Acidose Tubular Renal tipo IV

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
FIBRATOS – Derivados do ácido fíbrico
Advertisements

SISTEMA EXCRETOR.
ANATOMIA RENAL.
SISTEMA EXCRETOR (URINÁRIO)
NEFROTOXICOLOGIA.
SISTEMA EXCRETOR.
CASO CLÍNICO CONGRESSO MINEIRO DE NEFROLOGIA 2009
HIPERTENSÃO ARTERIAL DEFINIÇÃO
DIABETES MELLITUS DEFINIÇÃO GRUPO DE DOENÇAS METABÓLICAS , COM
Estudo dirigido - Fisiologia Renal
FÁRMACOS USADOS NA GOTA
MONITORIA DE BIOQUÍMICA E LABORATÓRIO CLÍNICO
Monitores: José Aurélio Professor: Nilo C. V. Baracho
FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA RENAL
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Rim e Diabetes Mellitus
ACIDOSE METABÓLICA.
APARELHO URINÁRIO (III) (Reabsorção e secreção tubulares)
Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Pediatria
Noções básicas de Fisiologia renal
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA
Diabete Melito (Diabetes Mellitus)
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Tubulopatias Ana Cristina Simões e Silva
HIPERCALEMIA POR EXCESSO DE OFERTA
Acometimento renal na Síndrome de Sjögren
Déficit de volume plasmático
Nefrotoxicidade induzida pela ciclosporina em transplante cardíaco
EXCREÇÃO. EXCREÇÃO O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA URINÁRIO - RIM.
Cetoacidose Diabética
Anatomia e Fisiologia do Sistema Renal
Metabolismo do Potássio e Hipocalemia
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
Patologia e Dietoterapia nas Enfermidades Renais (Parte I)
EXAMES LABORATORIAIS GLICEMIA
de líquido extracelular
Distúrbios do Equilíbrio Ácido-base
Ana Gregória Ferreira Pereira de Almeida
Provinha - aula 6Prova A Assinale se é falso ou verdadeiro: (F) O controle do volume extracelular é feito regulando o ganho ou perda de água livre. (V)
Provinha – 6 – turma BProva A Assinale se é falso ou verdadeiro: (V) Se há queda na taxa de filtração glomerular, a fração de excreção de sódio deve aumentar,
Provinha 7 - Turma B Prova A Marque se é falso ou verdadeiro: (V) Quando há sobrecarga de K +, é importante que ocorra desvio da reabsorção de Na + de.
Prova 8 – Turma AProva A Assinale se é falso ou verdadeiro: (V) A resposta renal ao aumento na produção de ácidos fixos deve-se principalmente à geração.
Prova 8 – Turma BProva A Assinale se é falso ou verdadeiro: (V) As células intercaladas alfa secretam H + que se liga a tampões luminais, especialmente.
Daniel Joelsons – R1 Área III
Manuseio tubular de Potássio – K+
Alterações do equilíbrio ácido – base Seminário Orientado nº05
Função dos Rins na Manutenção do Equilíbrio Ácido-Base
Glomerulonefropatias
Transporte de Na+, Cl- e H2O em néfron distal
Equilíbrio Hidro-Eletrolítico e Ácido-Básico
TESTES LABORATORIAIS PARA AVALIAR A FUNÇÃO RENAL.
Função integrada Reabsorção, secreção e Depuração plasmática.
Integração do Metabolismo, Diabetes e Obesidade
ICC TRATAMENTO NÃO FARMACOLOGICO
Mecanismos de transporte através da membrana
Diabetes Mellitus X Insuficiência Renal Crônica
Dr. Luiz Barros. Introdução 1. A doença renal crônica consiste em lesão e perda progressiva e irreversível da função dos rins. A doença renal crônica.
Fisiologia de ácidos e bases
Insuficiência Renal Crônica.
EXCREÇÃO Eliminação de resíduos metabólicos e de substâncias tóxicas ingeridas ou originadas no próprio organismo.
Distúrbios do Equilíbrio Ácido-Base
Monitoria de Bioquímica e Laboratório Clínico Prof. Nilo César do Vale Baracho Benefícios da Suplementação e Intoxicação por Magnésio Monitores: Eduardo.
Benefícios da Suplementação e Intoxicação por Magnésio
PROVAS DE FUNÇÃO RENAL RODRIGO CÉSAR BERBEL.
Avaliação do Equilíbrio hidroeletrolítico. Avaliação Importante para o controle de qualquer paciente gravemente doente Importante para o controle de qualquer.
Equilíbrio Ácido Base.
Transcrição da apresentação:

Acidose Tubular Renal tipo IV

ATR tipo IV: Conceitos Disfunção generalizada do néfron distal caracterizada por hipercalemia associada a acidose metabólica hiperclorêmica, diminuição da excreção de NH4+ e pH urinário < 5.5. A causa mais comum na prática clínica é a deficiência de mineralocorticóide, principalmente a aldosterona, ou resistência à sua ação. O hipoaldosteronismo hiporreninêmico secundário ao diabetes mellitus é particularmente frequente.

Principais etiologias Deficiência de aldosterona: ~Associada com deficiência de glicocorticóides: Doença de Addison, adrenalectomia bilateral, defeitos enzimáticos (deficiência de 21-hidroxilase, desficiência de desmolase), nefropatia pelo HIV ~Defciência isolada de aldosterona: deficiência na secreção de renina – hipoaldosteronismo hiporreninêmico nas nefropatias crônicas ( nefropatia diabética, LES, nefropatia pelo HIV, doença tubulointersticial), transplante renal recente, nefropatia obstrutiva, amiloidose, mieloma múltiplo

Principais etiologias Resistência a aldosterona: pseudo-hipoaldosteronismo tipo 1 (transmissão autossômica dominante) e tipo 2 ou síndrome de Gordon, uso de espironolactona. Hipercalemia induzida por drogas: diuréticos poupadores de potássio, IECA, BRA, Inibidores da COX, ciclosporina, tacrolimus, antagonistasda insulina, Beta-bloqueadores.

Fisiopatologia A hipercalemia se deve a diminuição dos efeitos renais da aldosterona ( ação da aldosterna sobre as células principais do ducto coletor: reabsorção de Na+ e secreção de K+ ); A Aldosterona estimula a acidificação distal ( a reabsorção de Na+ produz uma voltagem negativa no lúmen o que aumenta o gradiente eletroquímico para a secreção de H+ e K+); A hiperkalemia inibe a produção de amônio, favorecendo o quadro de acidose metabólica).

Fisiopatologia A H+-ATPase e a membrana apical estão íntegras, o que garante um pH urinário apropriadamente ácido. DM é a principal causa de ATR-4. Os determinantes da hiporreninemia são efeitos sobre o aparelho justagloemerular (secundários a neuropatia e à doença vascular), causando produção de renina inativa – conhecida como “big renina”, redução da produção renal de prostaglandinas – com conseqüente impacto sobre a secreção de renina, defeito na síntese de aldosterona e diminuição da função renal como um todo. Pacientes com hipoaldosteronismo hiporreninêmico e algum grau de insuficiência renal desenvolvem hipercalemia e acidose hiperclorêmica assintomáticas.

Cél.principal Ducto coletor Cél.intercalada Tipo alfa

Apresentação clínica ATR-IV ocorre principalmente em diabéticos ou portadores de nefrite intersticial com algum grau de insuficiência renal. Dados laboratoriais mais relevantes: hipercalemia importante, acidose metabólica hiperclorêmica leve (com HCO3- variando de 15 – 20 mmol/L), anion-gap sérico normal, anion-gap urinário positivo, pH urinário adequadamente ácido em jejum ou sob estímulo.

Testes diagnósticos Anion gap plasmático (AG): (Na+ - [Cl- + HCO3+]) Valor normal: 8-16mmol/L. Reflete os ânions não mensuráveis normalmente presentes no plasma (80% representado pela albumina). Nas ATRs está inalterado em virtude da hipercloremia. Anion gap urinário (UAG): (Na+U+ K+U + Cl-U) Valor normal: NEGATIVO. Representa um índice indireto da excreção do NH4+ (cátion não-mensurável) na vigência de acidose, especialmente nas hiperclorêmicas. A excreção do NH4+ é acompanhada da excreção de Cl-, de modo que quanto maior a excreção do NH4+, mais negativo é o UAG.

Testes diagnósticos Gap Osmolal urinário: (OSM medida – OSM calculada), onde a OSM calculada é: [2Na+U + 2K+U + uréiaU/6 + glicU/18]7 – [NH4+]). O valor do Gap osmolal urinário dividido por 2 serve também como estimativa da excreção de amônio e é menos influenciado pela presença ânions na urina quando comparado ao UAG. Nas ATR encontra-se baixo. TTKG (gradiente transtubular de potássio): [(K+U/K+P)/(Uosm/Posm)]. Valor varia com a dieta geralmente de 4 -14%. Quando há hipercalemia e o TTKG < 6 significa que o ducto coletor não está respondendo adequadamente à aldosterona ou que sua quantidade é deficiente. É o que ocorre na ATR-4.

ATR tipo IV: Diagnóstico Hipercalemia acidose metabólica hiperclorêmica pH urinário < 5.5 Avaliação da excreção de K+: TTKG ou fração de excreção de K+ baixos. Excreção urinária de NH4+: anion-gap urinário positivo e/ou gap osmolal baixo. Atividade de renina plasmática (varia com a etiologia) Aldosterona sérica baixa (varia com a etiologia)

Tratamento Evitar ou suspender drogas que retenham K+: IECA, BRA, AINEs, diuréticos poupadores de K+, β-bloqueadores, trimetoprim, pentamidina. Corrigir fatores contribuintes: hiperglicemia, depleção de volume, insuficiência renal aguda oligúrica. Reposição de mineralocorticóides (se hipoaldosteronismo verdadeiro) – Fludrocortisona 0,1 – 0,3mg/dia, lembrando que podem aprsentar como efeitos colaterais hipertensão, hipocalemia e hipervolemia. Para o pseudohipoaldosteronismo, suplemento de sódio e resinas de troca.