UNIDADE IV Currículo e Tecnologia NTE-PoA

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Advertisements

FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS INTERATIVAS
Avaliação Mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à Universidade Jussara Hoffmann.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
CURRÍCULO: TEMPOS E ESPAÇOS
Pedagogia da pesquisa-ação
Organização Curricular da Escola
A escola é uma escada, cada degrau prepara para o degrau posterior.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS
APLICAÇÃO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA BIBLIOTECA E SALA DE AULA POR: Ana Rita de Césaro, Daiane de Souza Waltrick, Andréa Oliveira e Carla.
PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA
Plano de Trabalho Docente
O COMPUTADOR COMO MEIO E COMO FIM
Conceitos de Educação a Distância
Diretrizes Curriculares e Práticas Docentes
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Metodologias para a educação a distância no contexto da formação de comunidades virtuais de aprendizagem Ambas as modalidades a presença possa estar relacionada.
CURRÍCULO. AS DISCUSSÕES SOBRE CURRÍCULO Incorporam discussões sobre conhecimentos escolares, um dos elementos centrais do currículo. Conhecimentos que.
Secretaria de Estado da Educação Departamento de Educação Básica
PLANO DE TRABALHO DOCENTE
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
RELAÇÕES: PEDAGOGIA, EDUCAÇÃO ESCOLAR E DIDÁTICA
PRÊMIO MERCOSUL PARA CIÊNCIA E TECNOLOGIA – Edição 2013 Tema: Educação para a Ciência Proposta Brasileira de Linhas de Pesquisa XLVIII RECyT - Reunião.
Educação no contexto do Trabalho
Plano de Trabalho Docente
PERGUNTA-SE As escolas dão a devida atenção aos CONSELHOS DE CLASSE?
PNLD 2014 – Ensino Fundamental II
APRENDER POR PROJETOS. FORMAR EDUCADORES Pedro Ferreira de Andrade
LICENCIATURA EM LETRAS-PORTUGUÊS UAB – UNB
PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância Conceitos de Educação a Distância.
O Ensino de Ciências e suas Relações com o Contexto Social
Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Ciências
Marco Doutrinal e Marco Operativo
Ciências no Ensino Fundamental e na Educação Infantil – Aula 9
Fundamentos legais e articulação entre áreas de conhecimento de ciências A organização curricular é uma potente ferramenta de apoio à prática docente e.
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
Gerenciamento de Sala de Aula
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
A Educação Matemática como Campo Profissional e Científico
GESTÃO DEMOCRÁTICA E QUALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM DESAFIO DOS CONSELHOS DELIBERATIVOS DA COMUNIDADE ESCOLAR.
Perguntas de Modelação
Docente: Maria Madselva Ferreira Feiges UFPR / Educação / DEPLAE
O profissional da gestão escolar e suas implicações
Currículo, Propostas Pedagógicas ou Propostas Curriculares na Educação Infantil? Profa. Antônia Ferreira Nonata Profa. Denise Silva Araújo.
Avaliação EQUIPE GESTORA MLV.
Política Educacional Brasileira
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Ana Valéria Dacielle Elvys Wagner Rinaldo
Antoni Zabala – Capitulo 1,2 e 3
A PRÁTICA EDUCATIVA Antoni Zabala.
“Projetos para Suporte à Implementação do Currículo”
Guia para Estágio e Seminários Temáticos – módulo linguagem
PLANEJAMENTO, CURRÍCULO E AVALIAÇÃO
O Ferramental Pedagógico para a Educação a Distância Parte I
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica A Identidade do Professor e as Diretrizes para Organização da Matriz.
Logo escola Curso de elaboração de projetos Formadores: nome professor de informática nome do colega pedagoga Proinfo 2010.
FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Docência universitária: repensando a aula
ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS
PROGRAMA UM COMPUTADOR POR ALUNO – UCA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO II Seminário de acompanhamento do Projeto UCA-UNICAMP Norte UCA-Rondônia Marcelo.
Crítica à concepção de currículo cristalizado
A PESQUISA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO Ana Paula Palheta PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO.
Tendências atuais ou pós LDB: interacionistas/ cognitivistas
Aula 6_IEEC_2015 Profa. Joana Andrade.  Homem Mundo Homem mundo conhecimento Reflexão epistemológica e formação de professores de ciências.
Orientações Curriculares da Rede Estadual para a Educação Básica Atividade complementar 03 e04 Apresentação 03.
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO 3º SEGMENTO DA EJA
Aula – 05 – UNIDADE 1 O PAPEL DO PROFESSOR
Apresentação ApresentaçãoApresentaçãoApresentação.
Matriz de avaliação processual
Transcrição da apresentação:

UNIDADE IV Currículo e Tecnologia NTE-PoA

CURRÍCULO: O CORAÇÃO DA ESCOLA O currículo escolar é a organização dos tempos, espaços e práticas em que a escola vai desenvolver os diferentes conhecimentos e valores considerados necessários para a formação de seus alunos.

PPP = Projeto Político Pedagógico LDBEN (Lei n° 9394/1996) Baseada no princípio da autonomia, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabeleceu como incumbência da escola e de seus professores a construção do PPP. É na construção do PPP que a comunidade escolar debate, discute e estabelece suas concepções de homem, de mundo, de sociedade, de conhecimento, de currículo, de avaliação e tantas outras, com o objetivo de criar referências e diretrizes próprias para as práticas que pretende implantar.

Dentre todas as práticas, a mais legitimamente ligada à razão de ser da escola é, sem dúvida, a que denominamos desenvolvimento do currículo escolar. Muito mais do que um conjunto de saberes dividido em áreas de conhecimento, disciplinas, atividades, projetos e outras formas de recorte, por sua vez hierarquizados em anos/séries anuais ou semestrais, ciclos, módulos de ensino, eixos e outras formas de escalonar o tempo, o currículo é o coração da escola. É por dentro dele que pulsam e se mostram as mais diversas potencialidades, em meio às reações manifestadas pelos alunos nos seus escritos, desenhos, jogos, brincadeiras, experimentos, estratégias de relacionamento entre si e com os educadores. É por dentro dele que desejos podem ser tolhidos ou encorajados.

A força do currículo escolar é tanta, que sobre ele costumam recair os aplausos ou as criticas sobre o “êxito” ou “fracasso escolar”, quando se discutem as causas internas da boa ou da má qualidade do ensino. Assim, quando crescem os índices de reprovação e evasão escolar é bastante frequente que os Sistemas de Ensino e as escolas procurem reorganizá-lo, intensificando, por exemplo, o número de horas de determinada atividade, disciplina ou área de conhecimento, ou ainda, incluindo novos componentes curriculares ou excluindo outros.

FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO CURÍCULO ESCOLAR Dentre as formas de organização curricular, as mais frequentes nas escolas brasileiras são denominadas de regime seriado e regime ciclado. O regime seriado predominou em nossas escolas do final do século XIX até o início da década de 80 do Século XX, quando passou a ser problematizado por ter seus fundamentos vinculados a uma pedagogia tradicional.

Regime Seriado Centrado na transmissão de conhecimentos acumulados e considerados essenciais para a inserção de todos à sociedade e ao mercado de trabalho; Conhecimentos divididos em componentes curriculares específicos para cada campo do conhecimento que, por sua vez, são subdivididos em séries ou anos de estudos; A forma de organização curricular é exclusivamente temporal, é estabelecido que determinados conteúdos devam ser aprendidos, indistintamente, por todos os alunos num tempo também determinado.

Regime Ciclado Dividido em tempos que costumam variar entre dois e três anos de duração; Considera as variações evolutivas dos alunos, histórias pessoais e familiares, experiências, ritmo, etc.; Procura compreender e atender cada um em suas diferenças, sem perder de vista sua inclusão na sociedade; As aprendizagens não se dão apenas a partir de um campo científico definido, mas sim, agregando valor formativo a cada um desses ou de outros campos do saber sistematizado.

Contextualizando a Reflexão: Atualmente, ambos os regimes coexistem em função do olhar pedagógico que cada escola define, de forma autônoma, em seu PPP. Ambos são objetos de inúmeras análises e debates acadêmicos, na medida em que cada grupo de estudiosos pesquisadores e professores das redes públicas e privadas de ensino assumem posições a favor ou contra uma dessas duas formas de organização curricular. Essa polarização tem levado os defensores de cada regime a criticarem o outro. O ciclado é acusado de desqualificar o ensino e promover automaticamente o aluno sem uma definição clara dos critérios avaliativos e sem que as aprendizagens tenham se efetivado. O seriado é acusado de elitista e atrelado a valores de mercado, sendo excludente por seus rígidos critérios avaliativos.

Então, como organizar o currículo? Existem outras formas de organização curricular previstas para o atendimento de determinadas populações ou grupos de alunos em função de suas peculiaridades, estabelecidas no Art. 23 da LDBEN, como se observa no excerto que segue: “A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar”.

A alternância regular consiste na “organização do ensino de forma sequencial, cumprindo dois momentos diferentes, um presencial na escola e outro que se dá fora dela, sempre na mesma ordem”. (Parecer CEED/RS 740/1999). Já o decreto Nº 2.494, art. 84, inciso IV da Constituição, de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o Art. 80 do LDB nº 939/96 decreta: Art. 1º Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.

Onde se cruzam as TIC e Currículo?

Resumindo: Currículo é intenção = FINALIDADE O “Currículo Escolar” é pensado como um conjunto de objetivos de aprendizagem e valores, escolhidos para provocar nos alunos determinadas experiências que serão construídas e avaliadas num sistema de assimilação e acomodações constantes. Ele também possui uma parte “Oculta”, constituída pelos aspectos do ambiente escolar que não são expressos de maneira explicita, por não pertencerem ao campo cognitivo e sim ao afetivo, como a disciplina, as atitudes, as normas comportamentais, os valores, etc., que contribuem de forma implícita para as aprendizagens sociais do sujeito e sua formação como indivíduo.

Onde se cruzam TIC e Currículo: Sendo guiado por uma finalidade, o projeto curricular pressupõe sempre uma determinada concepção acerca do que é a EDUCAÇÃO (um ideal educativo), porque é com base numa meta que se concretiza um projeto qualquer; É precisamente aqui, na concretização de uma mesma finalidade educativa, que a TIC se cruza com o Currículo, integrando-o, constituindo-se como que o seu braço "operacional" para as questões da comunicação educativa:

A TIC analisa o currículo, prescrito, apresentado e realizado, em termos comunicacionais (códigos, discursos, linguagens, direções e contextos) e preocupa-se em investigar o desenho das estratégias comunicacionais (Arquiteturas Pedagógicas), tendo em vista a intervenção no processo educativo com um sentido de otimização, ou seja, conseguir o melhor em função dos objetivos propostos pela comunidade escolar. Nessa ordem de ideias, faz todo o sentido analisar o percurso e a evolução do domínio científico da TIC articulado com a perspectiva curricular, já que este exercício pode nos ajudar a obter a visão macroscópica da realidade educativa em que a TIC se insere e na qual atua.

Uma breve abordagem das principais teorias curriculares, salientando a forma como evoluíram acompanhando a reflexão paralela em torno da natureza do conhecimento e da aprendizagem (os paradigmas educacionais), é necessária para compreender a concretização de um projeto educativo específico e a concepção de comunicação (relação com a TIC em sentido amplo), em cada momento desse processo evolutivo e que se refletiu nas diferentes funções/papéis que os média tecnológicos (Instrumentos/Metodologias) foram desempenhando no processo didático em relação específica com a TIC. Acesse: http://www.nre.seed.pr.gov.br/wenceslaubraz/arquivos/File/tendencias_pedagogicas.pdf

Conclusões: Há mais de um quarto de século que uma concepção de TIC vem se consolidando, entendida não apenas como o uso de mídias, mas como forma sistemática de conceber, gerir e avaliar o processo de ensino aprendizagem em função de metas e objetivos educacionais perfeitamente definidos. Nesse sentido, a TIC interliga-se com a Teoria de Aprendizagem e com o Desenvolvimento Curricular (DC), onde encontra a cobertura conceitual para a sua forma de atuação no terreno educativo.

Embora os estudos adstritos a estes dois domínios estejam representados por programas acadêmicos e de investigação, perfeitamente consolidados e identificados como espaços de conhecimento pedagógico independentes, são considerados muitas vezes antagônicos, entre outros efeitos, propiciaram que a TIC por um lado e o DC pelo outro, concretizassem propostas teóricas e ações práticas nem sempre coincidentes. No mundo atual é inquestionável o poder educativo das TIC, mas esse potencial depende do modo como professores e alunos as inserem no processo didático, parece importante lembrar que a tecnologia só faz sentido se usada com a intencionalidade de construir indivíduos aptos a transformarem criticamente o meio em que vivem, ou seja, corretamente integrada na concepção e desenvolvimento de todo um projeto curricular. É importante que estes dois domínios científicos se deem as mãos e definam linhas de atuação concertadas e coincidentes.

A aprendizagem com TIC se reveste da intencionalidade de favorecer o processo de aquisição e interpretação da língua escrita e da realidade pela criança, para usá-los realimentando o processo de investigação e experimentação que o uso das TIC exigem. Para desenvolver efetivamente uma educação cidadã e de qualidade, não basta instalar laboratórios de informática nas escolas e utilizar o computador como substitutivo das ferramentas tradicionais usadas pelo professor em sala de aula. É preciso desenvolver um espaço e um tempo para as novas propostas curriculares, em que o Laboratório de Informática seja um espaço interdisciplinar, e os professores atuem como apoiadores, administrando o hardware e disponibilizando multimídias e recursos hipermidiáticos para um trabalho em parceria com seus pares e seus alunos nos diferentes campos do saber.

Esta ideia também é corroborada por Nardin, Fruet e Bastos (2009) que referem que a inclusão de TIC na educação não implica, necessariamente, novas práticas escolares. Desta maneira, é essencial que os professores, ao mediarem este processo, procurem se atualizar visando explorar ao máximo o potencial tecnológico e educacional de qualquer aplicativo. Nesse sentido, necessitam desenvolver habilidades distintas para apresentar as informações, planejar, desenvolver e avaliar estratégias de ensino/aprendizagem, além de saber selecionar quais tecnologias são mais adequadas para um determinado contexto escolar e sempre problematizá-las.

Para Piaget (1998), as TIC abrem espaços para o desenvolvimento para a formação de ambientes colaborativos de aprendizagem, porque estimulam a interação entre os sujeitos na construção de aprendizagens. Embora o conceito seja anterior à popularização da Internet, foi por meio de sua facilidade em permitir a formação de redes sociais que passou a descrever não só os ambientes de aprendizagem colaborativa apoiada por computador, mas também as novas posturas adotadas por professores e alunos na utilização das TIC durante o processo. O mundo evolui em uma velocidade vertiginosa, razão de a tecnologia ser cada vez mais presente e necessária na vida das pessoas. Uma educação de qualidade visa à construção de competências e habilidades, para que o sujeito possa atuar de forma cidadã, contribuindo para a qualidade de vida, pessoal e da comunidade a qual pertence.

Mara Rosane Noble Tavares Referências COUTINHO, Clara Pereira. TECNOLOGIA EDUCATIVA E CURRÍCULO: CAMINHOS QUE SE CRUZAM OU SE BIFURCAM? Em: 06/10/12. http://132.248.9.1:8991/hevila/Revistateias/2007/vol8/no15-16/14.pdf FEIGES, Maria Madselva Ferreira. CONCEPÇÕES E TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E SUAS MANIFESTAÇÕES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA ESCOLAR. Em: 06/10/12. http://www.nre.seed.pr.gov.br/wenceslaubraz/arquivos/File/tendencias_pedagogicas.pdf REAL E TAVARES, Luciane Magalhães Corte e Mara Rosane Noble. Alunos do Ensino Fundamental e professores construindo espaços de Educação a Distância na Escola. Em: 06/10/12. https://submissoes.sbc.org.br/PS.cgi/107653.1.pdf?m=107653&fi=1&f=107653_1.pdf SILVA, Maria Beatriz Gomes da. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA ESCOLA E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM. Em: 06/10/12. http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo5/organizacao_escola/modulo2/texto_base.pdf Mara Rosane Noble Tavares seduc.maratavares@gmail.com