A Medida em Ciências Sociais (Parte 1.1.a)

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Transcrição da apresentação:

A Medida em Ciências Sociais (Parte 1.1.a) Instituto de Educação da Universidade de Lisboa Guilhermina Lobato Miranda gmiranda@campus.ul.pt

Lema deste módulo “…se, por um lado, a construção de sistemas de observação e medida dotados de qualidades adequadas é essencial ao avanço do conhecimento, não menos indispensável é que os instrumentos sejam desenvolvidos com base numa teoria ou, pelo menos, num conjunto de princípios e objetivos claros” [Moreira, 2004, p. 20] Guilhermina L. Miranda

O Problema da Medida nas Ciências Sociais Assunto controverso. Mas… De uma forma geral, e mais generalizável, medir é um processo de observação e registo de informação sobre a forma de atributos que reflectem qualidades ou quantidades (Maroco, 2009) Processo de codificação das propriedades de um objeto (Moreira, 2004) A codificação assume muitas vezes a forma de números (não é indispensável mas mesmo nas investigações qualitativas existem números) Níveis de medida das variáveis: nominal, ordinal, intervalar e de razão Nas Ciências Físicas o problema da medida também se coloca mas é mais consensual o uso de instrumentos universais. Guilhermina L. Miranda

O Problema da Medida nas Ciências Sociais Como medir atitudes, comportamentos, emoções, representações, opiniões, inteligência, motivação… e outras variáveis (mais ou menos manifestas)? Estas variáveis latentes podem ser designadas de construtos O que é um construto (ou variável latente) e sua relação com a variável observável, o que vou medir? É esta relação que torna a medida em Ciências Sociais única (na Psicologia em particular, que é o meu referencial) Guilhermina L. Miranda

Operacionalizar um construto construto Indicador (conceito ou variável latente) (variável observável) Operacionalização Inteligência Testes de QI / Provas Piagetianas Atitude Escala com itens ordinais com 3 Gosto de trabalhar com (face aos computadores ) factores ou dimensões computadores (CC até DC) Guilhermina L. Miranda

Operacionalizar um construto psicológico 1. Testes psicológicos, Escalas, Questionários Medida objectiva e estandardizada de uma amostra de comportamento; muitos são auto-aplicáveis; mas de informação “limitada” 2. Entrevista Avaliação presencial e interativa do entrevistado Informação mais “rica”; mas sujeito a enviesamento do entrevistador 3.Observação directa Recolha de amostra do comportamento observável pelo avaliador. Problemas de amostragem, de fiabilidade e de enviesamento 4.Medidas psicofisiológicas Medidas fisiológicas/bioquímicas e comportamentos associados; problemas com validade e fiabilidade Guilhermina L. Miranda

Operacionalizar um construto psicológico A. Testes psicológicos … essencialmente, uma avaliação objectiva e estandardizada de uma amostra de comportamento (Anastasi, 1990), e.g. Testes de Rendimento ou Aptidão máxima (QI; testes psicomotores: coordenação olho-mão-pé em Pilotos) B. Escalas (questionários) … avaliação padronizada de comportamentos, aptidões, atitudes, ou traços, por intermédio de itens intercorrelacionados cuja manipulação algébrica (soma, subtracção, média) indica uma quantificação (intervalar) dos objectos medidos; e.g. Escala de suporte social; Escala de Stresse, Escala de Auto-eficácia… Evitam a palavra “teste” ou respostas correctas/incorrectas; diferenças entre escalas e questionários (uni e multidimensionais e fragmentados) C. Inventários … conjunto de itens que descrevem amostra de comportamento, sentimentos, traços… e suas frequências. Podem ser uni-item, multi-itens, ou mesmos várias escalas, e.g. Inventário de Depressão de Beck; NEO Pi-R [Maroco, 2009; Moreira, 2004] Guilhermina L. Miranda

Como construir uma Escala / Questionário? 1.Que construtos se pretende medir? 2. Qual a dimensionalidade pretendida? 3. Qualidade e quantidade dos itens? 4. Instruções de preenchimento, codificação e cotação 5. Pré-teste 6. Qualidades psicométricas da escala? [in Maroco, 2009] Guilhermina L. Miranda