Avaliação da Função Renal

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A ureia é produzida fígado (detoxificação hepática). 2 NH 3 + CO 2 → H2NH2N CH2NH2N O + H 2 O Excretas: substâncias que passam pelo interior das células.
Transcrição da apresentação:

Avaliação da Função Renal Prof. Doutor Pedro Catarino Dep Ciências e Tecnologias da Saúde

Funções do Rim Taxa de Filtração Glomerular Balanço hídrico e salino Excreção de compostos nitrogenados Regulação ácido-base Metabolismo ósseo Atividade eritropoiética Controle da pressão arterial Taxa de Filtração Glomerular

Rim

Glomérulo e Túbulo Renal Albumina Túbulos: Proteínas peso molecular

Taxa de Filtração Glomerular Volume plasmático em que uma substância é filtrada em um Λt TxFG < 15 mL/min = sintomas de uremia TxFG ou depuração creatinina Depuraçãocr (mL/min) = creat.(mg/dL)urina * Vol. urina (mL/min) creatinina (mg/dL) plasma

Função Renal Normal Marcador ideal para TxFG: produção endógena e disposição na corrente sangüínea constante, ser livremente filtrado pelo glomérulo, não ser reabsorvido ou excretado pelo túbulo, e não ser eliminado por via extra-renal Prevenção de excreção de glicose, proteínas, células sanguíneas

Ureia Sanguínea 1929 - depuração de ureia Ureia é livremente filtrada pelos glomérulos renais, 40 a 50% são reabsorvidos no túbulo proximal Amônia Uréia

Ureia Sanguínea Substrato nitrogenado = produção de ureia Excreção dependente da dieta Catabolismo tecidual, corticosteróide, sangramento GI ou hiperalimentação ( ) Cirrose e desnutrição protéica ( )

Ureia e Fração Nitrogenada Massa molecular ureia: 60 Da Massa molecular U nitrogenada: 28 Da Ureia * 0,467 = BUN (blood urea nitrogen) BUN * 2,14 = Ureia Concentração normal: 10 a 45 mg/dL Concentração normal BUN: 8-20 mg/dL

Creatinina Creatina Creatinina Conc. Creatinina reflete massa muscular e apresenta pouca variação entre diferentes dias Creatinina é livremente filtrada pelo glomérulo, apresenta secreção tubular Apresenta variação intra e inter individual, e com o nível de função renal

Creatinina e Massa Muscular

Insuficiência Renal Aguda UN/Creatinina = 10 (valor normal) Azotemia pré renal, UN/Creatinina > 20, vol. fluído extracelular diminuído – ureia reabsorvida no túbulo proximal e creat. não Necrose tubular aguda (azotemia “renal”) - diminuição da reabsorção tubular de ureia razão UN/Cr = 10 Avaliar factores extra renal quando interpretar UN/Creatinina

Fatores Extra Renais e Ureia Aumentada Diminuída Pré renal Cirrose Falência cardíaca Desnutrição protéica Contração do volume Hiper hidratação Catabolismo SIHAD Hemorragia GI Hiper alimentação Corticóide, tetraciclina

Fatores Extra Renais e Creatinina Aumentada Diminuída Aumento de produção Cirrose Rabdomiólise Massa muscular Exercício rigoroso Esteróides anabólico Creatina – dieta Bloqueio da sec tubular Aspirina, cimetidina Trimetropim

Conc. Creatinina e TxFG 20 15 Concentração Creatinina mg/dL 10 5 -------------------- ---------------------------------------- 25 50 75 100 ------ Taxa de Filtração Glomerular (% de Normalidade) -------

Tx Filtração Glomerular Diferentes Substratos Creatinina: Creatina do músculo esquelético é convertida a partir do fígado em creatinina É livremente filtrada, não sofre reabsorção 15 a 25% secretada pelos túbulos proximais Assim, a depuração de creatinina é superestimada

Tx Filtração Glomerular Diferentes Substratos Creatinina: Período de 24h, excreção urinária de 15 a 20 mg/kg para as mulheres e 20 a 25 mg/kg para os homens Excreção significativamente menor que a taxa normal, usualmente significa coleta urinária incompleta

Tx Filtração Glomerular Valores estimados Fórmulas: 1- Cockcroft e Gault Ccr = (140 – idade) * (Kg) Creatinina soro * 72 Não é aplicável quando há mudança rápida na concentração da creatinina (IRA)

Tx Filtração Glomerular Valores estimados Fórmulas: 2- MDRD 170*[Scr]-0,999 *[idade]-0,176*[0,762 se o] *[1,180 se paciente negro]*[BUN]-0,170 *[albumina]-0,318

Distúrbio Ácido-Base Controle da Função Renal Distúrbio ácido-base pode ocorrer em pacientes hospitalizados gravemente doentes. Pode ocorrer como distúrbio simples ou em combinação ou misto O reconhecimento da origem do distúrbio ácido-base é importante por indicar o prognóstico, bem como a natureza da doença primária

Acidose e Alcalose São alterações do processo fisiológico que se não corrigidos endogenamente ou por terapia causam alterações da [H+] no espaço extra celular São definidos independentemente da [H+] ou pH, pois dois ou mais distúrbios podem estar presentes concomitantemente

Acidose e Alcalose Acidose: processo primário que se não corrigido produzirá acidemia – ex.: retenção de [H+] por insuf. renal Alcalose: processo primário que se não corrigido produzirá alcalemia – ex.: perda de H+ através do vomito

Acidemia e Alcalemia Acidemia: concentração alta de H+ Alcalemia: concentração baixa de H+ Intervalo normal: pH = 7,35 a 7,45

Distúrbio Metabólico 2 tipos de distúrbios metabólicos: acidose (processo que ↓ [HCO3-]) alcalose (processo que ↑ [HCO3-]) Adaptação fisiológica rápida: 12 a 36h

Distúrbio Respiratório Eliminação pulmonar anormal de CO2 Produção em excesso (acidose) ou deficiência (alcalose) HCO3- + CO2 H2CO3 4 tipos de distúrbios respiratórios: Acidose aguda ou crônica Alcalose aguda ou crônica

Respostas Compensatórias Mudanças primárias de [HCO3-] estimulam mudanças adaptativas na ventilação HCO3- + CO2 H2CO3 Como regra, os mecanismos de compensação tendem a compensar a [H+] ou pH em direção a normalidade

Distúrbio Simples e Misto Simples: Processo primário com alterações iniciais na [H+], pCO2 ou [HCO3-] e todos os processos compensatórios envolvidos Misto: Ocorrência simultânea de dois ou mais distúrbios. Podem ser aditivos ou opostos, considerando o efeito sobre a [H+] ou pH. Alterações de difícil reconhecimento, refletindo gravidade

Patologias Associadas com Distúrbio Ácido-Base Condição ác met alc met ác resp alc resp Edema pulm. + DM +a Diuréticos + Intoxicações +a + + Diarréia + Vomito + Ins. Hepática +a + Ins. Renal +a a Anion gap aumentado, acidose metabólica

Padrões de Distúrbios Simples Sangue Arterial padrão ác/base Distúrbio pH H+ HCO3- pCO2 lim. adaptação acid met * ** pCO2 não<10mmHg alc met * ** pCO2 não>55mmHg ac resp ag ** * [Bic] não>30mEq/L ac resp cr ** * [Bic] não>45mEq/L alc resp ag ** * [Bic] não<17mEq/L alc resp cr ** * [Bic] não<12mEq/L * Processo Inicial ** Resposta adaptativa tardia Dupla seta indica resposta adaptativa tardia mais intensa na doença crônica

Anion Gap Avalia a concentração de anions não mensuráveis (proteinato, fosfatos, sulfatos, anions de ácido orgânico) AG (plasma)= [Na+] – ([Cl-] + [HCO3-]) Intervalos normais= 6 a 13 mEq/L Resultados > 15 mEq/L, acidose metabólica Acidose láctica, cetoacidose diabética

Sistemática de Investigação História clínica Exame físico Avaliar [K+] pH, pCO2 e [HCO3-] arterial para estabelecer o diagnóstico definitivo

Regulação do K+ em Líquido Corpóreo e Acidificação Concentrações: Potássio: 4 a 5 mEq/L A constância de K+ e H+ depende da excreção controlada destes íons na urina A excreção ocorre no ducto coletor

Regulação do K+ Corpóreo Distribuição Plasma Célula acidose alcalose K+ K+ H+ H+

Regulação do K+ Corpóreo Excreção ↑ Conc. de K+ plasmático, maior o fluxo tubular de K+, maior a excreção

Regulação da Acidificação de Fluído Corpóreo Equação de Henderson-Hasselbach: pH = 6,1 + log [HCO3-] [CO2] Controle da [HCO3-] é função dos rins, e o controle da [CO2] é função pulmonar

Absorção e Secreção de Bicarbonato 4300 mEq/dia HCO3- filtrado, quase todo é absorvido nos túbulos proximais A secreção de HCO3- é exercida na porção cortical do ducto coletor A secreção de HCO3- é importante durante na correção da alcalose metabólica

Excreção de H+ A excreção de H+ só ocorre quando combinado a tampão não bicarbonato e por excreção de íons amônio Excreção de 40 a 80 mEq por dia Excreção de H+ via NH4+ é da ordem de 40 a 50 mEq por dia Principal tampão renal é o fosfato (HPO4-2)

Excreção de H+ Formação e excreção renal de NH4+ está aumentada na acidose metabólica A falência do túbulo proximal na formação de amônio é a principal causa de acidose metabólica devido à insuficiência renal crônica

Medotologias Laboratoriais Albumina - Colorimétrico Creatinina – Cinético colorimétrico Ureia – Cinético UV (colorimétrico) pH, pCO2, bicarbonato – eletrodo seletivos Cl-, Na+, K+ – eletrodo íon seletivo Lactato – enzimático/colorimétrico

Princípio Metodológico Albumina + Bromocresol = Alb-BC Creatinina + Picrato (método de Jaffé) = complexo creatinina-picrato Ensaios colorimétricos são mensurados através de espectrofotometria Eletrodo analítico comparado com eletrodo referência Eletrodos são de vidro, sendo este específico para o analíto que se deseja mensurar

Princípio Metodológico Eletrodo Seletivo

Medotologias Laboratoriais Proteínas (urina): (pirogalol + molibdato) reage prot = quantificado espectrofotometria Urina I química: pH, bilirrubina, cetonas, hemácias, hemoglobina, glicose, leucócitos, proteínas, urobilinogênio – metodologia: Reflectância Sedimento (aumento de 100X e 400X): células epiteliais, cilíndros, cristais, hemácias, leucócitos, células tumorais, bactérias, fungos

Nefrite Lúpica Estudo de caso Laboratório: Se paciente recidiva da doença: recomenda-se monitorar mensalmente Se paciente recidiva há mais de seis meses: recomenda-se monitorar a cada dois meses Urina I, creatinina sérica, hemograma, urina 24h (proteína, creatinina) C3 e ac. anti-DNA, avaliação de atividade de doença (intervalo de 2 a 4 meses se recidiva recente)

Nefrite Lúpica Estudo de caso Sedimento urinário: Apresenta o melhor resultado custo-efetividade para detecção de atividade lúpica renal A presença de cilindros eritrocitários e/ou leucocitários têm alta sensibilidade e especificidade na detecção de recidiva de nefrite lúpica

Cilindro Eritrocitário

Cilindro Leucocitário