Profa. Alessandra Xavier Pardini Imunologia Clínica

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Interação Ag-Ac “in vitro”
Advertisements

TESTES DE DIAGNÓSTICO E SUA INTERPRETAÇÃO: ESTRATÉGIAS SANITÁRIAS APLICADAS AOS PROGRAMAS DE CONTROLE DA BRUCELOSE E TUBERCULOSE Prof. Dr. Paulo Roberto.
MÉTODOS PARA DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO DE PARASITOSES
Parâmetros Sorológicos e Controle de qualidade nos Imunoensaios
Reconhecimento do antígeno pelas células da resposta imune adaptativa
PARÂMETROS DOS TESTES SOROLÓGICOS
CLASSIFICAÇÃO EM IMAGENS MULTIESPECTRAIS. Classificação em imagens multiespectrais Imagens multiespectrais Espaço de atributos Classificação Seleção de.
SENAI Técnico em Segurança do trabalho Toxicologia Enf. Juliana Rita Pinheiro.
Mariur Beghetto Diagnóstico de enfermagem Julgamento clínico Precede a seleção das intervenções Julgamento clínico Precede a.
Trabalho de Quimica Prof°:Cirlene Alunas:Thais n°44 e Mariane n°:26.
Instrumentação Industrial Prof. Evaldo Renó Faria Cintra.
Universidade Federal do Piauí – UFPI
Avaliação de Testes Diagnósticos e de Rastreamento.
Thamilis J. Menezes.  GENÔMICA NOVOS CONCEITOS MARCADOR MOLECULAR CHIP DE SNP SELEÇÃO GENÔMICA VIÁVEL EFICAZ PRODUÇÃO Melhoramento Genético.
Características Gerais Enfermidade sistêmica, exclusiva do ser humano, conhecida desde o século XV. Agente etiológico: Treponema pallidum. Modo de Transmissão.
Conceitos Básicos Prof.: Nivaldo T. Schiefler Jr. / Edson H. Watanabe
TESTES DIAGNÓSTICOS.
INTRODUÇÃO AO CÁLCULO DIFERENCIAL
PROTEÍNAS I Prof. Ana Rocha.
Epidemiologia Analítica
Estatística: Aplicação ao Sensoriamento Remoto SER ANO 2017 Inferência Estatística Camilo Daleles Rennó
História Natural da Doença
Medidas de Dispersão para uma amostra
CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA
Professora Priscila F Binatto 3ª ANO Jun/2016
Profa Dra. Denise Pimentel Bergamaschi
Imunologia Veterinária
Decisões Práticas no Desenvolvimento de Escalas
Diagnóstico laboratorial da Sífilis
IMUNOCROMATOGRAFIA e ELISA Parasitologia Clínica
Bioestatística Professora Livre Docente Suely Godoy Agostinho Gimeno
Desenhos de Estudo em Epidemiologia Ocupacional
Reação antígeno-anticorpo aplicada à Imunologia eritrocitária
Imunologia Veterinária
ANTÍGENOS e IMUNÓGENOS
IMPORTÂNCIA DOS TESTES SOROLÓGICOS NA PATOLOGIA CLÍNICA
Avaliação de testes diagnósticos
Testes Diagnósticos 2017 Cassia Maria Buchalla.
SISTEMA IMUNE. Formado por um conjunto de células e órgãos Importante na defesa do organismo contra agentes agressores ( microrganismos e toxinas) Retirada.
9. Testes de Hipóteses Paramétricos
Avaliação Psicológica. Definição: Teste psicológico é um instrumento de medida, objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento humano. Critérios.
Maria Luiza Garcia Rosa Sandra Costa Fonseca
IMUNOLOGIA BÁSICA AULA 3- ANTÍGENOS E ANTICORPOS.
CORRELAÇÃO Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro CPGA-Solos
TESTES DIAGNÓSTICOS E VALIDADE AULA 2.
Avaliação de testes diagnósticos
Reações de Hipersensibilidade
Polimorfismos de genes do sistema imunológico
Pesquisa de Sífilis Congênita no momento do parto:
História Natural da Doença
Imunologia Veterinária
Indução Eletromagnética
Visão Geral do Sistema Imune
Sífilis.
Disciplina: Bioestatítica
Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina
Integrantes: Elias Melo Nívea Juscelino Polyane Pereira
ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS Ensaios Clínicos Os antiinflamatórios não esteroidais (AINES) seletivos para COX2 são mais eficazes e produzem menos efeitos.
Disciplina: Bioestatítica
Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina
Disciplina: Microbiologia e Imunologia Propriedades gerais das respostas imunes.
ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS B
ANTÍGENO ANTÍGENO: é toda a estrutura molecular, que interage com anticorpo ou TCR.
Epidemiologia clínica
Indicadores epidemiológicos
Propriedades de testes diagnósticos
Vigilância em Serviços de Saúde. NILENE DUARTE. Conceito de Vigilância Epidemiológica, segundo a Lei  “conjunto de ações que proporcionam o conhecimento,
Epidemiologia Analítica
A ULA 1.2 F ISFAR V IRAL Prof. Licínio Andrade Gonçalves, Msc.
Antígenos. ANTÍGENO é toda a estrutura molecular, que interage com um anticorpo. Toda molécula pode ser um antígeno pois o que é próprio de um organismo.
Transcrição da apresentação:

Profa. Alessandra Xavier Pardini Imunologia Clínica Imunodiagnóstico Interação Antígeno-Anticorpo “in vitro” Parâmetros Sorológicos Profa. Alessandra Xavier Pardini Imunologia Clínica

Interação Antígeno-Anticorpo Ocorre devido ao perfeito encaixe espacial entre duas moléculas, lembrando a idéia de chave-fechadura. Importante para o desenvolvimento e progresso tecnológico de imunodiagnóstico.

Interação Antígeno-Anticorpo Molécula de Ac Sítio de ligação do Ag símbolo antígeno Determinante antigênico (epítopo)‏ Cadeia leve Cadeia pesada Fab Fc Região de dobradiça Combinação específica entre o determinante antigênico (Ag) e o sítio combinatório (Ac) correspondente (ligação Ag - Ac)‏

Características Reversibilidade Especificidade São forças fracas mas que se somam e geram estabilidade ao imunocomplexo. Especificidade Anticorpos podem ser extremamente específicos para determinados antígenos Constante de Afinidade (Estabilidade)‏ medida da força de ligação molecular entre o antígeno e o anticorpo, definindo a estabilidade do imunocomplexo (complexo estável, detectável).

Afinidade Anticorpos de alta afinidade Reconhecem uma grande porção da estrutura do determinante antigênico específico. Anticorpos de baixa afinidade Reconhecem pequena parte da estrutura, podendo reagir com moléculas que tenham estruturas semelhantes, porém com menor afinidade, ocorrendo reação cruzada

Avidez A avidez é a somatória das afinidades. Reações entre antígenos multivalentes e anticorpos multivalentes são mais estáveis e portanto mais fáceis de detectar. Figura 2: Avidez e Valência na Interação Antígeno-Anticorpo

Valência e Avidez Figura 2: Avidez e Valência na Interação Antígeno-Anticorpo

Reação Cruzada É a interação de um anticorpo com um antígeno (heterólogo) que não tenha sido aquele que induziu a sua formação (homólogo)‏ Essa interação ocorre porque alguns dos determinantes antigênicos são semelhantes ou pelo fato de dois antígenos diferentes apresentarem o mesmo determinante antigênico Quanto maior a similaridade maior a intensidade da interação

Reação Inespecífica Ocorrem em qualquer amostra, inclusive de indivíduos sadios. Pode ser devido a anticorpos naturais ou a substâncias metabólicas circulantes. Os anticorpos inespecíficos são chamados de “anticorpos naturais” e são considerados na padronização dos testes imunológicos através da utilização de amostras-controle obtidas de indivíduos supostamente sadios.

PARÂMETROS SOROLÓGICOS Em imunologia são utilizados testes que detectam a presença ou não de antígeno e anticorpo. Os resultados imunológicos devem ser somados a dados clínicos, epidemiológiocos, laboratoriais (análises clínicas, anátomo-patológico, exames de imagem como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética nuclear).

PARÂMETROS SOROLÓGICOS Podem ocorrer reação cruzada (devido a outro agente, anticorpos que interagem com alguns epítopos idênticos ou semelhantes de outro antígeno heterólogo) e reação inespecífica (devido a anticorpos “naturais”, concentração de imunoglobulinas de base ou de fundo, alguns clones de linfócito B produzem imunoglobulinas, controle genético).

PARÂMETROS SOROLÓGICOS Resultados: positivo (reagente) (+) negativo (não reagente) (-) inconclusivo

PARÂMETROS SOROLÓGICOS Amostragem: deve-se realizar seleção de populações de indivíduos sabidamente: Doentes Não-doentes Residentes de áreas endêmicas da doença (reatividade cruzada)

Índices: Eficiência, Valor Preditivo Positivo e Negativo, Prevalência, Sensibilidade, Especificidade

EFICIÊNCIA Eficiência= VP+VN VN+VP+FP+FN Refere-se à relação entre o somatório dos resultados achados de verdadeiros positivos (VP) e os verdadeiros negativos (VN) com a real população estudada. VP+VN Eficiência= VN+VP+FP+FN

VALOR PREDITIVO POSITIVO (VPP) Proporção de indivíduos doentes entre os resultados positivos obtidos no teste, portanto refere-se à probabilidade de doença quando o teste é positivo. VP VPP= VN+VP+FP+FN

VALOR PREDITIVO NEGATIVO (VPN) Proporção de indivíduos não-doentes entre os resultados negativos obtidos no teste, portanto refere-se à probabilidade de não ocorrência da doença quando o teste é negativo. VN VPN= VN+FN

PREVALÊNCIA Prevalência= VP+ FN VP+VN+FN+FP Porcentagem de indivíduos doentes numa população. Consideremos indivíduos doentes os verdadeiros positivos e os falsos negativos (VP + FN). PREVALÊNCIA SOROLÓGICA (Ps): É a porcentagem de casos positivos pelo teste. VP+ FN Prevalência= VP+VN+FN+FP

VALIDADE EXTRÍNSECA PRECISÃO É o parâmetro que determina se existe concordância entre os resultados obtidos quando um mesmo teste é feito várias vezes. ACURÁCIA ou EXATIDÃO Determina a capacidade do teste fornecer resultados próximos ao verdadeiro valor que se está medindo. A exatidão permite detectar erro sistemático ou a tendência dos resultados se desviarem do valor real.

SENSIBILIDADE Sensibilidade= VP VP+FN Refere-se a porcentagem de resultados positivos na população sabidamente doente (verdadeiros positivos). Neste caso, não mede o limiar de detecção do teste. Sensibilidade= VP+FN VP

Sensibilidade (S): porcentagem de pacientes doentes com teste positivo em população sabidamente infectada (é a capacidade do teste detectar os doentes em população doente)

PARÂMETROS SOROLÓGICOS

PARÂMETROS SOROLÓGICOS

PARÂMETROS SOROLÓGICOS

ESPECIFICIDADE Especificidade= A especificidade é definida pela porcentagem de resultados negativos do teste nos indivíduos não-doentes (verdadeiros negativos). Especificidade= VN+FP VN

Especificidade (E): porcentagem de indivíduos “normais” com teste negativo em população sabidamente não infectada (é a capacidade do teste apresentar resultados negativos nas amostras do grupo controle)

PARÂMETROS SOROLÓGICOS

PARÂMETROS SOROLÓGICOS

PARÂMETROS SOROLÓGICOS

Sensibilidade x Especificidade

PARÂMETROS SOROLÓGICOS Agora a mesma ilustração com maior quantidade das personagens Wally. Verifique como a sensibilidade e especificidade aumentam. PARÂMETROS SOROLÓGICOS

Sensibilidade (S) x Especificidade (E) Verdadeiro positivo (Sensibilidade): A / A+C Verdadeiro negativo (Especificidade): B / B+D Falso positivo: D / B+D Falso negativo: C / A+C Limiar de Reatividade ou “cut-off”: é a região de corte do teste sorológico

Aplicação prática: sensibilidade x especificidade

Aplicação prática: Sensibilidade (S) x Especificidade (E)

Exercício Na padronização de testes imunológicos, uma das etapas é a escolha do limiar de reatividade (“cut-off”). Explique os parâmetros (sensibilidade, especificidade, falso-positividade, falso-negatividade, valores preditivos de positivo e negativo) de um teste padronizado com finalidade de triagem em comparação com um teste utilizado no diagnóstico confirmatório.

Qual teste deve ser utilizado em banco de sangue e qual deve ser utilizado em um laboratório de análises clínicas? Justifique sua resposta. Agora imagine que ambos tratam-se de testes para estudo epidemiológico de febre amarela. Qual você utilizaria em região endêmica e qual você utilizaria em região que não é afetada pela doença? Justifique a sua resposta.

Agradecimentos: Profa Cecília Toralles e Profa Adriana de Brito, Imunologia Básica e Clínica, pelo material gentilmente cedido Profa Adelaide José Vaz, Imunologia Clínica, pelo material gentilmente cedido Bibliografia: Pesquisa da internet em agosto de 2011 FERREIRA & ÁVILA, Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Auto-Imunes, 2ed, Guanabara Koogan , 2001.

Obrigada pela atenção, boa semana!