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A Comunicação e suas ferramentas na Saúde Pública

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Apresentação em tema: "A Comunicação e suas ferramentas na Saúde Pública"— Transcrição da apresentação:

1 A Comunicação e suas ferramentas na Saúde Pública
A Comunicação e suas ferramentas na Saúde Pública. Controle Social, Gênero e Bioética Rodrigo Caetano e Solange Pereira Brasília, 30 de junho de 2009

2 A comunicação sob um olhar teórico
A palavra comunicação tem origem no latim, na palavra communicatio: co, que significa simultaneidade, reunião; munis, que significa estar encarregado de; e tio, relacionado a atividade, Ou seja, a comunicação é uma atividade realizada conjuntamente, com a intenção de romper o isolamento e, portanto, produto do encontro social.

3 A comunicação sob um olhar teórico
A comunicação é uma condição humana vinculada à linguagem. É também uma ação humana que, em razão da crescente incorporação tecnológica, da multiplicidade de mediações entre emissores-receptores e da diversificação de fluxos da informação, assume grandes complexidades que caracterizam a cultura contemporânea (Castells, 2003) 3

4 A comunicação sob um olhar teórico
As novas tecnologias de comunicação fizeram as mensagens circularem com grande velocidade e com fluxos multidirecionais entre múltiplos emissores e receptores (Castells, 2003). Então, a comunicação e educação hoje são entendidas não mais de forma unidirecional, como transmissão/difusão de conhecimentos e informações entre um emissor e um receptor. 4

5 A comunicação sob um olhar teórico
Somos todos emissores/produtores e, simultaneamente, receptores ativos, capazes de interpretar mensagens. Assim, em um modelo teórico da comunicação, de uma abordagem compreensiva, esta passa a ser entendida como circulação de signos na dinâmica da vida e da interação humana, configurando redes sociais e técnicas de saberes construídos e compartilhados coletivamente. A mídia, como sistema técnico e mercadológico de abrangência sem precedentes, ajuda poderosamente na construção dos sentidos em cada contexto da vivência humana. 5

6 A comunicação sob um olhar teórico
Hoje temos pesquisadores desenhando a comunicação em saúde com base em diversas teorias. Uma delas é a do “mercado simbólico” cunhada pelo sociólogo francês Pierre Bordieu. O “mercado simbólico” designa determinados espaços habitados por múltiplas vozes que concorrem entre si. É um conceito que integra, na teoria da comunicação, uma perspectiva da produção social dos sentidos. Considera também as noções de polifonia, contexto, concorrência discursiva, poder simbólico e lugar de interlocução. Cartografia da Comunicação em Saúde 6

7 A comunicação sob um olhar teórico
Esse modo de pensar a comunicação destaca a idéia de “polifonia” que referencia a presença de múltiplas vozes, que ora se articulam sinergicamente, ora concorrem entre si. “Fazer ver e fazer crer” na construção da realidade para o poder simbólico. Polifonia é a presença de outros textos dentro de um texto, causada pela inserção do autor num contexto que já inclui previamente textos anteriores que lhe inspiram ou influenciam. (Bakhtin) Cartografia da Comunicação em Saúde 7

8 A comunicação sob um olhar teórico
Assume-se, então, que a comunicação opera ao modo de um mercado, onde várias vozes concorrem entre si pela prevalência do seu próprio modo de perceber, analisar e intervir sobre a realidade. Este mercado de idéias, opiniões, crenças, sentimentos, etc. é operado por interlocutores, cujo modo de participação e posição que ocupam na rede simbólica é determinado por contextos. Os interlocutores podem ser indivíduos ou “comunidades discursivas”, conceito que designa os grupos que produzem e/ou fazem circular discursos, que neles se reconhecem e são por eles reconhecidos (Maingueneau, 1993; Araújo, 2002) Cartografia da Comunicação em Saúde 8

9 A comunicação sob um olhar teórico
Modelo 1 Este modo de comunicação configura o Modelo (1) do Mercado Simbólico, proposto por Inesita Araújo. Multipolar, descentrado e em rede, contrapõe-se ao modelo (2) dominante na saúde, linear, unidirecional e transferencial. Modelo 2 Cartografia da Comunicação em Saúde 9

10 A comunicação sob um olhar teórico
O mapeamento da comunicação tem autonomia como instrumento de planejamento ou de avaliação e pode ser usado para: Identificar e formular o problema de comunicação Definir os objetivos Definir os participantes e seu contexto Identificar a rede de produção dos sentidos Escolher e delimitar o conteúdo Definir os recursos Escolher estratégias Definir o processo de avaliação Definir as responsabilidades institucionais Cartografia da Comunicação em Saúde 10

11 Equipe elabora o que imagina ser o mapa do mercado simbólico do meio ambiente
Cartografia da Comunicação em Saúde 11

12 Mapa das comunidades midiáticas
Cartografia da Comunicação em Saúde 12

13 A comunicação sob um olhar teórico
“O mapa da comunicação se inscreve no esforço por uma comunicação que opere no sentido de uma melhor distribuição do direito de falar e de ser ouvido, para maior equanimidade social”. (Inesita Araújo) Cartografia da Comunicação em Saúde 13

14 A comunicação sob um olhar teórico
“Nessas disputas de interesses, ‘o poder’ e ‘o saber’ (que inclui conhecimento e informações) são faces de uma mesma moeda. Cada vez mais, o acúmulo de força política está relacionado ao aumento da capacidade de apropriação de conhecimentos e informação, que amplia a capacidade argumentativa em espaços conquistados de participação. (Ilara Hämmerli Sozzi de Moraes é pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz) Ministério da Saúde/CNS (2006) 14

15 A comunicação sob um olhar teórico
Paulo Freire (1971) lembra que o ato comunicativo eficiente se dá apenas quando os sujeitos são reciprocamente comunicantes e que a comunicação seja percebida dentro de um quadro significativo comum ao outro sujeito: “Se não há este acordo em torno dos signos como expressões do objeto significado, não pode haver compreensão entre os sujeitos, o que impossibilita a comunicação.” Ministério da Saúde/CNS (2006) 15

16 A comunicação & Saúde A saúde apresenta significados diferentes conforme a época e cultura das sociedades. Por isso é importante analisar a compreensão das pessoas sobre o processo saúde-doença, por exemplo. Adotar o conceito ampliado de Saúde (BERLINGUER, 1994), conforme definido desde a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986), marco na luta da Reforma Sanitária brasileira, impõe a necessidade da solidariedade entre os movimentos sociais, em uma ação intersetorial, no enfrentamento ‘das causas’, ‘dos determinantes’, ‘dos condicionantes’, ‘dos fatores de risco’. A Organização Mundial de Saúde define que "saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença". Ministério da Saúde/CNS (2006) 16

17 A comunicação & Saúde A apropriação de informações que revelem os condicionantes e determinantes dos problemas de saúde permite que os cidadãos (controle social) não se sintam atendidos em suas demandas apenas por medidas paliativas, muitas vezes onerosas, de baixo impacto sobre a situação de saúde que se quer melhorar. O debate democrático sobre a produção, a disseminação e o uso das informações em saúde e suas tecnologias é fundamental para a longa luta emancipatória dos cidadãos. Necessariamente, passa pela apropriação de saberes/poderes por parte da população e suas representações. Ministério da Saúde/CNS (2006) 17

18 A comunicação e educação em saúde
SANTOS, Luís Henrique Sacchi dos (PPGEdu/ULBRA); OLIVEIRA, Dora Lúcia C.L. (PPGE/UFRGS) O enfoque individualista das ações educativas no campo da saúde tem sido alvo de críticas por parte de estudiosos e pesquisadores, principalmente os que trabalham com referenciais sociológicos (Lupton, 1995; Nettleton & Bunton, 1995; Petersen & Lupton, 1996; Oliveira, 2001). Os problemas destacados pelos críticos têm a ver com a orientação biomédica das ações (eminentemente centradas na prevenção de doenças) e com o pressuposto de que a falta de saúde é causada por formas inadequadas de viver a vida. 18

19 A comunicação e educação em saúde
Essa ênfase no individual implica numa representação de falta de saúde como falha moral, o que acaba por produzir um discurso que culpa a vítima pelo seu próprio infortúnio. No campo da intervenção a abordagem individual da educação em saúde trabalha com a idéia de que a prevenção de doenças pode ser conseguida através da persuasão dos indivíduos para que esses adotem modos de vida mais saudáveis (considerando a definição biomédica de saúde) e se comportem de acordo com a prescrição dos profissionais da saúde. SANTOS, Luís Henrique Sacchi dos (PPGEdu/ULBRA); OLIVEIRA, Dora Lúcia C.L. (PPGE/UFRGS) 19

20 A comunicação e educação em saúde
SANTOS, Luís Henrique Sacchi dos (PPGEdu/ULBRA); OLIVEIRA, Dora Lúcia C.L. (PPGE/UFRGS) A tendência à ampliação do foco para além da mudança individual de comportamento responde a todo um conjunto de novas premissas para o trabalho em saúde pública e promoção da saúde produzidas no âmbito da Organização Mundial da Saúde (World Health Organization, 1986). Essa nova abordagem promete investir na promoção da autonomia de indivíduos e grupos para que estes sejam capazes de realizar as suas próprias escolhas de vida. A ampliação do foco implica mudanças metodológicas para a educação em saúde, as quais devem evoluir das tradicionais técnicas de persuasão para métodos de conscientização, centrados no aumento da consciência crítica. 20

21 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
A abordagens do risco do HIV/AIDS têm seguido a tradicional hegemonia do referencial biomédico e, aquelas que enfocam a prevenção, têm sido orientadas por um viés individualista (Waldby, 1996). Muitos dos títulos das campanhas oficiais de prevenção ao HIV/AIDS (produzidas sob a coordenação do Ministério da Saúde), trazem implícita ou explicitamente, este viés (Santos, 2002). Como argumenta Paiva (1996), no campo da prevenção da AIDS, o uso da noção de empoderamento a partir de um enfoque individualista é problemático, considerando que “o esforço individual pode muito pouco contra a vulnerabilidade que é social”. A complexidade das relações de poder de gênero e a variedade de circunstâncias que envolvem a negociação do uso da camisinha não têm sido consideradas nas campanhas de prevenção ao HIV/AIDS. SANTOS, Luís Henrique Sacchi dos (PPGEdu/ULBRA); OLIVEIRA, Dora Lúcia C.L. (PPGE/UFRGS) 21

22 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
O INÍCIO Como parte das estratégias de prevenção ao HIV/AIDS, recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e adotadas no mundo inteiro, a partir de 1986, países como Suécia, México, Inglaterra, Brasil e outros passaram a apresentar campanhas de prevenção de massa (baseadas nos princípios do marketing social) nos meios de comunicação, com especial destaque para a televisão. SANTOS, Luís Henrique Sacchi dos (PPGEdu/ULBRA); OLIVEIRA, Dora Lúcia C.L. (PPGE/UFRGS) 22

23 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
No Brasil: mais de 70 anúncios televisivos de audiência nacional, entre os anos de 1986 e 2000. A partir das re-configurações da epidemia, o discurso da ‘doença que vinha de fora’ acabou sendo abandonado (AIDS já estava comum entre os brasileiros). Anúncios televisivos dirigido às mulheres entre os anos de 1994 e 2000. A partir de 2000: os homens heterossexuais (em especial) foram ‘redescobertos’, passando a ser responsabilizados pela prevenção do risco da transmissão do HIV/AIDS, especialmente através da ênfase no uso da camisinha. A idéia de que os homens têm comportamentos de risco, funcionando como uma ‘ponte’ de transmissão entre a casa (o espaço doméstico/privado) e a rua (o espaço público), onde eles possivelmente mantêm relações sexuais desprotegidas com outras mulheres ou outros homens, ou fazem o uso de drogas injetáveis sem o conhecimento de suas parceiras. SANTOS, Luís Henrique Sacchi dos (PPGEdu/ULBRA); OLIVEIRA, Dora Lúcia C.L. (PPGE/UFRGS) 23

24 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Se, por um lado, as campanhas vêm interpelando, principalmente, a mulher (buscando capacitá-la para a negociação do uso do preservativo), por outro, elas têm culpado ou responsabilizado os homens pela transmissão do HIV/AIDS para o espaço doméstico e não trabalham, em nenhum momento, de modo a considerar homens e mulheres de forma relacional e a transmissão heterossexual do HIV/AIDS como um risco compartilhado (Meyer et al., 2004). As mulheres são apresentadas como agentes autônomos que têm o poder de decidir sobre a natureza de suas relações heterossexuais, aí incluídas a capacidade para autoproteger-se, negociando/impondo o uso da camisinha em todas as suas relações sexuais (Oliveira, 2001). SANTOS, Luís Henrique Sacchi dos (PPGEdu/ULBRA); OLIVEIRA, Dora Lúcia C.L. (PPGE/UFRGS) 24

25 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Carnaval Sem Camisinha Nem Pensar O Ministério da Saúde utilizou o talento e a credibilidade da atriz Cláudia Jimenez para alertar os foliões do carnaval de 2002 sobre a necessidade do uso de preservativo em todas as relações sexuais. A atriz faz o papel da consciência pesada de um indivíduo que, sob os efeitos do álcool, não usa preservativo nos dias de festa. Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 25

26 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Homens que fazem Sexo com Homens (HSH) Voltada para os homossexuais, essa campanha de prevenção teve por objetivo estimular o uso freqüente da camisinha nas relações sexuais entre homens e reduzir o preconceito da sociedade, em particular entre profissionais de saúde e da educação, em relação às diferenças sexuais. Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 26

27 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Carnaval Campanha de carnaval estimula adolescentes a usarem camisinha Protagonizada pela cantora Kelly Key, essa campanha procura estimular as jovens que iniciam a vida sexual a tomarem para si a responsabilidade da prevenção à aids, exigindo que o parceiro use o preservativo e não tendo vergonha de comprá-lo ou carregá-lo na bolsa. É voltada para a população jovem, principalmente adolescentes do sexo feminino. Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 27

28 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Carnaval Pela camisinha não passa nada. Use e confie. Campanha elaborada para aumentar a credibilidade das pessoas com relação à eficácia do preservativo, fornecendo informação e orientação direta a respeito da segurança do preservativo e da maneira correta e consistente do uso da camisinha. Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 28

29 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
 Dia Mundial 2004 Mulher sua história é você quem faz Sabendo que quase metade das pessoas que vivem com HIV no mundo são mulheres. Essa campanha incentiva atitudes que a sociedade - homens e mulheres - precisa aprender a respeitar e a valorizar. Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 29

30 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
 Dia Mundial Aids e Racismo. O Brasil tem que viver sem preconceito O Dia Mundial de Luta Contra a Aids deste ano tem como tema no Brasil a aids e o racismo. Este tema foi escolhido partindo da perspectiva de que a população negra nunca foi alvo de campanhas de prevenção e ela representa 47,3% da população brasileira, segundo o IBGE. Slogan: "Aids e Racismo. O Brasil tem que viver sem preconceito." Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 30

31 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
 Carnaval Camisinha, não saia sem ela.  A campanha de carnaval de 2006 do Ministério da Saúde terá como tema a promoção do uso do preservativo e a importância de lembrar da camisinha antes de sair para o carnaval. O slogan “Camisinha, não saia sem ela”, será aplicado no filme e nas peças de apoio da campanha. A audiência prioritária para esta campanha é de foliões, independente do sexo e gênero, faixa etária e da classe social.  Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 31

32 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Dia Mundial A vida é mais forte que a aids   A campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids deste ano terá como foco as pessoas que vivem com HIV/aids, tendo como base o conceito de Prevenção Posithiva. Tema: Viver com HIV/Aids Slogan: "A vida é mais forte que a aids." Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 32

33 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Carnaval 2007: Prazer com tranqüilidade A campanha de carnaval  deste ano terá como tema o preservativo com o slogan "Com camisinha, a alegria continua durante e depois da festa".  “Vivendo com aids ou não, use camisinha e fique tranqüilo”, com a idéia de incluir as pessoas que vivem com HIV nas campanhas oficiais de massa. Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 33

34 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
 Dia Mundial Sua atitude tem muita força na luta contra a Aids A campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids de 2007 tem como foco principal os jovens entre 14 e 24 anos. O foco são as mulheres e os homossexuais dessa faixa etária. A protagonista da campanha é a cantora Negra Li. Tema: O jovem e seu direito de exercer sua sexualidade e de usar o preservativo. Slogan: “Sua atitude tem muita força na luta contra a Aids”. Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 34

35 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Carnaval Bom de cama é quem usa camisinha A campanha de carnaval dá continuidade ao tema do Dia Mundial de Luta Contra a Aids de A cantora Nega Li é a personagem da Campanha O foco continua sendo o jovem, e a chamada principal “Qual a sua atitude na Luta Contra a Aids?”, também permanece. Tema: O papel do jovem na prevenção à aids.“  Slogan: "Qual a sua Atitude na Luta Contra a Aids?" Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 35

36 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Dia Mundial Sexo não tem idade. Proteção também não. A Campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids em 2008 tem como público-alvo a população heterossexual com mais de 50 anos de idade. O foco são homens maduros das classes C e D. Tema: Pessoas com mais de 50 anos, homens maduros. Slogan: “Sexo não tem idade. Proteção também não.” Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 36

37 Um recorte de gênero na comunicação da AIDS Ministério da Saúde
Carnaval Sexo não tem idade para acabar. Proteção também não.   A campanha de Carnaval 2009 terá como público prioritário a população feminina com mais de 50 anos. Bloco da Mulher Madura Slogan: Sexo não tem idade para acabar. Proteção também não. Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde 37

38 “A fim de promover a competência feminina para a auto-proteção contra o HIV/AIDS nas relações sexuais, as campanhas oficiais de prevenção precisam, antes de tudo, promover a redução das vulnerabilidades sociais das mulheres (aí incluídas as produzidas pelas desigualdades de poder de gênero), investindo em ações que extrapolem o campo específico da saúde.” 38

39 A PRÁTICA DA COMUNICAÇÃO EM SAÚDE
A comunicação participa de maneira direta dos processos decisórios. Está junto de áreas técnicas. Atua na tomada de decisões, no impacto e na forma de transmitir determinado assunto ao público. Mensagem de um novo medicamento, o que está por detrás é comunicação. Quando um agente do programa Estratégia de Saúde da Família chega à casa de um brasileiro no interior do Ceará, ele tem por obrigação se comunicar com o paciente. A comunicação para prevenção em saúde não depende, para ser bem-sucedida, apenas da simples difusão de informações. Maior efetividade, a comunicação dirigida deve ser adotada cotidianamente. Transmitir e conduzir informações, estabelecendo uma comunicação orientada e freqüente com o público identificado Foram formados conselhos e associações para defender o direito de minorias, para reivindicar mais recursos e solicitar melhor atendimento na saúde pública.

40 COBERTURA DE SAÚDE PELA IMPRENSA
Espaço ainda pequeno. Temas como política e economia têm mais destaque no noticiário nacional. Década de surgiram em grandes veículos de comunicação espaço maior para o tema. A prevenção e promoção de saúde começaram a ser mais abordados pelas autoridades de saúde, o que gerou uma cobertura maior do setor Fim da década de 1990 e início dos anos boom da internet, somado à segmentação de mercado. Dezenas de sites de notícias e publicações para saúde. Qualidade não é quantidade.  Pesquisas de opinião: menos saúde pública, mais saúde individual. Serviços. Leitores acreditam que área de saúde deve ser a prioridade do governo Paes Publicada em 09/04/2009 às 15h50m ( O Globo)

41 MÍDIA DE SAÚDE NO BRASIL
Jornais - 1 página diária de Folha de S.Paulo para os dois temas Pesquisa interna na Folha revela que leitores querem saber sobre sua saúde e não sobre saúde pública “uma perspectiva mais crítica, buscando contextualizar a informação sobre saúde, denunciando práticas lesivas ao interesse público, desmistificando certas relações hipócritas da indústria da saúde”, Wilson da Costa Bueno – professor da USP - 2 a 3 páginas diárias no Estado de S.Paulo - 1 pedaço de página no O Globo + Revista Pesquisa interna diz que saúde está entre os temas prediletos dos leitores - 1 página diária no Correio Braziliense + Revista

42 MÍDIA DE SAÚDE NO BRASIL
Revistas - Capas mais vendidas são sobre o tema saúde (semanais: Veja, Época, Isto É e Carta Capital. Setoristas: Galileu, Super e Saúde) Sites e Portais - O tema saúde sempre está presente. Muitas vezes, associados a estética e beleza   Televisão - Globo News // Espaço Aberto Ciência e Tecnologia e criado há 1 mês um na área de Saúde. Muitas matérias de serviço e divulgação de pesquisa em todos os telejornais. - Record, Band e SBT // fazem reportagens sobre o tema, mas ainda não é um assunto diário.

43 PROBLEMAS DA COBERTURA
A - Pouco espaço para notícias de saúde para a população, embora tenha crescido nesses últimos anos. Há vários cadernos de esportes. E de saúde, existe? B - Falta de profissionais especializados. O que gera muitas vezes notícias sendo divulgadas de maneira errada. C - Conflito mercadológico: jornal precisa vender x informações verídicas. Tem de se ter cautela na hora de divulgar e anunciar novas descobertas para tratamento de doenças. Há muito sensacionalismo. Exemplo: Carlos Bloch e a cura do câncer. D - Relação perniciosa: semelhante a que ocorre entre médicos e laboratórios farmacêuticos. Interesses comerciais (aumentar número de anunciantes e fatura da publicidade em publicações).

44 PROBLEMAS DA COBERTURA
E - O olhar quase sempre negativo. Apontando problemas. Parece que uma iniciativa seja governamental ou vinda de outro setor nunca pode ser positiva. F - Falta de qualificação de algumas fontes. Os jornalistas, na correria do dia a dia, acabam entrevistando a fonte que está mais disponível. G – Falta de acuidade na tradução do conhecimento científico e médico. H - Olhar superficial

45 COMUNICAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Controle social é a participação da sociedade civil no planejamento, execução, acompanhamento, avaliação e fiscalização de políticas públicas de toda a sorte. Compartilhar responsabilidades para aumentar a eficácia e efetividade da política; proporcionar transparência às ações do poder público local; e garantir o acesso das pessoas ao bem referido. “A concepção desse novo direito de cidadania ativa, no campo da saúde, confere à informação jornalística sobre saúde, sobre políticas públicas e terapias de saúde, um valor político na esfera da cidadania, além, de seus valores pedagógicos tradicionais em campanhas sanitárias e na medicina preventiva, ou de seu entendimento como ‘jornalismo de serviço’”. (Kucinski 2000). O local ocupado pela sociedade civil organizada é um espaço político. A relação da comunicação e controle social está ligada aos espaços de fala ocupados na mídia. Existem questionamentos:

46 COMUNICAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Há representatividade de todos os setores quando uma notícia é divulgada? Como garantir esse espaço? E como fazer para que as informações sejam repassadas fidedignamente para a sociedade?  O controle social pode ser feito de diversas maneiras. Por exemplo, no campo da saúde, a sociedade civil tem atuação marcante. Ela se organizou e começou a atuar baseada no calendário anual. Atuação do Conselho Nacional de Saúde. A lei 8.142, de 1990, instituiu os conselhos e as conferências de saúde como instrumentos do controle social. Participação dos diversos segmentos da sociedade na definição de políticas públicas de saúde. O CNS é formado por 32 conselheiros com seus respectivos suplentes, representantes de entidades e instituições dos segmentos governo, prestadores de serviços privados de saúde, profissionais de saúde e usuários.

47 ATUAÇÃO DO CONTROLE SOCIAL
Defende-se que quem comunica tem de entrar em todas as etapas - do planejamento à execução e avaliação, das ações de saúde. Atuar como um gestor estratégico para que a informação chegue ao público da melhor maneira e com linguagem adequada. (1 ) Dengue As soluções não se restringem às opções técnicas. É necessário envolver a população, os agentes de saúde e os gestores públicos para que uma cadeia de ações seja ativada e, assim, o controle seja efetivo. ( 2 ) Aids A Aids chegou ao Brasil em Com a movimentação dos grupos organizados e a articulação da sociedade civil, a política pública do governo brasileiro se tornou exemplar e destacada em diversos lugares do mundo.

48 ATUAÇÃO DO CONTROLE SOCIAL
No Brasil, as entidades e organizações não governamentais ganharam musculatura na década de Fortalecimento do terceiro setor. Sociedade exigiu política de transparência, principalmente, quando se fala em verbas públicas. Atuação do Ministério Público. Organização do pensamento do controle social. Em 2002, foi publicada no Brasil, o livro: O arsenal da democracia: sistemas de responsabilização da mídia, de autoria do francês Claude-Jean Bertrand Publicação mostra como foram formados os conselhos de imprensa e códigos de ética jornalística. Narra como foi o surgimento de publicações especializadas em crítica de mídia. Jornais criaram ombudsman. Pesquisas acadêmicas exploraram o aperfeiçoamento da mídia, campanhas e movimentos de "consumidores de mídia".

49 ATUAÇÃO DO CONTROLE SOCIAL
Os instrumentos de controle social da mídia, como a campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania", ganharam pujança e visibilidade e acumularam experiência para o prosseguimento da batalha contra-hegemônica Exemplo de abuso: a concessão para meios de comunicação, como a televisão e o rádio no Brasil, são públicos. Governo paga por inserções de utilidade pública. ATUAÇÃO DO CONTROLE SOCIAL

50 COMUNIDADES E REDES VIRTUAIS
 Dados da última pesquisa F/Radar mostram que o Brasil possui 66 milhões de internautas. Sendo que metade se relaciona por meio de mensagens no Orkut. A revista americana Fortune, que mensalmente divulga um ranking com as 500 maiores empresas do mundo, revelou que, em fevereiro de 2009, das 100 primeiras empresas da lista, 36 usavam o Twitter. No Brasil, dados do Ibope mostram que o número de internautas residenciais brasileiros que visitou o serviço pulou de 344 mil em fevereiro para 677 mil em março - um aumento de quase 97%. As redes sociais e comunidades virtuais (Orkut, MySpace, Facebook, Twitter,You Tube, blogs) vieram para ficar. Revolução no comportamento  

51 COMUNIDADES E REDES VIRTUAIS
O conceito de redes sociais responde a uma compreensão da interação humana de modo mais amplo que o de comunidade. Cada indivíduo constrói sua própria rede de relações. Comunidades podem debelar campanhas contra determinado produto ou ação de governo e empresas. Muitas empresas atuam nessas comunidades virtuais fazendo um fluxo de informações para defender. Exemplo 1: Com o noticiário sobre Influenza A.   Associações do setor de saúde e representantes da sociedade civil, com intenção de verem suas bandeiras defendidas e de ganharem visibilidade, têm cada vez mais usado essas ferramentas. Contra-fluxo de informação Exemplo 2: Associações de renais crônicos de Goiânia.

52 COMUNIDADES E REDES VIRTUAIS
 Dados da última pesquisa F/Radar mostram que o Brasil possui 66 milhões de internautas. Sendo que metade se relaciona por meio de mensagens no Orkut. A revista americana Fortune, que mensalmente divulga um ranking com as 500 maiores empresas do mundo, revelou que, em fevereiro de 2009, das 100 primeiras empresas da lista, 36 usavam o Twitter. No Brasil, dados do Ibope mostram que o número de internautas residenciais brasileiros que visitou o serviço pulou de 344 mil em fevereiro para 677 mil em março - um aumento de quase 97%. As redes sociais e comunidades virtuais (Orkut, MySpace, Facebook, Twitter,You Tube, blogs) vieram para ficar. Revolução no comportamento  

53 CONTROLE SOCIAL E GÊNERO
 Dentro desse contexto, aparecem as questões de controle social e gênero. O poder está nas mãos de quem? TV Globo, O Globo, G1 e Editora Globo – João Roberto Marinho SBT – Silvio Santos Band, Band News, Radio Band – João Carlos Saad Record e Record News – Bispo Edir Macedo Grupo Estado – Ruy Mesquista Grupo Folha – Otávio Frias Filho Grupo Abril – Roberto Civita O seminário A Imagem da Mulher na Mídia, em 2007, foi umas das reações a essa prevalência absoluta do homem e de sua visão. Estabelecimento de um padrão estético para mulheres do jornalismo televisivo; a pouca presença nos postos mais altos da comunicação; a forma como as mulheres são expostas nas notícias e na publicidade etc.

54 COMUNICAÇÃO E BIOÉTICA
Onde a Bioética entra nas questões apresentadas? No que ela pode ajudar em reflexões para melhorias na área de saúde pública? A Bioética faz uma reflexão da responsabilidade social nos dias de hoje. É um tema que vem sendo analisado e debatido por estudiosos e profissionais de comunicação, jornalistas, relações públicas e publicitários. Conceito de empresas sustentáveis, com responsabilidade. Questão de mercado. Sociedade de consumo exigiu. Uma empresa socialmente responsável é aquela que está empenhada em construir uma relação ética, transparente e solidária com os mais diversos públicos. E para isso, precisa de profissionais com esse perfil também.

55 COMUNICAÇÃO E BIOÉTICA
 Princípios norteadores: = Verdade envolve o rigor informativo (clareza, precisão e exatidão), a neutralidade (separar o que é informação de opinião), bem como os procedimentos discursivos que devemos praticar; = Justiça envolve a imparcialidade com que informamos o cidadão e a maneira como tratamos os grupos sociais desfavorecidos; = Liberdade, por sua vez, envolve o nosso posicionamento e independência perante os condicionamentos externos, tais como os controles políticos, comerciais e as relações com as fontes; = Responsabilidade é um princípio que está relacionado diretamente com a segurança das pessoas, com a privacidade e a sustentabilidade social, que devemos respeitar.

56 COMUNICAÇÃO E BIOÉTICA
A Bioética latino-americana, que tem uma posição mais política e atua de maneira mais atentas à situação dos vulneráveis, defende que haja um estímulo nas políticas públicas voltadas à educação da população. Bioética de intervenção, que quer influir nas políticas públicas e nas medidas para diminuir as diferenças sociais: = Fortalecer as redes sociais, virtuais e a sociedade civil organizada para que elas sejam um contraponto do sistema político e econômico vigentes; = Atuar e intervir para questões econômicas para criação de um mundo mais justo; = Incentivar a criação de fóruns de debates para discutir o tema controle social e se organizar para uma atuação mais política. = Combater o imperialismo moral e econômico que estabeleceram as regras da comunicação dentro do país. O poder fica nas mãos de poucos que manipulam as informações de acordo com interesses próprios. Aqui, entra o conceito de transparência e uma maior consciência política da sociedade.

57 REFLEXÕES E DESAFIOS Comunicação unidirecional x comunicação em rede
Custos de mídia em saúde x concessão pública Comunicação científica x comunicação popular Vozes caladas x discursos dominantes Novas TICs x acesso Poder x saber (relações simbólicas e sociais assimétricas) Saúde: compromisso individual x compromisso coletivo Poder da informação x informação que dá poder 57

58 REFLEXÕES E DESAFIOS A comunicação deveria ter caráter mais educativo. Ser trabalhada desde os primeiros anos de vida para mostrar que a verdade e o bem comum são dois pontos fortes da vida humana que devem ser respeitados, independente do caminho futuro que a pessoa escolher na vida. Dar condições para que o indivíduo tenha autonomia e consciência de seu papel de cidadão. 58

59 Referências bibliográficas
ARAÚJO, Inesita. Cartografia da comunicação em saúde. Disponível em < acesso em 24 jun 2009. Bueno, Wilson da Costa. A cobertura de saúde na mídia brasileira: os sintomas de uma doença anunciada. In Mídia e Saúde. Issac Epstein …[et al.] organizador. Adamantina: UNESCO/UMESP/FAI, 2001,pp Costa, Rogério da. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva. Interface (Botucatu), Ago 2005, vol.9, no.17, p ISSN Epstein, Isaac. Introdução, in Mídia e Saúde. Isaac Epstein...[et al.], organizador. Adamantina: UNESCO/UMESP/FIA, 2001, pp Henriques, M.S. Comunicação e estratégias de mobilização social. 2.ed. Belo Horizonte: Autentica, 2004. Jr Tomaz, Rogério. Democratização da comunicação – avanços no controle social da mídia. In Observatório da Imprensa. Acessado em 21/06/09: Kucinski, Bernardo. Jornalismo, saúde e cidadania, in Interface – Comunicação, Saúde e Educação, n° 6, fevereiro 2000, pp Portal DST-AIDS do Ministério da Saúde < acesso em 30 junho 2009.  Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. coletânea de comunicação e informação em saúde para o exercício do controle social. Brasília: Editora do Ministério da Saúde,         Montoro, T.; Bulcão, A. Relatório de pesquisa. Gestão da comunicação aplicada à vigilância em saúde: a percepção dos gestores. Brasília: Pós-graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília,             Montoro, Tânia. Retratos da comunicação em saúde: desafios e perspectivas. Interface (Botucatu), Jun 2008, vol.12, no.25, p ISSN Rangel-S, Maria Ligia. Dengue: educação, comunicação e mobilização na perspectiva do controle - propostas inovadoras. Interface (Botucatu), Jun 2008, vol.12, no.25, p ISSN SANTOS, Luís Henrique; OLIVEIRA, Dora Lúcia C.L. GÊNERO E RISCO DE HIV/AIDS NAS CAMPANHAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE ATRAVÉS DA MÍDIA Disponível em < acesso em 24 jun 2009. Werneck, N.; Toro, B. Mobilização social: uma teoria para universalização da cidadania. In: Montoro, T. (Org.). Comunicação e mobilização social. Brasília: Editora UnB, p        59

60 Agradecemos a audiência
Bom fim de semestre!


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