Principais doenças da parte aérea do TRIGO

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Transcrição da apresentação:

Principais doenças da parte aérea do TRIGO Mateus T. R. Cardoso Sergio Alves B. Neto

Trigo - Doenças A incidência de doenças em cereais tem sido fator limitador da expressão plena do potencial produtivo destas culturas no Brasil. Na historia da cultura do trigo mais de uma vez grandes epidemias de doenças causadas por doenças fúngicas quase levaram a cultura a extinção no país. Entre as necessidades técnicas para o bom desenvolvimento das plantas de trigo, um dos maiores desafios é o manejo das doenças da parte aérea da planta. As condições climáticas da região sul do Brasil favorecem a ocorrência de uma série de doenças foliares e algumas de espiga.

Doenças Agentes causais Fungos Oídio Blumeria graminis f. sp. tritici, anamorfo Oidium monilioides Ferrugens da folha e do colmo Puccinia triticina e Puccinia graminis f. sp. tritici Mancha da gluma Phaeosphaeria nodorum, anamorfo Stagonospora nodorum Helmintosporiose (Mancha Marrom) Cochliobolus sativus, anamorfo Bipolaris sorokiniana Mancha amarela Pyrenophora tritici-repentis, teleomorfo Drechslera tritici-repentis Giberela Gibberella zeae anamorfo Fusarium graminearum Mal-do-pé Gaeumannomyces graminis var. tritici Brusone Pyricularia grisea teleomorfo Magnaporthe grisea Bactéria Estria bacteriana Xanthomonas campestris Vírus Mosaico comum do trigo SBWMV- Soil-Borne Wheat Mosaic Virus

Oídio Controle Uso de cultivares resistentes Agente causal: Oidium monilioides Condiçoes Climaticas: A doença ocorre desde a primavera até o outono, sendo que a taxa de infecção está em função da temperatura ambiental e umidade (água livre). O oídio é uma doença de clima fresco e seco, sendo a temperatura ótima 25 °C Sintomas: presença de micélio branco acinzentado nas folhas, bainhas, colmos e espigas. Devido à colonização do patógeno a fotossíntese e a respiração da planta ficam comprometidas. Controle Uso de cultivares resistentes -Via tratamento de sementes: triadimenol, que protege as plantas por um período em torno de 45 a 60 dias após a emergência) Aplicação foliar: recomenda-se o uso de fungicidas quando a incidência foliar estiver entre 20 a 25% a partir do estádio de alongamento.

Ferrugens Agente causal: Puccinia triticina Sintomas: pústulas de coloração amarelo-escuro a marrom ao longo das folhas de cultivar suscetível. Pode ocorrer desde planta jovem até a fase adulta. Condições climáticas: temperaturas entre 15 oC e 20oC e elevada umidade relativa. Em temperaturas em torno de 20oC apenas três horas de molhamento foliar são necessárias para que ocorra infecção. Controle uso de fungicidas (grupo dos triazóis). uso de cultivares resistentes.

Mancha da Gluma Agente causal: Stagonospora nodorum. Fungo necrotrófico, pois sobrevive em tecido morto do hospedeiro. Temperatura ideal: entre 20 a 25oC, com período de molhamento foliar entre 48 e 72 horas. Manifesta-se na planta em órgãos como folhas, colmos e espiga, formando o sintoma típico nas glumas. Sintomas: Manchas irregulares de coloração marrom claro, com halo violáceo. Tais sintomas evoluem para castanho com centro claro e pontuações de cor marrom, que são os picnídios do patógeno. As glumas apresentam manchas irregulares de cor marrom.

Mancha da Gluma Controle - Recomendam-se: tratamento de sementes com fungicidas (iprodione+thiram, triadimenol e guazatina); rotacao de culturas; utilizacao de cultivares resistentes; pulverizacoes da parte aerea com triazois sistemicos como o propiconazole e o tebuconazole.

Mancha Marrom Agente causal: Bipolaris sorokiniana É a mais importante em regiões mais quentes e de alta umidade relativa dos trópicos e subtrópicos. Dependendo do ataque da doença, perdas totais podem ocorrer. Disseminação: semente (longas distâncias). Capacidade de sobreviver em restos de cultura, tornado estes uma fonte de inóculo primário, quando a doença já está instalada na área. Temperatura: entre 20 e 28oC, com pelo menos 15 horas de molhamento foliar.

Mancha Marrom Sintoma: mancha marrom iniciam com pequenas manchas ovais, de coloração marrom-escuro a negra, em folhas, bainhas e colmos. Com o progresso da doença as lesões se tornam elípticas e sobre estas há abundante esporulação do fungo de coloração castanho escuro, o que dá uma aparência negra às lesões. Pontuações pretas nas sementes e necrose em plântulas podem ocorrer. Controle: Tratamento de sementes é recomendado. OBS: Lotes que apresentem infecção abaixo de 40%, pois os fungicidas recomendados não têm a capacidade de eliminar o patógeno em casos intensos de infecção) - Acima desse nível, não é viável e o lote deve ser descartado.

Mancha Amarela Agente causal: Drechslera tritici-repentis (fase imperfeita), é a mancha forma perfeita, Pyrenophora tritici-repentis . Condições climáticas: temperatura entre 18o e 28oC e um período de molhamento foliar superior a 30 horas. É um fungo necrotrófico, portanto com capacidade de sobreviver em restos culturais, formando estruturas de reprodução sexuada, que são os pseudotécios. Sintoma: mancha amarela. lesões são elípticas ou em forma de diamante, geralmente com uma borda amarela e o centro marrom escuro.

Mancha Amarela Controle Rotação de culturas (dois anos seguidos sem trigo, a fim se obter redução satisfatória do patógeno na palha do trigo). No Brasil, recomenda-se a aplicação de fungicidas, para o complexo de manchas foliares, quando a incidência foliar atingir 70%.

Giberela do trigo Agente causal: Gibberella zeae (Schwabe), que é a forma perfeita de Fusarium graminearum (Schwabe). Disseminação: Esses esporos são transportados pelo vento a longas distâncias e depositados sobre anteras causando infecção. Ataca as espigas, causando despigmentação das espiguetas afetadas. - Pode comprometer toda a produção quando a floração. - Ocorre em épocas com temperaturas superiores 20 oC e a duração do molhamento das espigas é superior a 72h. A manutenção de restos culturais na superfície do solo facilita a produção e a disseminação de ascósporos do fungo. Controle Doença de difícil controle, rotação de culturas como medida de controle é pouco eficaz, o uso de cultivares resistentes também é pouco eficiente. Fungicidas indicados atingem um controle mediano mas desde que sejam aplicados no momento certo e não haja um excesso de chuvas no momento da floração.

Mal-do-pé Agente causal: Gaeumannomyces graminis var. tritici. No passado, o mal-do-pé chegou a ser fator limitante na produção do trigo, especialmente no Rio Grande do Sul. O sintoma mais comum dessa doença é a morte de plantas em reboleira. Inicialmente , apresentam crescimento retardado e seca progressiva das folhas. A cor preta predomina em todos os tecidos arrancados. Controle Rotação de culturas, Culturas que desfavorecem a proliferação da doença como o tremoço, nabo forrageiro e a aveia.

Brusone Agente causal: Magnaporthe grisea, anamorfo Pyricularia grisea. Sintomas Folhas: manchas elípticas ou arredondadas, caracteristicamente de borda marrom escuro com centro acinzentado. Espigas: verifica-se uma descoloração acima do ponto de infecção, que pode ser visto por um escurecimento no ráquis. - Neste ponto do ráquis e na base da espigueta, dependendo das condições de microclima, pode-se observar também um crescimento micelial, de coloração cinza. Condições climáticas: períodos de molhamento superiores a 10 horas com temperaturas acima de 25 oC. Controle: Escape, realizando semeadura mais tardiamente além de utilização de cultivares tolerantes à doença. Aplicação de fungicida recomendado antes do espigamento

Estria Bacteriana Agente Causal: Xanthomonas campestris Doença comum nos cereais de inverno. Em condições favoráveis, seu nível de danos pode chegar a até 40%. Disseminação: sementes, respingos de chuva e insetos. Temperatura: Comum em temperaturas entre 15 a 30 °C em períodos de chuvas prolongadas e noite quentes e úmidas. Sintomas: Sobre as folhas são observadas manchas translucidas estreitas e longas. com o passar do tempo, as lesões se tornam pardas e avermelhadas. Controle: Erradicação da bacteria de sementes por termoterapia, rotação de culturas;

Mosaico comum do Trigo Agente causal: SBWV- Soil-Borne Wheat Mosaic Virus Disseminação: O vírus é transmitido por Polymyxa graminis, um fungo habitante do solo. Temperatura: Alta umidade no solo, temperaturas entre 15º e 18ºC e solos de pH neutro ou ligeiramente alcalino são condições favoráveis a ocorrência da doença. Sintomas: presença de plantas amareladas, de crescimento retardado, com distribuição predominante em áreas onde a drenagem não é boa. O sintoma típico em folhas é o mosaico que se caracteriza pela alternância de áreas verdes e amarelas. A distribuição no limbo foliar pode ser irregular ou na forma de listras ou estrias. Controle: O uso de cultivares resistentes é forma mais adequada de se prevenir a ocorrência da virose. Áreas com histórico da doença devem ser evitadas, sobretudo quando do uso de cultivares suscetíveis. Devido à permanência do vírus nos esporos de sobrevivência do fungo, a rotação de culturas pode não ser eficiente.

Referências FERNANDES, J.M.C., ROSA, O.S. & PICININI, E.C. Perdas no potencial de rendimento de linhas quase isogênicas de trigo devidas ao oídio. Fitopatologia Brasileira 13:131. 1988 (Resumo). GESTÃO NO CAMPO. Cultura e Manejo do Trigo. Disponível em: <http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/cultura-e-manejo-do-trigo/>. Acesso em 08 out. 2014. GOULART, A.C.P. Controle da ferrugem da folha do trigo pelo tratamento de sementes com fungicidas. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.23, p.248, ago. 1998b. Suplemento. Ref. 219 KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A.; REZENDE, J. A. M. (Ed.). Manual e fitopatologia: vol.2: doenças das plantas cultivadas. São Paulo: Ceres, 1997. 774 p. LIMA, M. I. P. M. Giberela ou Brusone: Orientações para a identificação correta dessas enfermidades em trigo e em cevadaPasso Fundo: Embrapa Trigo, 2004. 32 p. html (Embrapa Trigo. Comunicado Técnico Online, 40). PICININI, E.C.; PRESTES, A.M. Fungicidas recomendados para o tratamento de sementes de trigo. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PATOLOGIA DE SEMENTES, 4., 1996, Gramado, RS. Tratamento químico de sementes : anais. Campinas: Fundação Cargill, 1996. p.58-63. REIS, E. M.; CASA, R. T. Doenças dos cereais de inverno: diagnose, patometria e controle de doenças de cereais de inverno. Lages: Graphel, 2007. 176 p.