VARIAÇÃO ROTACIONAL E TORCIONAL DOS MEMBROS INFERIORES EM CRIANÇAS
INTRODUÇÃO
Evolução Natural Os membros inferiores começam a se formar a partir da 5ª e 6ª semanas do desenvolvimento embrionário; Na sétima semana, todo o membro inferior sofre rotação medial; No período gestacional restante sofrerá pressão da parede uterina, sendo o fêmur pressão lateral e a tíbia pressão medial;
Evolução Natural Após o nascimento e até o final do desenvolvimento esquelético os membros inferiores sofrerão modificações; Ao nascimento o fêmur nasce com anteversão de 30-40 graus e na idade adulta terá 8° no sexo masculino e 14° no sexo feminino; A tíbia apresenta torção interna aproximada de 20° ao nascimento e na idade adulta terá torção externa de 20°;
Evolução Natural
Marcha em Rotação Interna É a mais freqüentemente observada e queixa comum nos consultórios; Pode estar relacionada à torção tibial interna, anteversão do colo do fêmur e adução metatarsal; A torção tibial interna é a causa mais freqüente até os 2 anos de idade; Se associada a adução metatarsal – “marcha em periquito”; Pseudovarismo que é corrigido, fazendo-se rotação externa e surgirá o estrabismo divergente das patelas; A criança geralmente senta-se sobre os ísquios com os pés rotados internamente;
Marcha em Rotação Interna
Marcha em Rotação Intena A anteversão femoral está presente ao nascimento, porém não é observada em função da retração capsular; Com a diminuição da retração, será o principal componente da marcha em rotação interna após os 2 anos; Durante a marcha observaremos convergência das patelas; Assenta-se na posição de “W”;
Marcha em Rotação Interna
Marcha em Rotação Interna A adução metatarsal também presente ao nascimento, contribui para a marcha em rotação interna nos primeiros anos de vida; Muitas vezes só é diagnosticada após o início da marcha; Regressão espontânea com freqüência; Síndrome do mal alinhamento – persistência da anteversão com torção tibial externa acentuada;
Marcha em Rotação Interna
Marcha em Rotação Externa A marcha em rotação externa é menos comum que a anterior; Poderá ser resultante de retroversão do fêmur ou torção tibial externa acentuada; A retroversão diminui a rotação interna do quadril e aumenta a rotação externa. A criança não consegue se assentar na posição de “rã”; A torção tibial externa isolada só dará manifestação na marcha quando acima de 30°. As patelas estarão no plano frontal e se corrigirmos a torção externa, surgirá estrabismo das patelas e pseudovarismo;
Maecha em Rotação Externa
Avaliação Clínica Avaliação da marcha, observando-se o índice de progressão da marcha; Observar alinhamento do pé em relação à patela;
Avaliação Clínica Rotação interna do quadril – anteversão do colo do fêmur;
Avaliação Clínica Rotação externa do quadril – retroversão do fêmur;
Avaliação Clínica Ângulo coxa-pé – torção tibial
Avaliação Clínica
Avaliação Clínica Adução metatarsal
Exames Complementares Raramente são solicitados; Deverão ser solicitados nos casos em que não houve resolução espontânea e pensa-se em planejar procedimento cirúrgico; Raio-X; TC; RMN; US;
Tratamento Por se tratarem de variações naturais, só devem ser acompanhadas; Avaliar se não há desequilíbrio muscular que esteja levando a padrão de marcha semelhante ao da evolução natural; Quando não há resolução espontânea, pode-se pensar em tratamento cirúrgico;
Tratamento Cirúrgico Anteversão femoral; Acima dos 8 anos; Anteversão acima de 50°; Rotação interna do quadril acima de 80°; Retroversão: Se não fizer rotação interna maior de 15°; Torção tibial: Se ângulo coxa-pé acima de 30°; Adução metatarsal: nos casos rígidos e refratários ao tratamento conservador;