INVESTIGAÇÃO DE SURTO EM HEMODIÁLISE Denise Brandão de Assis EPISUS- CVE/SP
UTILIZAÇÃO DE HEMODIÁLISE EUA: 240.000 pacientes em hemodiálise em 3.600 centros (CDC, 2002) Estado de São Paulo: 2.723 equipamentos de hemodiálise 1.912.975 hemodiálises ambulatoriais (Fundação SEADE, 2002)
SISTEMA DE HEMODIÁLISE Abastecimento de água da rede pública: tratamento da água para eliminar contaminantes químicos e biológicos (bactérias e endotoxinas) Sistema de mistura da água com concentrado de diálise (dialisado) Dialisador (“rim artificial”): Sangue: circula na face interna da membrana Dialisado: circula na face externa da membrana Esterilização com soluções germicidas para um mesmo paciente (geralmente ácido peracético)
SURTOS EM HEMODIÁLISE Reações pirogênicas Infecção no acesso vascular Hepatite B
REAÇÕES PIROGÊNICAS Definição: presença de tremores e/ou febre em paciente assintomático antes do início da hemodiálise. Pode pode ser acompanhada de hipotensão, cefaléia, mialgia, náuseas e vômitos Bacteremia ou endotoxemia Principais causas: Contaminação da água: falha no tratamento ou sistema de distribuição de água Desinfecção inadequada dos dialisadores IMPORTANTE: colher hemocultura e amostra do dialisado para análise qualitativas e quantitativas
REAÇÕES PIROGÊNICAS Informações importantes na investigação do surto : Tipo, início e duração dos sinais e sintomas Presença de hemocultura positiva Data, horário e duração da sessão de hemodiálise Sala onde realizou a hemodiálise Número da máquina Se houve coleta de água do dialisado Profissional assistente (médico, enfermagem) Solução esterilizante utilizada
INFECÇÃO NO ACESSO VASCULAR Sinais flogísticos locais com ou sem secreção purulenta Risco: cateteres> fístula arterio-venosa Agentes: S.aureus S.epidermidis
INFECÇÃO NO ACESSO VASCULAR Informações importantes na investigação do surto Tipo de acesso Tempo entre implantação do acesso e início dos sinais/sintomas Tipo de anti-séptico utilizado Profissional responsável Tipo de curativo
HEPATITE B Detecção do surto: exames de rotina Principal causa: transmissão cruzada Compartilhamento de equipamentos de diálise Compartilhamento de medicação endovenosa Profissional cuidando de pacientes infectados e não- infectados
HEPATITE B Informações importantes na investigação do surto: Verificar se pacientes com hepatite B fazem sessões de diálise em sala própria Verificar se houve compartilhamento de equipamentos ou medicação endovenosa Verificar se funcionários cuidaram de pacientes com hepatite B e pacientes com sorologia negativa no mesmo turno de trabalho
RECOMENDAÇÕES FINAIS Todos os materiais e culturas positivas devem ser guardados para confirmação de correlação entre os casos ou de uma possível fonte de contaminação A partir da formulação de hipóteses para explicar o surto, medidas de controle devem ser implantadas A divulgação dos resultados da investigação do surto é importante para outras instituições diante de eventos semelhantes