Grupoterapias na Atenção Primária

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
O QUE FAZEM OS EXECUTIVOS
Advertisements

A escola e a prevenção ao uso de drogas
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Teoria em Dinâmica de Grupo
O ENQUADRE NO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO
A clínica kleiniana: estilo, técnica e ética
Psicologia Aplicada e Ética Profissional
PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO
TAP lll Professora: Camila
Identidade dos Indivíduos nas Organizações
TERAPIA FAMILIAR SISTÊMICA
ADOLESCÊNCIA HOJE Leila Cury Tardivo.
Estudando a Dinâmica dos Grupos...
Como a Criança Pequena se Desenvolve
Velhice e Família
Transição do estado infantil para o adulto: crise
Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional
TEORIA CONTINGENCIAL SEMINÁRIO ADMINISTRAÇÃO
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Desmistificando a Psicologia Organizacional
SISTEMA HUMANISTA Abraham Maslow Carl Rogers –1987.
Conceitos Básicos Interação social Define o fundamento do fato social
ENRIQUE PICHON-RIVIÈRE ( )
Manejos Grupais facilidades x dificuldades
Lorena Nogueira de Castro Patrícia Helena Gonsalves de Andrade
Conceito de Grupo.
DISCIPLINA: INICIAÇÃO EM FISIOTERAPIA PROFª RITA DE CÁSSIA PAULA SOUZA
Cristiele Rodrigues, Elisamar Salbego, Janaina Polon, Weric Cosmo.
Educação Sexual na Adolescência
PSICOMOTRICIDADE.
OFICINAS EM DINÂMICA DE GRUPO
TRANSTORNO BORDERLINE ORGANIZAÇÕES PATOLÓGICAS DA PERSONALIDADE
Fundamentos da Técnica Psicanalítica
Questões envolvendo autoconceito, auto-estima e gênero
Os Estilos de Liderança
PSICOTERAPIA PSICODINAMICA Grupos
MODALIDADES TERAPÊUTICAS: INTERVENÇÕES EM CRISES
Gestão Estratégica de Pessoas
10 Aluno-Professor Professor-Aluno Perguntas Reflexivas Sobre a
Processos culturais: formas cotidianas de fazer as coisas. Desenvolvimento humano: as pessoas se desenvolvem como participantes das práticas e tradições.
Fundamentos do Psicodiagnóstico
Universidade Federal do Rio Grande Curso: Psicologia Disciplina: Diagnóstico Clínico e Intervenção Professora: Marilene Zimmer Abordagens de Grupo Hartur.
Psicoterapia e Psicanálise
Faculdade Guilherme Guímbala. Curso de Psicologia
Prof: Mariana Giannecchini Ferrari. O desenvolvimento da técnica de Klein iniciou – se, na casa da própria paciente, de dois anos e meio. A analista passou.
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTO – JUVENIL CAPSi
TRABALHANDO COM GRUPOS
Semana de Psicologia PUC – RJ O Psicólogo no Hospital Geral O Psicólogo no Hospital Geral Apresentação: Decio Tenenbaum Apresentação: Decio Tenenbaum Material.
PSICODRAMA Jacob Levy Moreno Julho,
Avaliação de Risco: Comportamento Suicida
Desenvolvimento Interpessoal
A dinâmica das relações familiares e problemas da excepcionalidade
Os Fenômenos dos Campo Grupal
Depois de ler este capítulo, você será capaz de:
O Início de uma Grupoterapia Analítica: Uma Primeira Sessão
PSICOTERAPIA DE GRUPOS
Terapia Familiar.
A FAMILIA SISTEMA VIVO.
O PROCESSO GRUPAL JACQUES (2002).
Comportamento Organizacional
Cone invertido Pichon-Riviére.
PSICODIAGNÓSTICO Jorge Luiz de Sales.
Carolina Gonçalves Gabriela Cervo Gilberto Marques Mirelle Paula 1 Lavras – MG 2011.
Relação Terapêutica Diego Macedo Gonçalves. Relação terapêutica O que leva pacientes a aceitarem a lógica do tratamento, enquanto outros se recusam a.
ABORDAGENS DA PSICOLOGIA PROF. ALESSANDRA TONELLI.
Terapia familiar A terapia familiar evoluiu a partir de uma multiplicidade de influências tendo recebido contribuições de diferentes áreas do conhecimento.
METODOLOGIA DE TRABALHO COM FAMÍLIAS
PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO
PSICOTERAPIA DE GRUPOS
Transcrição da apresentação:

Grupoterapias na Atenção Primária José Saraiva Jr Espumoso, 23 de julho de 2012

Transformações bio-psico-sócio- econcômico-culturais do novo milênio.

Será que a clássica função de continente que a família exerce em relação aos bebês e filhos menores tende a ficar severamente perturbada?

A psicologia grupas é resultante da com confluência de contribuições provindas da teoria psicanalítica e das ciências socais, através dos ramos da sociologia, antropologia social e psicologia social. (Zimerman, 2008)

S.H. Foulkes, Londres, 1948, inaufura a prática da psicoterapia psicanalítica de grupo e deixa algumas contribuições significativas: O grupo, em si, como o principal veículo e instrumento terapêutico; A transposição para o grupo dos principais referenciais psicanalíticos, como: fantasias, ansiedades, mecanismos de defesa, transferências, crenças de cura; “Matriz Grupal” com capacidade de gerar novos processos e resignificar experiências; Processo de ressonância devido a “comunicação inconsciente” gerando identificação grupal; Grupo como sala de espelhos.

Wilfred R. Bion, psicanalista da sociedade britância de psicanálise, 1948 inicia grupos terapêuticos, porém desde 1940 já trabalhava com grupos de reabilitação, formulando conceitos como grupos de seleção, grupos sem líder, grupos comunitários, deixando mais algumas contribuições.

Wilfred R. Bion Mentalidade grupal: unanimidade de pensamento, formando uma identidade à parte; Cultura do grupo: conflito entre as necessidade da mentalidade grupal e as necessidades individuais; Valência: aptidão de cada indivíduo em combinar com os demais; Cooperação – grupo de trabalho; Grupo de supostos básicos: dependência, luta ou fuga e pareamento.

CARACTERIZAÇÃO DE UM GRUPO Todo grupo se comporta como se fosse uma individualidade; Todos os membros devem estar reunidos em torno de objetivos em comum; O tamanho do grupo não pode exceder o indispensável para a preservação da comunicação (visual e auditiva), verbal e a conceitual; Deve existir um enquadre (setting) e o cumprimento das combinações; O grupo se organiza a serviço de seus membros sendo a recíproca verdadeira; Formação de uma identidade grupal genuína preservando as identidades individuais; Forças coexistentes: coesão e desintegração. Pertinência (vestir a camisa) e Pertencência (fazer parte). Dependem da capacidade de perder membros e absorver outros; Formação do campo grupal dinâmico em que gravitam fantasias, ansiedades, identificações, papeis, etc.

MODALIDADES GRUPAIS Analítico, adolescente, alcoolista... Borderline, bioenergético... Capacitação, casais, crianças... Dramatização, discussão... Ensino-aprendizagem, egressos... Formação, família... Gestantes, gestáltico... Holíticos... Idosos, institucionais, integração... j. Jogadores patológicos... k. Kleinianos... l. Laborais, laboratórios de relações humanas... m. Maratona... n. natação-hidroginástica... o. Operativo... p. psicodrama, psicossomático q. Qualidade de vida... r. reflexão... s. Saúde mental, sala de espera... t. Treinamento... u. união... v. vivências

CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS Ensino-aprendizagem (reflexão) Institucionais Comunitários (programas de saúde mental) OPERATIVOS Na área clínica geral (idosos, DM, et.) Na área psi. (alcoolistas, dq, borderline, etc). GRUPOS De auto-ajuda TERAPÊUTICOS psicanalítico Psicodrama Teoria sistêmica TCC Abordagem múltipla Psicoterápicos

Operativos É tão abrangente a aplicação dos postulados desse tipo de grupo, que muitos o consideram como sendo um continente de todos os grupos, incluindo os terapêuticos de orientação analítica. Pichon Rivière formula sólida teoria a respeito dos grupos operativos.

Pichon Rivière Teoria dos vínculos: o vínculo bicorporal é sempre tripessoal; Formação de papeis: porta-voz, bode expiatório, sabotador, líder (autoritário, democrático, demagógico); Esquemas corporais; Modelo do cone invertido (afiliação, pertencência, pertinência, comunicação, aprendizagem, cooperação e clima emocional do grupo); Pre-tarefa: movimentos grupais que impedem a realização de uma ação; A noção dos “três D”: depositante, depositado e o depositário das ansiedades básicas.

NOTA IMPORTANTE: a atividade do coordenador dos grupos operativos deve ficar centralizada unicamente na tarefa proposta, sendo somente nas situações, em que os fatores inconscientes inter-relacionais venham a ameaçar a integração ou a evolução exitosa do grupo que cabem eventuais intervenções de ordem interpretativa.

Formação de um grupo PLANEJAMENTO Quem coordena? (qual seu conhecimento, qual referencial?); Para o quê e para qual finalidade o grupo está sendo composto? Para quem ele se destina? Como ele funcionará? Onde, em quais circunstâncias e com quais recursos? NOTA IMPORTANTE: ter em mente clareza do que se pretente e como vai operacionalizá-lo.

ENCAMINHAMENTO Divulgação; Manter comunicação regular com os primeiros pacientes selecionados até a formação do grupo; Esperar um número seguro de pacientes para que o grupo não imploda com a saída de um mebro; Paciência para não realizar seleção desastrosa; Realizar entrevista prévia para não contaminar o campo grupal???

SELEÇÃO Indicações e contra-indicações; Evitar selecionar pessoas que mesmo tendo indicação não podem se tratar conjuntamente; Evitar surpresas desagradáveis, como: transferências negativas, impossibilidade no pagamento, deficiente motivação (fator muito relacionado ao desligamento prematuro); A indicação é extensiva a todos que não tiverem contra-indicações. Cresce uma indicação formal: aquele indivíduo que tem falhas nos tratamentos individuais. NOTA IMPORTANTE: o abandono gera muito mal- estar, devido sentimentos de culpa e indignação. O primeiro pelo fato do terapeuta que não soube cuidar. O segundo pelo fato de sentirem traídos por um intruso.

CONTRA-INDICAÇÕES (relativo) Deficiente motivação. “ir algumas vezes para observar como funciona”; Excessivamente paranóides, deprimidos ou narcisistas (monopolistas crônicos); Actings de natureza maligna envolvendo outras pessoas do grupo (anti-sociais); Graves riscos, paciente suicida; Pensamento concreto, retardo mental; Crise vital aguda grave e atual; Pertencem a uma certa condição profissional, política e social que representam riscos na quebra de sigilo; Abandonador compulsivo.

COMPOSIÇÃO DO GRUPO

SETTING GRUPAL Regras do jogo. É a soma de todos procedimentos para o bom andamento do grupo: local, horário, número de sessões(encontros) por semana, tempo de duração dos encontros, férias, atrasos, número de participantes, se é aberto ou fechado, misto, justificativa de faltas, honorários, tempo de duração do grupo, simultaneidade de tratamentos, número de técnicos participando.

REGRAS DO JOGO Livre associação de idéias (regra fundamental); Neutralidade: se deixar envolver emocionalmente em uma situação (empatia) não é o mesmo que ficar envolvido nela; Abstinência: abster de comentar o que se passa dentro do grupo; Amor à verdade; Sigilo (regra de ouro).