II Congresso Brasileiro de Perícia Médica Previdenciária Exame Psiquiátrico NEILE LEITE SOARES Perito Médico Previdenciário Gex Barbacena Psiquiatra da Fundação Hospitalar do Est. de Minas Gerais
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA PERÍCIA MÉDICA DO INSS Grande quantidade de perícias /dia Tempo de 20 minutos Diversidade de patologias Condições de exame nem sempre ideais
DIFICULDADES PARA O PERITO EM RELAÇÃO AOS TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS Desconhecimento inicial de que se trata de um transtorno psiquiátrico. O transtorno já aparece descaracterizado pelo tratamento em curso. Documentos médicos (atestados , relatórios) de confiabilidade duvidosa. Grande incidência de simulação.
COMO PROCEDER DIANTE DE UMA SITUAÇÃO EM QUE: O segurado pode não estar de fato doente O segurado pode estar de fato doente
ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS PARA UMA AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA 1 -PACIÊNCIA > Compensa o curto espaço de tempo > Permite ouvir atentamente, organizar o pensamento e uma estratégia de pesquisa > Permite manter o controle da entrevista
ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS PARA UMA AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA II 2 – EVITAR Posturas rígidas , estereotipadas Atitudes excessivamente neutra e fria Reações exageradamente emotivas Julgamentos Respostas hostis e agressivas Entrevistas prolixas Mais atenção ao computador que ao segurado
ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS PARA UMA AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA III 3 – QUATRO REGRAS DE OURO Lembrar que toda atitude do perito deve ter uma intenção. Segurados organizados e com inteligência normal = intervir pouco. Segurados desorganizados, com pouca inteligência, em estado psicótico ou paranóides = fazer perguntas fáceis, mais dirigidas. Segurados tímidos ansiosos ou paranóides = inicialmente perguntas neutras, deixando as mais “quentes” para depois.
INÍCIO DO EXAME I 1- Deve ser fora do consultório, se possível 2 – A primeira impressão 3 – A intuição
INÍCIO DO EXAME II 4 – Os 3 primeiros minutos Extremamente significativos. Muitas vezes decisivos tanto para a identificação do perfil dominante dos sintomas do examinado, quanto para a formulação da hipótese diagnóstica final
INÍCIO DO EXAME III 5 – Receber o segurado, com cumprimentos verbal e manual, indicando a cadeira, estrategicamente mais afastada da mesa. 6 – Solicitar documentos de identificação e médicos. 7 – Quebrar o gelo, provocando respostas como se não estivesse examinando 8 – Com esse início, temos um perfil cultural do segurado.
ENTREVISTA FORMAL I 1- A sensação do segurado de que o exame começa nesse momento, pode provocar mudança de comportamento. 2 – Usar sempre perguntas abertas. Nunca induzir respostas
ENTREVISTA FORMAL II 3 – Primeira pergunta: o que o traz a perícia? 4 – Desde quando? 5 – Pesquisar evolução da doença, com foco na queixa principal, relação com ocupação, ocorrências diversas, tratamento. 6 – Antecedentes pessoais 7 – Antecedentes familiares 8 – Elementos para fixação da DII
ENTREVISTA FORMAL III 9 – Avaliação dos documentos apresentados > Atestados médicos > Receitas > Exames complementares
COMO LIDAR COM O SILÊNCIO 1 – Evitar perguntas fechadas 2 – Intervir com “como foi isso, explique melhor, conte um pouco mais sobre isso”, evitando “por que, qual a causa” 3 – Sensibilidade para procurar um tipo de intervenção facilitadora da fala para aquele segurado 4 – Ao perceber um silêncio indicativo de tentativa de demonstração de doença não existente, perguntar se prefere adiar a perícia.
EXAME PSÍQUICO I 1 – Aspecto geral: cuidado pessoal, vestes, postura, mímica, olhar 2 – Nível da consciência 3 – Orientação 4 – Atenção 5 – Memória 6 - Inteligência
EXAME PSÍQUICO II Sensopercepção Pensamento Linguagem Afetividade Juízo crítico Funções psicofisiológicas: sono apetite sexualidade
T. Orgânicos T. Psicóticos T. Neuróticos T. Humor T. Personalidade Consciência, Atenção, Orientação, Memória, Inteligência e Linguagem T. Psicóticos Sensopercepção, Pensamento, Juízo crítico, Vivências do eu T. Neuróticos Ansiedade com suas múltiplas apresentações ( Fobia, Obsessão, Compulsão, Astenia, Depressão, etc.) T. Humor Afetividade, Psicomotricidade, Pensamento, Vontade T. Personalidade Conflitos interpessoais, comportamento