TABAGISMO E DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS

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Transcrição da apresentação:

TABAGISMO E DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS CARLOS A A VIEGAS FACULDADE DE MEDICINA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Fatores dificultadores da cessação do tabagismo Síndrome de abstinência Distúrbios psiquiátricos (estresse, depressão, esquizofrenia, alcoolismo, outras drogas) Ganho de peso Fatores sócio-culturais

Prevalência de tabagismo População geral: 25% População psiquiátrica: 50% Índices de cessação na população: geral: 40% psiquiátrica: 15%

EXCITAÇÃO PROLONGADA DO SRC Ação da nicotina Estímulo nAChR ativa neurônios dopaminérgicos da via mesocorticolímbica: SISTEMA DE RECOMPENSA CEREBRAL Mediadores: atividade glutamatérgica  atividade inibitória GABAérgica EXCITAÇÃO PROLONGADA DO SRC

Receptores nicotínicos Vários subtipos Diferentes áreas cerebrais Fisiopatologia: esquizofrenia, ação de outras drogas (álcool), Parkinson, Alzheimer, Tourette, etc.

Transtorno mental  Dependência de nicotina Impulsivos TDAH Transtorno de humor bipolar Transtorno boderline de personalidade: humor e cognição Nicotina: auto-medicação (mascara a doença de base)

Dependência da nicotina  Transtorno mental Abstinência pode mascarar sintomas psiquiátricos Síndrome depressiva Pânico pode ser agravado pela ansiedade provocada pelo tabagismo

Tabagismo na adolescência Marcador de psicopatologias futuras Vulnerabilidade neuronal: “poda neuronal”

Tabagismo na adolescência 2260 alunos, 10-19 anos, DF. 10,5%, F= 13,4% X M= 9,5%. Mãe fumante X não fumante: p=0,008. Uso de álcool em F(70,6%) X NF(20,0%): p=0,0001. Uso de ilícitas em F(24,2%) X NF(1,8%): p=0,0001.

Tabagismo e Álcool Drogas mais consumidas mundialmente Lícitas, fácil acesso, pequeno custo Nicotina não é psicotóxica Associação compartilha as mesmas causas: atitudes, influências, papel das demandas sexuais, etc.

Tabagismo e Álcool Maioria dos alcoolistas é fumante pesado Fumantes não alcoolistas consomem mais álcool que não fumantes Abuso de tabaco e álcool: Mesmos genes Mesmos sítios de ação 98% fumantes usam álcool e 20% alcoolistas 83% dos alcoolistas são fumantes

Fumantes alcoolistas: Depressão, ansiedade e transtorno do sono Tabagismo e Álcool Fumantes alcoolistas: maior dependência da nicotina início mais precoce fumam em maior quantidade fumam 1o cigarro mais cedo fissura mais intensa abstinência mais intensa fumam mesmo enfermos maior número de recaídas Depressão, ansiedade e transtorno do sono

Tabagismo e Depressão Prevalência do tabagismo é maior em deprimidos Associação: ambos: fatores genéticos e ambientais relação: causa X efeito risco para depressão: 2X > em fumantes (30%) Exposição crônica à nicotina: alteração serotoninérgica no hipocampo e na função adrenocortical características da depressão

Tabagismo e Depressão Nicotina como anti-depressivo:  atividade dopaminérgica  enzimas da MAO CESSAÇÃO X RECAÍDA “indivíduos deprimidos têm energia e motivação para buscar cessação do tabagismo?”

Fumantes com depressão: Tabagismo e Depressão Fumantes com depressão: menor possibilidade de cessar, taxas elevadas de recaída, tabagismo como auto-medicação, fumam mais intensamente, dependência física grave, síndrome de abstinência intensa.

Tabagismo e Esquizofrenia Prevalência: 90% são fumantes, pesados Função alterada dos nAChR Esquizofrenia: atenção, memória, cognição, verbal, visoespacial (prejuízo na conectividade funcional do cérebro) BENEFÍCIOS COM A NICOTINA

Tabagismo e Esquizofrenia Dopamina:  efeitos colaterais extra-piramidais dos neurolépticos típicos Depressão: auto-medicação  metabolismo anti-psicóticos: toleram doses maiores

Tabagismo, Cocaína e Maconha Mecanismo neurobiológico: exposição à nicotina  alteração nos sistemas colinérgico e dopaminérgico, relacionado à expressão dos receptores Aumenta a sensibilidade a drogas de  classes 12-19 anos: associado com uso pesado de outras drogas na vida adulta NICOTINA TEM PAPEL FACILITADOR

Tabagismo, Cocaína, Maconha e Etc. 46% dos pacientes em tratamento para outras drogas querem deixar de fumar. Poucos querem tratamento simultâneo. Muitos consideram mais difícil é deixar de fumar. Parar de fumar pode contribuir para manter a abstinência de outras drogas.

CONCLUSÕES A prevalência do tabagismo em pacientes psiquiátricos é maior que na população geral. A depressão é o distúrbio psiquiátrico mais frequentemente associado ao tabagismo. O fator que mais contribui para o fracasso na cessação de fumar é a associação do tabagismo com distúrbios psiquiátricos.

CONCLUSÕES “pacientes que persistem fumando podem ser indivíduos com co-morbidades psiquiátricas que utilizam a nicotina como medicação para suas deficiências comportamentais e afetivas.” “a dependência da nicotina é, dentre os transtornos psiquiátricos, o mais prevalente, o mais letal e um dos mais tratáveis.”