Faculdade de Tecnologia e Ciências Disciplina: Aconselhamento em Dependência Química Profª. Carla Eloá Ferraz HISTÓRIA DO TRATAMENTO DOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO CONSUMO DE ÁLCOOL

A HUMANIDADE SEMPRE OBSERVOU PADRÕES ALTERADOS NO CONSUMO DE ÁLCOOL E DROGAS. (à 6000 anos atrás)

TAIS ALTERAÇÕES SEMPRE FORAM CONSIDERADAS SOB A ÓPTICA DA MORAL. TEBAS –EGITO - CERCA DE 1400 a.C.

O MODELO ARISTOTÉLICO A VIRTUDE EM BEBER ESTAVA SITUADA NO MEIO DO CAMINHO ENTRE A SOBRIEDADE E O EXAGERO. TAIS EXTREMOS FORAM DENOMINADOS VÍCIO. O USO DESREGRADO COMO UMA ESCOLHA PESSOAL. SANÇÕES OU PUNIÇÕES SOCIAIS

IDADE MÉDIA EUROPÉIA SÉCULOS VI –XVI O ABUSO DE ÁLCOOL ERA CONSIDERADO PECADO, DE OUTRAS DROGAS, HERESIA.

Palavra grega alkuhl - espírito que se apodera de todo aquele que se atreve a abusar dos produtos fermentados. O beber excessivo entre os monges era visto como algo pecaminoso. Leigos - penitências leves e bispos as piores penitências. Século XVI

PUNIÇÃO A UM ÉBRIO SÉCULO XIII

COMPARTIMENTOS PARA PUNIR ÉBRIOS NA IDADE MÉDIA ALEMANHA SÉCULO XIII

DESTILAÇÃO + PRODUÇÃO EM MASSA + INCHAÇO DAS CIDADES + EXCLUSÃO SOCIAL = EPIDEMIA DO ÁLCOOL NESSE PERÍODO COMEÇARAM A SURGIR AS PRIMEIRAS TEORIAS PARA EXPLICAR ESSE FENÔMENO. SÉCULOS XVII & XVIII

Cristianismo Vinho em cerimônias religiosas. A Igreja Católica prega a embriaguez como pecaminosa. O pecador tinha o poder de arrepender-se e parar de pecar sem recorrer a um médico. Era esperado que o indivíduo, apenas em contato com orações e determinação, eliminasse o hábito de beber.

O MODELO MORAL USO COMO UMA ESCOLHA PESSOAL. O ABUSO ERA UM DESRESPEITO ÀS NORMAS E ÀS REGRAS DE CONVIVÊNCIA SOCIAL. UM COMPORTAMENTO PASSÍVEL DE PUNIÇÃO. EXPOSIÇÃO EM PRAÇA PÚBLICA PELOURINHO [PILLORY] PUBLICAÇÃO DO NOME NO JORNAL LOCAL PILLORY: UTILIZADO PARA CASTIGAR BÊBADOS NO REINO UNIDO ATÉ 1847.

Um corajoso despertar “A EMBRIAGUEZ É RESULTADO DA PERDA DO AUTO- CONTROLE. COMEÇA COMO UMA ESCOLHA, TORNA-SE UM HÁBITO E DEPOIS UMA NECESSIDADE.” “A EMBRIAGUEZ É UMA DOENÇA, DE CAUSA DESCONHECIDA, QUE COMPROMETE O EQUILÍBRIO SAUDÁVEL DO CORPO.” Benjamin Rush (1790) Thomas Trotrer (1804)

O MODELO DA TEMPERANÇA A ESCOLHA PESSOAL. O ÁLCOOL É UMA SUBSTÂNCIA QUE POR SI SÓ É CAPAZ DE CAUSAR GRANDES DANOS À SAÚDE. DEVE SER UTILIZADO COM MODERAÇÃO. O “beberrão regenerado” era a peça-chave em encontros públicos. Temperança: percussora dos alcoólicos anônimos Forte elemento de auto-ajuda

Instituições de Apoio (EUA, 1870) Criação de azilos para ébrios. Hospitais com moradia e trabalho onde o ébrio pode ser tratado e refreado. Localizadas no interior, fora dos grandes centros. Em regime militar. Mais ricos recebiam benefícios adicionais (tônicos, banhos a vapor,etc). Dirigidos por médicos – contudo o discurso era punitivo. (classes trabalhadoras)

MAGNUS HUSS (1849) UTILIZOU O TERMO “ALCOOLISMO”PELA PRIMEIRA VEZ. O ALCOOLISMO CRÔNICO FAZIA REFERÊNCIA APENAS ÀS DOENÇAS CLÍNICAS DECORRENTES DO USO PROLONGADO DO ÁLCOOL INTERNAÇÕES PROLONGADAS & TRATAMENTO FÍSICO

OS MODELO DA TEMPERANÇA E CLÍNICO TROUXERAM PELA PRIMEIRA VEZ A IDÉIA DE QUE OS DANOS DECORRENTES DO CONSUMO DE ÁLCOOL (E OUTRAS DROGAS) SEGUIAM PADRÕES EVOLUTIVOS. 1847

TERCEIRO PASSO PORRE SEGUNDO PASSO UMA TAÇA PRA FUGIR DO FRIO PRIMEIRO PASSO UMA TAÇA COM AMIGOS PROGRESSO DO ALCOOLISMO (1846) QUARTO PASSO EMBREAGUEZ E BONANZA QUINTO PASSO: O TOPO ALCANÇADO O HÉBRIO CONVICTO SEXTO PASSO: POBREZA E DOENÇA SÉTIMO PASSO: ABANDONADO PELOS AMIGOS OITAVO PASSO: DESESPERO E CRIME NONO PASSO: MORTE POR SUICÍDIO

RADICALIZAÇÃO DO MOVIMENTO DE TEMPERANÇA NÃO É POSSÍVEL A MODERAÇÃO, TAMPOUCO A REGULAMENTAÇÃO DO COMÉRCIO. O ÁLCOOL INVARIAVELMENTE LEVA OS CIDADÃOS À EMBRIAGUEZ. NOVA PERSPECTIVA: PROIBICIONISMO.

PROIBICIONISMO ESTADUNIDENSE 1920 –1933 A 18ª EMENDA À CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – (LEI SECA) PROIBIU A FABRICAÇÃO E O COMÉRCIO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS.

MODELOS DO SÉCULO XX ATÉ O INÍCIO DO SÉCULO, OS MODELOS ERAM EMINENTEMENTE MORAIS. COM O FIM DO PROIBICIONISMO ESTADUNIDENSE, O ÁLCOOL NÃO PODIA MAIS SER ENCARADO COMO O RESPONSÁVEL POR TODOS OS MALES. MODELOS QUE EXPLICAVAM A DEPENDÊNCIA CONSIDERANDO TAMBÉM O INDIVÍDUO COMEÇARAM A APARECER.

REFERÊNCIAS EDWARDS G., (2005). Marshall J., Cook C., O Tratamento do Alcoolismo – Um guia para profissionais de saúde, Porto Alegre: Artmed.