A POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM (PAC)

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Transcrição da apresentação:

A POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM (PAC) QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS PARA A AGRICULTURA PORTUGUESA DA PAC?

OBJECTIVOS DA PAC 2º O TRATADO DE ROMA CONCENTRAM-SE NA: PRODUTIVIDADE RENDIMENTO DOS AGRICULTORES ABASTECIMNETO DE BENS ALIMENTARES A PREÇOS RAZOÁVEIS PARA OS CONSUMIDORES

OBJECTIVOS DA PAC, de acordo com o art.º 33 do Tratado de Roma: Incrementar a produtividade da agricultura, fomentando o progresso técnico, assegurando o desenvolvimento da produção agrícola e a utilização óptima dos factores de produção, designadamente da mão-de-obra. Assegurar um nível de vida equitativo à população agrícola, a partir do aumento do rendimento individual dos que trabalham na agricultura. Estabilizar os mercados. Garantir a segurança dos abastecimentos dos mercados com os produtos agro-alimentares necessários para satisfazer a procura. Assegurar preços razoáveis nos fornecimentos aos consumidores.

PRINCÍPIOS DA PAC Unicidade de mercado -criação de uma Organização Comum dos Mercados Agrícolas (COM); Preferência comunitária; Solidariedade financeira - Os custos de funcionamento da PAC são financiados pelo FEOGA (Fundo Europeu de Orientação e Garantia).

Para concretizar os objectivos da PAC apostou-se numa lógica de: Incentivo à produção, através do: Desenvolvimento de técnicas agrícolas e de investigação agronómica; Incentivos aos agricultores - ajudas directas, garantia do escoamento dos produtos no mercado, de preços garantidos aos produtores e de protecções aduaneiras aos produtos comunitários.

Os primeiros anos da PAC A produção agrícola quase triplicou; Reduziram-se a superfície e a mão-de-obra utilizada; Aumentaram a produtividade e o rendimento dos agricultores.

PRINCIPAIS PROBLEMAS GERADOS PELA APLICAÇÃO DA PAC: Criação de excedentes agrícolas gerando custos elevados de armazenamento Desajustamento entre produção e as necessidades do mercado - oferta maior que a procura. Peso muito elevado da PAC no orçamento comunitário, comprometendo o desenvolvimento de outras políticas. Tensão entre os principais exportadores mundiais, devido às medidas proteccionistas e à política de incentivo à exportação. Graves problemas sociais (desemprego) e ambientais, motivados pela intensificação das produções, com utilização de numerosos produtos químicos. Aumento das assimetrias no espaço comunitário, onde os países menos desenvolvidos eram mais prejudicados.

Primeiras reformas… o desajustamento da PAC face aos mercados e os seus custos levou a tomar algumas medidas: 1984- são instituídas quotas ( inicialmente ao sector do leite); 1988- aplicação de estabilizadores agro-orçamentais - fixação de Quantidades Máximas Garantidas (QMG) e de descida automática dos preços na proporção da quantidade excedida; Sistema de retirada de terras aráveis, o set-aside- retirada de 15%( posteriormente 5%, em 1996) da área da produção de cereais, em explorações que ultrapassavam as 92 toneladas por ano. Incentivo à cessação da actividade agrícola ou reforma antecipada; Reconversão dos produtos excedentários.

Primeiras reformas… o desajustamento da PAC face aos mercados e os seus custos levou a tomar algumas medidas: 1992 - foi levada a cabo a mais significativa reforma da PAC, tendo como objectivos o reequilíbrio entre oferta e a procura e a promoção de um maior respeito pelo ambiente. Objectivos: Reduzir a produção e controlar os custos orçamentais Redução dos preços Redução das assimetrias entre os estados-membros Defesa das explorações agrícolas familiares Concessão de subsídios aos agricultores que desenvolvam uma agricultura menos intensiva e que procedam à florestação.

Para atingir os objectivos da reforma da PAC procedeu-se: Diminuição dos preços agrícolas garantidos; Criação de ajudas directas aos produtores sem ligação com as quantidades produzidas; Definição de medidas para melhorar os sistemas de produção, de modo a torná-los mais amigos do ambiente, nomeadamente, o incentivo: Ao pousio temporário, Às reformas antecipadas, À prática da agricultura biológica, À silvicultura; Aposta na pluriactividade; À orientação para novas produções industriaiais ou energéticas.

A Reforma de 1992 teve alguns resultados positivos, porém mantiveram-se os problemas de fundo como: a ineficiência na aplicação dos apoios, a intensificação dos problemas ambientais o acentuar das diferenças de rendimento entre agricultores.

MUDANÇAS MAIS RECENTES NA PAC Em 1999, na perspectiva do alargamento e no âmbito da Agenda 2000, adoptou-se uma nova reforma que reforçou as alterações introduzidas em 1992: dando prioridade ao desenvolvimento rural, à segurança alimentar, ao bem-estar animal, à melhoria do ambiente e à promoção de uma agricultura sustentável.

Agenda 2000 é um programa de acção adoptado pela Comissão Europeia (1997),ABARCA 3 SECÇÕES: Aborda a questão do funcionamento interno da U.E., nomeadamente a reforma da política da PAC e da política de Coesão Económica e social. Propõe uma estratégia de pré-adesão reforçada, que integra a parceria para a adesão e participação alargada dos países candidatos aos programas comunitários. Constituiu um estudo de impacto dos efeitos do alargamento nas políticas comunitárias. A política agrícola valoriza cada vez mais um modelo que encara a agricultura nas suas múltiplas vertentes: Económica, Ordenamento do território, Social e Ambiental

Nova reforma da PAC: 2003 aprofunda as metas da Agenda 2000 e reforça a política de desenvolvimento rural Principais elementos da nova PAC: Pagamento único por exploração, independentemente da produção; Princípio da condicionalidade: esse pagamento está sujeito ao respeito das normas ambientais, de segurança alimentar, de sanidade animal e vegetal e de bem-estar dos animais; Modulação: redução dos pagamentos directos superiores a 5000 euros, no caso de explorações de maior dimensões; Disciplina financeira que assegura o cumprimento do orçamento agrícola fixado até 2013; Revisão política de mercado da PAC - reduções assimétricas dos preços de intervenção no sector lácteo, redução para metade dos incrementos nos cereais, reformas em vários sectores (cereais, frutos, legumes, azeite, vinho, etc, de forma gradual e faseada).

Evolução dos objectivos e instrumentos da PAC, 1960-2003 1992 1999 2003 Objectivos Finalidades Aumento da produtividade Aumento do rendimento Estabilização do mercado Preços razoáveis Protecção do ambiente, dos recursos naturais e da paisagem natural Melhoria, reconversão, diversificação da prod. Agrícola e silvícola Promoção das zonas rurais Orientação para o mercado Qualidade e segurança alimentar Protecção e valorização do ambiente Melhoria, reconversão e diversificação da prod. agrícola e silvícola Promoção da daptação e des. das zonas rurais Instru- mentos OCM e suporte de preços ( proteccionismo, ajudas) Ajudas directas compensatórias Quant. Máximas garantidas Medidas agro-ambientais Modulação facultativa Redução dos tectos financeiros Pagamento único Alargamento do âmbito das medidas de desenvolvimento rural Modulação

PORTUGAL E A PAC Através do PEDAP(pro. esp. de Des. Agr PORTUGAL E A PAC Através do PEDAP(pro.esp.de Des. Agr. da Port) Portugal teve benefícios: Melhorou as infra-estruturas rurais, electrificações e os caminhos; Modernizou sistemas de rega de drenagem; Melhorou a conservação dos solos; Promoveu a formação profissional; Fomentou o associativismo agrícola; Melhorou as estruturas de produção e as condições de transformação e comercialização dos produtos. Porém, não beneficiou dos apoios à produção e foi penalizado por um excedente de produção para o qual não tinha contribuído.

PORTUGAL E A PAC- consequências: Melhoria das condições de produção agrícola, Introdução de novas técnicas de produção, de investimentos, aumento da mecanização, Alteração estrutural nas explorações agrícolas, introdução de novas variedades e passagem de sistemas muito intensivos para sistemas mais extensivos. Aumento do grau de instrução e formação profissional, Incremento da agricultura biológica e valorização de produtos tradicionais. Expansão do comércio externo agro-florestal