Febre Reumática Profa. Aline Piccinini.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
FEBRE REUMÁTICA.
Advertisements

DIVISÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Streptococcus.
DOENÇAS VALVARES Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
Apresentação - Caso Clínico Inchaço há 3 dias: Insuficiência cardíaca
Dengue Profª: Vanise Parente.
Infecção do trato urinário na gestação
Artrite reumatóide É uma doença auto-imune sistémica, caracterizada pela inflamação das articulações (artrite), e que pode levar a incapacitação funcional.
Fisiologia Cardiovascular
CARDIOPATIA ISQUÊMICA
Teste ergométrico Fisiologia Aplicada – 02
Diagnóstico e Tratamento de Febre Reumática Aguda e
AUTO-IMUNIDADE.
Pneumonia em institucionalizados
Dionísio de Figueiredo Lopes José Gilmar Gomes Júnior
ENDOCARDITE INFECCIOSA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DISCIPLINA DE CARDIOLOGIA
Cardiopatia Reumática / Febre Reumática
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA
Prevenção da Febre Reumática
Jefferson Pacheco Jean Michel
ENDOCARDITE INFECCIOSA
FEBRE REUMÁTICA Luiz Eduardo Camanho.
Febre reumática: Critérios diagnósticos
Sobrecargas atriais e ventriculares
DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO
Caso Clínico: Febre Reumática
GLOMERULONEFRITE PÓS INFECCIOSA
Diabetes Tipos de diabetes
Vinícius Celente Lorca Pediatria HRAS - 6° Ano
TUBERCULOSE Apresentação: Bárbara N. Linhares Internato em Pediatria
Prevenção de doenças – Caso clínico
Defeito do Septo Atrioventricular
DOENÇAS RESTRITIVAS DO CORAÇÃO
Infecções virais respiratórias associadas à assistência à saúde em pediatria Felipe T de M Freitas NCIH /HMIB Brasília, 12/6/2012.
Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES
Professora Sandra Rejane
FEBRE REUMÁTICA COM ENFOQUE PARA DOENÇA CARDÍACA REUMÁTICA
CASO CLÍNICO: FEBRE REUMÁTICA
Febre reumática Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Caso Clínico: FEBRE REUMÁTICA
Febre reumática: Tratamento e profilaxia
Bronquiolite INTERNATO EM PEDIATRIA
Endocardite Bacteriana
“GRIPE” A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. Classicamente,
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria.
Prof. Dr.Admar Moraes de Souza 2007
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
FEBRE REUMÁTICA Roberto Franklin
DISCIPLINA DE PEDIATRIA II
Difteria Definição: Doença infecciosa aguda
Assistência de enfermagem nas valvulopatias
FEBRE REUMÁTICA 30% cirurgias cardíacas em adultos
HTLV.
Espondiloartrites Indiferenciadas
Enterococcus faecalis
RUBÉOLA E GESTAÇÃO DILMA TESSARI.
Doença Reumática Problema ainda Atual
Febre reumática Universidade Católica de Brasília
IMPORTÂNCIA DOS TESTES SOROLÓGICOS NA PATOLOGIA CLÍNICA
FEBRE REUMÁTICA Internato – Pediatria HRAS
Cirrose/Hantavirose e Leptospirose
ENDOCARDITE INFECCIOSA Dra. Nádia B. T. Aoun HUPE-UERJ-Baby-Cor
FEBRE REUMÁTICA Apresentação: Caroline Caied
MORMO.
Vasculites sistêmicas
Banco de imagens - Semiologia Médica II Aparelho locomotor
Transcrição da apresentação:

Febre Reumática Profa. Aline Piccinini

Febre Reumática Doença inflamatória, sistêmica, deflagrada pelo Streptococcus β-hemolítico do grupo A, que ocorre, provavelmente, em pessoas geneticamente predispostas

Febre Reumática Epidemiologia Idêntica à das infecções das vias respiratórias superiores por estreptococos do grupo A: Mais freqüente em crianças (5 – 15 anos) Adultos – final da 2ª a início da 3ª década de vida Fatores de risco epidemiológico: Baixo padrão socioeconômico Aglomerações Faringite por estreptococo do grupo A Sorotipos 1, 3, 5, 6 e 18 (mais associadas à FR)

Febre Reumática Patogenia A FR está associada à infecção, pelo estreptococo β-hemolítico do grupo A, de vias aéreas superiores (não de pele). Mecanismo patogênico obscuro. 03 hipóteses: Infecção direta pelo estreptococo do grupo A Efeito tóxico de produtos extracelulares da bactéria Resposta imune anormal

Febre Reumática Patogenia Hipótese mais aceita: Resposta imune anormal ou disfuncional. Produção de anticorpos contra a proteína M de certas cepas estreptocócicas, os quais exibem reação cruzada com glicoproteínas teciduais no coração, articulações e outros tecidos. Reforça esta hipótese: Período de latência entre infecção e início dos sintomas de FR de 1 a 3 semanas.

Febre Reumática Diagnóstico Diagnóstico ainda se baseia em um grupo de critérios: Critérios de Jones. De acordo com a última revisão, realizada em 1992 pela American Heart Association (AHA), terse-á alta probabilidade de febre reumática quando: Evidência de infecção prévia pelo Streptococcus β-hemolítico do grupo A associada a: 2 critérios maiores ou 1 critério maior e 2 menores.

Critérios de Jones (Atualizados em 1992 – AHA) Critérios maiores Critérios menores Cardite Poliartrite migratória Coréia de Sydenham Nódulos subcutâneos Eritema marginado Febre Artralgia VHS ou PCR elevados PR prolongado no ECG Mais: Evidências de infecção recente por estreptococos do grupo A (cultura positiva de faringe, teste rápido de detecção de antígenos ou título de anticorpos antiestreptocócicos elevado ou crescente. exceção: coréia isolada, de etiologia não definida. (diagnóstico de febre reumática independe de outros achados)

Febre Reumática Manifestações clínicas Manifestações clínicas de febre reumática podem exibir características peculiares Quando encontradas, elevam o valor preditivo positivo do respectivo achado.

Febre Reumática Manifestações clínicas Poliartrite (até 75%) Grandes articulações são as mais afetadas. Padrão é migratório Extremamente dolorosa Totalmente resolutivo Não deixa seqüelas (maioria dos casos) Excelente resposta aos AINE Remissão dos sintomas em 48-72 horas

Febre Reumática Manifestações clínicas Cardite (40 a 60%) Pancardite (pericárdio, miocárdio e endocárdio) Varia de leve a intensa Sinais de cardite: Taquicardia sinusal Arritmias (bloqueio AV de 1ºgrau e até 3º grau) Sopro de regurgitação mitral Atrito pericárdico Cardiomegalia Sinais de ICC

Febre Reumática Manifestações clínicas Cardite Valvulite reumática: Cicatrização pode causar espessamento fibroso e aderência resultando em estenose e/ou insuficiência valvares Valva Mitral é a mais acometida Valva Aórtica (simultaneamente à Mitral) Valvas Tricúspide e Pulmonar raramente são acometidas. Mesmo pequenos graus de comprometimento valvar predispõe à endocardite infecciosa

Febre Reumática Manifestações clínicas Coréia de Sydenham (<10%) movimentos descoordenados, involuntários, abruptos, de grupos musculares estriados esqueléticos. tropeços à deambulação fala arrastada ou “enrolada” deixar cair objetos escrita ruim Labilidade emocional intensa Atinge mais adolescentes e sexo feminino Período de latência de até vários meses Diagnóstico diferencial: lúpus eritematoso sistêmico, (especialmente casos de difícil controle terapêutico)

Febre Reumática Manifestações clínicas Eritema marginado (<10%) Altamente específico de FR Lesão macular com halo hiperemiado e centro opaco Manifesta-se inicialmente, como máculas róseas inespecíficas Em geral: Não pruriginoso; Concentra-se no tronco; Poupa a face. Pode agravar-se com aplicação de calor

Eritema Marginado

Figura eritema marginado

Febre Reumática Manifestações clínicas Nódulos subcutâneos São raros, mas altamente específicos de febre reumática São indolores Usualmente em superfícies extensoras das articulações e ao longo de tendões Associados à presença de cardite

Nódulos Subcutâneos

Febre Reumática Diagnóstico ECG Intervalo PR prolongado Bloqueio AV de 1º, 2º ou 3º grau Raio X de tórax Nenhum achado específico Cardiomegalia é comum Ecodopplercardiograma detectar lesões cardíacas valvulares na fase aguda da doença (mais sensível ) Solicitar em todos casos suspeitos de FR => detectar lesões valvulares “silenciosas”

Obrigada!!!