A classe média como realidade e como ficção Classes, estratificação e conflito na estruturação das desigualdades sociais Elísio Estanque Centro de Estudos Sociais – Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra – Portugal XVII Encontro da APHES, Lisboa, UNL, Nov 2007
1. Desigualdades, estratificação e mobilidade Classes, estruturas e oportunidades Funcionalismo: mobilidade individual e meritocracia Modelos de análise: Erik O. Wright e P. Bourdieu Estado, mercado de trabalho e inovação tecnológica O crescimento da «classe média» Mobilidade social e mudança estrutural Recomposição e mobilidade de curto alcance Segmentação e fragmentação Reprodução e reconversão das posições de classe Tendências na sociedade portuguesa
2. Estrutura de classes e mobilidade
Comparação país – Região do calçado
Mobilidade intergeracional
Percepção das desigualdades
Subjectividades emancipatórias e conservadoras
Atitudes perante a corrupção
Percepção das contradições e clivagens sociais
Percepção da mobilidade social
Identificações de classe, por categoria de classe
Democratização do acesso à universidade Origens de classe dos estudantes da UC,
3. Síntese e conclusão As classes médias como “zonas de amortecimento” da luta de classes e do conflito social. Os fluxos de mobilidade social são de curto alcance, mais do que mobilidade, são resultantes da mudança estrutural. O seu impacto social – como realidade objectiva e referência simbólica – estende-se muito para além da estrutura produtiva e modela as representações, ambições e expectativas de amplos sectores de trabalhadores. Quanto mais nos aproximamos dos estratos superiores da pirâmide social maior é a dificuldade de subida – a distinção e a exclusão. Mesmo os poucos que sobem por mérito fecham as portas atrás de si erguendo novas barreiras que excluem os que vêm atrás. Quem está nos estratos mais baixos tende a tomar como “grupo de referência” os seus semelhantes ou as gerações passadas que viviam ainda pior – a «classe média» imaginada.