ESTUDOS SOBRE O ENVOLVIMENTO DE PAIS NA VIDA ESCOLAR DO ALUNO

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
UNOPAR. UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ. UNIDADE DE XAXIM
Advertisements

O desenvolvimento emocional e a família Constituição de identidade individual, familiar e social.
CURRÍCULO FUNCIONAL GRUPO 9 IRACEMA LAUDENIR LEOCÍ RUTHE
Problematizando os relatos pessoais:
Avaliação Psicomotora
A EJA E O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS ALUNOS
RECUPERAÇÃO PARALELA LÍNGUA PORTUGUESA 17/03/2009
RELATO DE EXPERIÊNCIA A Escola Municipal Amaro Coelho atende alunos na faixa etária de 0 a 15 anos, administrando o Ensino fundamental de 1ª a 4ª série,
A TEORIA SOCIOCULTURAL A TEORIA DO INSUMO- INTERAÇÃO-PRODUÇÃO
AVALIAÇÃO NA ESCOLA INCLUSIVA.
HABILIDADES/ SUPERDOTAÇÃO
- PROGRAMA DE PORTUGUÊS -
PNLD – Programa Nacional do Livro Didático
PROJETO PEQUENOS LITERATOS
PERSONALIDADE.
E estou super – hipertriperfeliz!!!! Isso não é uma maravilha? Finalmente as pessoas começaram a compreender-me….. E estou super – hipertriperfeliz!!!!
Ajude – me!!.
serviço de psicologia e orientação (spo) rita raposo
Pederneiras- São Paulo
Os níveis básicos da leitura
ESCOLA E FAMÍLIA, PARCEIROS NA ARTE DE EDUCAR.
LIMITES E AFETIVIDADE: COMO AGIR COM AS CRIANÇAS?
Autismo: Orientação Familiar
Colégio Nossa Senhora de Sion
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
A REALIZAÇÃO DA AUTOAVALIAÇÃO PELA ESCOLA
Teacher Marilisa Lichtenberg English
INSTITUIÇÃO LABORATÓRIO
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Promoção de leitura em família
Eduacação para a Vida Com o objetivo de ajudar os pais em sua caminhada na educação dos filhos.
PROJETO - SACOLA VIAJANTE Lajeado Grande
Desempenho Escolar: Causas... Consequências... Possíveis Soluções...
O brincar e a linguagem Professora: Eleida da Silva Arce Adamiski
Mobilizando seus colegas de trabalho
Definição de Aprendizagem A rmazenamento C onhecimento M emória.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
THATHIANA DE MORAIS FERRARI- PEDAGOGA
SEGUNDO EDUCADORES DA EJA Professora Dóris Maris Luzzardi Fiss - PEAD
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
AUTONOMIA A autonomia é um poder que só se conquista de dentro e que só se exerce no seio da cooperação.” (PIAGET, 1997) Porto Alegre, 27 de agosto de.
PLANO DE ENSINO: orientações para elaboração
Metodologia Ensino e Estágio de Língua Portuguesa III
EIXO 4 TECNOLOGIA ASSISTIVA PROMOVENDO A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL O USO DO TREINAMENTO DE PAIS COMO TECNOLOGIA ASSISTIVA.
Avaliação EQUIPE GESTORA MLV.
Desenvolvimento e Aprendizagem Motora ( 3. ENCONTRO)
POR QUE INCLUSÃO? Maristella Abdala.
ADELAIDE REZENDE DE SOUZA
Os anos das grandes oportunidades
Invadem Ambientes Familiares
PRODUÇÃO DE TEXTO PONTO DE PARTIDA ...
SITUAÇÕES.
Desenvolvimento e Aprendizagem Motora ( 3. ENCONTRO)
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II HABILIDADES TÉCNICAS DE ENSINO
Etapas de uma sequência didática
Crenças de Pais de Alunos Sobre o Ensino Línguas Estrangeiras
PEI – Programa Educacional Individualizado
PRÁTICA DE LEITURA PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Professora: Janine Fernandes
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Ana Parker, Grasiela Birck, Jandira Petry, Renata Silva e Salete Schmidt Professora orientadora Dóris Maria Luzzardi Fiss.
EDUCAÇÃO INFANTIL EXEMPLOS DE SITUAÇÕES Setembro-2011
O PERFIL DA EJA Alunas: Maria A. J. dos Santos, Márcia dos Santos e Neli Costa - PEAD/UFRGS Prof. Orientadora: Dóris Maria Luzzardi Fiss Tutora Orientadora:Luciane.
Como lidar com o problema das drogas? Deusimar Wanderley Guedes Escola / Família !!
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO Coordenadoria de Gestão da Educação Básica CGEB Coordenadoria de Gestão da Educação Básica 1.
RESULTADOS EDUCAÇÃO INFANTIL
“Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.” Mario Quintana.
Projetos e Sequências Didáticas
Matriz de avaliação processual
Primeiro capitulo – Gerações Crianças (geração dos computadores)  ---  Adultos (destruidores de lares ) Tecnologias - "Fluência Tecnológica" (o conhecimento.
Transcrição da apresentação:

ESTUDOS SOBRE O ENVOLVIMENTO DE PAIS NA VIDA ESCOLAR DO ALUNO DEFINIÇÃO DE ENVOLVIMENTO: I - grau em que pais participam das atividades associadas à vida escolar do filho, tais como: acompanhar tarefas e trabalhos escolares, ver caderno com as lições da escola, verificar se o filho fez as tarefas, estabelecer horário de estudo, informar-se sobre matérias e provas e outras - Freitas, Maimoni e Siqueira (1994) e de Miranda e Siqueira (1998).

II - interações do filho direcionadas ao desenvolvimento do mesmo, encorajamento do desenvolvimento, através do reforçamento dos esforços da criança e arranjo de experiências de enriquecimento cultural (Bradley, Caldwell & Rock, 1998) III - pai envolvido é aquele que auxilia nas tarefas de casa, quando é solicitado, participa da programação da escola, assiste às atividades esportivas e extracurriculares do filho, auxilia o filho adolescente a selecionar cursos e toma conhecimento de como o filho está indo na escola ( Steinberg, Dornbush e Darling, 1992)

IV - envolvimento pode ser demonstrado pelo comportamento dos pais em relação à escola, pela sua disponibilidade afetiva e pessoal, relacionada à vida escolar do filho e pela oportunidade de experiência intelectual/cognitiva, que proporcionam ao mesmo (Grolnick & Slowiaczeck, 1994).

OUTRAS VARIÁVEIS: A pesquisa de Grolnick e Slowiaczeck (1994) indicou que: se professores percebem que os pais são envolvidos, atendem melhor ao aluno na escola; se o filho percebe pais como envolvidos, podem ser influenciados pelo comportamento dos pais, no que se refere à importância que dão à escola; filhos que tiram boas notas podem levar mães a serem mais envolvidas e mãe envolvida influencia o envolvimento do pai.

A pesquisa longitudinal, realizada por Bradley, Caldwell e Rock (1988), que acompanharam quarenta e dois alunos, durante dez anos, com avaliações aos dois e dez anos de idade indicou: - uma relação entre a estabilidade do envolvimento de pais e a competência escolar dos alunos; - o envolvimento dos pais nem sempre descresce com o avanço da idade do filho. A pesquisa em 160 famílias brasileiras, de Maimoni, Freitas e Siqueira (1994) encontrou: - uma correlação entre o horário de trabalho do pai ( e não da mãe) e envolvimento com a vida escolar do filho; - não existir relação entre nível sócio-econômico e envolvimento de pais, dado confirmado por outros pesquisadores (D’Ávila, 1998); - um decréscimo no envolvimento dos pais, quando o aluno progride na vida escolar.

UMA CRIANÇA SEM FAMÍLIA OU CRIADA POR APENAS UM DOS PAIS NÃO SERÁ BEM SUCEDIDA NA ESCOLA? Poderá ser bem sucedida, se houver fatores protetivos. Marturano (1997) indica três fatores: 1) características de personalidade da criança (autonomia, auto-estima, orientação social positiva); 2) coesão e afeto familiar, sem discórdia; 3) disponibilidade de um sistema de suporte externo, estimulando os esforços da criança

Esses fatores podem promover a resiliência: “capacidade de resistência ao stress em crianças que crescem em condições desfavoráveis, desenvolvendo-se como adultos que funcionam em um alto nível de bem estar.” (Marturano, 1997).

Propostas de Programas para a Promoção do Envolvimento de Pais 1 - Vivência da Experiência da Aprendizagem Mediada (EAM) – Feuerstein (1980) 2 - Intervenção junto a mães e cuidadoras – Programa MISC (Mediational Intervention Sensitizing Caregivers) – Klein (1992) 3 - Procedimentos de leitura, com a aprticipação de pais – Topping (1990)

Cinco elementos básicos da EAM, no caso da criança pequena: focalização afetividade expansão recompensa Regulação Estudos recentes ( NICHD – Nacional Institute of Child Health and Human Development), publicados em 2003, reforçam essa proposta: Foram acompanhadas 1.002 crianças norte-americanas, durante cinco anos, a partir do nascimento, e suas famílias, para encontrar a relação entre ambiente familiar, durante 54 meses, e resultados de desempenho e linguagem da criança.

Principais conclusões: - mães desenvolvem um conjunto de comportamentos para obter a atenção ou redirecionar a atenção do seu filho (apontar, nomear, demonstrar, falar sobre os objetos de interesse comum) - este aspecto pode determinar uma relação entre características da mãe ou do lar e prontidão escolar.

A EXPERIÊNCIA DA APRENDIZAGEM MEDIADA EM LEITURA E ESCRITA COM PAIS E MÃES UNIVERSITÁRIOS

História Viva e Leitura de Mundo

Reestruturação do conteúdo de História e Português, valorizando a identidade da Escola Rural São Bento. - Curso de língua portuguesa para as professoras a partir de novos enfoque da ´lingüística. - Desenvolvimento de uma abordagem histórica ampliando a consciência de identidade. - Desenvolvimento de uma abordagem discursiva culturalmente sensível.

As crianças em atividade na Escola Rural São Bento

Construção coletiva dos alunos da Escola Rural São Bento

A distância não importa A minha casa Fica longe da escola E a casa do meu amigo Fica perto da escola Levanto cedo e espero a kombi chegar E para a escola vou com muita alegria Pois é minha obrigação de todo dia Ir para a escola estudar A distância não importa O que importa é que lá Tenho amizade E aprendo de verdade A distância não importa O que importa é que lá Tenho amizade E aprendo de verdade A amizade É uma coisa importante Para quem mora perto E pra quem mora distante

Envolvimento de pais no processo de construção da leitura na escola

Discussão sobre o texto A criança escolhe o material de leitura que seja do interesse dos pais e esteja dentro do nível de leitura dos mesmos O tutor (pai, mãe ou responsável) e a criança fazem uma discussão inicial sobre o texto O tutor e a criança lêem juntos o texto em voz alta no ritmo da criança Leitura Qualquer erro da criança ou ausência de resposta durante uns 5 minutos elogio Procedimento corretivo O tutor diz corretamente a palavra (e pode indicar a palavra incorreta) A criança repete corretamente a palavra Em pouco tempo prossegue a leitura conjunta A criança indica com um sinal não verbal (um gesto, por exemplo) que deseja ler sozinha O tutor elogia a criança por fazer o sinal e fica em silêncio A criança lê sozinha em voz alta Com o tempo, a criança adquire segurança e passa a ler palavras mais difíceis, a se corrigir, e a ter mais curiosidade em relação ao texto e palavras desconhecidas Qualquer erro da criança ou ausência de resposta durante 5 segundos. Procedimento corretivo igual ao anterior e ambos continuam a ler juntos elogio Discussão sobre o texto elogio

Procedimento de leitura conjunta (adaptado de Keith Topping, 1989)