FEBRE NA UCI Ricardo Louro Unidade de Cuidados Intensivos

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Apresentação: Tânia Baptista Grupo de Estudos do Trauma
Advertisements

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA FORTALEZA(CE) ABRIL A OUTUBRO DE 2012
Artrite reumatóide É uma doença auto-imune sistémica, caracterizada pela inflamação das articulações (artrite), e que pode levar a incapacitação funcional.
MENINGITE CONCEITO: Inflamação das meninges,causada por um organismo viral, bacteriano ou fúngico.
INFECÇÕES NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Uso Racional de Antimicrobianos
CHOQUE SÉPTICO.
PNEUMONIA NOSOCOMIAL: DIAGNÓSTICO, MANEJO E PROFILAXIA
Fisioterapia Intensiva Aspectos éticos para o presente
COMPLICAÇÕES NAS TRANSFUSÕES DE HEMOCOMPONENTES REAÇÃO TRANSFUSIONAL FEBRIL NÃO HEMOLÍTICA (1:200) Reação mais comum durante a transfusão Motivo:
Doença Diverticular.
HOSPITAL S. JOÃO SU 23 de Outubro de 2005
SUGESTÃO MARIA JOÃO PIRES BRAD MELDHAU.
Vírus Márcia Regina Garcia.
Dr. Leonardo de Andrade Reis CET Casa de Saúde Campinas
Choque tóxico: relato e caso
COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA
Critérios diagnósticos gerais para infecção hospitalar
Realização do teste para a infecção VIH Linhas de Orientação Henrique Barros.
Pneumonia associada à ventilação mecânica
Pneumonia em institucionalizados
Cap. 100 Pancreatite aguda Mauricio Silva
PAC: O que o clínico precisa saber?
quinzena da mulher de 7 a 18 de Março
Casos Clínicos Antibióticos
Pré-Operatório,Peroperatório e Pós-Operatório
Aluna: Maria Paula Turma: 71 Professora: Mariluce
SEPSE – interpretando o novo consenso
Enfª Audiandre Nunes Coelho
DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO
ENVOLVIMENTO RENAL NA INFECÇÃO PELO HIV.
Vamos Falar sobre… SIDA.
INTERNATO GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ANTICOAGULAÇÃO EM ANESTESIA
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES
Vila Franca de Xira, 22 e 23 de Novembro 2013
Abdome Agudo Hospital Central Coronel Pedro Germano
INFECÇÃO PUERPERAL Dr Cezar Angelo Alfredo Filho
CPRE Urgente – Avaliação de impacto –
Sepse Neonatal Precoce

INFLAMAÇÃO Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária
Dor abdominal recorrente
APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE GASTROENTERITE EOSINOFÍLICA
Definição Condição clínica caracterizada por inadequada perfusão tecidual em decorrência de grave disfunção cardíaca.
ESCOLA SECUNDÁRIA C/3ºCICLO PADRE ANTÓNIO VIEIRA ANO LECTIVO 2008/2009 BIOLOGIA 12º Elementos do grupo: Andreia Franco nº4 Elisa Fernandes nº9 Joana Marino.
Isquemia Intestinal Definição:
SÍNDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL (SCA)
Neutropenia Febril em Oncologia Pediátrica
Aconselhamento em Cardiopatias Congênitas
Coqueluche Grave e Cuidados Intensivos Alexandre Serafim - UTIP HMIB
Osteomielite Diagnóstico e Encaminhamento.
Leptospirose Definição: Bactéria do gênero Leptospira.
Patologia Geral.
Profa. Dra. Joice Cruciol
DOENÇAS INFECCIOSAS TRANSMISSÍVEIS POR TRANSFUSÃO
Enterococcus faecalis
Endocardite infecciosa
Transaminase Glutâmico Pirúvico - TGP
INFECÇÃO HOSPITALAR.
Prof. Dr. José Henrique Pereira Pinto
1 Médica Residente em Clínica Médica do Hospital Regional de Cacoal. 2 Médica dermatologista e Preceptora do Programa de Residência em Clínica Médica do.
Strongyloides stercoralis Estrongiloidíase
Autores: Henrique Yuji Watanabe Silva 1 e Dr. Jefferson Pinheiro 2 1- Médico residente de pediatria geral do Hospital Materno Infantil de Brasília, 2-
PATOLOGIA CLINICA HUMANA
Sequela da infecção adquirida pós-natal pelo citomegalovírus nos recém-nascidos de muito baixo peso Sequelae Following Postnatally Acquired Cytomegalovirus.
Porque crianças com Sepse grave morrem: Determinantes e Consequências do Cuidado Sub- Ótimo Alexandre Serafim Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Hospital.
Transcrição da apresentação:

FEBRE NA UCI Ricardo Louro Unidade de Cuidados Intensivos Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio Director: Dr. Carlos Glória Ricardo Louro 10 de Março de 2011

Fisiopatologia da Febre ÍNDICE: Introdução Fisiopatologia da Febre Causas de Febre na Unidade de Cuidados Intensivos Abordagem e Tratamento da Febre no Doente Crítico

1. INTRODUÇÃO “A Febre ou pirexia, é a elevação da temperatura do corpo. É uma reacção orgânica de múltiplas aplicações contra um mal comum, interpretada pelo meio médico como um simples sintoma. A reacção descrita como um aumento na temperatura corporal nos seres humanos para níveis até 37,5 °C Célsius chama-se estado febril; ao passar dessa temperatura, já pode ser caracterizado como febre e é um mecanismo adaptativo próprio dos seres vivos. A febre é uma reacção do corpo contra patógenos; a sensação ruim que sente a pessoa febril faz com que ela poupe energia e descanse, funcionando também através do maior trabalho realizado pelos linfócitos e macrófagos. Apesar da maior parte das febres ser causada por infecções, nem sempre febre é indicador de infecção. Mede-se tradicionalmente a temperatura corporal através da testa e pescoço (com a mão), da boca, da axila e do ânus (utilizando um termómetro, que pode ser eletrônico ou não.)…” Wikipédia

1. INTRODUÇÃO

FEBRE Apirético 35.6ºC 36.8ºC 38.2ºC Febre: 1. INTRODUÇÃO 1/3 dos doentes durante a sua estadia hospitalar. 90% em doentes críticos com Sépsis 35.6ºC 36.8ºC 38.2ºC Apirético FEBRE Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009

MEIOS PARA MEDIÇÃO DE TEMPERATURA: 1. INTRODUÇÃO MEIOS PARA MEDIÇÃO DE TEMPERATURA:

CAUSAS NÃO INFECCIOSAS CAUSAS 1. INTRODUÇÃO DILEMA CAUSAS NÃO INFECCIOSAS CAUSAS INFECCIOSAS FEBRE Tratar ou Não Tratar É frequente no mesmo episódio febril haver vários factores contributivos e antes da causa ser confirmada ser administrada terapêutica anti-pirética e antibiótica. Má interpretação dos efeitos deletéricos da febre que resulta em aumento dos custos e da disfunção de órgãos. Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009

1. INTRODUÇÃO

2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE

2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE

Factor Activador Sistema Imunitário HIPOTÁLAMO FEBRE 2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE Factor Activador Sistema Imunitário HIPOTÁLAMO FEBRE

2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE • Surgical Infections: Schulman CI, Namias N et al “ The Effect of Antipyretic Therapy upon Outcomes in Critically Ill Patients: A Randomized, Prospective Study” Dec 2005, Vol. 6, No. 4: 369-375 Conclusão: O tratamento agressivo da febre em doentes críticos pode levar a uma maior mortalidade.

2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE “… apesar do seu uso disseminado, existem dados que sugerem que a febre é benéfica em animais com infecção, e não existe evidência de que tratar a febre altere a mortalidade…”

2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE

PATOLOGIA CARDIORESPIRATÓRIA PATOLOGIA NEUROCIRÚRGICA 2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE EFEITOS DELETÉRICOS: Aumento da Actividade do Musc. Cardíaco Aumento do consumo de O2 Aumento da Produção de CO2 Aumento da energia dispendida Em alguns doentes com pouca reserva pulmonar/cardiaca estes efeitos podem ter consequências graves. PATOLOGIA CARDIORESPIRATÓRIA PATOLOGIA NEUROCIRÚRGICA

3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS ¼ dos doentes ventilados

3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS 5%

3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS

3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS

3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS

3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS

3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS Sistema Causa Infecciosa Causa não infecciosa SNS Meningite, Encefalite Síndrome da Fossa Posterior, Febre Central, Cefaleias, Enfarte Cerebral, Hemorragia, AIT CardioVascular Linha Central, Pacemaker infectado, endocardite, osteomielite esternal, pericardite viral EAM, Abcesso miocárdico/perivascular, síndrome pos-pericardiotomia Pulmonar PAV, Mediastinite, Traqueobronquite, Empiema TEP, ARDS, Atelectasia (sem pneumonia), Carcinoma Broncogénico, LES (pneumonite) Gastrointestinal Abcesso Intra-Abdominal, Colangite, Colecistite, Hepatite Viral, Peritonite, Diarreia (C.Difficile) Pancreatite, Colescistite Alitiásica, Isquémia Mesentérica, Hemorragia GI, Colite Isquémica, Cirrose, Síndrome Colon Irritável Trato Urinário Bacteriémia associada a Algália, Uro-Sépsis, Pielonefrite, Cistite Pele/Tecidos Moles Úlceras de decúbito, Celulite, Infecção Ferida Operatória Osso/Articulação Osteomielite Crónica, Artrite Séptica Gota Outros Bacteriémias transitórias, Sinusite Insuficiência Adrenal, Flebite/Tromboflebite, Síndrome Abstinência Álcool/Drogas, Delirium Tremens, Iatrogenia, Embolia Gorda, Febre pós-Op. Febre pós-transfusional 1,5% 3,7% Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009

Drug Fever • Reacção de Hipersensibilidade [3-7%] 3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS Drug Fever • Reacção de Hipersensibilidade [3-7%] Temp: 38.8ºC – 40.0ºC Diagnóstico de Exclusão Subida do perfil térmico após inicio de Ab e boa evolução Retirado do fármaco “suspeito” Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009

Drug Fever • Sem sinais ou sintomas específicos 3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS Drug Fever • Sem sinais ou sintomas específicos Rash Maculo-Papular Cutâneo 5-10% Leucocitose com desvio esquerdo, eosinofilia, VS»100, alterações da transaminases Bradicárdia Fim da FEBRE após 72h da retirada do fármaco Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009

3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS Drug Fever

ATELECTASIA TRANSFUSÃO SANGUÍNEA 3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS ATELECTASIA • Aumento de IL-1 e TNF-ά Pulmão atelectasiado TRANSFUSÃO SANGUÍNEA • 0.5% -» 30 min. a 120 min. Especialmente transfusão de Conc.Plaquetas Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009

ARDS PÓS-OPERATÓRIO • Especialmente na fase tardia 3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS ARDS • Especialmente na fase tardia Fibroproliferação Pulmonar + Febre + Leucocitose PÓS-OPERATÓRIO • Maioria é não infecciosa (72%) Pirogéneos endógenos Infeccioso vs Não Infeccioso Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009

SD MALIGNO DOS NEUROLÉPTICOS: 3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS HIPERTERMIA MALIGNA: • Após Anestesia Geral Canais de Cálcio e Reticulo Sarcoplasmático SD MALIGNO DOS NEUROLÉPTICOS: • Bloqueio receptores da Dopamina Inibição do Hipotálamo Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009

INFECCIOSO vs NÃO INFECCIOSO 3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS INFECCIOSO vs NÃO INFECCIOSO • Procalcitonina Elevação dos níveis séricos de Procalcitonina: SIRS [0,6;2,0[ng/mL Sepsis [2;10[ng/mL Choque séptico »10 ng/mL Infecções Virais, Cirurgia recente e estado inflamatórios crónicos não estão associados a aumento da Procalcitoninna Procalcitonina pode ser usada como adjuvante dos testes microbiológicos para identificar doenças infecciosas

ALGORITMOS DE DIAGNÓSTICO

The Cleveland Clinic Foundation

Obrigado !!