Tópicos de História da Física Clássica 2015

Aula Anterior  Características da Ciência Moderna:  Matematização da Natureza;  Mecanicismo (metáfora do relógio);  Experimentação. (atormentar a natureza!)

Aula Anterior  Um Novo Espaço para a Ciência Moderna:  Academias e Sociedades Científicas.

Aula Anterior  As práticas experimentais, “em alguma medida”, já eram realizadas no mundo árabe.

Questões de Partida  A Experimentação é o que dá validade à ciência?  Como é possível caracterizar as práticas experimentais?

Robert Boyle  Em sua época não estava estabelecido o que seria a “ciência” e o que seria a “opinião”;  Era necessário defender um modo de produção do conhecimento.

Robert Boyle  Busca estabelecer o que seriam as “matérias de fato”;  Considera que os “mecanismos [causas] são ocultos”;  Desenvolve um conjunto de “tecnologias” para o trabalho experimental.

Tecnologia Material  A Bomba de Ar era o aparato mais sofisticado da época;  Sendo o aparato “tecnicamente” sofisticado, qualquer experiência teria validade? Como distinguir os resultados corretos?

Testemunhando a Ciência  Para a validação das “matérias de fato”, seria necessário muitas “testemunhas oculares”:  “Pois, conquanto o depoimento de uma única testemunha não há de ser suficiente para comprovar que a parte acusada é culpada de assassinato”

A Ciência Pública

O Problema da Reprodução dos Experimentos  Base material de pouco acesso;  Dificuldade de execução;  Tecnologia Literária (Testemunho Virtual)

Tecnologia Literária  Descrições densas;  Iconográficas;  Pouco esquemáticas;  Aspecto literário (construção de cenas).

Tecnologia Literária  Estilo “modesto” e “sincero” (construção da moral do autor);  Para Boyle, mesmo os erros deveriam ser relatados  Em linguagem simples (para Boyle utilizar uma linguagem “floreada” seria como pintar “as lentes de um telescópio”.

Tecnologia Literária  Dois tipos de discurso:  O “objetivo”, sobre as “matérias de fato”;  O “subjetivo”, sobre a interpretação das causas.

Tecnologia Literária  “em quase todos os ensaios que se seguem eu (...) falo de maneira tão hesitante e emprego com frequência talvez, parece, não é improvável, e outras tais expressões, à medida que ofereço argumentos para a dissidência da verdade das opiniões às quais me inclino,e para que eu seja cauteloso ao registrar princípios” Boyle

Linguagem Interpretativa sobre a Natureza do Ar (Gases).  “Da estrutura das partículas elásticas do ar podemos formar-nos diversas concepções (...) alguém pode pensar que as partículas são como molas de relógios, enrolados, que tentam abrir-se (...) Outros podem imaginar uma porção de ar como se fosse um conjunto de grupos de tecido retorcido, o qual ao ser comprimido pode fazer um contínuo esforço para estirar-se, e impulsionar as partículas vizinhas (...)

 Também recordo que, entre outras comparações deste tipo, tenho imaginado as partículas do ar como cavacos muito finos de madeira que os carpinteiros e montadores costumam produzir com suas ferramentas (...) e talvez você possa preferir esta comparação porque estes cavacos são produzidos a partir de corpos, que não pareciam nem eram suspeitos de serem elásticos em todo seu volume, com as vigas ou blocos” Boyle

Experimentação  Atividade técnico-material;  Validada por uma comunidade (tem caráter público);  Deve haver condições de replicação;  Estabelece poucos “fatos” e exige interpretações;  Tem usos próprios de linguagem;  Os “Filosofia Experimentais” devem se inserir nestas normas (salvando os alquimistas!)