando o déficit motor Alexia, agrafia, acalculia, afasia se há lesão no hemisfério dominante Disfunção sensitiva atingindo membros e/ou face, para todas as modalidades
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Sinais e sintomas Território carotídeo
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Sinais e sintomas Território vertebro-basilar
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Sinais e sintomas Território vertebro-basilar
Disfunção motora geralmente dos 4 membros e/ou face uni ou bilateral Cegueira cortical ou quadrantopsia bilateral - Disfunção sensitiva dos 4 membros e/ou face uni ou bilateral
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Sinais e sintomas Território vertebro-basilar
Alterações do equilíbrio Alterações de outros nervos cranianos * diplopia * disartria * disfonia * disfagia, singultos
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DVEi – Síndromes lacunares
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DVEi – Síndromes lacunares
Hemiparesia motora pura, proporcionada, com disartria e sem alteração sensitiva. Hemianestesia/hipoestesia, para todas as modalidades, proporcionada; sem alteração motora, disartria, alteração visual ou cognitiva. Disartria, disfagia, paresia VII e XII, paresia e parestesia no braço e mão.
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DVEi – Infarto em Evolução
Extensão progressiva da área lesada Progressão da trombose Re-embolização Redução do fluxo distal (baixa reserva funcional) Circulação colateral inadequada
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DVEi – Infarto em Evolução
TAC crânio realizada na chegada ao Pronto Socorro
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DVEi – Infarto em Evolução
TAC crânio em que evidencia trombose da Artéria Cerebral Média direita (seta) com 3 horas de evolução
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DVEi – Infarto em Evolução
TAC crânio em que evidencia edema e deslocamento das estruturas pela linha média (setas), após 18 horas de evolução
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DVEi – Infarto em Evolução
Excluir: Transformação hemorrágica
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DVEi – Infarto em Evolução
Excluir: Edema cerebral
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DVEi – Exames complementares
Iniciais: TAC de crânio Laboratório Investigação etiológica: Ecodoppler de artérias carótidas, subclávias e vertebrais Ecocardiograma transtorácico e transesofágico doppler transcraniano Rx de tórax Testes para atividade inflamatória e estados pró- trombóticos
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DVEi – Condutas Geral Controle dos dados vitais, saturação e dextro
Manter cabeceira elevada a 30º Prescrição de sintomáticos Acesso venoso no membro superior não afetado Manter glicemia <160mg/dl Fisioterapia e mobilização precoces
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DVEi – Condutas Iniciar aspirina - 200-500 mg/dia
Avaliar indicação de anticoagulação: Estenose intracraniana / extracraniana AIT de repetição, sem possibilidades de melhora com outros tratamentos Trombose venosa cerebral, sem hemorragias Coagulopatias Infarto em evolução Sedação, se necessário Anticonvulsivantes, se necessário Heparina profilática para TVP
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DVEi – Condutas Manejo da pressão arterial
Se indicado, reduzir no máximo 30% da PAM Não usar hipotensores de ação rápida (sublingual ou endovenoso) → preferir captopril ou enalapril Antes de anti-hipertensivo → sedar o paciente Considerar níveis pressóricos prévios (hipertenso crônico)
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DVEi – Complicações da fase aguda
Cardiovasculares e respiratórias - Trombose venosa profunda - Embolia pulmonar - Infarto agudo do miocárdio - Arritmias cardíacas - Insuficiência cardíaca - Atelectasia pulmonar
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DVEi – Complicações da fase aguda
Infecciosas - Respiratória - Urinária Outras - Desnutrição / desidratação - Hemorragia digestiva alta - Escaras de decúbito - Disfunção de esfíncteres - Depressão
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DVEi – Complicações da fase aguda
Neurológicas - Edema cerebral e hipertensão intra-craniana - Hidrocefalia - Crises convulsivas - Recorrência de infarto
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DVEi – O ideal na Emergência
Avaliar o paciente Solicitar TAC de crânio SEM CONTRASTE Analisar se o paciente preenche critérios para trombólise Encaminhar ao serviço de referência
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DVEi – A realidade na Emergência (UPA)
Avaliar o paciente Solicitar TAC de crânio SEM CONTRASTE Se o paciente não conseguir ser encaminhado para um hospital terciário, mantê-lo internado por 48hrs para realizar nova TAC de controle Se não tiver alterações graves na TAC, encaminhar para a UBS iniciar o acompanhamento e aguardar vaga para consultar com o especialista
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DVEi – A realidade no HC Em torno de 25% dos pacientes atendidos no ambulatório de DVE do HC/UFPR têm menos de 50 anos de idade O HC tem 10 leitos para realização de trombólise dos pacientes trazidos pelo SAMU
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