VIII Congresso Brasileiro de Bioética

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Políticas públicas pela diversidade. fundamentos legais Constituição de 1988 emenda nº 48, de 2005: Plano Nacional de Cultura.
Advertisements

Faculdade Estudos Sociais do
PLANO DE AULA As novas Tecnologias da Informação e da
Conferência Mundial sobre necessidades educacionais especiais: acesso e qualidade, que resultou na conhecida Declaração de Salamanca, promovida.
FACULDADE METROPOLITANA
PERÍODO: 08 E 09 DE NOVEMBRO DE 2005 LOCAL: ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DE ITAQUIRAÍ/MS SEMINÁRIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO CAMPO E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL.
DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ESCOLAS DO CAMPO
O papel das entidades na valorização do profissional : Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia – SOBRAFO Mario Jorge Sobreira, MSc Diretor Técnico.
Atenção ao Servidor Recife julho/2011
Programa TEC NEP UM PROGRAMA CIDADÃO.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
O ENSINO MÉDICO NO BRASIL
Que EJA temos e queremos?
Maria Clara Di Pierro Faculdade de Educação da USP
21ª Jornada da AMIMT 23/11/2007 Sandra Gasparini
“Direitos humanos são aqueles direitos fundamentais...
31º CAMS Comissão de Articulação com Movimentos Sociais
Revisão Unidade 01 Tecnologias na sociedade, na vida e na escola
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Disciplina:
O ENSINO RELIGIOSO NA ESCOLA PÚBLICA
Fórum Arquivos Médicos: Gestão e Pesquisa Científica
PÓS-GRADUAÇÃO `LATO SENSU` NO SISTEMA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
EXPERIÊNCIA DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA UFRN
ASSESSORIA DE FORMAÇÃO
O Sinaes na perspectiva das Instituições Públicas e Privadas
Diretrizes Curriculares Centro Paula Souza
Sensibilização no IF-SC
2012. QUAL O SEU OBJETIVO? Avaliar o desempenho dos estudantes com relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos.
Desenvolver Por uma Nova Escola.
Legislação para EAD Discutindo os Requisitos Legais dos Instrumentos de Avaliação de Cursos CRISTIANE ALPERSTEDT.
ORIENTAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
Gleici Castro Perdoná Luane Marques de Mello Maristela Schaufelberger
Quem é de Luta... Avança!!! ABEPSS RELATÓRIO da GESTÃO
II Jornada Científica dos Estudantes de Medicina da UNIGRANRIO
Diretoria de Ensino Região de Ribeirão Preto Educação Especial
A educação profissional no estado do Rio de Janeiro: estudos iniciais sobre a formação de trabalhadores técnicos em saúde nas instituições de ensino autorizadas.
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
LICENCIATURA EM LETRAS-PORTUGUÊS UAB – UNB
Políticas Públicas, Organização e Funcionamento da Educação Básica
POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO
Como transformar os funcionários da Escolas públicas em Educadores?
Etec “Cel. Fernando Febeliano da Costa”- Industrial
Encontro Regional Norte
DA LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
DISCIPLINAS ESPORTIVAS NA FORMAÇÃO DO GRADUADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA:
1º Colóquio Internacional Sobre Epistemologia e Educação em Engenharia
I Seminário do Plano Diretor de Atenção Primária à Saúde da Região Macro Sul de Minas Gerais A INSERÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA NA ESTRATÉGIA DE.
CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela. CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela.
Criação dos Conselhos Somente após a criação dos Sistemas Municipais de Ensino pela CF de 1988, registrou-se um estímulo à criação de Conselhos Municipais.
Introdução a Engenharia de Alimentos
Rio Verde - Goiás - Brasil
CONSELHO DELIBERATIVO DA COMUNIDADE ESCOLAR: A RELEVÂNCIA DE SEU PAPEL NA COORDENAÇÃO DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA  
FORMAÇÃO CONTINUADA II
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO SUPERIOR (IES)
CALENDÁRIO 2013 MÓDULO II.
Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação deverão ser organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre domínio dos.
Perfil e Deveres do Biomédico(a):
Perspectivas da Educação Corporativa no âmbito da Educação Superior
Maria Isabel de Almeida Fac. de Educação – USP GEPEFE/FEUSP
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO SUPERIOR (IES)
Prof. Dr. David Lopes Neto
Necessidades Especiais, Docência e Tecnologias
Estágio Supervisionado III - Língua Portuguesa
Nome do Apresentador Titulação Cargo que ocupa na Gestão da ABEn.
Disciplina: Ética e Exercício da Profissão
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ Profª: Kátia Paulino dos Santos
Universidade Federal de Uberlândia
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns.
Prof. Maíra C. Farias Belo
Revisita ao PPP.
Transcrição da apresentação:

VIII Congresso Brasileiro de Bioética ENFERMAGEM E BIOÉTICA   PROFª. DR. Mª MADALENA SANTIAGO  Búzios, RJ Set / 2009

CONFLITOS ÉTICOS - 3 categorias 1ª) dentro da própria equipe de enfermagem. ◘ a) ausência de autonomia por opressão. ◘ b) ações que ferem o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE). 2ª) conflitos na relação com os pacientes. 3ª) conflito entre as diferentes categorias profissionais.

Razões para os conflitos Busca de se privilegiar a execução de técnicas ou os envolvidos. Não no sentido debater alternativas de conduta moralmente aceitáveis. Ou que visem o melhor interesse dos pacientes.

• Formação profissional • Pesquisas na área de ética ◘ Formação profissional – justificativa ◘ ◘ A especificidade inerente ao trabalho de enfermagem, em sua atuação no processo saúde-doença, que é de assistir o outro num momento de fragilidade. ◘ ◘ A 2ª Conferência Mundial de Educação Superior promovida pela Unesco, em Paris, de 06 a 08 de julho de 2009, que define a educação superior como "bem público“.

◘ Pesquisa na área de Ética/Bioética - justificativa ◘ ◘ Importância da realização de pesquisas para preencher as lacunas do conhecimento sobre temas éticos / bioéticos. ◘ ◘ Para a qualidade do exercício da enfermagem.

• Formação profissional ◘ Breve histórico do ensino de ética •1923 – criação da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ e posteriormente  em 1926 da ABEn. • 1994 – inclusão da bioética Portaria nº 1712 de 15 / 12, MEC. • 2000 – Portaria 1518 de 14/06 integrou os conteúdos de bioética ao ensino da ética, por iniciativa  IES e ABEn junto SESu / MEC. • 2001 - Resolução CNE/CES nº 03, de 07/11 Diretrizes Curriculares Nacionais prevê temas como princípios éticos, legais e humanísticos inerentes ao cuidado de enfermagem.

Situação atual do ensino de ética ◘ O ensino de ética / bioética na enfermagem está vinculado ao Código de Ética Profissional. ◘ As discussões éticas na enfermagem, pautam por uma postura conservadora por privilegiar: visão deontológica, orientação prescritiva e normativa, restrita a um conjunto de normas e códigos. ◘ Transmitido de forma teórica e abstrata.

• A replicação da pesquisa do Professor Sérgio Rego •1ª parte: 70 estudantes de enfermagem de todos os períodos acadêmicos, de 27 IES, das 5 Regiões. •2ª parte: 250 professores e / ou coordenadores da disciplina “Ética / Bioética”, num universo de 721 instituições cadastradas no INEP, em 2008, retornaram apenas dezoito 18 questionários.

Resultados ◘ O conteúdo de bioética, na maioria dos casos, está vinculado à disciplina Ética / Exercício Profissional , com CH de 30h/sem. ◘ Em algumas faculdades, além da sala de aulas teóricas / expositivas o conteúdo é também abordado em campos de prática. ◘ A disciplina de Ética/Bioética recebe diferentes denominações. ◘ Conteúdo se fundamenta, principalmente, em normas e legislações de enfermagem e leis brasileiras. ◘ Em menor número, afirmam que o conteúdo é repassado por meio de estímulo à reflexão, e há também os que garantem que a ética foi aprendida em casa ou em outras vivências pessoais.

Resultados ◘ Conflitos vivenciados referem relações interprofissionais, entre eles a equipe de enfermagem ou outros profissionais, relacionados às faculdades e as instituições de saúde. ◘ Diante de um conflito ético o recurso utilizado é o Código de Ética e /ou a Lei do Exercício Profissional. ◘ Há ainda os declaram não ter vivenciado qualquer conflito ético. ◘ Professor responsável em geral, não tem formação específica em Ética/Bioética.

• Resultados da pesquisa: Temas de pesquisas apresentadas no 10º Coloquio Panamericano Investigacion em Enfermeria ◘ Dos 614 resumos analisados observou-se 591 (96,2%) eram referentes a outros assuntos e os 23 (3,8%) restantes faziam menção à ética. ◘ Constatou-se o deslocamento do foco da perspectiva exclusivamente deontológica. ◘ Temas: qualidade, cuidado prestado, invasão da intimidade, privacidade ao realizar os cuidados, raramente, associados a conflitos éticos. ◘ Outras sobre conhecimento teórico/prático do cuidar, relacionadas ao respeito ao ser humano na sua dimensão moral, ética, ambiental, cultural, política e econômica.

Considerações finais Para prepararmos enfermeiros capazes de estabelecerem relações competentes e confiáveis. É fundamental o compromisso de despertar a responsabilidade, estimular o debate e a reflexão sobre as questões emergentes e persistentes, bem como a busca por um ponto de equilíbrio entre as necessidades de hoje e os desafios futuros.

• Por fim desejo formular três questionamentos para nossa reflexão. Quem são os profissionais estamos formando, se o ensino de ética / bioética no 3º grau está fundamentado no CEPE? Que conhecimento dá sustentação ao cuidado de enfermagem se é praticamente inexistente a realização de pesquisas sobre temas éticos e/ou bioéticos? 3) Qual a formação ética dos técnicos e auxiliares que dão sustentação ao cuidado de enfermagem?

OBRIGADA

•Referências 1. UNESCO, 2009 http://www.brasilia.unesco.org/eventos/conferencia-mundial-sobre-a-educacao-superior <acesso em 03/09/09> 2. FIGUEIREDO AM. Da ética à prática pedagógica: a busca do significado do ensino da ética na enfermagem [Dissertação de Mestrado em Enfermagem]. São Gonçalo (RJ) Universidade Salgado de Oliveira. 2001. 159 f. ). 3. GERMANO, RM. A ética e o ensino de ética na enfermagem do Brasil. São Paulo: Cortez; 1993. 4. FIGUEIREDO AM. Da ética à prática pedagógica: a busca do significado do ensino da ética na enfermagem [Dissertação de Mestrado em Enfermagem]. São Gonçalo (RJ) Universidade Salgado de Oliveira. 2001. 159 f. 5. REGO, S. A formação ética dos médicos: saindo da adolescência com a vida (dos outros) nas mãos. 2003. 6. RAMOS, F.R.S. O discurso da bioética na formação do sujeito trabalhador da saúde. Trabalho, educação e saúde. v.5 n.1, 51-77, 2007 7. ANGERAMI, E.L.S. et al. Estudo comparativo da nomenclatura das matérias e disciplinas do currículo mínimo com a utilizada pelas escolas de enfermagem da região sudeste – Brasil. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 4, n. 1, p. 31-46, janeiro 1996.

Continuação 8. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 3/2001. Diário Oficial da União,Brasília, 9 de Novembro de 2001. Seção 1, p. 37 9. FERREIRA, H.M.; RAMOS, L.H. Diretrizes curriculares para o ensino da ética na graduação em enfermagem. Acta paul. enferm. v.19 n.3 São Paulo jul. 2006 10. RAMOS, F.R.S. O discurso da bioética na formação do sujeito trabalhador da saúde. Trabalho, educação e saúde. v.5 n.1, 51-77, 2007 11. PUPULIM, JSL, SAWADA, NO. O cuidado de enfermagem e a invasão da privacidade do doente: um questão ético-moral. Rev Latino-am Enfermagem 2002 maio-junho; 10(3):433-8. 12. GALVÃO, MTG; PEREIRA, MLD; BARROSO, MGT. Avaliação ética de projetos de pesquisa de enfermagem no contexto das doenças infecciosas. Texto Contexto Enferm 2005 Jan-Mar; 14(1):44-8. <acesso em 05/09/09> 13. ZBOROWSKI, I.P. A comissão de ética de enfermagem na visão do enfermeiro. São Paulo: USP, 2003. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-08072004-104524/.> Acesso em: 05.09.09