2º BIMESTRE PATRICIA TENDOLINI OLIVEIRA

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Transcrição da apresentação:

2º BIMESTRE PATRICIA TENDOLINI OLIVEIRA ECONOMIA BRASILEIRA 2º BIMESTRE PATRICIA TENDOLINI OLIVEIRA

GOVERNO SARNEY – QUADRO INICIAL Economia voltando a crescer depois da recessão Balança de Transações Correntes em equilíbrio Inflação acelerando – 215% a.a. 1979 - aumento do preço do petróleo - custos 1983 - maxidesvalorização - custos de importados déficit público aumento da população, sem aumento da oferta de alimentos retomada do crescimento e pressão da demanda Início: indefinições na condução política econômica Dornelles - gradualismo ortodoxo congelamento de preços refaz cálculo da correção monetária e desvalorização cambial. Queda da inflação Ago/85, aumento dos preços agrícolas em 19%

DIAGNÓSTICO DA INFLAÇÃO Inflação de demanda:causada pelo excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços Política ortodoxa: Política monetária ou política fiscal Redução da demanda agregada (mais sensível do que oferta) Gastos Públicos; Redução do consumo privado Inflação de Custos: custo de alguns insumos importantes da economia aumentam de forma a serem repassados aos preços dos produtos Salários e monopólios Inflação Inercial: Componente de realimentação pela inflação passada: Inércia inflacionária é decorrente de contratos com cláusulas de indexação Desindexação Plano Larida: Estabilizar preços sem restringir demanda, Moeda indexada paralela à moeda oficial Choque heterodoxo: Congelamento – inflação zero

PLANO CRUZADO - MEDIDAS Ministro Dílson Funaro - 28/02/1986 Substituição da moeda: CR$ 1000,00 = CZ$ 1,00 SALÁRIOS: poder de compra últimos 6 meses + abono 8% (16% SM) + gatilho (reajuste toda vez que a inflação atingisse 20%) PREÇOS: congelados ao nível de 28/02/1986 - Tabela da Sunab CÂMBIO: Fixação da taxa de câmbio – US$ 1,00 = Cz$ 13,84 – evitar pressões inflacionárias de importados ATIVOS FINANCEIROS: ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) é substituída pela OTN (fixa por 12 meses) - tentativa de desindexação (fim da correção monetária). Apenas poupança (trimestral), FGTS e PIS-PASEP continuaram a ser corrigidos. Tablita para contratos prefixados – acabar com o problema de inflação embutida nas obrigações financeiras Ausência de metas monetárias e fiscais

PLANO CRUZADO – RESULTADOS Congelamento – queda imediata da inflação Grande apoio populacional inicial: Fiscais do Sarney Crescimento de 20% nos postos de trabalho e queda do desemprego de 4,4% (mar/86) para 3,8% (jun/86) Crescimento econômico (produção industrial 8,3%) e aumento da demanda: Crescimento anterior Política salarial expansionista Aumento da renda real – Efeito estabilização gera ganho de renda à população (fim do imposto inflacionário) Ilusão monetária – queda nos juros nominais Expansão da oferta de moeda e taxas de juros baixas

PLANO CRUZADO – RESULTADOS Crescimento - pressão sobre vários mercados: Pressiona alguns setores de bens de consumo escassez e filas – carne leite e automóveis ágios e maquiagens Justificativa: preços defasados no momento do congelamento, gerando distorções de preços relativos Problemas na Balança Comercial e nas contas externas Importação de produtos que sofriam desabastecimento Valorização real de nossa moeda (embora nominalmente o câmbio estivesse fixo) Especulação com o fim do congelamento – saída de dólares e aumento de importações e queda nas exportações

CRUZADINHO Ajuste Fiscal– primeira tentativa tímida de conter a demanda Tentativa de desaquecer o consumo Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND): empréstimo compulsório (por 3 anos)- gasolina, automóveis e passagens aéreas internacionais. Imobilismos – questões políticas Expectativa de descongelamento impulsiona ainda mais a demanda

CRUZADO II baixado seis dias depois de o Governo ter obtido a maior vitória eleitoral da história da República: a totalidade dos governadores, e quase dois terços da Câmara e do Senado e das Assembléias Legislativas Câmbio passa a sofrer minidesvalorizações diárias Contenção déficit público: impostos das bebidas e cigarros foram reajustados Saída descoordenada do congelamento Elevação da taxa de juros real Reintrodução de mecanismos de indexação alterou o cálculo da inflação Inflação disparou, os combustíveis subiram 60,16%, automóveis 80%, bebidas 100%. Moratória, suspendendo o pagamento da divida externa em 20 de janeiro de 1987.

PLANO CRUZADO – CONCLUSÔES HERANÇAS: Queda nas vendas (queda no salário real, elevação nos juros) Inflação Queda nas exportações e aumento das importações: queda nas reservas Moratória – 20/01/87: Suspensão por tempo indeterminado dos pagamentos de juros da dívida externa aos bancos privados aumento do déficit público decepção da população CRÍTICAS AO PLANO CRUZADO Política salarial Congelamento longo demais Ausência de políticas monetária e fiscal ativas Defasagem dos preços públicos – piora da situação fiscal do governo Ausência de realinhamento prévio órgãos controladores não preparados consumidor aceita ágio sobre produtos (não considerado na inflação) Erro de diagnóstico de que a inflação era puramente inercial

PLANO CRUZADO – BALANÇA COMERCIAL

PLANO CRUZADO - INFLAÇÃO

PLANO BRESSER 12/06/1987 - Ministro Luis Carlos Bresser Pereira Seqüelas do Cruzado: Perda de apoio político Déficit Público 6,7% do PIB em 1987 Moratória Ensinamentos: necessidade controlar demanda, atenção com contas externas, cuidado com problemas distributivos, congelamento não por tempo indefinido e cuidado com descongelamento Diagnóstico de inflação inercial e de demanda (maio – 26%) Intenções do Novo Ministro: Desenvolvimento econômico Inflação Déficit público

PLANO BRESSER - MEDIDAS SALÁRIOS: congelados por 3 meses (fim do gatilho salarial) resíduo inflacionário (gatilho) pago em seis parcelas a partir de setembro nova base de indexação pós-congelamento - URP (Unidade de Referência de Preços): corrigia o salário dos 3 meses seguintes a partir de uma taxa com base na média geométrica da inflação dos 3 meses anteriores. IPC (Índice de Preços ao Consumidor): mudança na base de cálculo para 15/06, sendo que os aumentos foram incorporados à inflação de junho, de modo a evitar que se sobrecarregasse a inflação de julho. PREÇOS: congelados de por 3 meses. Correções futuras deveriam se basear na URP. Vários preços, em especial os públicos, foram aumentados antes do plano. CÂMBIO: desvalorização de 9,5% em 12/06 . Não congelada, mantendo minidesvalorizações – retomadas as negociações com o FMI Ativos financeiros: contratos pós-fixados mantidos. Prefixados - Tablita. Políticas monetária e fiscal ativas: taxa de juros real positiva e aumento dos preços públicos

PLANO BRESSER - RESULTADOS Queda inicial da inflação – 3,1% Perda do poder aquisitivo dos salários Queda do comércio e na produção industrial Resultado positivo na Balança Comercial EVOLUÇÃO agosto: pressão inflacionária - governo permite reajustes em até 10%. outubro: ajustes autorizados - 15%. Negociações para reposição salarial e medo de novas perdas. Expectativa de novo congelamento

PLANO BRESSER - CONCLUSÕES TENTATIVA DE CORRIGIR OS ERROS ANTERIORES Congelamento em menor prazo Alinhamento das tarifas públicas Minidesvalorizações cambiais Políticas monetária e fiscal ativas Política salarial recessiva PROBLEMAS PLANO BRESSER Perdas salariais e descontentamento Descongelamento: reposições salariais - reindexação Fragilidade da contenção monetária e fiscal Fragilidade política

PLANO BRESSER – BALANÇA COMERCIAL

PLANO BRESSER - INFLAÇÃO

POLÍTICA DO FEIJÃO COM ARROZ jan/1988 - dez/1988 - Ministro Maílson da Nóbrega Meta: estabilização da inflação em 15% - ortodoxia redução do déficit público suspensão do reajuste salarial dos funcionários públicos por 2 meses congela saldos dos empréstimos ao setor público Resultados: 1º semestre inflação abaixo de 20% a.m governo insistia que não haveria congelamento desaquecimento da demanda agregada 2º semestre: aumentos sazonais (agrícolas) pressão dos preços administrados reanima-se a discussão sobre a reindexação da economia, ressurgindo o medo do congelamento, o que gera aumento defensivos. Pacto Social: novembro - (refreamento nos ajustes de preços e salários). Mas o pacto perde força.

PLANO VERÃO - MEDIDAS 14/01/1989 – Ministro Maílson da Nóbrega CZ$ 1000,00 = NCZ$ 1,00 (Cruzado Novo) Políticas ortodoxa e heterodoxa Choque heterodoxo: desindexação: suspensão de todos os mecanismos de realimentação da inflação (fim da URP) sem fixar novas regras de indexação salários: convertidos pela média dos últimos 12 meses, mais URP de janeiro Fim da correção em fevereiro – nova regra deveria ser estabelecida por empresários e trabalhadores até 15 de abril. nova política salarial de reajustes diferenciados: até 3 sm reajustes mensais de acordo com a variação do IPC; de 3 a 20 sm reajustes trimestrais; superior a 20 sm negociações livres.

PLANO VERÃO - MEDIDAS Preços: congelados por tempo indeterminado. véspera, aumento de preços públicos e administrados (pão, 33,3%; leite, 47,5%; tarifas postais, 63,5%; tarifas telefônicas, 35%; energia elétrica, 14,8%; gasolina, 19,9%; álcool, 35,5%) Nova base para o IPC, para expurgar inflação do período do plano câmbio: desvalorização de 18% antes do plano e fixo depois - NCZ$ 1,00 = US$ 1,00 cotação do dólar no mercado paralelo é estável nos dois primeiros meses com cerca de 70% acima da taxa oficial; em abril o ágio volta a crescer, em maio atinge 200% ativos financeiros: tablita de conversão OTN - indexador de contratos pós-fixados foi extinta contratos – congelados

PLANO VERÃO - MEDIDAS Políticas ortodoxas: contenção da demanda ajuste fiscal: redução das despesas de custeio: reforma administrativa (redução de 5 ministérios) redução de despesas com pessoal privatizações rigidez na redução financeira do Tesouro, com limitações à emissão de títulos da dívida pública. Política monetária: aumento dos juros reais de curto prazp (para inibir especulação) controle do crédito ao setor privado. Redução das pressões com moeda estrangeira.

PLANO VERÃO – RESULTADOS Elementos de risco: falta de credibilidade no governo; políticas de juros elevados; dificuldade na política de ajuste fiscal - eleições; hiperinflação em caso de fracasso com a eliminação da OTN e URP. Realinhamento de preços/descongelamento: em maio com reajustes de preços dos automóveis, passagens aéreas e combustíveis; descongelamento intensificado para os produtos administrados e serviços públicos; estratégia: manter sobre controle oficial os preços de alguns segmentos e liberar setores competitivos; o descongelamento acelerou a inflação alcançando 9,9%am; combate da inflação em junho pela elevação da taxa de juros. Reindexação da economia: criação de novo indexador oficial, BTN, sucedendo a extinta OTN, corrigida mensalmente com base no IPC; estabelecida novas regras de descongelamento e reajustes trimestrais de preços

PLANO VERÃO - CONCLUSÕES Fracasso do Plano pela falta de credibilidade no governo; não solucionou a distribuição de renda nem os desequilíbrios estruturais na economia, considerados focos inflacionários; altas transferências de recursos reais para o exterior; política monetária se acomodou pelo desequilíbrio das contas do governo que se agravou; os congelamentos perdem eficácia no combate à inflação; variações bruscas nos ciclos “congelamentos/flexibilização”, que tem reflexos negativos nos investimentos; baixa taxa média de crescimento da economia nesse período.;

PLANO VERÃO – BALANÇA COMERCIAL

PLANO VERÃO - INFLAÇÃO

PLANO COLLOR Governo Collor Pensamento neoliberal reorientação do desenvolvimento brasileiro redefinição do papel do estado Motor do desenvolvimento – setor privado Desregulamentação da economia Abertura Econômica Tornar o país mais atrativo para o investimento externo Reduzir o tamanho do estado na Economia Tornar exportações mais competitivas (modernização/privatização) Conter Processo Inflacionário

PLANO COLLOR Diagnóstico de inflação Proposta Fragilidade financeira desequilíbrio orçamentário (descontrole monetário e fiscal) indexação dos ativos financeiros elevada e crescente liquidez dos haveres financeiros e monetários ilusão monetária: queda do retorno nominal e dificuldade de cálculo dos juros reais eleva a demanda de consumo expectativa e risco de volta da inflação: juros correntes são vistos com desconfiança - antecipação do consumo Proposta desindexação parcial da economia e desoneração do pagamento de juros sobre a moeda indexada (contas remuneradas – overnight – que tinham como contrapartida títulos públicos e privados) Moeda indexada apresentava liquidez absoluta e rendimento acima da inflação

PLANO COLLOR - MEDIDAS Plano Collor – Ministra Zélia Cardoso de Mello – 15/03/1990 Medidas CR$ substituiu o NCZ$ congelamento dos depósitos do overnight, contas correntes ou poupança que excedessem NCz$ 50.000 (~US$ 1.300) por 18 meses, com remuneração real de 6%. O dinheiro seria devolvido em 12 parcelas a partir de setembro de 1991. Representou o bloqueio de US$ 10 bilhões: metade dos depósitos à vista, 80% das aplicações em overnight e 1/3 dos depósitos em poupança. Medidas fiscais: Eliminação de incentivos fiscais, Medidas de redução da sonegação fiscal Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), imposto sobre grandes fortunas, Indexação de impostos, Aumento do IPI Redução dos ministérios de 23 para 12, Extinção de institutos governamentais Intenção de demitir 360 mil funcionários Aumento dos preços públicos Intenção de iniciar privatizações

PLANO COLLOR - MEDIDAS congelamento de preços e salários por 45 dias com ajustes posteriores baseando-se na inflação esperada. Setor externo liberação do câmbio redução gradual de tarifas O que havia: Lei do Similar Nacional, Programas Especiais de Importação, Licenças de IMportação

PLANO COLLOR – RESULTADOS Impacto redução na liquidez, redução do poder de compra da população retração das atividades econômicas (queda no PIB e, principalmente no PIB industrial): 2º trimestre de 1990 houve queda de 7,8% do PIB. No 3º trimestre, com a liberação de parte dos ativos bloqueados, houve crescimento. O Ano fechou com queda de 4,4%. pressões que levam o governo a liberar parte dos depósitos bloqueados rápida remonetização (em dois meses – 60%) déficit primário de 8% passou a superávit de 1,2% - entretanto, medidas artificiais/temporárias inflação baixa para 11,3% em abril, mas retoma tendência ascendente em julho Setor externo: volume do comércio aumentou, mas os saldos da Balança Comercial foram inferior ao registrado em 1989. Queda nas exportações: queda dos preços das commodities, menor participação do café, retração da economia mundial; Aumento das importações: liberdade comercial, aumento do preço do petróleo com a aceleração inflacionária, a moeda começa a se valorizar – governo intervém no mercado.

PLANO COLLOR – CONCLUSÕES Fracasso Confusão entre fluxo e estoque: Bloqueio restringia o estoque da moeda indexada, mas não acabava com o processo que a criava (fluxo) Fracasso do ajuste fiscal Congelamento de preços ineficaz Governo cede a pressões e libera os recursos antes do planejado.

PLANO COLLOR II Plano Collor II - 1º de fevereiro de 1991 Reforma financeira Fim do overnight e criação do FAF Composição deveria ter 43% de papéis do governo federal e estadual e rendimento deveria basear-se na TR TR (taxa referencial) era calculada a partir das futuras taxas de papéis privados e federais Tentativa de eliminar a “memória inflacionária” Extinção da BTN Contenção das despesas estatais Bloqueio dos orçamentos dos ministérios da educação, saúde, trabalho e bom estar social – deveria ser consultado o ministério da fazenda Redução das transferência para estados e municípios

PLANO NADA Maio de 1991 – Marcílio Marques Moreira Plano Nada: contrário ao tratamento de choque. Tentativa ortodoxa. Controle do caixa do governo e dos meios de pagamento Corte em despesas (funcionalismo) Corte em investimentos Reforma fiscal Preocupação com a dívida externa e reaproximação do sistema financeiro internacional Descongelamento de preços Preparação para o desbloqueio Restrição ao crédito

PRIVATIZAÇÕES

ABERTURA ECONÔMICA

FLUXO DE INVESTIMENTO DIRETO

PLANO COLLOR – BALANÇA COMERCIAL

PLANO COLLOR – INFLAÇÃO

PLANO REAL PLANO REAL Inflação Inercial: Congelamento de preços e salários Simulação dos efeitos de uma hiperinflação com o convívio de duas moedas, uma boa e uma ruim, coma 1ª substituindo a segunda ao longo do tempo. Plano Real – contextualização: Plano gradual, sem surpresas, como nos anteriores Fluxo de recursos favorável Abertura econômica

PLANO REAL – FASES 1ª fase: política ortodoxa - 1993 Ajuste fiscal - para equalizar o desequilíbrio orçamentário da União IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) FSE (Fundo Social de Emergência) - diminuição de algumas transferência da União, liberando algumas r4eceitas previamente comprometidas PAI (Plano de Ação Imediata) – ajuste fiscal paralelamente, procurou-se acumular reservas cambiais para dar condições ao Banco Central de administrar as políticas monetárias e fiscal Criação do Cruzeiro Real (CR$) em agosto de 1993 – Cr$ 1000, 00 = CR$ 1,00)

PLANO REAL – FASES 2ª fase: política heterodoxa URV (Unidade Real de Valor) - tentativa de eliminar a inércia inflacionária Valor da URV em Cruzeiros Reais seria corrigido diariamente pela taxa de inflação medida pelos principais índices (IGPM, IPC, IPCA), mantendo a paridade com o dólar. objetivo era promover todos os ajustes de preços relativos, com base nesta moeda indexada e acomodar o conflito distributivo preços passaram a ser cotados em URV, que exerceu a função de unidade de conta, mas não de meio de troca. Preços oficiais, contratos, salários e impostos foram instantaneamente convertidos em URV

PLANO REAL – FASES 3ª fase: julho de 1994 - transformação da URV em Real (CR$ 2750,00 = R$ 1,00) expectativa de que nesse momento se romperia a indexação e, portanto, a inflação inercial regras monetárias para o controle da oferta monetária – âncora monetária. tentar evitar o erro de outro planos, que geraram a expansão do crédito e da demanda após a queda da inflação aumento da taxa de juros reais aumento dos depósitos compulsórios junto ao Bacen, tanto para instituições financeiras, como para os depósitos à vista, para os quais se instituiu taxa de 100% sobre os depósitos marginais. Medidas se mostraram insuficientes e observou-se grande expansão da demanda com a queda da inflação (principalmente bens de consumo duráveis)

PLANO REAL – ÂNCORA CAMBIAL Sustentação do Plano: câmbio – âncora cambial no momento de implementação do plano, observava-se folga cambial devido ao grande afluxo de recursos nos últimos anos (excesso de liquidez internacional) permitiu o acúmulo de US$ 40 bilhões de reservas. Permitiu valorização cambial pós plano - viabilizando amplo processo de importações para suprir a demanda interna e forçar a concorrência folga cambial + abertura cambial: queda na inflação pela possibilidade de importação estratégia de estabilização é eficiente para os bens tradeables (transacionados no mercado internacional), mas para os non-tradeables, é ineficaz por exemplo, o setor de serviços. Preços sem concorrência continuam a flutuar queda da inflação leva a aumento da demanda - aumenta o poder aquisitivo, recomposição dos mecanismos de crédito

PLANO REAL – RESULTADOS Balança Comercial: problema não era grave no curto prazo, enquanto houvesse reserva e entrada de capitais para financiá-lo maior parte do capital que ingressou no país é de curto prazo, que poderia refluir março/95 crise mexicana - expectativa de desvalorização levou a grande fuga de recursos Balança Comercial com tendência deficitária introdução da Banda Cambial: governo fixa valor para uma faixa de flutuação do câmbio Banco Central assume o compromisso de manter essas cotações comprando ou vendendo dólares R$0,86 - R$0,90/dólar, R$0,88 - R$0,93/dólar vantagem: governo esperava reduzir a fuga de dólares e a perda de reservas desvantagem: importados mais caros Durante a crise, perda de US$ 12 bi de reservas, mas no final do ano, já alcançavam US$ 50 bi. Política monetária: contém demanda, importações e atrai o capital externo

PLANO REAL – RESULTADOS 2º trimestre 95 – aumento da inadimplência e problemas no setor financeiro. PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) 1998: crise russa. Ago/set – perda de US$ 30 bi de reservas. Acordo com FMI (US$ 42 bi) Moratória mineira.

PLANO REAL - RESULTADOS Janeiro de 1999 – Armínio Fraga (BC) nova mudança na política cambial – 70% de desvalorização em poucos meses câmbio livre causas: saída de reservas - ataque especulativo alivia pressões sobre o Balanço de Pagamentos, principalmente reduzindo importações Impactos muito menores do que se imaginava: Durante a década de 90 o endividamento externo brasileiro passa a ser predominantemente privado: de 40% em 1994 para 62% em 1997. Com a desvalorização poderia ter havido forte crise econômica e financeira com os problemas gerados às empresas Mas os agente econômicos tinham feito hedge, ou seja, prevendo uma desvalorização, tinham se protegido contra o câmbio.

PLANO REAL – RESULTADOS GERAIS Controle da inflação Crescimento controlado do PIB queda da demanda e aumento dos juros Emprego Desempenho desfavorável Empresas buscaram ajustes para se tornarem mais competitivas Modernização leva à utilização de tecnologia intensiva em capital. Setor externo Expansão das importações sem resposta pelas exportações Desempenho favorável da conta de capitais Multinacionais Privatizações

PLANO REAL – RESULTADOS INSUSTENTABILIDADE NO LONGO PRAZO Juros elevados pressionam a dívida interna 29% do PIB em 1993 50% do PIB em 1999 Recursos de privatizações se esgotam no longo prazo Endividamento externo limitado Dependência com relação ao capital externo torna o país vulnerável ao cenário internacional COMO RESOLVER: Recuperação gradual do câmbio: eliminar a sobrevalorização Reformas que equilibrassem as contas públicas PLANO REAL – (2º mandato de FHC) Ênfase no controle do setor externo Câmbio flutuante a partir de 1999 – inicialmente, grande volatilidade Nov/99 – ‘flutuação suja’ – intervenção do governo no mercado Adoção do sistema de metas para a inflação

PLANO REAL – CONSEQUENCIAS ALTERAÇÕES DO AMBIENTE ECONÔMICO Aumento da concorrência Expansão das multinacionais para os emergentes Mudanças na propriedade do capital Das empresas públicas para as privadas Das empresas privadas nacionais para as multinacionais Privatizações Enfraquecimento das privadas nacionais Globalização (busca de mercados em crescimento, perspectiva de retornos mais elevados, mão-de-obra barata, incentivos fiscais, baixo investimento inicial) Concentração de mercado Busca de ganhos de escalar para aumentar competitividade Nova estrutura de produção Volta do crédito (bens duráveis) Penalização de alguns setores pelas importações Readequação do sistema financeiro Mercado de trabalho Redução do emprego Reestruturação da composição de emprego Redução do poder da ação sindical