ARTRODESE DE ARTICULAÇÕES DO TARSO EM EQUINOS – RELATO DE DOIS CASOS

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Transcrição da apresentação:

ARTRODESE DE ARTICULAÇÕES DO TARSO EM EQUINOS – RELATO DE DOIS CASOS Lopes, P.F.R.¹, Araújo, A.L.², Figueiró, G.M.³, Baiotto, G.C.3, Spadeto Jr., O.3, Monteiro, E.R.3, Tinto, J.R.4, Oliveira, A.P.L.5 1 - Residente Clínica, Cirurgia e Anestesiologia de Eqüinos, Centro Universitário de Vila Velha, ES (UVV), 2 - Médico Veterinário, Especialista - Centro Universitário de Vila Velha, ES (UVV), 3 - Professor - Centro Universitário de Vila Velha, ES (UVV), 4 - Professor – Pontifícia Universidade Católica (PUC), Betim, MG, 5 - Acadêmico Centro Universitário de Vila Velha, ES (UVV). anderson.araujo@uvv.br INTRODUÇÃO A artrodese é definida como a fixação cirúrgica de uma articulação, resultando em fusão óssea. O objetivo da técnica é eliminar o movimento das articulações envolvidas e permitir a deambulação sem dor. As indicações para artrodese do tarso incluem doenças articulares degenerativas, fraturas articulares, luxações, sub-luxações e alguns casos de ruptura de tendões. Algumas técnicas são descritas para promover a artrodese em equinos, dentre elas, a fixação interna utilizando placas e parafusos, perfuração com broca, artrodese química com monoiodoacetato de sódio e laser diodo. DESCRIÇÃO DOS CASOS Foram atendidos no Hospital “Prof. Ricardo Hippler”, Vila Velha – ES, em fevereiro de 2010, dois equinos da raça Mangalarga Marchador. O primeiro caso, macho, três anos, apresentava osteoartrite bilateral das articulações intertarsianas distais e tarsometatarsianas, diagnosticados através do histórico, exame clínico e exames radiográficos. O animal foi submetido à cirurgia com a técnica de perfuração em três direções, com uma broca de 3,5 mm no espaço articular. Foi realizado pós-operatório com aplicação de penicilina com estreptomicina por sete dias, fenilbutazona no dia da cirurgia e meloxicam por cinco dias consecutivos. O segundo caso refere-se a um macho, sete anos, com histórico de traumatismo contra cerca de madeira provocando luxação da articulação tarsometatarsiana do membro pélvico direito, com tentativa, por leigos, de redução fechada por tração realizada trinta dias antes da consulta clínica. No exame clínico foi observado aumento de volume na região do jarrete, com consistência endurecida, atrofia muscular grave e incapacidade funcional do membro pélvico, sem apoio do casco. Ao exame radiográfico constatou-se subluxação da articulação intertársica proximal e fratura do terceiro e quarto ossos do tarso. O animal foi encaminhado à cirurgia, onde uma placa de compressão dinâmica, com oito parafusos de 4,5 mm, foi introduzida, através de um acesso látero-plantar, do terço proximal do calcâneo ao terço médio do metatarso. Foi utilizada imobilização externa com gesso por um período de quinze dias. REFERÊNCIAS AUER, J.A.; STICK, J.A. Equine Surgery. W.B. Saunders Company. 2 Ed. 1999. 939p. HINCHCLIFF, K.W.; KANEPS, A.J.; GEOR, R.J. Equine Sports Medicine and Surgery. Saunders Ltda., 1 Ed., 2004. 1364p. STASHAK, T. S.; Sinovite Társica Distal e Osteoartrite (Esparavão Ósseo). Claudicação em Equinos segundo Adams, Editora Roca, 5ª edição, São Paulo, SP, p. 874 – 885, 2006. THOMASSIAN, A. Enfermidades dos cavalos. 4ª ed. São Paulo: Varela, 2005, p. 42-43. ZUBROD C.J.; SCHNEIDER R.K. Arthrodesis Techniques in Horses; Vet Clin Equine 21, 2005, 691–711 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Nos dois casos, observou-se boa cicatrização da ferida cirúrgica, sem complicações, seja por infecção ou deiscência da sutura. No primeiro caso, notou-se ausência de reação dolorosa à palpação local, ou claudicação ao passo aos sete dias após o procedimento cirúrgico, permanecendo sem sintomatologia quando examinado aos 40 dias. Sobre a técnica cirúrgica, são citadas como vantagens o curto período de internação e pouca reação dolorosa no pós-operatório imediato. Estudos mostram retorno às atividades desempenhadas anteriormente entre 66 a 78% dos animais submetidos à técnica de perfuração, em um período de três a seis meses. Passados trinta dias após o procedimento cirúrgico, o animal relatado no segundo caso, não apoiava completamente o membro acometido, porém, aliviava o membro contralateral com mudanças de apoio frequentes. Considera-se a atrofia muscular, a contratura muscular e aderências tendíneas como fatores responsáveis por essas limitações. Apesar do tamanho da placa ser inferior à citada na literatura foi observada estabilização das fraturas e articulações envolvidas. Os achados radiográficos após a artrodese com placa e parafusos são indicativos de consolidação das articulações acometidas. Figura 1 – (A) Imagem radiográfica do membro pélvico esquerdo do primeiro caso, no trans-cirúrgico. As setas verdes indicam as agulhas utilizadas como guia para a perfuração pela broca; (B) Imagem radiográfica do membro pélvico direito do segundo caso, no pós-cirúrgico imediato. Utilização da técnica de fixação com placa de compressão dinâmica com oito parafusos. (Fonte: Arquivo CAGP-UVV) A B