“Certificação e HACCP” Tim Hogg Escola Superior de Biotecnologia, Universidade Católica Portuguesa APCER, LISBOA 29/06/2004.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO BPL
Advertisements

Promover Competências no Sector Alimentar
Validação e Verificação do APPCC
A importância de avaliação da exposição no controlo alimentar Tim Hogg Escola Superior de Biotecnologia, Universidade Católica Portuguesa.
Seminário LEAP - 5º Ano 19 de Setembro de 2002 João Freire de Noronha DCTA/ESAC Breve introdução ao HACCP Apresentação do projecto.
Controlo de Pontos Críticos
Mestrado em Ambiente Saúde e Segurança
WORKSHOP ESTRATÉGIAS PARA CONTROLE DE ALIMENTOS IRRADIADOS
ISO Processos do Ciclo de Vida do Software
SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA).
Objectivos Objectivos Enquadramento legal Segurança no Projecto
1. 2 Tecnologias de Informação e Risco O que esperamos das tecnologias de informação? Como atingir os objectivos das tecnologias de informação? Segurança.
As organizações vistas como cérebros
CONTROLE DE QUALIDADE MICROBIOLÓGICO E SANITÁRIO
Segurança de Qualidade Analítica
Sistemas de gestão da segurança alimentar- NBR ISO 22000
Qualidade em Serviços de Informação
Gestão de estoques na cadeia de logística integrada
NBR ISO Diretrizes para auditorias de sistema de
IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR
específico para a Gestão de Mercados Atacadistas
APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
QUALIDADE COMPROMETIMENTO.
ENCOMEX São Paulo 22 de outubro de 2009
HACCP Segurança Alimentar
Auditoria da Qualidade
PLANO HACCP NUMA MELARIA NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL
8º Capítulo da Norma ISO 9001:2000 MEDIÇÃO, ANÁLISE E MELHORIA
NBR ISO Diretrizes para planos de qualidade
GLOBAL BUSINESS CONSULTING.  Por meio da contabilidade de custos você pode gerenciar o custo e preços de venda dos produtos ou serviços vendidos por.
Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios
Boas práticas para Segurança da Informação
III Colóquio Internacional sobre Seguros e Fundos de Pensões AS POLÍTICAS DE INVESTIMENTOS DAS EMPRESAS DE SEGUROS E DOS FUNDOS DE PENSÕES Gabriel Bernardino.
QUALIDADE EMPRESARIAL
Procedimento Padrão de Higiene
IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR
Controlo de Qualidade Alimentar
Implantação ISO Marjana Eloísa Henzel.
1 Simpósio Latino Americano da Associação Internacional para a Proteção de Alimentos -IAFP - VII Simpósio Associação Brasileira de Proteção dos Alimentos.
Formação: Higiene e Segurança Alimentar
A Gestão de Higiene Tim Hogg ESB-UCP 2002 A gestão da higiene Autocontrolo incluindo HACCP Boas Práticas de Higiene Boas Práticas de Fabrico Gestão.
Controlo de Qualidade Alimentar
Fábio do Carmo - Outubro 2014 Gestão Ambiental Licenciamento Ambiental Eficaz.
1 IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO QUALIDADE COMPROMETIMENTO.
SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
Regulamentos para Edifícios
1de12 Inserção do Laboratório no(s) Sistema(s) de Qualidade da Empresa 4 de Dezembro de 2006.
Arcos de Valdevez, 23 de Setembro_2010
1 CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC CAMPUS ÁGUAS DE SÃO PEDRO Curso Superior de Tecnologia em Hotelaria 3º período – 1º semestre 2011 Disciplina Infra-estrutura.
MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
Controlo de Qualidade Alimentar
HACCP Hazard Analysis and Critical Control Análise de Perigos e Controlo de Pontos Criticos O Sistema HACCP foi desenvolvido nos anos 60 pelos laboratórios.
Conteúdo programático
Segurança e qualidade de alimentos: a gestão na indústria
Competitividade do Território: Duas vertentes prioritárias A Certificação de Produtos e Serviços Francisco Barroca Director Geral Portalegre, 23 de Novembro.
4 de Julho 2006 Características Comuns a todas as Auditorias Independentemente do tipo de auditoria e da entidade que as promove estas são actividades.
TEMA 1 SEGURANÇA ALIMENTAR TEMA 1 Segurança Alimentar Andreia Santos Recurso desenvolvido no âmbito da medida do POEFDS. Programa co-financiado.
Segurança Alimentar e HACCP Questões Práticas e sua Aplicação Caldas da Rainha, 17 de Maio de 2007 Sofia Nunes SEMINÁRIOSEMINÁRIO.
Padronização na área de trabalho PROFESSOR IVAN CARLOS PALUDO.
Modelização do sistema – Envolvimento da Direcção Concepção e desenvolvimento; Direcção da empresa Técnicos de RH / DRH Questões; Decisões.
Trabalho realizado por: Fernando Roseiro Diana Campos Diana Cortês.
GESTÃO DA QUALIDADE MÓDULO 2 As Normas ISO 9000:2000 José Pinto Recurso desenvolvido no âmbito da medida do POEFDS. Programa co-financiado por:
A IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO PARA AS USINAS NO CENÁRIO MUNDIAL
TEMA 1 SEGURANÇA ALIMENTAR HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO TEMA 3 Directiva SEVESO Nuno Cunha Lopes Recurso desenvolvido no âmbito da medida do.
TEMA 1 SEGURANÇA ALIMENTAR TEMA 4 O SISTEMA HACCP Andreia Santos Recurso desenvolvido no âmbito da medida do POEFDS. Programa co-financiado por:
Introdução à aplicação do APCPC Agrupamento de Escolas de Alcácer do Sal Escola Básica 2+3 Pedro Nunes Ano Lectivo 2008/2009 Docente: Patrícia Loureiro.
TEMA 1 SEGURANÇA ALIMENTAR TEMA 5 GESTÃO DA QUALIDADE ALIMENTAR Andreia Santos Recurso desenvolvido no âmbito da medida do POEFDS. Programa co-financiado.
SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL MÓDULO 5 Regulamento Comunitário EMAS Maria Gabriela Almeida Recurso desenvolvido no âmbito da medida do POEFDS. Programa.
CURSO CONTROLE DE EQUIPAMENTOS DE MEDIDAS E INTERPRETAÇÃO DE DADOS DE CERTIFICADOS DE CALIBRAÇÃO. ISO/IEC 17025: Controle de Equipamentos de Medidas.
AUDITORES DA SEGURANÇA MÓDULO 2 Critérios da Auditoria Tema 4 – Requisito 4.4 Vitor Costa Recurso desenvolvido no âmbito da medida do POEFDS. Programa.
Transcrição da apresentação:

“Certificação e HACCP” Tim Hogg Escola Superior de Biotecnologia, Universidade Católica Portuguesa APCER, LISBOA 29/06/2004

O Que é HACCP? Um conjunto de princípios que as empresas do sector alimentar devem seguir para fazer seguros os alimentos que produzem ou vendem. “Hazard Analysis and Critical Control Points” Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controlo –Ou seja Análise dos Perigos - componente analítico em que o processo em questão é estudado e todos os perigos alimentares são identificados. Pontos Críticos de Controlo - em que os componentes do processo em que os perigos relevantes podem ser reduzidos de forma significante, são identificados e procedimnentos do seu controlo são elaborados e seguidos.

HACCP: os 7 Princípios 1 - Conduzir uma análise de perigos. 2 - Determinar os pontos críticos de controlo (PCC’s). 3 - Estabelecer os limites críticos de aceitação nos PCC’s. 4 - Estabelecer um sistema para monitorizar o controlo dos PCC’s. 5 - Estabelecer as acções correctivas a tomar quando a monitorização indica que um determinado PCC não está sob controlo. 6 - Estabelecer procedimentos de verificação para confirmar que o sistema HACCP, está a funcionar efectivamente. 7 - Estabelecer a documentação respeitante a todos os procedimentos e registos apropriados a estes princípios e à sua aplicação.

Definições chaves Ponto Crítico de Controlo – uma intervenção específica no processo que seja essencial para controlar um ou outro perigo relevante. (um aquecimento, um arrefecimento, uma desinfecção) Limite Crítico –O valor da intervenção que separa a condição de “sobre controlo” de condição “fora de controlo” (um tempo, uma temperatura) Acção Correctiva –O que se faz quando se ultrapassa o limite crítico num ponto crítico I.e. um conjunto de opções previamente planeadas

Porquê é que HACCP é tão importante? Funciona preventivamente. Canaliza recursos para onde, no processo, têm mais efeito na manutenção de segurança alimentar; se é crítico, é crítico; se não é, não é! Sublinha a responsabilidade dos operadores na manutenção de segurança alimentar e obriga estes operadores a assumir estas responsabilidades através das decisões tomadas.

Como HACCP é implementado Os princípios de HACCP só funcionam quando existe uma envolvente propícia. A empresa que quer seguir os princípios de HACCP tem que já ter a casa em ordem em matéria de organização, instalações, formação, práticas higiénicas etc. Assim os princípios de HACCP normalmente são embutidos em sistemas mais abrangentes, as exigências legais (DL 67/98) e as orientações do CODEX (CAC/RCP1) e todos as outras formas reconhecem isso.

Conjunto de procedimentos que controlam condições operacionais, dentro de uma empresa alimentar, favorecendo o estabelecimento de condições ambientais favoráveis à produção de alimentos seguros. INSTALAÇÕES EQUIPAMENTOS PESSOAL LIMPEZA, DESINFECÇÃO CONTROLO DE PRAGAS RECOLHA DO PRODUTO NO MERCADO Pré-requisitos Codigos de Boas Prácticas

Sistemas de segurança alimentar baseados nos princípios de HACCP (referenciais). CAC/RCP 1 (Orientação globalmente aceite) DL 67/98 (Legislação nacional derivada de uma Directiva comunitária). DS/3027 (Norma dinamarquesa utilizada em Portugal) IS (Norma irlandesa - promovida pela ASQA irlandesa) ISO CD (Proposta norma ISO para Food Safety Management Systems)

Normas “comerciais” (instrumentos de “Brand Protection”) BRC - Global Food Standard (“Norma” comercial obrigatória para fornecedores de marcas do produtor nas cadeias de supermercados no Reino Unido) - Focada nas necessidades de “due dilligence” i.e. diligência devida. - Obrigatória - não negociavel. - Utiliza os principios de HACCP mas exige medidas específcias para certos perigos (p.e. vidro). - Requer, dos auditores, conhecimentos técnicos sobre tecnologia e segurança alimentar com alguma profundidade. Normas “semelhantes” IFS - International Food Standard - (marcas do produtor nas cadeias de Alemanha, França e Belgica) SQF Safe Quality Food (com importância na Austrália, NZ, e Canadá) GFSI - Global Food Safety Initiative (organização que pretende harmonizar as “Normas” comerciais) AIB - American institute of Baking Consolidated Standards for Food Safety (importância nos EUA e para multinacionais americanas)

Ideias soltas sobre HACCP e Segurança Alimentar

A segurança dos géneros alimentícios é resultado de vários factores: a legislação deve determinar os requisitos mínimos de higiene, deverão ser instaurados controlos oficiais para verificar a sua observância por parte dos operadores de empresas do sector alimentar e Os operadores de empresas do sector alimentar deverão ainda criar e aplicar programas de segurança dos géneros alimentícios e processos baseados nos princípios HACCP. Ideias soltas

A implementação bem sucedida dos processos baseados nos princípios HACCP requer a plena cooperação e o empenhamento do pessoal das empresas do sector alimentar. Para tanto,esse pessoal deverá receber formação. O sistema HACCP é um instrumento que auxilia os operadores de empresas do sector alimentar a alcançar padrões mais elevados de segurança dos géneros alimentícios. O sistema HACCP não deve ser encarado como um método deauto-regulação e não substitui os controlos oficiais. Ideias soltas

Os requisitos para estabelecer processos baseados nos princípios HACCP não deverão inicialmente aplicar-se à produção primária. Os requisitos do sistema HACCP deverão tomar em consideração os princípios constantes do Codex Alimentarius. Ideias soltas

(Os requisitos do sistema HACCP) deverão ter a flexibilidade suficiente para ser aplicáveis em todas as situações, incluindo em pequenas empresas. Em especial, é necessário reconhecer que, em certas empresas do sector alimentar, não é possível identificar pontos críticos de controlo e que, em certos casos, as boas práticas de higiene podem substituir a monitorização dos pontos críticos de controlo. Do mesmo modo, o requisito que estabelece "limites críticos" não implica que é necessário fixar um limite numérico em cada caso. Além disso, o requisito de conservar documentos tem de ser flexível para evitar uma sobrecarga desnecessária para as empresas muito pequenas.

Qual é o melhor sistema? Não existe um sistema ideal para todas as situações e não devemos defender sistemas mas sim os principios de HACCP. Ter uma avaliação independente é sempre positivo, especialmente quando quem faz as avaliações é credivel. “Reconhecimento” oficial e comercial são e serão importantes factores na selecção da norma a ser utilizada.