Diagnóstico e Prescrição Pedagógica

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Avaliação da Aprendizagem Objectivos do Módulo
Advertisements

Federação Portuguesa de Atletismo
Avaliação Mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à Universidade Jussara Hoffmann.
Matemática para todos Educação Básica
Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza
PROBLEMAS E DICAS PARA A CONSTRUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
ADEQUAÇÃO CURRICULAR.
Depois de ler este capítulo, você será capaz de:
Preparado por: Dr. Constantino W. Nassel
Como os professores lidam com os erros
Imagens da infância Crenças e valores das mães com filhos na escola primária De Paula Castro e Maria Benedicta Monteiro.
Controlo e Aprendizagem (Ciências do Desporto e E.Especial e Reabilitação) Aula teórica 1/1 Aprendizagem e Performance Corpo Docente Mário Godinho ( Turmas.
PSICOLOGIA DA SAÚDE José A. Carvalho Teixeira
Livro didático 2011 Matemática. A Matemática no Ensino Fundamental Matemática forma de interação humana. Matemática modelo abstrato para compreensão e.
Profa. Dra. Flavinês Rebolo Lapo
RELAÇÕES ENTRE ABORDAGENS DE APRENDIZAGEM E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
CARGA DE TRABALHO.
A maioria dos fenômenos psicológicos – como o pensamento, a motivação, as emoções, a aprendizagem, a memória, o conhecimento, o raciocínio, a percepção,
FORMAÇÃO EM AÇÃO 2012 – I SEMESTRE
Lideranças nas organizações educativas
A modelação de sistemas enquanto ferramentas cognitivas.
ABORDAGEM SÓCIO-COGNITIVA DA APRENDIZAGEM
AUTO-AVALIAÇÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR PROCESSOS ENVOLVIDOS
Bibliotecas Escolares: Modelo de Auto-avaliação
Ciclo de Workshops Comportamentais
ACTIVIDADE MOTORA ADPATADA
Técnicas da Intervenção Pedagógica
Transferência de aprendizagem
Reflexões sobre a Política de Capacitação na Administração Pública Federal Brasília Julho 2009.
O que é Aprendizagem?.
Comunicação Empresarial
CURSO TECNICO EM ADMINISTRAÇÃO
…pessoas...aptidões...potencial...atitudes...performance...acções... …pessoas...aptidões...potencial...atitudes...performance...acções... A Comunicação.
PERFIL DO EDUCADOR João M Lucas Coimbra, Março de 2013.
Objectivo Identificar o Modelo da Abordagem Sistémica da Instrução - ASI.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
Avaliação Externa - processo
Necessidades Educativas Especiais das Crianças com Autismo
Processos conativos Psicologia, 12º ano.
Metodologias de Intervenção Psicológica
Subsistema de Desenvolvimento
Ferramental Pedagógico para a EAD Parte II
Terapia comportamental
A Função de Controlo IPCA-Escola Superior de Gestão
Estratégias de Aprendizagem no Trabalho (EATs)
O COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES X IDENTIDADE CULTURAL
Construção de Itens de Avaliação de Impacto em Profundidade
Teoria cognitiva Factores que contribuíram para que a extensão cognitiva do modelo comportamental se tornasse uma necessidade da prática terapêutica: A.
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II HABILIDADES TÉCNICAS DE ENSINO
METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
Teorias da aprendizagem motora
ESTUDO DA APRENDIZAGEM
POR QUE INCLUSÃO? Maristella Abdala.
FATORES QUE INTERFEREM NA APRENDIZAGEM
VARIÁVEIS DA PRESCRIÇÃO TREINAMENTO DE FORÇA
AVALIAÇÃO DESMISTIFICADA
Gestão das Competências Jorge Marques. O crescimento económico não vai resultar do facto de termos muitas pessoas a trabalhar, nem sequer da procura dos.
Diagnóstico e Prescrição Pedagógica
Metodologia e Didáctica A preparação do ensino ANÁLISE e ESCOLHA das ACTIVIDADES João Manuel Petrica.
PLANEJAMENTO, CURRÍCULO E AVALIAÇÃO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II HABILIDADES TÉCNICAS DE ENSINO
Planificação e Execução de Projectos Módulo 7 Rua Professor Veiga Simão | Fajões | Telefone: | Fax: |
Psicologia no desporto
Introdução Fundamentos de Controlo DEEC/ISTIsabel Lourtie Introdução O que é um sistema de controlo? Definição Controlo de posição de um elevador Controlo.
Satisfação Cristina Gama Guerra. Satisfação Comportamento organizacional.
Método de Ensino.
1 Formação Pedagógica Inicial de Formadores/as Módulo Acompanhamento e Avaliação da Formação Módulo Julho 2011.
Aprendizagem da matemática
Administração: teoria e prática no contexto brasileiro — © 2008 Pearson Prentice Hall Capítulo 7 Direção.
Transcrição da apresentação:

Diagnóstico e Prescrição Pedagógica António Rosado

Competências fundamentais de ensino/treino O diagnóstico técnico-pedagógico A prescrição técnico-pedagógica A observação e detecção de erros, dos erros principais, das suas causas. O tratamento (FB, exercícios, programas).

Modelos de estudo 1ª fase (70-80). O modelo behaviorista, centrado na análise dos comportamentos e da acção. 2ª fase (80…). O modelo mediacional, centrado nos mecanismos cognitivos que determinam a acção.

O diagnóstico depende: Recolha de informação: Observar o movimento. Interpretação da informação: Conhecimento do modelo de execução Conhecimento do executante Conhecimento dos objectivos Conhecimento do contexto

Optimizar o diagnóstico 1.Optimizar a observação Análise sistemática (recurso a grelhas). Estudo da fidelidade inter e intra-observador Treino de observadores Estratégia de observação: posição de observação, variabilidade de perspectivas e distâncias de observação, número de observações, focagem da observação.

Optimizar o diagnóstico Conhecimento da modalidade (análise da tarefa). Gerir as variáveis da especialidade. exigências técnico/biomecânicas da execução e exigências tácticas exigências físicas/biológicas (esforço) exigências psicológicas exigências cognitivas exigências sociológicas/contextuais exigências regulamentares

Optimizar o diagnóstico Gestão de variáveis associadas às exigências dos indivíduos Pessoais Nível de desenvolvimento Conhecer os indivíduos (caracterização individual e de grupo). Avaliação diagnóstica Avaliação prognóstica ou preditiva Definição de objectivos

Diagnóstico Erro técnico: desvio da execução relativamente à técnica-padrão susceptível de reduzir a sua eficácia. Podem existir vários numa mesma execução (na série temporal e simultaneamente, na série espacial). Alguns podem ser mais importantes (erros principais).

Diagnóstico Diversos erros significa: dificuldade em detectar todos. impossibilidade de corrigir todos. uns são consequência de outros (erros primários e erros secundários). Alguns são independentes de outros. Alguns são falsos erros (erros secundários).

Diagnóstico Importa saber hierarquizá-los: distinguir primários de secundários, detectar os falsos erros, escolher o mais importante. Distinguir erro técnico de estilo. estilo: desvios ao modelo de execução que não reduz a sua eficácia exprimindo adaptações individuais.

2ª operação de diagnóstico Causa do erro distinguir entre sintomas (erros) e causas (origem, razão do erro). procurar as causas. O momento mais importante e difícil do diagnóstico de erros técnicos.

Causalidade Falta de capacidades físicas. Coordenativas Cognitivas (compreensão, retenção). Atenção/concentração. Distração/motivação Fadiga Outras… Interacção ponderada

Síntese Diagnóstico envolve 3 operações: Detecção de erros Selecção de erros principais Determinação da causa do erro principal

Prescrição Técnico-pedagógica “Tratamento” Feedback Instrução Ciclos Remediativos Tarefas alternativas

Feedback Reacção do professor que visa informar o aluno do estado das suas execuções com a intenção de as melhorar (FB externo). Informação proprioceptiva e interoceptiva também é fonte de FB (FB internos).

Optimizar o Feedback Frequência Natureza: simples/específicos Objectivo: Avaliativos (positivos/negativos) Prescritivos Descritivos Interrogativos

Optimizar o Feedback Forma Momento Auditivos Auditivo-Visuais +++ Auditivo-Cinestésicos +++ Momento Durante Após +++ Retardados

Optimizar o Feedback Direcção Pertinência ou Valor Grupo Indivíduo +++ Classe Pertinência ou Valor Grau de adequação aos “erros” Focalizados sobre os erros principais ou causas. Relação com a Informação Anterior

Optimizar o Feedback Forma de distribuição Equilibrada por todos os indivíduos Quantidade de informação por intervenção “uma ideia de cada vez” Evitar corrigir tudo simultaneamente Expressão verbal (cuidada, clara, concisa).

Optimizar o Feedback Verificação dos efeitos Verificar o efeito (alteração ou não do comp.). Reacção do aluno: modifica de acordo com a informação dada, modifica sem acordo com essa informação ou não modifica. Garantir avaliação séria das dificuldades. Ciclo do FB (FB+Obs+FB)

Indicações metodológicas Concentração nos erros mais importantes e análise prévia das suas causas. Não procurar corrigir todos os erros simultaneamente. As repetições são muito importantes na aprendizagem: é necessário deixar fazer o gesto muitas vezes, acompanhando essas tentativas por uma informação frequente e de qualidade.

Indicações metodológicas Procurar a individualização das intervenções. Encorajar as boas e as más execuções. Descrever a execução e indicar o que fazer para melhorar. Acompanhar a execução seguinte e tentar perceber o efeito da intervenção anterior de F.B.

Optimizar o Feedback Os contributos do modelo mediacional. Estudo dos processos imediatos e mediatos dos alunos/atletas, que intervém como medianeiros entre a aprendizagem final e o ensino do professor/treinador. Processos cognitivos e afectivos.

Modelo mediacional Os comportamentos docentes activam respostas, modos de processamento de informação e “construções” por parte dos alunos/atletas, que determinam o que se aprende. Estuda-se: atenção, interesse, compreensão, persuasão, percepções, expectativas, etc.

O aluno/atleta e o FB Variáveis mediadoras a gerir: Condições de recepção da informação Condições de tratamento (interpretação) da informação Condições de retenção (memorização) da informação Variáveis de output (resposta): (modificação ou não no sentido desejado)

O aluno/atleta e o FB Recepção: Recebem muito menos do que pensamos e, Interpretação: Percebem menos do que recebem. relata com coerência 70% (33,7% e 78,7%) Retenção: Retém umas formas melhor que outras: retém mais os negativos o que foi mais repetido

O aluno/atleta e o FB retém mais os específicos (descritivos e presc.) os que tem demonstração (mistos AV e AQ) A retenção depende da extensão e estrutura da mensagem. muito extensas esquecem facilmente. fixam melhor os 1ºs conteúdos da mensagem e esquecem os restantes. Reduzem os conteúdos.

O aluno/atleta e o FB Alteram (reinterpretam) o sentido da informação. valorizam as referências positivas generalizam o FB positivo de parte para o todo introduzem informação positiva esquecem o conteúdo e referem a carga emocional. generalizam uma parte para o todo.

O aluno/atleta e o FB Alteram descrições para prescrições Alteram interrogações para descrições e prescrições e prescritivos para descritivos. Retenção pode depender do nível de prática (mais elevado melhor). INDICAÇÕES METODOLÓGICAS Concentração no essencial Aumentar FB descritivos Criar condições para a manutenção da atenção.

O processo de persuasão das mensagens instrucionais A informação envolve elementos informativos mas, também, um efeito persuasivo. A sua influência depende destas duas dimensões. A persuasão pode ser definida como uma sequência de fases (McGuire, 1969).

Persuasão 1. Fase de exposição à informação 2. Fase de atenção à informação 3. Fase de compreensão 4. Fase de aceitação ou rejeição 5. Fase de persistência da mudança ou retenção. 6. Fase de acção

Estrutura da Comunicação de FB