PRÁTICA CLÍNICA PAUTADA NA ESCUTA DO SUJEITO: UMA REFLEXÃO TEÓRICA NO ÂMBITO DA PSICANÁLISE Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza, Ceará LACSU- Laboratório de Clinica do Sujeito: saber, saúde e laço social PAULINO, Monnyck Hellen Couto¹; DUARTE, Mariana Karen Bringel²; MOURA, Natana Abreu de³; PALÁCIO, Paula Danyelle de Barros4; SILVEIRA, Lia Carneiro5 1 Acadêmica de Enfermagem da UECE. Bolsista FUNCAP. Membro do Laboratório de Clinica do Sujeito: saber, saúde e laço social - LACSU. 2 Enfermeira. Membro do Laboratório de Clinica do Sujeito: saber, saúde e laço social - LACSU. 3 Acadêmica de Enfermagem da UECE. Bolsista IC-UECE. Membro do Laboratório de Clinica do Sujeito: saber, saúde e laço social - LACSU. 4 Acadêmica de Enfermagem da UECE. Bolsista CNPQ. Membro do Laboratório de Clinica do Sujeito: saber, saúde e laço social - LACSU. 5 Professora Doutora da UECE. Pesquisadora do Laboratório de Clinica do Sujeito: saber, saúde e laço social - LACSU. INTRODUÇÃO RESULTADOS A Reforma Psiquiátrica Brasileira surge na década de 80 como um movimento inovador de atenção em saúde mental, propondo uma desospitalização e reinserção social dos pacientes em sofrimento psíquico. No entanto, o que se observa na prática, é que apesar do deslocamento do cuidado desses indivíduos para fora das instituições psiquiátricas, a atuação profissional ainda hoje se encontra amarrada ao modelo biomédico, com um olhar centrado na doença, considerando a pessoa que sofre em uma posição de objeto, alheia aos seus desejos e ao seu próprio tratamento. Reconhecendo a necessidade de romper com essa visão reducionista verifica-se a importância de se investir em novos instrumentos de intervenção em saúde mental, como uma formação/prática profissional pautada na escuta do sujeito. Nesse sentido, é notória a contribuição da Psicanálise para o acompanhamento daqueles que chegam aos serviços, oferecendo aos profissionais de saúde tecnologias de intervenção clínica que garantam a valorização da subjetividade de cada pessoa. Através das leituras realizadas constatou-se que Freud abriu novas perspectivas no campo da psicanálise, como a descoberta do Inconsciente, como dimensão estruturante do desejo. Lacan afirma que o inconsciente é estruturado como uma linguagem, possuindo significantes e significados para a vida do ser, sobre os quais o discurso do Eu não possui qualquer controle. Aliado a isso, surge o conceito de Sujeito, que segundo Lacan é algo que está descentrado em relação ao indivíduo, é diferente de um organismo que se adapta, as elaborações desse sujeito não estão situadas no mesmo eixo da inteligência, da excelência, da perfeição do indivíduo. Baseado nisso, uma escuta qualificada por parte dos profissionais de saúde, com enfoque na história de vida do paciente e não somente nos aspectos da doença, faz emergir de sua fala outra dimensão de sua existência, algo que surge de outro lugar, que não da fala do eu. Uma escuta que valorize a verdade do sujeito e não a cura de seu sintoma é o que se pretende dentro da psicanálise. CONSIDERAÇÕES FINAIS OBJETIVO Realizar uma reflexão acerca de conceitos teóricos da psicanálise que possam subsidiar uma prática clínica pautada na escuta do sujeito. A utilização de conceitos da Psicanálise por parte dos profissionais de saúde pode favorecer um novo posicionamento frente as queixas que lhes chegam nos serviços de saúde mental, valorizando as questões transferenciais e a implicação do sujeito naquilo que provoca seu sofrimento. METODOLOGIA Estudo de reflexão teórica desenvolvido mediante o trabalho com conceitos do referencial teórico da psicanálise, articulando suas possíveis contribuições para a saúde mental. Recorte do projeto de pesquisa intitulado “Clínica do Sujeito e Psicanálise: pensando novas estratégias de intervenção em saúde mental” . Encaminhado para o comitê de ética da Universidade Estadual do Ceará com o número de protocolo 10340285 -3. APOIO FINANCEIRO Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (FUNCAP)