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Ciência, Tecnologia e Sociedade: Aula 11 Professor Adalberto Azevedo

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Apresentação em tema: "Ciência, Tecnologia e Sociedade: Aula 11 Professor Adalberto Azevedo"— Transcrição da apresentação:

1 Ciência, Tecnologia e Sociedade: Aula 11 Professor Adalberto Azevedo
A sociologia transversalista da C&T: Pierre Bourdieu e o Campo Científico Professor Adalberto Azevedo Santo André, 01/04/2015

2 Os campos sociais Racionalidades de um campo: resultado do confronto entre valores externos/internos a diversos campos de atividade social Racionalidades específicas se confrontam e se tornam reais em espaços híbridos: universidades, empresas, associações profissionais, artísticas, etc; Como elas se comunicam? E como se relacionam? Como os agentes de um campo estabelecem relações de poder (trocas) dentro do campo e externamente ao campo?

3 Pierre Bourdieu e os campos sociais
Sociólogo: sociologia rural, cultura, educação, ciência Livros: A especificidade no campo científico e as condições sociais do progresso da razão (1975) Homo academicus (1984) As regras da arte- gênese e estrutura do campo literário (1992) Teoria dos campos sociais e do habitus das comunidades APLICAÇÕES Reflexões (autoanálises) coletivas sobre as comunidades dos campos sociais (pelas próprias comunidades) Modo de funcionamento (injustiças, iniquidades) Autonomia relativa: funções sociais Análise transversal: fatores cognitivos e sociais (ciência) Homo academicus em seu habitat natural PROPOSTAS DE MELHORIAS!

4 Os campos sociais Campo social: espaço onde se desenvolve uma determinada produção social (ciência, música, literatura, esporte...) Campo: espaço de cada jogo, com suas próprias regras (formais e informais) internas e graus de influência externa Interpretações dos campos sociais: internalistas (conteúdos das produções sociais) e externalistas (contexto das produções sociais) Ciência é produzida num espaço intermediário, que inclui regras internas e externas, e suas interações: o campo científico Influências externas Regras internas

5 O campo científico Relativamente autônomo: regras internas X influências externas (autonomia parcial, ou heteronomia) Diferentes graus de autonomia (diferenças entre disciplinas científicas, instituições, períodos, países) Pressões externas (fundos, ética social, etc.) versus resistências internas (complexidade, monopólio do conhecimento, competência técnica, etc.). Não existe “ciência pura” ou “ciência escrava”: a produção científica ocorre por intermédio das lutas no campo científico Capacidade de refração: tradução das pressões e demandas externas, de acordo com a lógica do campo social frente às influências sociais Integrantes de um campo tendem a buscar maior autonomia: maior capacidade de refração/retradução de acordo com as diretrizes disciplinares dos diferentes campos

6 O campo científico

7 O campo científico Quanto mais autônomo é um campo, maior seu poder de refração (ressignificação das pressões externas em suas respostas, que são a própria produção científica/tecnológica) Quanto menos autônomo (heterônomo), mais o campo traduz literalmente as pressões externas, como pressões políticas e econômicas Adesão a uma influência externa pode (ou não) ser desqualificada como “não-científica”, “mercantilizada”, “escrava” Lutas: extinção, conservação ou transformação do campo Agentes de transformação: podem ter grande influência na estrutura das relações objetivas no campo (Por exemplo, Einstein, a Monsanto, grandes artistas) Relações entre os agentes internos e externos: determina o que eles podem ou não podem fazer dentro do campo

8 O campo científico Campo científico: espaço ocupado pelos atores sociais (cientistas, empresas, governos, etc.) onde estes atores se relacionam (negociam, lutam, se aliam, se atacam, etc. trocando recursos em relações de cooperação e competição). Atores influentes transformam os campos, os atores e as relações, ao disponibilizar recursos cognitivos, materiais e simbólicos (legitimação) Relações no campo científico: determina o que são temas importantes, resultados aceitáveis, distribuição de recursos... Importância da participação dos stakeholders do campo (tanto os protagonistas ativos, como os influenciados passivos): por exemplo, a ciência climática Conhecer o campo e o comportamento de seus participantes é importante para planejar intervenções (seja uma política de C,T&I, seja a gestão de um projeto de inovação empresarial)

9 O campo científico Por exemplo, cientistas que defendem e contra a indústria de tabaco: o que mudou? X

10 O capital científico Similaridade estrutural com o mundo econômico: relações de força, concentração do capital científico, monopólios. Dois tipos de capital científico: Capital institucional, ligado à ocupação de posições de influência sobre os meios de produção e reprodução do capital científico (recursos físicos, financiamentos, nomeações, etc.) Capital simbólico (mérito, ou capital científico “puro”): capacidade de realização pessoal, com base nas regras do campo (conhecimento do paradigma) Pesquisadores podem atuar com base nesses dois tipos de capital, desenvolvendo estratégias para reforçar suas posições, baseadas em objetivos políticos e científicos. Contudo, a acumulação dos dois dificilmente é simultânea Autoridade científica: depende das duas formas de capital, que são acumulados de maneiras diferentes (reconhecimento científico X poder institucional- político/econômico)

11 O capital científico Acumulação de capital científico: treinamento científico, oportunidades científicas e tecnológicas, conhecimento acumulado, políticas públicas e de empresas privadas, regras de reconhecimento e ocupação de cargos de direção Escolhas científicas: dependem desse capital e das estratégias conhecidas pelos atores de cada campo Dificuldade de mudar de paradigmas, áreas de pesquisa, etc.: necessidade de construir novo capital (em geral, se utilizam capitais já construídos) Habitus: convicções permanentes que opõe os cientistas a novos paradigmas científicos e forças externas. O habitus também pode se transformar, em função da ação de agentes com novos procedimentos Habitus científico: tensão permanente entre inovação (revolução científica) e conservadorismo (ciência normal)

12 O capital científico Distribuição do capital determina a estrutura do campo científico Maior o capital, maior a autonomia. Atores com maior capital determinam as características do campo (por exemplo, as áreas de pesquisa de interesse, cursos/publicações de prestígio, etc.). Determinado capital científico pode estar mais “valorizado” em função do contexto social Atores produzem os fatos científicos, mas isso depende de sua posição em termos da acumulação de capital científico

13 O capital científico Efeito Mateus: “A todo aquele que tem, será dado mais, e terá em abundância. Mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.” (Mateus, 25, 28-29): iniquidade no campo científico Efeitos externos somados à lógica interna dos campos científicos: quanto mais um ator ocupa uma posição favorecida dentro do campo, mais tende a se favorecer Interesse pelo desinteresse, antieconômico: regra do campo científico que orienta a ação dos atores? Objetivo de se destacar no campo, muitas vezes sem recompensa palpável Recompensa é obtida pela adequação a forças externas (heteronomia) e segundo regras internas (método científico, lógica dos campos): isso varia entre campos científicos Armas na luta: objetivação de argumentos (lógica e prova empírica coletivamente aceitos) e poder institucional

14 O capital científico Quanto menos autônomo um campo científico, maior a influência do capital científico institucional, em geral outorgado por poderes externos Controle tirânico por agentes dotados de capital institucional: tirânico por não se basear nas regras científicas internas

15 O capital científico Consequências: escolha de áreas de pesquisa, recursos para diferentes disciplinas, avaliação de desempenho, etc. Exemplo: elevados recursos para determinadas disciplinas científicas podem gerar uma hegemonia na direção de instituições de pesquisa, que favorece a acumulação dos dois tipos de capital Consequências: cessão (outorga) de poder a agentes que podem comunicar e agir legitimamente (com autorização e autoridade)

16 O capital científico: o exemplo de Charles Darwin
1825: Faculdade de medicina em Edimburgo, foco em taxidermia, geologia e estudos sobre evolução (Lamarck) 1827: Mudança para teologia (paradigma vigente das ciências biológicas- estudar as “maravilhas da criação”): estudos naturalistas em que Darwin já questionava o paradigma criacionista. Estudo de geologia/paleontologia Viagem do Beagle. Publicações na área de biologia (fauna e flora tropicais) e geologia (formação dos atóis)- permitem a construção de capital científico e simbólico Lenta publicação da teoria da evolução (“fracionada” sobre a ancestralidade comum, condições locais específicas, etc.) 1848: Primeira versão da origem das espécies, experimentos para reforçar suas teses, relutância em publicar 1859: Publicação da Origem das espécies (publicação de ideias similares por outros cientistas)

17 O capital científico: o exemplo de Charles Darwin
Aceitação parcial da teoria global: Evolução e Ancestralidade encontram forte apoio, mas a seleção natural e a transmissão de características (genética), especialmente ao incluir o ser humano, foram muito combatidas (Fonte:


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