A aprendizagem da escrita - abordagem histórico-cultural 1. Pressupostos histórico-culturais Atividade mediada Método instrumental 2. Etapas: Rabiscos Signos primários‏ Uso instrumental dos signos

ATIVIDADE Hipótese Conflito cognitivo Nova hipótese Pressupostos construtivistas O modelo da equilibração SUJEITO OBJETO / MEIO Textos e outras formas de escrita ATIVIDADE Hipóteses

Pressupostos histórico-culturais Mediações exteriores Internalização Mediações interiores Atividade mediada SUJEITO OBJETO CONSCIÊNCIA SOCIEDADE Modelo da mediação ATIVIDADE MEDIADA

A escrita como técnica Um certo número de técnicas de organização das operações psicológicas internas é desenvolvido para tornar sua execução mais eficiente e produtiva. O uso direto, natural de tais técnicas, é substituído por um modo cultural, que conta com certos expedientes instrumentais, auxiliares. Em vez de tentar avaliar visualmente as quantidades, o homem aprende a usar um sistema auxiliar de contagem, e em vez de confiar mecanicamente as coisas à memória, ele as escreve.

A escrita como técnica Em cada caso, estes atos pressupõem que algum objeto ou aparelho será usado como auxílio nesses processos de comportamento, isto é, este objeto ou aparelho desempenhará um papel funcional auxiliar. A escrita é uma dessas técnicas auxiliares usadas para fins psicológicos; a escrita constitui o uso funcional de linhas, pontos e outros signos para recordar e transmitir ideias e conceitos.

Método clínico 1.Coloca a criança diante de uma tarefa e deixa que realize a atividade espontaneamente, da forma que quiser. 2.Solicita que a criança explique o que fez e porque fez daquela forma. 3.Descreve e analisar a forma como ela realiza a atividade. 4.Repete o procedimento com crianças de várias idades diferentes. 5.Relaciona os comportamentos apresentados com a faixa etária da criança, identificando etapas ou fases.

O método instrumental 1.Solicita que a criança realize uma tarefa que está acima da sua capacidade atual. 2.Procura provocar o surgimento de uma mudança na atividade (situação-problema). 3.Oferece auxiliares externos (mediações) que possam ser utilizadas pelo sujeito como instrumentos na sua atividade. 4.Procura evidenciar o papel dessa nova forma de atividade (mediada) do sujeito na formação das funções psíquicas superiores (mais voluntárias e culturais)

Etapas da “pré-história” da escrita segundo Luria Rabiscos indiferenciados Signos primários Uso dos signos  Escrita pictográfica  Escrita simbólica Evolução da escrita na criança acontece pelo aprendizado de novas técnicas e não pela descoberta espontânea

Rabiscos

Rabiscos (fase pré-instrumental) Surgem como resultado da imitação Atividade da criança é uma brincadeira, ela “faz de conta” que está lendo e escrevendo Os rabiscos não tem função instrumental (não servem para lembrar o que foi ditado ou se referirem a significados determinados)

Signos primários

Começam a ter ligação com a linguagem oral, porém em aspectos exteriores (ritmo) Não expressam significados, mas indicam algo que tem a ver com o objeto (relações topográficas) Podem refletir atributos do objeto (tamanho, forma)

Signos instrumentais

“As linhas que [a criança] traçara mecanicamente [antes] tornaram-se um instrumento diferenciado, expressivo, e todo o processo de recordação, pela primeira vez, começou a se dar por mediação. Esta invenção foi o resultado da confluência de dois fatores: a intervenção do fator quantidade na tarefa e a insistente solicitação do pesquisador para que ela "anotasse de forma a poder compreender".”

Escrita pictográfica Diferente do desenho – as figuras adquirem função instrumental (mnemotécnica) Escrita simbólica Uso de signos (símbolos, sinais) arbitrários (convencionais) como meio para expandir as capacidades mentais

Transição do pictograma para a escrita simbólica 1— Há uma coluna. 2— A noite é escura. 3 — O pássaro está voando. 4 — A fumaça está saindo pela chaminé. 5— O peixe está nadando. 6— A menina quer comer.

Questão para refletir: 1.Quais as diferenças e semelhanças entre a abordagem construtivista de E. Ferreiro e a sócio-histórica de Luria a respeito da evolução da escrita na criança?