LIBERDADE E POLÍTICA - MARX

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Conceitos de Karl Marx.
Advertisements

PROGRAMA II ETAPA 8º ANO Cap. 4 Industrialização e Globalização Cap. 5 A modernidade na Europa Cap. 6 A modernidade: do outro lado do Atlântico.
2. Filosofia 1. Ciência 3. Religião ? É c i ê n c i a !.. É f i l o s o f i a ! Não é religião! mas... LUMEN Editora...sem ser uma religião, conduz essencialmente.
Karl Marx ( ). HISTÓRIA E VIDA DE KARL MARX Karl Heinrich Marx, filosofo alemão, nasceu em 05 de Maio de Cursou Filosofia, Direito e História.
Aula 12 - Ordem da Revolução industrial Segunda metade do século XIX Europa Ocidental e EUA Expansão da Revolução Industrial (2° Rev. Industrial) (período.
LIBERALISMO E SOCIALISMO Disciplina: Sociologia Ensino Médio Prof: Cristina Abrunhosa.
3 Interdependência e Ganhos de Troca. Bens e serviços no dia a dia O despertador que toca de manhã foi feito na China. O software do celular foi desenvolvido.
INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ CAMPUS SANTANA COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA TEORIA DO CONHECIMENTO João Morais da Costa Júnior Santana/2017.
Pré-socráticos.
KARL MARX - Marxismo.
Política e Economia A política é uma atividade que surgiu e se desenvolveu a partir da necessidade de representação do homem que vive em comunidade. A.
SOCIEDADE, POVO, NAÇÃO, PAÍS E ESTADO
CONCEITO DA ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Liberalismo Econômico
O que e socieologia Aluna: Cris mamaedes e Suelem Dias
Recuperação de Filosofia – 3º ano
Sociedade e indivíduo como relação recíproca
Apostila de Práticas Investigativas
Conceitos básicos de Karl Marx
Marx – Ideologia Sociologia.
Formação do mundo atual
GLOBALIZAÇÃO GLOBALIZAÇÃO.
Jean-Paul Sartre ( ) Plinio Lukian e Douglas Nunes.
O que é Sociologia? Texto o4 - GIDDENS
“O caráter fetichista da mercadoria e seu segredo” – O Capital
Algumas ideias hegelianas
Introdução à Sociologia
Max Horkheimer.
Século XIX.
EDUCAÇÃO Reflexões do Ponto de Vista Behaviorista/Comportamental
A crítica da economia.
Psicologia Raphaella Pizani.
Comportamento Organizacional:
Karl Marx Alemanha “Os filósofos não têm feito senão
MÉTODOS CIENTÍFICOS 1. Método dedutivo
As origens da Sociologia
Gestão da Inovação – Parte 1
ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
 VOCAÇÃO- DA FELICIDADE Desafio contínuo Ser chamado...
A Contribuição de Max Weber
LIÇÃO 4 – A FAMÍLIA SOB ATAQUE
Senso comum & Ciência Cezar Augusto, graduando em Ciências Sociais / Conexões de Saberes - UFAL.
TRABALHO E IDENTIDADE DOCENTE nas Políticas de Profissionalização
Seminários Integrados
Preparatório EsPCEx História Geral
Aula 4 Burocracia Weberiana.
O Pensamento e a Ação: Karl Marx
A liberdade guiando o povo
NASCIMENTO DA SOCIOLOGIA
Economia Ecológica: CNM 7238 Introdução
Arcadismo Contexto Histórico.
A LEI DOS TRÊS ESTADOS Teológico: o estado onde Deus está presente em tudo, as coisas acontecem por causa da vontade dele. As coisas sem explicação são.
Marx – Alienação e Fetichismo
Curso Básico de Espiritismo
Prof. Julio Cesar Ferreira Santos
Socialismo utópico e Socialismo Científico
O que é Educação Ambiental?
A organização da vida social na visão de Karl Marx
FENOMENOLOGIA.
Disciplina: Economia Internacional
Objetivo, Definições, Significado
(Aristóteles: Metafísica, I, 982b 10)
DO DISCURSO ALHEIO EM TEXTOS ACADÊMICOS
KARL MARX ( ) 1861.
Liberalismo Doutrina político-económica e sistema doutrinário que se caracteriza pela sua atitude de abertura e tolerância a vários níveis. Surgiu na época.
Conceitos importantes para o estudo da História
DISCURSO FILOSÓFICO E DISCURSO CIENTÍFICO
A crítica da economia.
Teoria da Objetivação Cíntia Matos
Transcrição da apresentação:

LIBERDADE E POLÍTICA - MARX FILOSOFIA LIBERDADE E POLÍTICA - MARX Aulas 29 e 30 Professor Carlos Eduardo Foganholo

KARL MARX (1818-1883) 1861

BIOGRAFIA Nasceu em Trier, Alemanha. Pais judeus convertidos. Na adolescência militante antirreligioso; “A crítica da religião é o fundamento de toda crítica.” Tese de doutorado sobre antiga filosofia grega;

Pensamento profundamente influenciado por Hegel; Foi expulso de vários países; Os últimos 34 anos de sua vida, vai passar na Inglaterra; Morreu em Londres em 1883.

Tumba de Marx no Cemitério Highgate em Londres

INFLUÊNCIAS Filosofia alemã (Hegel); Teoria política francesa (socialistas utópicos como Saint Simon, Louis Blanc e Proudhon); Economia Britânica (Adam Smith e David Ricardo);

INFLUÊNCIA DE HEGEL (1770-1831) Costumamos chamar de “real” aquelas coisas concretas, materiais, com as quais lidamos todos os dias; Ao mesmo tempo chamamos de “abstrato” tudo aquilo que não tem uma existência palpavel. Heguel afirmava justamente o contrario: O conhecimento imediato que temos das coisas é “abstrato”, pois capta somente as aparências; O conhecimento real é da natureza espiritual e resulta da descrição da forma como uma realidade é produzida. “O que é racional é real, o que é real é racional”.

Hegel tem uma visão da história como um processo de mudança permanente (constante transformação); Entender a realidade é entender a natureza deste processo (Se todas as coisas estão mudando, o que chamamos de presente é o resultado de um processo e o conhecimento da História é uma maneira de termos consciência desse processo); A mudança não é aleatória e obedece a uma lei.

O que mantém o processo em constante mudança são as suas contradições internas; - Tese (ex. tirania) - Antítese (ex. liberdade absoluta) - Síntese (ex. leis) Este processo não está sob controle humano e continuará até que as suas contradições sejam resolvidas (fim da alienação); Isso tornará possível a liberdade e a auto realização dos seres humanos.

DIVERGÊNCIAS DE HEGEL: A VISÃO MATERIALISTA DE MARX Para Hegel, o motor da transformação é a razão em um processo que caminha para a Ideia Absoluta, em que se realiza a plena identidade do sujeito com o objeto; Para Marx, o motor da transformação são as forças produtivas e as relações de produção, isto é, a forma como o homem e as forças produtivas se relacionam entre si no processo produtivo.

CONCEITUAÇÃO DE ALIENAÇÃO ETIMOLOGICAMENTE A PALAVRA ALIENAÇÃO VEM DO LATIM ALIENARE, ALIENUS, QUE SIGNIFICA “QUE PERTENCE A UM OUTRO”. ASSIM, ALIENAR É TORNAR ALHEIO, TRANSFERIR PARA OUTREM O QUE É SEU.

Conceito hegeliano de alienação: tratar como estranho algo com o qual devíamos nos identificar. Hegel considerava que os indivíduos, todos manifestações de um único Espírito, se viam uns aos outros como rivais hostis e não como elementos de uma unidade. «A alienação é o estado no qual as pessoas vêem como exterior algo que, na verdade, é um elemento intrínseco do seu próprio ser.» (Kenny, 1999: 356).

Alienação, segundo Marx Marx analisa a alienação dos trabalhadores industriais em Manuscritos Econômicos e Filosóficos (1848). A propriedade privada e o controle da produção por uma elite são causas do trabalho alienado. O trabalho alienado retira a humanidade das pessoas. Para Marx, a alienação residia, sobretudo, no dinheiro. «O dinheiro é o valor universal e autoconstituído de todas as coisas. Despojou, assim, o mundo inteiro, tanto o mundo humano como a natureza, do seu próprio valor. O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da vida do homem, e esta essência alienígena domina-o enquanto ele a idolatrar.»

PARA KARL MARX, A ORIGEM DA ALIENAÇÃO ESTÁ NA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO, QUE FAZ COM QUE O PRODUTO DO TRABALHO HUMANO DEIXE DE PERTENCER AO TRABALHADOR E PASSE A PERTENCER A OUTREM.

Como Surge a Alienação? - Todo ser humano tem de obter os meios de subsistência: alimento, abrigo, etc... - O desenvolvimento dos meios de produção leva à especialização; - A especialização torna os indivíduos dependentes um do outro;

O que define cada indivíduo é sua relação com os meios de produção; Esta relação determina quem mais tem os mesmos interesses que nós, e quem está em conflito conosco; Isto origina as classes socioeconômicas e também o conflito entre elas.

A SUPER-ESTRUTURA É um reflexo abstrato da infraestrutura econômica. Corresponde às instituições sociais e políticas, religiões, filosofia, artes, ideias. Enfim, é tudo aquilo que é criado culturalmente para dar legitimidade a uma dada infraestrutura econômica.

A TEORIA DAS CRISES No capitalismo, a concorrência gera o dinamismo econômico, mas, por outro lado, este estado de coisas facilmente descamba para o caos. É por isso que no capitalismo as crises são tão frequentes. O desenvolvimento constante da tecnologia moderna seguiria criando uma massa de desempregados cada vez mais numerosa.

Até o momento em que a imensa quantidade de pessoas alienadas e empobrecidas se levantaria contra os capitalistas e faria a revolução. Esta revolução seria o fim da história. A divisão da sociedade em classes teria acabado. Os meios de produção seriam possuídos por todos e operados no interesse de todos.

FALSO PROFETA Marx acreditava que a sua teoria era científica, da mesma forma que a física de Newton era científica. Com tal conhecimento, dizia Marx, era possível prever o inevitável desenvolvimento futuro da sociedade. Esta ideia deu enorme grau de confiança aos marxistas e tornou-os famosos pela intolerância com todas as visões alternativas que não se coadunavam com as deles.

Ora, já que o marxismo era científico, as coisas necessariamente aconteceriam de acordo com as suas ideias, a despeito do que qualquer outra pessoa fizesse ou dissesse. Nas palavras de Trotsky, “ a história está do nosso lado.”

DECLÍNIO E QUEDA Teorias científicas são refutáveis por definição. Ao contrário do que Marx previra, a tecnologia não aumentou indefinidamente o desemprego, surgiu o setor de serviços: educação, turismo, entretenimento, etc... Além disso, as revoluções aconteceram na periferia do capitalismo, e não nos mais desenvolvidos como Marx acreditava.

Nos países em que o marxismo alcançou o poder, quase sem exceção (talvez a China), a economia fracassou e instalou-se uma ditadura burocrática. A liberdade também foi asfixiada. Isto tudo, levou a conclusão de que havia algo de errado com as teorias marxistas.