ORDEM POLÍTICA E JURÍDICA DA UNIÃO EUROPEIA O DESAFIO DA HETEROGENEIDADE Encontro Luso- Espanhol de Professores de Direito Internacional 26 e 27/6/2915.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
“Lei e Costume no Direito de Moçambique”
Advertisements


P A percepção dos riscos é homogênea?
OGM: controvérsia, participação e regulação
Direito da Economia /13 A Constituição Económica Europeia.
A CONSTITUIÇÃO ECONÓMICA ALEMÃ
Pessoas Jurídicas/Colectivas
‘A Constituição Económica Europeia’ 6 de Outubro de 2008
Direito da União Europeia
A TUTELA DOS DIREITOS NA ORDEM JURÍDICA DA UNIÃO EUROPEIA
A questão da regulação da Internet
A Regulação Europeia do Mercado Electrónico Manuel David Masseno Seminário Comércio Electrónico Internacional: que enquadramento normativo Beja, 11 Maio.
Curso de Especialização em Avaliação da Gestão Pública (Pós-graduação lato sensu) Escola Nacional de Administração Pública -ENAP 2005.
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
UNIJUI- Universidade Regional do Noroeste do Estado
1 MÓDULO: AS LEIS QUE NOS REGEM… Paredes, 29 de Junho de 2007 Carlos Sousa Pinto UNIVERSIDADE DO PODER LOCAL.
Alargamento Vs Aprofundamento
A Constituição Cultural e a Fundamentalidade dos Direitos Culturais
Integração econômica regional
Tópico III – Princípios Fundamentais
UNIÃO EUROPEIA.
União Europeia.
Direitos e Garantias Fundamentais
DIREITO E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
Tratado de Lisboa Uma apresentação
Somos cidadãos europeus Carlos Costa Neves Universidade Verão C. Vide, 09.Set.2003.
O ESTADO E A ORDEM INTERNACIONAL
© Dezembro, 2009 TRATADO DE LISBOA. © Dezembro, 2009 Tratado de Lisboa O Tratado de Lisboa foi assinado pelos Chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-
O que é a União Européia? A UE é um bloco econômico, político e social de 27 países europeus que participam de um projeto de integração política e econômica,
Direitos das Minorias © 2013
Trabalho elaborado por Alexandra
A cidadania europeia.
CONFERÊNCIAS DE ECONOMIA SOCIAL Cooperativa António Sérgio para a Economia Social Lisboa, Fundação Cidade de Lisboa 12 de Setembro de 2011 Conceito(s)
Este trabalho foi realizado por:
Lisboa, a 19 de Outubro.
Institute for Austrian and International Tax Law Prof. Dr Pasquale Pistone UE e Terceiros Estados: Acordos de Cooperação e Tributação.
FACISA DIREITO CONSTITUCIONAL II Prof. Ms. Rogério Abreu
Lei de Parcerias - Lei nº /14
O DIREITO E A ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE
EUROPA – ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS
Elaborado por: Vanessa Miguelito.
Num contexto particular...
UNIÃO EUROPÉIA.
Roteiro da Aula Convivência
Natureza jurídica da UE
Margarida Riso; nº O que é? Criado em 1994 pelo Tratado da União Europeia, o Comité das Regiões é um órgão consultivo composto por representantes.
Direito Humanitário Doutoranda PCHS - UFABC
JOSÉ MANUEL PUREZA O Direito Comunitário do Ambiente - Aula 1 - Faculdade de Direito – Universidade Nova de Lisboa
Prof. Audálio Ferreira Sobrinho
Desafios da União Europeia na Atualidade
Democracia, Estado e Estado Democrático de Direito
DIREITO CONSTITUCIONAL Princípios Fundamentais
A Construção da U E Do plano Schuman ao Tratado de Nice.
Teoria Geral do Estado e da Constituição
Carolina Boniatti Pavese San Tiago Dantas Unesp – Unicamp e Puc -SP
A construção da Cidadania Europeia
União Europeia Sílvia Neto.
Objectivo - Eliminar progressivamente os controlos das fronteiras internas e estabelecer um regime de Livre Circulação para todas as pessoas que sejam.
Pág.8 A declaração dos direitos do Homem e do cidadão aprovada a 26 de Agosto de 1789 pela Constituição da Republica Francesa condenava: A sociedade de.
Milena Barbosa de Melo. Internacionalização 1. Processo de Internacionalização do Direito 2. Aumento da Interdependência global 3. Maior Integração entre.
ESTADO DE DIREITO INTRODUÇÃO.
AULA 01 HISTÓRICO CONSTITUIÇÃO
Instituições de Direito – Prof. Rafael Mafei (FD).
CONSTITUIÇÕES DO BRASIL Maurício S. Gravina UCS 2015.
DIREITO À SAÚDE E JUDICIALIZACÃO: DIFICULDADES E DESAFIOS Itana Viana, 31 de julho de 2015.
ERASMUS E CIDADANIA EUROPEIA Seminário Estágios Erasmus Reitoria da Universidade do Porto 12 de março de 2013 Seminário Estágios Erasmus Reitoria da Universidade.
Faculdade Pitágoras Professora: Fabiana Daniele Simões da Paz DIREITO CONSTITUCIONAL 3 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA.
AULA 1 DIREITO - CONCEITOS BÁSICOS. Poder Político Poder político: poder que sujeita todos os habitantes de um espaço territorial. Ex. Estados nacionais.
O O caminho para a União Europeia. Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) França Alemanha Itália Holanda Bélgica Luxemburgo1951 Assinatura do Tratado.
Processo de Integração da Europa Ocidental
Transcrição da apresentação:

ORDEM POLÍTICA E JURÍDICA DA UNIÃO EUROPEIA O DESAFIO DA HETEROGENEIDADE Encontro Luso- Espanhol de Professores de Direito Internacional 26 e 27/6/2915 Fac. Economia Coimbra

UNIFICAÇÃO = UNIFORMIDADE FATORES FAVORÁVEIS REALIZAÇÕES  Aprofundamento político- económico – da CECA à UE  Mercado interno ‘1993’ . € (1999/2002) Homogeneidade dos EM fundadores Desígnio federador vago e longínquo A orientação político-económica comum: o capitalismo liberal Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

UNIFICAÇÃO = UNIFORMIDADE O DIREITO COMO INSTRUMENTO  ‘SUPRANACIONALISMO NORMATIVO’ Spillover competencial Primado e efeito direto Ativismo judicial Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

UNIFICAÇÃO = UNIFORMIDADE  ESCOLHOS POLÍTICOS e JURÍDICOS e SOLUÇÕES  O fracasso das CDE e CPE (1953) redução da ambição política  A crise da ‘cadeira vazia’ (1965) o consenso e o package deal  A ‘euroesclerose’ dos 1970s projetos fracassados e ‘cheque inglês’  Os alargamentos – de 6 a 28 incontornável diversidade  A resistência dos tribunais constitucionais ‘Handellgeselschaft’ na verdade, sinais da heterogeneidade Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

UNIFICAÇÃO COM HETEROGENEIDADE O PARADOXO DE 1991  A União Europeia – aprofundamento político e jurídico com heterogeneidade estrutural, funcional e normativa uma Politeia limitada e precária  O fim do consenso tácito sobre a integração europeia (referendos Dinamarca e França) Em suma, a explosão da heterogeneidade. Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

O fim do consenso tácito - participação eleitoral para o PE Fonte: Ecorys, Study on Maximising the Potential of Mobility in Building European Identity and Promoting Civic Participation, Final Report, July 2011, p. 13 Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

A UNIÃO HETEROGÉNEA INSTRUMENTOS JURÍDICOS DA GOVERNAÇÃO INSTRUMENTOS CONSTITUCIONAIS o A DIFERENCIAÇÃO SUBJETIVA NOS TRATADOS COM PROTOCOLOS : DINAMARCA, REINO UNIDO, IRLANDA, POLÓNIA o A DIFERENCIAÇÃO POLÍTICA ESTRUTURAL ENTRE POLÍTICAS : MÉTODO COMUNITÁRIO V. INTERGOVERNAMENTAL (PESC E ELSJ) o Em especial, a fragilidade da PESC entre 28 políticas externas diversas o COMPETÊNCIAS DE ATRIBUIÇÃO E SUBSIDIARIEDADE (art. 5-º TUE) o Em especial, a UEM e SCHENGEN Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

INTRUMENTOS LEGAIS ‘ORTODOXOS’ ▫Execução descentralizada (art. 291.º TFUE) ▫Comitologia (art. 291.º, n.º 3 TFUE) ▫‘Liberdade de meios e forma’ nas diretivas (art. 288.º TFUE) ▫Derrogações e cláusulas de salvaguarda por razões objetivas (v.g. art. 27.º, art. 114.º, n.º 4 e 5.º TFUE) ▫Exceções às liberdades de circulação (v.g. moralidade, ordem pública e segurança pública – art. 36.º TFUE) ▫Exclusão da harmonização (v.g. política de prevenção da criminalidade – art. 84.º TFUE; competências de apoio e complementares: turismo; proteção civil; cooperação administrativa) ▫O consenso como prática decisional – ‘praxe constitucional’ A UNIÃO HETEROGÉNEA INSTRUMENTOS JURÍDICOS DE DIFERENCIAÇÃO Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

INTRUMENTOS LEGAIS ‘HETERODOXOS’, assentes na vontade de participação de alguns EM ▫COOPERAÇÃO REFORÇADA – em geral ▫ABSTENÇÃO CONTRUTIVA ▫COOPERAÇÃO ESTRUTURADAPESC PERMANENTE ▫MISSÃO AD HOC A UNIÃO HETEROGÉNEA INSTRUMENTOS JURÍDICOS DE DIFERENCIAÇÃO Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

IDENTIDADE DIVERSA DIVERSIDADE DE IDENTIDADES IDENTIDADE EUROPEIA ▫PATRIMÓNIO CULTURAL COMUM (art. 3.º, n. 3.º TUE) DIVERSO (art. 167.º, n.º 4 TFUE) ▫IDENTIDADE NORMATIVO-AXIOLÓGICA (art. 2.º TUE) ▫IDENTIDADE PLURAL COMPOSTA (art. 2.º TUE)  DIVERSIDADE - constituinte ontogénico da unidade e legitimação da heterogeneidade Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

A IDENTIDADE NACIONAL – reduto da soberania e autonomia política (organização política; identidade cultural) e jurídica dos EM (ordem constitucional) ▫Em especial, a identidade constitucional – ‘Decisão Lisboa’ Exemplos: ‘dignidade humana’ (‘Omega’); republicanismo (Sayn- Wittgenstein); organização regional (‘Portugal v. Comissão’; UGT- Rioja); proteção da língua (‘Malgožata Runevič-Vardyn’) COMO LIMITE À UNIFICAÇÃO - Princípio garantia: modelação e derrogação ao direito da União – os princípios da União não são uma ‘raison d’État’; Princípio constituinte: limite constitucional. Em geral, obriga a uma recomposição dinâmica da governação europeia entre os múltiplos atores e com diversas manifestações. IDENTIDADE DIVERSA DIVERSIDADE DE IDENTIDADES Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

 A ORDEM CONSTITUCIONAL EUROPEIA – una e diversa – desenvolve-se constitucionalmente integrando as identidades nacionais diversas  Como fundamento modelador da integração  Como fundamento diferenciador europeia IDENTIDADE DIVERSA DIVERSIDADE DE IDENTIDADES Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional

 A ORDEM CONSTITUCIONAL NACIONAL DOS EM – una e aberta – deve desenvolver-se integrando o projeto europeu e o reconhecimento dos outros EM e cidadãos europeus  Considerando como modeladores dos seus princípios e normas o princípio europeu, a não discriminação e o reconhecimento mútuo – v.g. arts. 7.º, n.ºs 5 e 6 e arts. 8.º, n.º 3 e 4 da CRP IDENTIDADE DIVERSA DIVERSIDADE DE IDENTIDADES Encontro Luso-Espanhol de Professores de Direito Internacional