Mylva Fonsi Infectologista CRT-DST/Aids – SES - SP

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Transcrição da apresentação:

Mylva Fonsi Infectologista CRT-DST/Aids – SES - SP Hepatites virais Mylva Fonsi Infectologista CRT-DST/Aids – SES - SP

HEPATITE A B C D E Vírus HAV HBV HCV HDV HEV Genoma RNA DNA Transmissão Fecal-oral Parenteral Sexual Vertical Período de incubação 15-45 30-180 20-90 30-50 15-60 Antígeno HAV-Ag HBsAg HBcAg HBeAg ----- HDV-Ag HEV-Ag Anticorpo Anti-HAV Anti-HBs Anti-HBc Anti-HBe Anti-HCV Anti-HDV Anti-HEV Hepatite Fulminante 0,1 a 0,4% 1 a 4% Rara 3 a 4% na co-infecção 0,3 a 3% 20% em gest. Cronicidade Não Sim Resistência 30d a 21ºC 6m a 30ºC 6 a 8 sem. TA Vacina Não há

Hepatite B Agente etiológico: Hepadnaviridae – DNA vírus (HBV) Estima-se que 40% da população mundial tenham tido contato ou sejam portadores de HBV Prevalência mundial varia de 0,1 a 20%: Baixa (0,1 a 2%): Europa ocidental, EUA, Canadá, Austrália e N. Zelândia Intermediária (3 a 5%): países mediterrâneos, Japão, Ásia central, Américas Latina e do Sul Alta (10 a 20%): sudeste da Ásia, China e África sub-saariana

Vias de transmissão: Sexual Percutânea Perinatal / vertical: pode ocorrer intra-útero, no parto ou puerpério, porém a maioria ocorre no parto ou logo após Horizontal Transfusional Transplantes

Hepatite B – história natural e manifestações clínicas Período de incubação: 01 a 04 meses Fase prodrômica: febre, rash cutâneo, artralgia e artrite 70% - hepatite subclínica ou anictérica < 30 % - hepatite ictérica Desconforto em hipocôndrio D, náusea, icterícia, sintomas constitucionais Sintomas em geral regridem em 1 a 3 meses, podendo haver fadiga prolongada Elevação de transaminases (TGP>TGO), elevação de bilirrubina direta Hepatite fulminante: 0,1 a 0,5%

Cronificação: Até 5% em infecções em adultos 20 a 50%: infecções entre 1 a 5 anos ~90%: infecções perinatais Maioria assintomática, podendo haver sintomas não específicos Evolução para cirrose (TGO>TGP) Carcinoma hepatocelular Manifestações extra-hepáticas: poliarterite nodosa, nefropatia/glomerulonefrite

Hepatite B – diagnóstico laboratorial

Interpretação HBsAg HBeAg Anti-HBcIgM Anti-HBc Anti-HBe Anti-HBs + - Fase de incubação Fase Aguda Portador com replicação viral Portador sem replicação viral* Provável cicatriz sorológica Imunidade pós Hep B Imunidade pós vacina da Hep B Ausência de contato prévio

Hepatite B - profilaxia Vacinação: 3 doses – repetir caso não haja resposta Transmissão vertical: Imunoglobulina + vacina: idealmente nas 12 primeiras horas, podendo ser administradas até 7 dias após o nascimento Tratamento materno quando viremia elevada Não há recomendação de parto cesárea Se a profilaxia for realizada, pode haver aleitamento materno (exceto se a mãe estiver em tratamento) Profilaxia pós-exposição

Hepatite C Agente etiológico: Hepacivirus – RNA vírus (HCV) De acordo com a OMS, há 170 milhões de pessoas infectadas pelo HCV, correspondendo a 3% da população mundial Estima-se 80-90% das pessoas anti-HCV positivas tenham RNA-HCV positivo A prevalência na África e no pacífico ocidental é significativamente maior que na América do Norte e Europa

Transmissão: a via parenteral é a mais eficaz Uso de drogas injetáveis Transfusão sanguínea Transplante de orgãos Contato sexual: possível mas risco muito baixo Perinatal (até 5%) Hemodiálise Acidente pérfuro-cortante

Hepatite C – história natural e manifestações clínicas Período de incubação variável – PCR detectável em até 8 semanas, elevação de transaminases ocorre em 6 a 12 semanas Infecção aguda geralmente assintomática Mal-estar, náusea, desconforto em hipocôndrio D < 25% icterícia Normalização das transaminases ~ 40% Duração: 2 a 12 semanas Desaparecimento de HCV-RNA ocorre em < 20% Hepatite fulminante é muito rara

Cronificação: 80 a 100% dos pacientes permanecem HCV RNA positivos após a hepatite aguda Hepatite C é considerada crônica quando há persistência de elevação de transaminases por mais de 6 meses Infecção na infância parece levar a menores taxas de cronificação (50 a 60%) Sintoma mais frequente é fadiga Cirrose, carcinoma hepatocelular

Manifestações extra-hepáticas: Hematológicas: crioglobulinemia, linfoma Auto-imunes: tireoidite, vários autoanticorpos Renais: glomerulonefrite membranoproliferativa Dermatológicas: porfiria cutânea tardia, liquen plano Diabetes mellitus

Hepatite C - diagnóstico Sorologia (anti-HCV) Insuficiente para screening de hepatite C aguda pois os anticorpos podem se desenvolver tardiamente Não descrimina infecção ativa e passada HCV-RNA: qualitativo e quantitativo Genotipagem

Obrigada mylvaf@crt.saude.sp.gov.br