CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO

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Transcrição da apresentação:

CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO Ciência: É a atividade que propõe a aquisição sistemática do conhecimento sobre a natureza biológica, social e tecnológica Função da Ciência: “A principal é o aperfeiçoamento do conhecimento em todas as áreas para tornar a existência humana mais significativa”. (OLIVEIRA, 2000, p. 48) Conhecimento  relação do homem (razão) com um determinado objeto (meio, obras, etc.). 1. Quatro tipos de conhecimento: -VULGAR ou POPULAR, EMPÍRICO OU SENSO COMUM, isto é, um conhecimento produzido a partir da experiência (empírico ) disseminado no seio da população ( popular ) comum, compreensível por qualquer pessoa e aceito por todos ( senso comum) (observação, transmissão de geração em geração ...)

A planta Mandevilla illustris é popularmente conhecida como “Purga-do-Campo”ou “Rosa – do-campo” e é uma planta nativa brasileira usada para tratar diferentes moléstias, particularmente inflamação decorrente da picada de cobra [ conhecimento popular]. Pertencente à família Apocynaceae esta planta se destaca por apresentar uma grande diversidade no que se refere às ações farmacológicas e classes de metabólitos secundários que apresenta, dentre eles os alcalóides(...)

-CIENTÍFICO o conhecimento científico é todo conhecimento obtido por meio de procedimentos metodológicos que possibilitam investigar a realidade de forma organizada, ordenada, seguindo etapas, normas e técnicas, modo racional, por que e como os fenômenos ocorrem, na tentativa de evidenciar os fatos. Hoje, a ciência entendida como uma busca constante de explicações.

Correlação entre Conhecimento Vulgar e Conhecimento Científico. O conhecimento vulgar ou senso comum distingue-se pela forma, modo, método e os instrumentos do “conhecer”. São visões restritas e pessoais ou grupais. tem objetividade limitada e racionalidade restrita. É modo comum, corrente e espontâneo de conhecer. “É o saber que preenche nossa vida e que se possui sem o haver procurado, sem um método ou reflexão (BABINI, 1975, p.21) - O conhecimento científico é obtido por meio de teorias (núcleo da Ciência). Ele possui um ideal de objetividade, construindo imagens da realidade, verdadeiras e impessoais, que exigem o ultrapassar dos limites da vida cotidiana. Visão globalizante e universalizável.

Religioso O conhecimento de que Deus existe ou de que o ser humano é dotado de uma alma espiritual, imortal é uma crença, e para muitos é uma verdade incontestável. No entanto, para outros, são afirmações que não tem explicação clara, objetiva, de “por que” e “como” essa verdade se manifesta. Esse tipo de conhecimento esta vinculado esta relacionado com a fé e a crença no divino, tendo sua origem na inspiração e não na razão.

Filosófico Quem é o homem? De onde vem? Para onde vai? Quais são seus elementos constitutivos fundamentais? Qual a origem do Universo? Esses são os conhecimentos que os filósofos fazem sobre o homem e o Universo em busca da compreensão desses fenômenos. Etimologicamente a palavra filosofia é composta pelos termos philos, que significa amigo, e sophia , que significa sabedoria ou capacidade de perceber o certo e o errado, de debater sobre a verdade e a falsidade, sobre o bem e o mal.

Diferença entre o conhecimento filosófico e científico CONHECIMENTO CIENTÍFICO Caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana. O fundamento do conhecimento científico consiste na evidência dos fatos observados e experimentalmente controlados. O objeto de análise da filosofia são ideias, relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que é exigida pela ciência experimental.   Abrange fatos concretos, positivos, e fenômenos perceptíveis pelos sentidos, pelo emprego de instrumentos, técnicas e recursos de observação. Emprega o método racional, no qual prevalece o processo dedutivo, que antecede a experiência, e não exige confirmação experimental, mas somente coerência lógica. Emprega o método experimental: ela caminha apoiada nos fatos reais e concretos, afirmando somente aquilo que é autorizado pela experimentação. A filosofia encontra-se sempre à procura do que é mais geral, interessando-se pela formulação de uma concepção unificada e unificante do universo. Para tanto, procura responder às grandes indagações do espírito humano e, até, busca as leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência. O procedimento científico leva a circunscrever, delimitar, fragmentar e analisar o que se constitui o objeto da pesquisa, atingindo segmentos da realidade.

IMPORTANTE: a) A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade. b) Um mesmo objeto ou fenômeno tanto pode ser matéria da observação do cientista quanto do homem comum.. Bunge afirma que existe certa correlação entre os 2 tipos de conhecimento, pois ambos “são críticos e aspiram à coerência (racionalidade) e procuram adaptar-se aos fatos em vez de permitir-se especulações sem controle (objetividade)” (1976, p.20) quando limitamos o Conhecimento Vulgar ao Bom Senso.

Racionalidade: Objetividade: Equivale a sistematização coerente de enunciados fundamentados e passíveis de verificação e é obtida por meio de teorias( ciência). De outro lado, a racionalidade está baseada no acumulo de informações frouxamente vinculadas ( senso comum) Objetividade: ( construção de imagens da realidade, verdadeiras e impessoais) o senso comum tem uma objetividade limitada pela visão antropocêntrica própria de quem não ultrapassou os limites da vida cotidiana; O conhecimento científico extrapola esta visão, e consegue formular hipóteses sobre a existência de objetos e de fenômenos que estão além da percepção dos nossos sentidos e submetê-las a verificação com auxilio das teorias.

Os quatro tipos de conhecimento. Trujillo (1974, p Os quatro tipos de conhecimento Trujillo (1974, p.11) sistematiza as características dos 4 tipos de conhecimento: Conhecimento Popular Valorativo Reflexivo Assistemático Verificável Falível Inexato Conhecimento Filosófico Valorativo Racional Sistemático Não verificável Infalível Exato Conhecimento Religioso (Teológico) Valorativo Inspiracional Sistemático Não verificável Infalível Exato Conhecimento Científico Real(factual) Contingente Sistemático Verificável Falível Aproximadamente exato

CONHECIMENTO CIENTIFICO CONHECIMENTO FILOSÓFCO CONHECIMENTO POPULAR CONHECIMENTO CIENTIFICO CONHECIMENTO FILOSÓFCO CONHECIMENTO RELIGIOSO ( TEOLÓGICO) Valorativo os valores do sujeito impregnam o objeto conhecido.   Real (factual) lida com ocorrências ou fatos. seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação. apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas) Reflexivo mas não pode ser reduzido a uma formulação geral Contingente suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida por meio da experimentação e não apenas pela razão. Racional consiste num conjunto de enunciados logicamente correlacionados Inspiracional proposições sagradas reveladas pelo sobrenatural Assistemático baseia-se na “organização” particular das experiências próprias do sujeito, e não numa sistematização das ideias. Sistemático trata-se de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade procura sistematizar a explicação sobre a origem, o significado, a finalidade e o destino do mundo como obra de um criador divino. Verificável está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito ao que se pode perceber no dia-a-dia. as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Não verificável os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser confirmados nem refutados. suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. Falível e inexato se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas. Falível e aproximadamente exato em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final, novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente. Infalível e exato seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao teste da observação (experimentação). são sempre certas e inquestionáveis por consistirem em “revelações” da divindade (sobrenatural).

DESSES CONCEITOS EMANAM CARACTERÍSTICAS DA CIÊNCIA COMO PENSAMENTO: racional objetivo tendo como lógico particularidade confiável ser sistemático; exato e falível; não final e definitivo, pois precisa ser verificável, ou seja, submetido à experimentação; procura de relações causais; busca de comprovação de seus enunciados e hipóteses; importante o uso da metodologia, a qual deve determinar a possibilidade de experimentação. Heisenberg - Kuhn - Popper  renovação no conceito de Ciência e nos seus métodos e resultados.

COMPONENTES DA CIÊNCIA: As ciências possuem: Objetivo ou finalidade. Preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos. Função. aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimento, da relação do homem com o seu mundo. Objeto. Subdividido em: material, aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, de modo geral; formal, o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto material.

CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO DA CIÊNCIA: A complexidade do Universo e a diversidade dos fenômenos e de suas manifestações, aliados à necessidade do homem de entendê-los, leva ao surgimento de diversos ramos de estudo e ciências específicas. A classificação e divisão destes se dá de acordo com seu conteúdo objeto ou temas diferença de enunciados metodologia empregada. São diversas as classificações e divisões: Classificação de Comte (1798-1857) Uma das primeiras classificações foi estabelecida por Augusto Comte. Para ele, as ciências, de acordo com a ordem crescente de complexidade, apresentam-se da seguinte forma; Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia e Moral. Outros autores utilizaram também o critério da complexidade crescente, originando classificações com pequenas diferenças em relação à Comte.

CIÊNCIAS VARIAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE COMTE Alguns autores classificam as ciências segundo um critério misto, utilizando a complexidade crescente, de acordo com o conceito de Comte, aliada ao conteúdo (NÉRICI, 1978, p.113) MATEMÁTICA Teóricas: Aritmética, Geometria, Álgebra Aplicadas: Mecânica Racional, Astronomia FÍSICO-QUÍMICAS Física, Química, Mineralogia, Geologia, Geografia Física BIOLÓGICAS Botânica, Zoologia, Antropologia Psicologia, Lógica, Psicológicas Estética, Moral MORAIS Históricas História, Arqueologia, Geografia Humana Sociais e Sociologia, Direito, Políticas Economia, Política Cosmologia Racional, Psicologia Racional METAFÍSICAS Teologia Racional CIÊNCIAS

Classificação de BUNGE (1919 ...) Mario Bunge, partindo da mesma divisão em relação às ciências, apresenta a seguinte classificação (1976, p. 41): Lógica FORMAL Matemática CIÊNCIA Física Química NATURAL Biologia e outras Psicologia Social FACTUAL Sociologia Economia CULTURAL Ciência Política História Material História das Ideias

Classificação adotada por LAKATOS (1995) Das classificações vistas, percebe-se que não há um consenso entre autores, nem sequer quando se trata da diferença entre ciências e ramos de estudo: o que para alguns é ciência, para outros ainda permanece como ramo de estudo e vice-versa. Baseando-se em Bunge, apresentamos a seguinte classificação das ciências: Lógica FORMAIS Matemática CIÊNCIA Física Química NATURAIS Biologia Antropologia Cultural FACTUAL Direito Economia SOCIAL Política Psicologia Social Sociologia

Ciências formas e Ciências factuais Ciências formais: Estudo das ideias, não tem relação com algo encontrado na realidade; ex: lógica e matemática Ciências factuais: Estudo dos fatos, referem-se a fatos que supostamente ocorrem no mundo e, em consequência, recorrem a observação e à experimentação para comprovar ( ou refutar) suas formulações ( hipóteses); ex: física e sociologia, entre outras.

Aspectos Relacionados à divisão entre Ciências Formais e Ciências Factuais Critério Ciências formais Ciências factuais   Objeto Preocupam-se com enunciados. Tratam de objetos empíricos, de coisas e processos. Enunciados Relações entre símbolos Referem-se a fenômenos e processos. Método Lógica. Observação e experimentação. Suficiência em relação ao conteúdo e método de prova São suficientes em relação a seus conteúdos e métodos de prova. Dependem do fato no que diz respeito a seu conteúdo, e do fato experimental, para sua convalidação. Coerência para se alcançar a verdade Através da coerência lógica de um sistema. A verdade não é absoluta, mas relativa a este sistema. Os axiomas podem ser escolhidos à vontade e somente as conclusões (teoremas) terão de ser verdadeiras. A coerência lógica é necessária, mas não suficiente, não garante, por si só, a obtenção da verdade. Somente depois que uma hipótese passa pelas provas de verificação empírica é que poderá ser considerada adequada a seu objetivo, isto é, verdadeira e, mesmo assim, a experiência não pode garantir que seja a única verdadeira. Resultado alcançado Demonstram ou provam. Verificam hipóteses que, em sua maioria, são provisórias

CARACTERÍSTICAS DAS CIÊNCIAS FACTUAIS: Mário Bunge em sua obra La Ciência, su Método y su Filosofia (1974a, p.15-39) dá as seguintes características para as ciências factuais: racional objetivo factual transcendente aos fatos analítico claro e preciso comunicável O conhecimento verificável científico é ependente de investigação metódica sistemático acumulativo falível geral explicativo preditivo aberto útil