Professora: Maria Anna Turmas 03m1 e 03m2

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Transcrição da apresentação:

Professora: Maria Anna Turmas 03m1 e 03m2 Artigo de opinião Professora: Maria Anna Turmas 03m1 e 03m2

ARTIGO DE OPINIÃO: um dos gêneros da esfera jornalística argumentativos escritos Ele é publicado em jornais, revistas e na internet, sempre assinado por um articulista, que é uma autoridade no assunto ou uma pessoa de representatividade social.

Ao escrever um artigo, o articulista parte de uma questão polêmica de relevância social, criada em torno de um fato que foi notícia. Sem questão polêmica não existe artigo de opinião. A questão gera discussões porque há pontos de vista opostos sobre o assunto. Por isso, o articulista, ao escrever, assume uma posição, defende-a com argumentos e dialoga com diferentes pontos de vista que circularam sobre a polêmica.

Os artigos de opinião são importantes instrumentos para a formação do cidadão. Aprender a ler e a escrever esse gênero, contribui para desenvolver a capacidade de participar, com argumentos convincentes, das discussões sobre as questões vigentes e, mais do que isso, de formar opinião sobre elas, contribuir para resolvê-las, praticar a cidadania.

Argumentar para justificar a opinião Argumentar é explicitar um raciocínio, prova ou indício do qual se tira uma consequência ou dedução, ou seja, para argumentar é preciso esclarecer as causas, as razões, os motivos que levam a determinada opinião. Pode-se fazer isso por meio de dados estatísticos, provas, resultados de pesquisas e experiências científicas, informações obtidas com especialistas na área, observações, entre outras estratégias.

Observe como o articulista vai tecendo seus argumentos e escrevendo o artigo de opinião com elementos do próprio gênero, sem tomá-los numa ordem estrita: ● baseia-se em uma questão polêmica que circula na imprensa, na mídia ou na sociedade; ● toma uma posição em relação ao que já foi dito sobre o assunto controverso; ● apresenta argumentos ou razões que sustentam a posição assumida; ● antecipa e contesta os argumentos dos oponentes; ● articula o texto e o finaliza com uma conclusão.

Cláudio de Moura Castro Exemplo de artigo de opinião Os meninos-lobo Cláudio de Moura Castro "Nossa juventude estará mal preparada para a sociedade civilizada se insistirmos em uma educação que produz uma competência linguística pouco melhor do que a de meninos-lobo"

No velho conto de Rudyard Kipling, Mogli, o Menino-Lobo, o autor descreve uma criança que, adotada por uma loba, cresce sem jamais haver usado uma só palavra humana, até ser encontrada e se integrar à sociedade. O conto é atraente, mas cientificamente absurdo. Porém, houve outros casos, supostamente reais, de crianças criadas por animais. E também casos reais (até recentes) de crianças que cresceram isoladas e sem oportunidades de aprender a falar.  Faz tempo, meninos-lobo e outros jovens criados sem interação humana despertaram o interesse da psicologia cognitiva e da linguística. A razão é que seriam um experimento natural que permitiria responder a uma pergunta crucial: esses jovens, sem conhecer palavras, poderiam pensar como os demais humanos? A questão em pauta era decidir se pensamos porque temos palavras ou se seria possível pensar sem elas. Como os meninos-lobo não conheciam palavras, se podiam pensar, teria de ser sem elas. Nos diferentes casos de crianças criadas em isolamento, ficou clara a enorme dificuldade de ajustamento que elas encontraram ao ser reabsorvidas pela sociedade. Muitas jamais se ajustaram, fosse pelo trauma do isolamento, fosse pela impossibilidade de pensar humanamente sem palavras. Mas o fato é que não desenvolveram um raciocínio (abstrato) classicamente humano.

O interesse pelos meninos-lobo feneceu O interesse pelos meninos-lobo feneceu. Mas se aprendeu muito desde então, e hoje não se acredita que o pensamento sem palavras seja possível – pelo menos, o pensamento simbólico que é a marca dos seres humanos. Ou seja, Mogli não seria capaz de pensar. "Vivemos em um mundo de palavras", diz o celebrado antropólogo Richard Leakey. "Nossos pensamentos, o mundo de nossa imaginação, nossas comunicações e nossa rica cultura são tecidos nos teares da linguagem... A linguagem é o nosso meio... É a linguagem que separa os humanos do resto da natureza." Para o neuropaleontólogo Harry Jerison, precisamos de um cérebro grande (três vezes maior do que o de outros primatas) para lidar com as exigências da linguagem. Portanto, se pensamos com palavras e com as conexões entre elas, a nossa capacidade de usar palavras tem muito a ver com a nossa capacidade de pensar. Dito de outra forma, pensar bem é o resultado de saber lidar com palavras e com a sintaxe que conecta uma com a outra. O psicólogo Howard Gardner, com sua tese sobre as múltiplas inteligências, talvez diga que Garrincha tinha uma "inteligência futebolística" que não transitava por palavras. Mas grande parte do nosso mundo moderno requer a inteligência que se estrutura por intermédio das palavras. Quem não aprendeu bem a usar palavras não sabe pensar. No limite, quem sabe poucas palavras ou as usa mal tem um pensamento encolhido.

Talvez veredicto mais brutal sobre o assunto tenha sido oferecido pelo filósofo Ludwig Wittgenstein: "Os limites da minha linguagem são também os limites do meu pensamento". Simplificando um pouco, o bem pensar quase que se confunde com a competência de bem usar as palavras. Nesse particular não temos dúvidas: a educação tem muitíssimo a ver com o desenvolvimento da nossa capacidade de usar a linguagem. Portanto, o bom ensino tem como alvo número 1 a competência linguística. Pelos testes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), na 4ª série 50% dos brasileiros são funcionalmente analfabetos. Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), a capacidade linguística do aluno brasileiro corresponde à de um europeu com quatro anos a menos de escolaridade. Sendo assim, o nosso processo educativo deve se preocupar centralmente com as falhas na capacidade de compreensão e expressão verbal dos alunos. Ao estudar a Inconfidência Mineira, a teoria da evolução das espécies ou os afluentes do Amazonas, o aprendizado mais importante se dá no manejo da língua. É ler com fluência e entender o que está escrito. É expressar-se por escrito com precisão e elegância. É transitar na relação rigorosa entre palavras e significados. No conto, Mogli se ajustou à vida civilizada. Infelizmente para nós, Kipling estava cientificamente errado. Nossa juventude estará mal preparada para a sociedade civilizada se insistirmos em uma educação que produz uma competência linguística pouco melhor do que a de meninos-lobo. Claudio de Moura Castro é economista