DERMATOPATIAS PRURIGINOSAS Prof. Adjunto Dr MARCELO de SOUZA ZANUTTO

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
PELLING QUÍMICO NO TRATAMENTO DE CICATRIZES DE ACNE
Advertisements

Métodos de Diagnóstico em Dermatologia Veterinária
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
Tumores cutâneos.
Alessandro Borges Alla
Aula Prática Casos PBL Medicina I.
Doenças inflamatórias de pele
DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA
Qual a natureza dos antígenos?
ESTRONGILOIDÍASE Parasita - Strongyloides stercoralis
Pele A pele humana, constituída pela epiderme e pela derme, é um órgão complexo, responsável por diversas funções fundamentais à vida.
Anexos da pele: pelos, unhas e glândulas.
Termos Técnicos Utilizados em Parasitologia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Departamento de Medicina Veterinária
Mastocitomas em cães M.V. Vívian Rocha de Freitas
Mestranda: Elisa Bourguignon Dias
Larva migrans cutânea Há nematóides que penetram na pele humana mas permanecem vagando entre a epiderme e a derme, sem poder completar seu desenvolvimento.
Vírus Márcia Regina Garcia.
Mastocitoses Patrícia Moreira Marçal
Desordens Alérgicas e de Hipersensibilidade da Pele
D O E N Ç A S D A P E L E.
Profa. Leticia Lazarini de Abreu
Candidíase (=candidose, monilíase)
Biologia 2 Cap. 09 Doenças humanas causadas por Fungos
Doenças de hipersensibilidade: distúrbios causados pela
Meningite.
REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE
Doenças de pele.
Psoríase e Doença de Crohn
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE GASTROENTERITE EOSINOFÍLICA
Lúpus Eritematoso Giselly De Crignis.
URTICÁRIA AGUDA E ANAFILAXIA NA EMERGÊNCIA: COMO ABORDAR?
Acne Stephano Nunes Lucio, n. 62.
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA DAS IRAS
SARNA DEMODÉCICA Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária
Abordagem diagnóstica em Dermatologia
A unidade intermediária e a criança com problemas geniturinários
Strongyloides stercoralis
UFF Profa. Jane Marcy Neffá Pinto
Dermatites mais comuns tipos e tratamento
Doenças Infectoparasitárias da Pele
Tolerância e Autoimunidade
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
Pitiríase versicolor “micose de praia”
Dermatite de contato Reações inflamatórias agudas ou crônicas às substâncias que entram em contato com a pele. Pode ser não-alérgica (causada por irritante.
Disenteria Bacilar.
Prof. Dr. José Henrique Pereira Pinto
Hipersensibilidades: Mecanismos imunológicos, bioquímicos e fisiológicos das reações de hipersensibilidade QUESTÕES DE PROVAS; CONTEÚDO DAS AULAS; HORÁRIO.
Superfamília Oxyuroidea
Strongyloides stercoralis características morfológicas Fonte: Parasitologia Humana- Neves,DP.
Hipersensibilidade Tipo I
LEISHMANIOSE VISCERAL (Calazar)
Infecções Bacterianas da Pele
COLÉGIO SÃO JOSÉ 2º ANO - EM BIOLOGIA PROFESSORA VANESCA 2016.
Strongyloides stercoralis
ARTROPODES Arachnida Acari Sarcoptidae Sarcoptes Ixodidae Ixodes
ALERGIA E IMUNOLOGIA CLÍNICA HOSPITAL DAS CLÍNICAS - UFPE
7º ano- Ciências Professora Vanesca- 2016
Giardia intestinalis e Giardíase
Granuloma de Majocchi CONCLUSÃO
Tolerância e Autoimunidade
Dermatologia.
Transcrição da apresentação:

DERMATOPATIAS PRURIGINOSAS Prof. Adjunto Dr MARCELO de SOUZA ZANUTTO

SEMIOLOGIA Sequência Identificação Anamnese Exame físico Exames complementares

SEMIOLOGIA Identificação Espécie Raça Sexo Idade Cor pelame

SEMIOLOGIA Anamnese completa – 50% diagnóstico Queixa principal Antecedentes Início do quadro Sintomas Lesões dermatológicas Prurido Periodicidade Outros órgãos Contactantes Animais e humanos Terapia em utilização e resultados Ambiente e manejo ectoparasitas Cidades freqüentadas

SEMIOLOGIA PRURIDO sensação desagradável q manifesta no paciente o desejo de se coçar Dermatopatias pruriginosas e não pruriginosas

Prurido: Seqüência de eventos Estímulomediadoresreceptor fibras aferentesprocessamento central interpretação central “resposta”

SEMIOLOGIA Anamnese completa – 50% diagnóstico PRURIDO Frequente Presença real Intensidade Manifestação Localização

SEMIOLOGIA Anamnese completa – 50% diagnóstico PRURIDO Avaliação da presença Fisiológico X patológico : 30% tempo O quanto e como o animal realmente se coça? Manifestação Trauma com os membros Lambedura Mordedura Roçar em paredes ou fômites

SEMIOLOGIA Anamnese completa – 50% diagnóstico PRURIDO Intensidade Quantificar Leve – moderado – severo Nota – 0 (fisiológico) a 10 (grau máximo) presença prurido intensidade Escabiose sim severo Demodicidose não Atopia sim moderado a severo Hiperadrenocorticismo não Dermatofitose “não” leve

SEMIOLOGIA Anamnese completa – 50% diagnóstico PRURIDO Localização Onde Autotraumatismo – padrões semelhantes de lesões cutâneas Sequência dos acontecimentos Quadros crônicos: Lesões antes ou após o prurido?? Prurido primário: dermatites alérgicas, escabiose ou imunomediadas

ETIOLOGIA DERMATITES PARASITÁRIAS DERMATITES ALÉRGICAS ESCABIOSE FELINA E CANINA OTOACARÍASE (*) SARNA DEMODÉCICA (*) DERMATITES ALÉRGICAS DASP, HA, ATOPIA DERMATITE PSICOGÊNICA DISQUERATINIZAÇÕES E UNTUOSIDADE Dermatites imunomediadas LES e discóide, complexo pênfigo Dermatites fúngicas Dermatofitose, esporotricose, criptococose

SEMIOLOGIA EXAME FÍSICO Tipos lesionais Alopecia – rarefação pilosa – autotraumatismo ALTERAÇÕES DE COLORAÇÃO ERITEMA – agudo Hiperpigmentação- crônico FORMAÇÕES SÓLIDAS Pápulas, nódulos, placas PERDAS TECIDUAIS Exoulceração, úlceras, escamas e crostas ALTERAÇÕES DE ESPESSURA Hiperqueratose e lignificação - cronicidade

SEMIOLOGIA EXAME FÍSICO PADRÕES DE RESPOSTA CUTÂNEA - FEL 1. Lesões erodo-ulcerativas e crostosas 2. Dermatite miliar 3. Alopecia simétrica bilateral 4. Complexo granuloma eosinofílico

SEMIOLOGIA EXAME FÍSICO PADRÕES DE RESPOSTA CUTÂNEA - FEL 1. Lesões erodo-ulcerativas e crostosas (hiperqueratose) Região cefálica e cervical Intensidade variável – trauma pelas unhas Diag ≠ escabiose., HA, atopia, PF, otoacaríase, Ca espino

EXAME FÍSICO PADRÕES DE RESPOSTA CUTÂNEA - FEL 2. Dermatite miliar Lesões pápulo-crostosas eritematosas associada ou não a rarefação ou alopecia Localização variada: cervical, abdominal, LS – disseminada Diag ≠ Escabiose, otoacaríase, pediculose, pulgas DASP, HA, atopia PF Dermatofitose, farmacodermias

EXAME FÍSICO PADRÕES DE RESPOSTA CUTÂNEA - FEL 3. Alopecia simétrica bilateral Quadros com prurido ou sem Apenas rarefação ou alopecia Bilateral e simétrico Região LS, abd lat e inguinal Diag ≠ DASP, HA, atopia Psicogênica Desordens hormonais ou defluxo

EXAME FÍSICO PADRÕES DE RESPOSTA CUTÂNEA - FEL 4. Complexo granuloma eosinofílico Úlcera eosinofílica ou indolente – lábios e fauce Placa eosinofílica – flanco, inguinal e face md MP Granuloma eosinofílica – face caudal MP, face lat MT, boca Diag ≠ Forma hereditária DASP, HA, atopia Infecciosas (úlcera): retrovírus

ETIOLOGIA DERMATITES PARASITÁRIAS DERMATITES ALÉRGICAS ESCABIOSE FELINA E CANINA OTOACARÍASE (*) SARNA DEMODÉCICA (*) DERMATITES ALÉRGICAS DASP, HA, ATOPIA DERMATITE PSICOGÊNICA

ESCABIOSE / SARNA NOTOÉDRICA DERMATOPATIAS: 30% DERMATOPATIAS PARASITÁRIAS (1985-88): 20% ESCABIOSE: 31,8% SARNA NOTOÉDRICA: 14,2% 1984-1999 Cão: 7% dermatopatias Felino: 15%

ESCABIOSE / SARNA NOTOÉDRICA CÃO FEL CRD 57% 23% PA, cocker siamês, persa, sagrado Birmânia Pêlo longo 77 17 Sexo = Fx etária >12m 48 47 >3m 77 81 (evolução < 90d)

ESCABIOSE / SARNA NOTOÉDRICA Sarcoptes scabiei Var canis Var humanis (lesão interdigital / genital) Notoedris cati Sarna notoédrica

Sarna Sarcóptica Epiderme: galerias Prurido: reação de hiperSE Lesões: pápulas, crostas, erosões, eritema Sarcoptes scabiei

Sarna Notoédrica Notoedris cati

ESCABIOSE e SARNA NOTOÉDRICA PATOGENIA Localização: cabeça, cervical, MA, disseminação

SARNA NOTOÉDRICA Lesões em região cervical e cefálica SRD, 7m, F

ESCABIOSE e SARNA NOTOÉDRICA Ergodermatose: pápulas eritematosas Prurido noturno após banho Cintura pélvica, escapular Braço e antebraço Abaixo glúteo, mama

ESCABIOSE e SARNA NOTOÉDRICA DIAGNÓSTICO Reflexo otopedal + ELISA: SE-60% Parasitológico de raspado cutâneo PA, AURU, ATT Cão: 40-70% Gato: ~100%

Notoedris cati Sarcoptes scabiei

ESCABIOSE e SARNA NOTOÉDRICA TRATAMENTO (CASTRO e LARSSON, 2003) Ivermectina Selamectina Dose 300μg/Kg 6mg/Kg 0 e 30d 2 - 3 doses Via VO, SC TO Duração 30-45dias 30dias Eficácia 23,5-76,5; 100 100 Recidiva ---x--- ---x---

AVERMECTINAS Lactonas macrocíclicas IVERMECTINA, ABAMECTINA, DORAMECTINA, SELAMECTINA Fermentação actinomicetos (Streptomyces sp) IVERMECTINA Aumento permeabilidade de membranas aos íons Cl- Potencializa a ação inibitória do GABA (abertura de canais de Cl) no cordão nervoso ventral de parasitos Hiperpolarização – paralisia flácida – morte parasito

AVERMECTINAS INVERTEBRADOS  MAMÍFEROS EFEITOS TÓXICOS Localização de sinapses GABA I – Periferia (musculatura) M – SNC (NÃO ATRAVESSA BHE) EFEITOS TÓXICOS Cães raça beagle Midríase, tremores e ataxia. Coma e óbito (40 e 80mg/Kg) 1mg/Kg ou mais / SID / 14 dias: midríase 2mg/Kg ou mais / SID / 14 dias: midríase, tremores, ataxia, anorexia, perda de peso, desidratação

AVERMECTINAS PRENHEZ / LACTAÇÃO Poucos estudos !!! 0,6 mg/Kg: 2x antes do acasalamento, dias 10, 25 e 45 de gestação, e mensalmente durante lactação: NDN Fenda palatina em doses tóxicas. CONTRA-INDICAÇÕES: FILHOTES com < 6 sem RAÇAS: COLLIE, cães pastores (SHETLAND, BORDER COLLIE, OLD ENGLISN SHEEPDOG, PASTOR AUSTRALIANO) e cruzamentos (< 0,1 mg/Kg) COLLIE: gene autossômico recessivo RAÇAS COM MAIOR SENSIBILIDADE: GALGO AFEGÃO, SALUKI, WHIPPET, GREYHOND e SAMOYEDA

AVERMECTINAS INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA SUPERDOSAGEM ANTÍDOTO CAUTELA: amitraz (banhos ou coleiras) evitar - potencialização de efeitos tóxicos. SUPERDOSAGEM Casos discretos: apatia, dispnéia, bradicardia, hipotensão, tremores Casos graves (10x dose terapêutica): convulsões, salivação, midríase e óbito Indução de vômito e/ou lavagem gástrica, laxantes Terapia sintomática. ANTÍDOTO PICROTOXINA ou FISOSTIGMINA: 1-2 mg/Kg/BID/IV Reversão atividade do GABA

ESCABIOSE e SARNA NOTOÉDRICA TRATAMENTO Amitraz ou diamidina 12,5% (4mL/1 litro d´água) GATO/FILHOTES: 2mL/1 litro Inibidor da monoaminoxidase Sem/ 3 semanas INTOXICAÇÃO: hipotensão, hiperglicemia, bradicardia, vômito, diarréia, úlcera de córnea, eritema e prurido

ESCABIOSE e SARNA NOTOÉDRICA SP (400 casos): EFEITOS COLATERAIS (LARSSON, 1995) 80%: sonolência nas 3 primeiras aplicações 10-15%: vômitos esporádicos 1%: eritema transitório ANTÍDOTO: inibidor 2-agonista – IOIMBINA APLICADOR: mal estar, tonturas, crises asmáticas, cefaléia, dermatite de contato, descompensação de DM

ESCABIOSE e SARNA NOTOÉDRICA CUIDADOS Diluir antes do uso com o auxílio de uma seringa. Usar luvas durante a aplicação. Não beber, fumar ou comer. Após o banho, utilizar esponja aplicando a solução no sentido contrário ao nascimento dos pêlos. Secar à sombra. Não permitir que o animal se lambe. Desprezar as sobras.

ESCABIOSE e SARNA NOTOÉDRICA PIODERMATITE: FAVORECE ABSORÇÃO PERCUTÂNEA OUTROS: ENXOFRE, MONOSSULFIRAM XAMPUS ANTI-SEBORRÉICOS, ANTIBIÓTICOS CONTROLE AMBIENTAL

OTOACARÍASE Otodectes cynotis Dermatopatias parasitárias: 20% (14,2%) 1985-88 Até 1 ano: 44% Quadro agudo em 70% (< 3 meses) Bilateral Prurido intenso, otalgia, otohematoma, alopecia PA FEL: dermatite miliar Reflexo otopedal + Cerúmen negro: “borra de café” Ergodermatose ou antropozoonose

Otodectes cynotis DIAGNÓSTICO Otoscopia: 45% Parasitológico de raspado cutâneo ou cerúmen: 80%

SARNA DEMODÉCICA DEMODICIDOSE ou SARNA NEGRA (≠VERMELHA) Dermatopatias parasitárias: 20% (39,6%) 1985-88 CÃO: Demodex canis GATO: D. cati, D. brevis, D. gatoi

SARNA DEMODÉCICA EPIDEMIOLOGIA TRANSMISSÃO Forma infectante: deutoninfa (fêmea) Mãe → Ninhada (primeiras horas) Não: leite, transplacentária

SARNA DEMODÉCICA EPIDEMIOLOGIA CRD > SRD Curto > Longo 67,5 32,5% Curto > Longo 58 42% Doberman, Pinscher, Boxer PA, cocker, P belga Fox paulistinha, Sharpei, Pittbul MACHO = FÊMEA FAIXA ETÁRIA Até 1o ano: 66% (4-9o mês) Forma do adulto: comprometimento orgânico

SARNA DEMODÉCICA

FOLÍCULO PILOSO Foliculite / furunculose: inflamação com ruptura – queratina na derme – intensa I Infecção: Bactéria, Dermatófito, Parasito

SARNA DEMODÉCICA PATOGENIA Até infundíbulo fol. piloso sem colonização bact – X MELANOSE, CERATOSE, LIGNIFICAÇÃO IMUNOPATOGÊNESE IMUNIDADE CELULAR HEREDITÁRIO

SARNA DEMODÉCICA DEMODICIDOSE JUVENIL DEMODICIDOSE DO ADULTO Controle Cura aparente DEMODICIDOSE DO ADULTO Imunodepressão Parasitismo por Ancylostoma, Dirofilaria e Toxoplasma Blastomas: fígado, baço Hepatopatias: cirrose, IH Hiperadrenocorticismo DM Cio, gestação LES, pênfigo foliáceo

SARNA DEMODÉCICA DISTRIBUIÇÃO LOCALIZADA GENERALIZADA Blefarite Otite (40%) Pododermatite GENERALIZADA +3-5 lesões + 2 membros 1 área do corpo afetada

SARNA DEMODÉCICA Infecção bacteriana: furunculose

SARNA DEMODÉCICA DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO DE RASPADO CUTÂNEO Profundo: sangue capilar BIÓPSIA / HISTOPATOLÓGICO Sharpei Lesões interdigitais

Demodex canis

SARNA DEMODÉCICA TRATAMENTO SISTÊMICO Delayte e Larsson, 2002 n~60 Moxidectina Milbemicina Ivermectina Cidectin, Rivectin Interceptor Dose 500µg/Kg/cd 3d 0,2-0,5mg/Kg/SID 600µg/Kg/SID Duração 148d (86-261) 91d (63-182) 126d (70-222) Eficácia 87% 84,5 89,6 Ef. Colaterais 37,5% -- 16 (prostração, ataxia) Recidiva 13% -- 9,7 CURA: 3 raspados – a cada 15d (após 1 ano sem recidiva)

SARNA DEMODÉCICA TRATAMENTO SISTÊMICO TRATAMENTO TÓPICO Selamectina: bx eficácia Antibioticoterapia TRATAMENTO TÓPICO Pododermatite: 1mL diamidina + 30mL Nujol cd 3dias / 8 sem Banhos com Peróxido de benzoíla 2,5% Diamidina ou Amitraz 4mL/1L H2O 1 banho por sem/8 semanas – ciclo de raspados Cuidados AFASTAR FÊMEA DA REPRODUÇÃO

DERMATITES ALÉRGICAS DASP = HA = ATOPIA DASP: 50-70% Sem predisposição racial ou sexual Siamês: HA, muitas raças cães: atopia Faixa etária: animais adultos jovens (2 a 5 anos) Atopia – animais + jovens

DERMATITE SUPERFICIAL PERIVASCULAR DASP DERMATITE SUPERFICIAL PERIVASCULAR

DASP Lesões mais comuns são escamas, pápulas, pequenas crostas, podem se tornar placas eosinofílicas ou ainda granuloma linear.

DASP Diferente do cão, pode haver prurido facial e raramente há infecção bacteriana secundária. Difícil de encontrar pulgas e/ou seu dejetos, pelo hábito do gato de se lamber o tempo todo.

Tratamento É fundamental o controle de pulgas no ambiente. Pode-se usar Frontline. Revolution, Advantage, etc...

Tratamento Cuidado não usar produtos à base de Permetrina e Carbamatos. Produtos Spot-on matam 98% das pulgas adultas 24 hrs. após aplicação. O prurido no gato desaparece 80% após 7 dias da eliminação das pulgas e 99% após 14 dias.

HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR Gatos: carne bovina, cordeiro, leite, peixe (frango, gluten e aditivos) RH tipo I (tipo III e IV) Não sazonal Sem predisposição racial (siamês), sexual ou etária (3m a 11a, média de 4 a 5 anos) 70% dos pacientes comiam a dieta agressora 2 anos antes de desenvolverem a doença

HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR Dermatite pruriginosa da face e cervical (90%) Nos felinos pode se apresentar dermatite miliar, alopecia bil sim, CGE (úlcera e placa pc) Otite ceruminosa bil, pododermatite, dermatite perianal Sintomas digestivos em 30% dos casos Pápulas, pústulas, eritema, escoriações, escamas e crostas

TRATAMENTO Resposta a AIE ~50% Antihistamínicos costumam ser pouco eficazes DIETA DE ELIMINAÇÃO - DESAFIO

FUNÇÃO DE BARREIRA

ATOPIA Doença inflamatória crônica recorrente, altamente pruriginosa Cães 10-15% (21% dermatopatias / otites)

ATOPIA Fatores genéticos (antecedentes familiares e predisposição racial) Fatores imunológicos: resposta imune antimicrobiana Fatores ambientais Fatores psicogênicos BARREIRA CUTÂNEA Aeroalérgenos Ag microbianos

ATOPIA ADESÃO CORNEÓCITOS Desmossomos Desmogleína, desmocolina, plectina Grânulos lamelares: matriz lipídica (ceramidas, colesterol e seus ésteres, ács graxos) HIDRATAÇÃO / FLEXIBILIDADE / IMPERMEABILIDADE

X ATOPIA DESCAMAÇÃO Proteases endógenas Antiproteases Enz quimiotríptica serina leucoprotease Calicreínas catepsina Caspases triptases Proteases exógenas Proteases estafilocócicas Ácaros poeira X

EPIDERME 85% 4 camadas (0,1-1mm) ST CÓRNEO - cornificado ST GRANULOSO ST ESPINHOSO ST BASAL MELANÓCITOS (2-5%), CÉLS LA (3-8%), MASTÓCITOS 85%

ATOPIA FATORES GENÉTICOS Gene calicreína 7 - ↑ X vida enz quimiotríptica descamação prematura / adelgaçamento camada córnea Gene SPINKS - ↓ X vida antiproteases Extrusão lipídica (ceramidas) Quebra BARREIRA CUTÂNEA Favorece penetração subst exógenas (irritantes, alérgenos, ag microbianos, fármacos)

ATOPIA ALVO RESPOSTA IMUNE PRURIDO ↑ CÉLS DENDRÍTICAS BARREIRA CUTÂNEA - penetração subst exgs (irritantes, alérgenos, ag microbianos, fármacos) ALVO RESPOSTA IMUNE PRURIDO ↑ CÉLS DENDRÍTICAS Injúria mecânica LINFONODOS + LB (IgE) e LTH2  pele citocinas

ATOPIA VIAS Epicutânea Aero-alérgenos – mucosa respiratória Trofo-alérgenos – mucosa intestinal

ATOPIA VIAS Epicutânea Aero-alérgenos – mucosa respiratória Ácaros poeira (ep / enz digestivas) Dermatophagoides pteronissinus D. farinae Barata, fungos, pólen Trofo-alérgenos – mucosa intestinal Proteína carne bov, suína, eq, frango, leite, ovo, trigo, aveia, deriv soja, ÁCAROS

ATOPIA EPIDEMIOLOGIA INÍCIO: 6m – 3a F>M? Boxer, chihuahua, yorkshire, shar pei, west highland white terrier, scotish terrier, lhasa apso, shih tzu, fox terrier, pug, dálmata, setters, labrador, golden retriever, cocker, beagle, poodle, schnauzer miniatura

ATOPIA SINTOMAS Sintomas podem ser cutâneos e/ou respiratórios. “Coceira que lesa e não lesão que coça” Início moderado  severo Sintomas podem ser cutâneos e/ou respiratórios. FEL: mais comuns - alopecia autoinduzida e o GE e PE.

ATOPIA LESÕES INÍCIO CRÔNICO Máculas, manchas eritrodermia Eritematosas hiperpig hiperqueratose liquenificação 2o prurido: alopecia, rarefação, escoriação, erosão, crostas OTITE EXTERNA : 80%

ATOPIA SINTOMAS FACE: periocular, perilabial, mento, nasolabial Conduto auditivo e face interna PA VENTRAL: cervical, abdominal, axilar DISTAL de membros, interdigitos PERÍNEO

ATOPIA ATOPIA: acáros do pó Alopecia bil simétrica no tronco irresponsiva ao tratamento anti-pulgas e a dieta alimentar de restrição por 8 sem Fel, SRD, F, 5 anos

ATOPIA PIODERMATITES SUPERFICIAIS – 68% Impetigo Foliculite Lesão: pápulas, pústulas e colaretes

ATOPIA MALASSEZIOSE: 56% Lesões: eritema intenso, hiperqueratose, liquenificação, seb oleosa Áreas de atrito

ATOPIA DIAGNÓSTICO TESTES ALÉRGICOS DIETA ↑F+ Melhora apenas < 50% HA > 80% (recidiva com desafio em 2 sem)

PLANO DIAGNÓSTICO

ATOPIA TRATAMENTO RECUPERAÇÃO FUNÇÃO DE BARREIRA Xampus Cuidados ao banho: frio, pouco tempo, esfregadura suave

ATOPIA TRATAMENTO ANTIMICROBIANO TÓPICO SISTÊMICO Clorexidina 2 ou 3% Triclosan SISTÊMICO

ATOPIA TRATAMENTO ANTIMICROBIANO (antifúngico) TÓPICO Clorexidina 3 ou 4% Miconazol 2% SISTÊMICO Itraconazol – 10mg/Kg VO sid 2d na sem por 4 sem

ATOPIA CONTROLE E MINIMIZAÇÃO EXPOSIÇÃO ALÉRGENOS – ácaros poeira Locais arejados e iluminados por luz natural Colchões ou camas: coberturas impermeáveis e antiácaros Limpeza ambiental e aspiração pó Ambiente não abafado, livre de entulho, nunca em guarda-roupa, sobre ou embaixo da cama Remoção carpete, tapetes, cortinas Umidade entre 30-40%

ATOPIA CONTROLE E MINIMIZAÇÃO EXPOSIÇÃO ALÉRGENOS – mofo, pólens Locais arejados e iluminados por luz natural, limpos e secos Limpeza ambiental e aspiração pó Ambiente sem umidade, evitar guarda-roupa, áreas de serviço e banheiros Restrição grama orvalhada ou após o corte Estocar ração em lugar limpo e seco Limpeza ambiente com fungicida ou hipoclorito de sódio

ATOPIA TRATAMENTO ANTIALÉRGICO ANTI-HISTAMÍNICOS EC: sedação, sialorréia, constipação, tremores, hiperestesia, excitação, ofegância SINERGIA: GC, ômega 3 e 6

ATOPIA TRATAMENTO ANTIINFLAMATÓRIO GC Eficácia: 58 a 86% EC em 30 a 80% HAC VO PREDNISONA OU PREDNISOLONA 0,5 a 1 mg/Kg sid Uso a longo prazo apenas nos casos crônicos sem resposta a terapias alternativas Sid  cd 48hs  cd 72hs  equilíbrio sintomas e EC

ATOPIA TRATAMENTO ANTIINFLAMATÓRIO GC IATROGÊNICO: depósito, VO, TO SINTOMAS: PU, PD, PF Apatia Estridor respiratório Abdômen abaulado Atrofia muscular Infecções: ITU e cutâneas Ciclo estral irregular,  libido Osteopenia

ATOPIA TRATAMENTO ANTIINFLAMATÓRIO GC Associar com ANTI-H ÔMEGA 3 e 6 CICLOSPORINA A PENTOXIFILINA

ATOPIA TRATAMENTO IMUNOMODULADOR PENTOXIFILINA Inibidor fosfodiesterase – derivado metilxantina ↓ TNF-, IL-1, IL-6 Ativação LB e LT ↓ ativação Le - liberação superóxido

ATOPIA TRATAMENTO IMUNOMODULADOR PENTOXIFILINA Dose: 10mg/kg bid-tid Eficácia > 50% EC MIELOTOXICIDADE VÔMITO DIARRÉIA

ATOPIA TRATAMENTO IMUNOMODULADOR CICLOSPORINA A Inibidor da calcineurina Inibe proliferação de céls LA ↓sobrevida e degranulação de mastócitos + apoptose eosinófilos Suprime transcrição de citocinas – LT IL-2, 3, 4, 5, 18, TNF e IFN IL-2 Ativação e proliferação LT

ATOPIA TRATAMENTO IMUNOMODULADOR CICLOSPORINA A Dose: 5mg/Kg sid Eficácia – 40 a 86% Efeito após 30 dias Associar GC e ANTI-H EC Vômito e diarréia intermitente Predisposição a infecções Hiperplasia gengival Proliferações papiloformes Neo oral

ATOPIA TRATAMENTO IMUNOMODULADOR DESSENSIBILIZAÇÃO (imunoterapia alérgeno-específica) Induzir tolerância imunológica Indicações Resposta inadequada ao tratamento médico ↑ EC EFICÁCIA – 50 a 59% + GC 75%

ATOPIA TRATAMENTO IMUNOMODULADOR DESSENSIBILIZAÇÃO Mínimo 1 ano – resto da vida Caro EC Edema, eritema, dor e prurido no local aplicação Aumento prurido Ansiedade Vômito e diarréia Urticária e angioedema Monitorar até 1 h após aplicação

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS DERMATITES ALÉRGICAS Lesões dermatológicas idênticas Sem predisposição racial (fel), sexual ou etária Não há exs complementares específicos DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS DERMATITES ALÉRGICAS DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO 1. Presença de pulgas? Eliminar 30% casos de DASP – proprietários negam presença Produtos com ação pulicida de contato a cd 15 dias no 1º mês

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS DERMATITES ALÉRGICAS DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO 2. ALTERAÇÃO DIETA Hábitos do paciente DIETA DE ELIMINAÇÃO – 8 a 13 sems Fonte de proteína: carne de coelho, carneiro 60% Fonte de carboidratos: arroz integral ou batata 40% Rações proteína de soja hidrolizada (<16.000 Kd) Alérgenos 18.000 a 36.000 Kd Remissão sintomas – voltar dieta antiga – piora em 10-14d Sem melhora - ATOPIA

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS DERMATITES ALÉRGICAS DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO 3. IMUNOTERAPIA – RAST ou ELISA Detecção quantitativa de IgE Resultados controversos em gatos

Tratamento DERMATITES ALÉRGICAS TRATAMENTO (fel) PREDNISOLONA VO ou parenteral, esta preferível nos felinos menor dose possível por 5-10d: 1 mg/kg sid ou bid Se prurido incontrolável no início da eliminação de pulgas ou da dieta de eliminação 45d eliminação pulgas 70d dieta

Tratamento (fel) Acetato de metilprednisolona: 20 mg/gato cd 15 d, total de 2 a 3 aplicações. Triamcinolona OU dexametasona: 0,2 a 0,4 mg/kg VO sid, ↑ intervalo p cd 3 ou 4d ou até uma dose cd 7d.

Tratamento Tópico (fel) Somente lesões não muito extensas. Bid: creme, loção ou spray. Não esqueça: gato se lambe o tempo todo!!!!!!

Antihistamínicos mais comuns para felinos Clorfeniramina: 2-4 mg/gato sid ou bid Clemastina: 0,7 mg/gato/bid Ciproheptadina: 2 mg/gato/bid Dicloridrato de cetirizina: 5 mg/gato/sid ou bid

Antihistamínicos: funcionam ou não?? Funcionam melhor no felino quando associados à ácidos graxos. Resposta muito individual, testar vários. Melhor associar aos corticosteróides no início do tratamento. Mínimo de 14d, até 3 a 4 sems se necessário. Atingem pico sérico em 1h.

Ácidos graxos funcionam como? Hidratação cutânea, controle perda hídrica transepidermal e diminuição da produção de agentes pró-inflamatórios. O ômega 6 inibe a fosfolipase A e o ômega 3 inibe a produção de leucotrieno B4.

Drogas alternativas (fel) Ciclosporina: 5 mg/kg V.O sid - estômago vazio. Obs: alto custo. Fenobarbital: 2-6 mg/kg VO bid Acetato de megestrol: 2,5 a 5mg/gato/cd 48 h ou até a cd 7d.

Conclusão + + PRURIDO ALTERAÇÕES DISTÚRBIOS BARREIRA IMUNOLÓGICOS FATORES GENÉTICOS ALTERAÇÕES DISTÚRBIOS BARREIRA IMUNOLÓGICOS FATORES AMBIENTAIS, AGENTES INFECCIOSOS, IRRITANTES E FATORES ALIMENTARES PRURIDO + +

ALOPECIA BILATERAL SIMÉTRICA

ALOPECIA BIL SIMÉTRICA Inspeção indireta – exs complementares Tricograma Extremidade: íntegra ou quebrada.

ALOPECIA BIL SIMÉTRICA Inspeção indireta – exs complementares Tricograma Estágio do ciclo: anágeno ou telógeno.

Medicamentos ansiolíticos e antidepressivos Quando usar??? Felinos com alopecia psicogênica com ou sem dermatite, estas drogas ajudam a diminuir o ato da “lambedura compulsiva”

Medicamentos ansiolíticos e antidepressivos Amitriptilina (Limbitrol, Tryptanol) 5-10mg/gato VO bid Clomipramina(Anafranil) 1,25-2,5 mg/gato VO sid

Pênfigo EXAME FÍSICO LOCALIZAÇÃO Lesões em região cervical e cefálica PF – junção mucocutânea

PÊNFIGO FOLIÁCEO Citologia Acantócitos pênfigo, dermatofitose