ENCONTRO COM ALGUNS EDUCADORES/AS DO NORDESTE

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
ANEXO I - PROJETO DE PESQUISA
Advertisements

DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ESCOLAS DO CAMPO
DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ESCOLAS DO CAMPO
ASSESSORIA DE FORMAÇÃO Atividades: 1.Curso de Capacitação de Monitores e Dirigentes para atuar nos territórios: 15 a 18/03/2007 Público: 01 dirigente;01.
A Gestão Pública do Sub-Sistema Privado
Resolução n°51 EJA e ECONOMIA SOLIDÁRIA. Formação de Educadores Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.
Papel do Fóruns – conquistas e limitações
“A avaliação escolar hoje só faz sentido se tiver o intuito de buscar caminhos para melhorar a aprendizagem” Jussara Hoffmann.
Plano de Trabalho Docente
Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas
Secretaria de Estado da Educação Departamento de Educação Básica
CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO fevereiro/2009 COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO DA CONFERÊNCIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO PROFESSORES COORDENADORES
PDPI: INSTRUMENTO ESSENCIAL DE GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA.
Didática e Metodologia no Ensino Superior
CONTAG Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
ASSESSORIA DE FORMAÇÃO
Portaria nº 1.374, de 03/06/03, do MEC, instituiu um Grupo Permanente de Trabalho com a finalidade de apoiar a realização de seminários nacionais e estaduais.
PLANO DE TRABALHO DOCENTE
Plano de Trabalho Docente Título: Quanto custa a escola gratuita? Quanto custa a escola gratuita? Gestora da Aula: Ana Lúcia Bassetto Gestora da Aula:
Profª MS Maria Salete Ribeiro - UFMT
MOMENTOS PEDAGOGICOS E AS SITUAÇÕES DIDÁTICAS
04 a 07 de Novembro/2014 – Brasília - DF
PLANO DE CURSO E PLANEJAMENTO
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
REUNIÃO TÉCNICA – PEDAGÓGICA 2014
PERGUNTA-SE As escolas dão a devida atenção aos CONSELHOS DE CLASSE?
LICENCIATURA EM LETRAS-PORTUGUÊS UAB – UNB
Marco Doutrinal e Marco Operativo
O PLANEJAMENTO ESCOLAR
CONTRIBUIÇÕES DA GESTÃO PARA O PAPEL SOCIAL DA ESCOLA
Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar - CONDRAF Grupo Temático: Educação do Campo.
ÁREAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS E SISTEMAS EDUCATIVOS
Brasília, agosto de 2012 PRONATEC CAMPO Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA.
Síntese das Conferências Estaduais: Processo de Mobilização e Conferências Eixo 1 – Processo histórico da participação popular no país, trajetória e.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
METODOLOGIAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS
PROJETO LOCAL Votuporanga e Região. Parceiros Parceiros realizadores: Ministério da Educação (MEC), Movimento Todos pela Educação, CLP – Centro de Liderança.
Orientações Curriculares para a Educação Básica
Pedagogia- Gestão e Tecnologia Educacional
GT das Grandes Cidades Brasília, agosto de 2008
Docente: Maria Madselva Ferreira Feiges UFPR / Educação / DEPLAE
MARIA DO SOCORRO VEIGA DA SILVA ODALÉIA DO SOCORRO FERREIRA VIANA
AVALIAÇÃO CFES-SUDESTE Foi o primeiro projeto construído coletivamente, um projeto que atingiu o Brasil, todos os segmentos da ecosol. O CFES deu a direção.
METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
SÓCIO POLÍTICO Preocupada com a função social da Educação Física que se pratica na escola. Procura compreender o ser humano em sua totalidade e ainda.
Comissão de EJA de Alagoas
UNIMINAS Curso de Pedagogia - Gestão e Tecnologia Educacional Aluna: Ângela Cristina da Silva Prof ª: Gilca Vilarinho 3º Período G 1.
DIVERSIDADE E EDUCAÇÃO DO CAMPO
COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
SPEC – Sistema de Proteção Escolar e Cidadania
Uma Escola do Tamanho do Brasil
PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MOBILIZAÇÃO SOCIAL PARA O SANEAMENTO
Antônio Carlos Miranda Secretário Municipal de Educação Viçosa/MG
Atuação dos agentes de Controle Social
GABINETE DA SECRETÁRIA DIRETORIA GERAL Superintendência da Educação Superintendência de Desenvolvimento Educacional Diretoria de Tecnologias Educacionais.
Edital n° 3/2009 Resolu ç ão FNDE n° 51 de 15 de dezembro de 2008.
QUESTIONÁRIO PARA A SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO NA ILHA DO SUPERAGUI Priscilla Nascimento Amorim, Profº Dr. Roberto Martins de Souza
GESTÃO DEMOCRÁTICA: avanços e limites.
Autor: Isabelle Leal de Lima¹, Orientador: Roberto Martins de Souza²
SAÚDE RENOVADA Essa abordagem vai ao encontro do movimento biológico higienista, entretanto o que difere é a participação de todos nas atividades, além.
FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Ministério da Educação Secretaria de Educação Básica
Revisita ao PPP.
“Recomeçar. hoje é um bom dia para começar novos desafios
Gestão Escolar Compartilhada Por Oneida Abadia Alves de Carvalho Secretária Municipal de Educação de Perdizes.
PROMOÇÃO DA SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
EDUCAÇÃO ESPECIAL E PROCESSOS INCLUSIVOS NO MUNICÍPIO DE BRAÇO DO NORTE/SC: MOVIMENTOS, CONTEXTOS E TENDÊNCIAS (Educação/Educação Especial) Graziela Duessmann,
Projeto Pedagógico.
Transcrição da apresentação:

ENCONTRO COM ALGUNS EDUCADORES/AS DO NORDESTE DESDOBRAMENTOS DA II CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO DO CAMPO ENCONTRO COM ALGUNS EDUCADORES/AS DO NORDESTE Glória do Goitá – 14/09/04

OBSERVAÇÕES PRELIMINARES E JUSTIFICATIVAS Perguntas que se fazia em Brasília na conclusão da Conferência: nossos desafios de agora em diante Interesse da Resab em uma reunião Vontade de conhecimento maior entre Serta, Irpa, Moc, Caatinga, Resab Contexto da sistematização da Peads em setembro Contexto do intercâmbio do MDA

Identificando o antes, o durante e o depois OBSERVAÇÕES METODOLÓGICAS Como situar-se perante o marco da II Conferência? Identificando o antes, o durante e o depois Caracterizando cada etapa Necessidade de uma chave de leitura

Antes, fase anterior as Diretrizes Operacionais Proposta alternativa – 1993-1998 Iniciativas de Ong e movimentos (Alternância). Uma escola alternativa a oficial e predominante (Alternância, Paer, Caatinga) ou uma Proposta alternativa de uso do sistema municipal (Serta, Moc, Irpa) a oficial e predominante. 1996/LDB Alter – em relação a outra (alia, alium) Não se constitui como direito, mas como opção. Não se constitui como dever nem obrigação. É pontual, localizada, tangencial e a margem.

Antes, fase anterior a II Conferência É licença, permissão, brecha (Surubim, Glória, Chã Grande). Qualquer motivo é suficiente para suspender uma reunião. Desenvolvida com intervenção externa, corpo estranho (Educadores das Ongs ou movimentos). Os argumentos são de conquista para adesão pessoal das professoras, educadoras de apoio, diretoras de ensino e secretária. Os investimentos financeiros e econômicos são dos interessados externos aos sistemas de ensino municipal ou estadual (Glória). Altera pouco o sistema de avaliação, planejamento e o currículo (Até mesmo nos municípios avançados).

Antes, fase anterior a II Conferência Professoras que aceitam são consideradas pelas colegas como parte de outro processo, (ou como privilegiadas ou como estigmatizadas, ou como pessoas que trabalham demais.) Dificuldades encontradas são consideradas como da experiência e não do sistema (Surubim e Glória). É mais vista como concorrente do que como interação ou soma. (Catende e Panelas) É considerada como em teste, não validada nem comprovada ( escolhem algumas escolas outras não ou deixam para as professoras escolherem).

Fase interativa ou alterativa, antes das Diretrizes Operacionais 1999-2002 Decisão política de um gestor/a municipal. Adesão dos autores e agentes da secretaria e das escolas. Sem respaldo jurídico reconhecido e normatizado. Interage com o currículo, o planejamento e com a avaliação. A capacitação das professoras faz parte da agenda e calendário e o monitoramento também. A ação e o interesse pelos resultados são dos agentes internos e externos.

Fase interativa ou alterativa, antes e pós Diretrizes Operacionais Há investimento humano, econômico e financeiro dos gestores/as municipais. Os agentes externos não são vistos, nem considerados como corpo estranho ao sistema, mas como parceiros, amigos, colegas. A experiência é divulgada pelos próprios executores locais em outros contextos do município, secretarias, reuniões e encontros, concursos (Ariquemes – R0, Vicência).

Fase de Política Pública, pós Diretrizes e Conferência 1.    A questão deixa de ser iniciativa de Ong, Movimentos e gestores/as localizados e passa também a ser assumida por Ministérios, Secretarias e instituições do sistema educativo formal (Undime, SEC, MDA, MEC).   2.    Deixa de ser favor e passa a ser direito e obrigação, a ter apoio legal, jurídico, administrativo (mesmo ainda a ser conquistado). 3.    Deixa de ser periférica, licença, brecha e passa a ser central. 4.    Deixa de ser tratada como teste e passa a ser tratada como validada (importância da literatura, sistematizações. 5.    Passa a ser legitimada e reconhecida.

10. Passa a ser tratada sem medo, sem traumas, sem conflitos. 6.  Passa a ser objeto e agenda de pesquisa, teses, monografias, tema de encontros, seminários, conferências, intercâmbios.   7. Passa a receber contribuições novas de pesquisadores e de instituições, (livros e conferencistas na II Conferência). 8. Passa a ser discutida por todas as pessoas envolvidas, independentes de adesão pessoal. As pessoas que ocupam função de gestão na secretaria municipal defronta-se com a questão, queira ou não. 9. Passa a compor os órgãos gestores a nível federal (MEC e MDA), estadual (GAM) e municipal. 10.   Passa a ser tratada sem medo, sem traumas, sem conflitos.

PERDAS E GANHOS, NOVAS IMPLICAÇÕES 1. Contava-se a dedo quem atuava na formação dos professoras/es, uma vez que a demanda era reduzida. Formava quem tinha vivência, crença, em geral quem partilhava de princípios parecidos da Educação Popular. A demanda era medida pelo tamanho dos nossos braços, pernas e asas, pela capacidade instalada das Ongs e movimentos. Era possível monitorar, cobrar qualidade, insistir na metodologia e nos princípios. Agora, como vai ficar? Qual o tamanho da demanda? Qual a capacidade instalada disponível? Como cobrar qualidade? Como garantir princípios fundamentais? 2. A governabilidade do processo estava nas mãos de quem aderia, formava e acompanhava. Agora vai depender de muitos mais sujeitos e de mais pressupostos. Agora, como garantir a qualidade da governabilidade? Em quais condições, ela se dá? É possível exercer governabilidade?

3.    Uma vez reconhecida e aceita, não tem mais que discutir o para que e o porque, e sim tratar de operacionalizar, por no plano municipal: como fazer, como introduzir na escola, como preparar as professoras. No por que e para que é exatamente onde reside a diferença da Educação do Campo e sua originalidade. Qualquer iniciativa agora pode ser identificada como educação do campo, (introdução de novas disciplinas: educação ambiental, práticas agrícolas, hortas nas escolas ou então, técnicas e dinâmicas da didática como aulas passeio, pesquisa de campo, estudo da comunidade, passam a ser confundidas com os conteúdos. Ilustrar com o exemplo dos Cerus, identificar educação do campo com ensino de agricultura e com o exemplo de Paulo Freire e Mobral). Agora, como garantir que a escola diferencie o seu papel na educação do campo? E que os meios não substituam os fins, a didática não substitua a filosofia e que o currículo oculto seja explícito?   3.    Passa a ser percebida como algo novo dentro do paradigma existente, precisando de adaptações, reformas, mudança da didática, do material pedagógico, de atitudes novas dos gestores e operadores do sistema de ensino. 4.    Deixa de ser percebida como quebra de paradigmas da educação escolar tradicional, da maneira de pensar a educação escolar, da maneira de entender o papel da ciência, do conhecimento, e sobretudo da filosofia. 5.      6.    Ilustração com o que acontece hoje com o Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável - DLIS, quem falava antes e quem fala agora.

PONTOS PARA APROFUNDAR Governabilidade Papel da escola – dimensão ética Articulação com a Educação Popular (projeto, subjetividade, ligação com a realidade, concepção de pessoa etc.) Demanda de formação Currículo Material didático, publicações Séries maiores e segundo grau Avaliação e monitoramento Planos municipais Concepção de Campo (rural e urbano) Articulações com os movimentos Projeto de Desenvolvimento e Mobilização Social Projetos e programas de iniciativa da sociedade civil