DE PERTO QUEM É NORMAL? UM DIÁLOGO COLETIVO E INTEGRADO SOBRE A SAÚDE MENTAL NO MUNICÍPIO DE TANHAÇU-BA: TODOS EM DEFESA DA LUTA ANTIMANICOMIAL.

DE PERTO QUEM É NORMAL? UM DIÁLOGO COLETIVO E INTEGRADO SOBRE A SAÚDE MENTAL NO MUNICÍPIO DE TANHAÇU-BA: TODOS EM DEFESA DA LUTA ANTIMANICOMIAL. Jaquilene Lima Aline Silveira Valquíria Jesus Viviane Dias Julho/ 2018

Introdução: Atentos ao compromisso de afirmar direitos, conquistados legitimamente e pautados na busca incessante por viabilizar a efetivação desta Lei Nº 10.216/01, o município de Tanhaçu, localizado na região sudoeste da Bahia, através da Secretaria de Saúde e do CAPS- I realizou a I Semana de Saúde Mental do Município, no período de 14 a 18 de Maio de 2018, como parte integrante das ações do município em defesa da Luta Antimanicomial.

Objetivos Gerais: Convidar a sociedade e a rede de atenção a saúde do município para uma discussão e debate coletivo e ampliado sobre a Política de Saúde Mental e a sua efetivação no município e; - Facultar e promover um encontro voltado à discussão sobre a política de saúde mental do município, bem como também realizar um momento de discussão no que tange as diretrizes da Reforma Psiquiátrica e o significado e importância da luta.

Objetivos Específicos: - Discutir a integralidade e humanização da atenção à saúde mental no município; Informar e esclarecer sobre os direitos sociais: conhecimento dos usuários acerca das história da saúde mental; Realizar propostas relacionadas a melhoria da saúde mental no âmbito municipal; Proporcionar aproximação da equipe de trabalho com a população fortalecendo os vínculos de pertencimento comunitário;

Objetivos Específicos: Qualificar e facilitar os encaminhamentos para os demais serviços de saúde e equipamento intersetoriais aumentando a resolutividade da atenção e cuidado ao usuário de transtorno mental; Aprimorar a articulação entre serviços de saúde e equipamentos intersetoriais e; - Discutir os princípios e diretrizes da política nacional para o atendimento de pessoas com transtornos mentais junto a sociedade.

Metodologia: A Semana Municipal de Saúde Mental foi planejada para sua efetivação em três momentos: Dia 15 de Maio: Realização do Dia de Cuidado; Dia 16 de Maio: Realização de Audiência Pública e; Dia 18 de Maio: Realização do Encontro Intersetorial: Um Diálogo sobre a Saúde Mental do Município. Ampla divulgação em todos os espaços: redes sociais, trabalhadores da saúde, Conselho Municipal de Saúde, CIR.

Resultados: As discussões foram amparadas no que prevê as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, os marcos históricos em saúde mental e o significado e importância da luta antimanicomial. A humanização em saúde mental foi facultada em todos os espaços; O dia de cuidado ao usuário transmitiu a mensagem da necessidade com o zelo do físico e do corpo como um todo; - As atividades de caráter dinâmico, recreativo, e as relacionadas aos aspectos de auto percepção e autoestima, de um modo geral, auxiliaram a ideia do coletivo, contribuindo no sentido da sociabilidade.

Resultados: Afirmação do conhecimento equivocado a respeito da Saúde Mental; Baixa participação da sociedade mesmo havendo ampla divulgação; Baixa participação e pouco envolvimentos dos trabalhadores da rede de atenção municipal no evento; Os representantes do legislativo, judiciário e executivo também se mostraram pouco sensíveis às causas levantadas; Garantia de um debate coletivo mais próximo da realidade sobre a saúde mental do município;

Resultados: Nenhum representante dos municípios da CIR, se fiz presente no evento. Os usuários, mostraram-se participativos, não somente por parte do engajamento no dia do evento, como também pelas respostas obtidas após a realização do Evento. - Interesse dos usuários nas discussões posteriores sobre os direitos de cidadania, estratégias de enfrentamento quanto ao desconhecimento em relação à saúde mental e possibilidades de tratamento, que não somente pela via do uso medicamentoso.

Considerações Finais: Podemos avaliar que os objetivos gerais e específicos foram parcialmente alcançados, o que exige da equipe a necessidade de fortalecer a discussão da Política de Saúde Mental junto à comunidade e os trabalhadores na rede, no intuído de, mudarmos “os discursos e práticas manicomiais”, ainda presente no conceito recheado de estigmas e preconceitos quanto à “loucura”.