DIARRÉIA Definição Proposta: COMO CONDUZIR OS CASOS DE DIARRÉIA QUE CHEGAM À UBS. Criança com queixa de diarréia: 1. Verificar se realmente a criança tem diarréia. Definição A diarréia é definida como a alteração no hábito intestinal, com modificação no número e na consistência das fezes.
Diarréia Para verificar se realmente se trata de diarréia: Para verificar se realmente se trata de diarréia: A observação direta das fezes é um exame bastante útil. A anamnese detalhada é fundamental para esclarecer realmente a criança tem diarréia e qual suas a possíveis causas
DIARRÉIA ANAMNESE - como foi o início do quadro; - a evolução da diarréia; - relação com a alimentação; - os tratamentos já realizados; - as dietas feitas; - as características das fezes; - vômitos e perda de peso; - a presença de outros sinais e sintomas
Classificação do Quadro Clinico DIARRÉIA Classificação do Quadro Clinico Diarréia Aguda - episódio com duração menor do que 14 dias, geralmente de origem infecciosa. Diarréia Persistente – episódio de início agudo, de etiologia presumivelmente infecciosa, com duração igual ou superior a 14 dias. Diarréia Crônica – diarréia que não tem início com um episódio de infecção intestinal aguda, podendo ser devida a uma variedade de condições metabólicas, estruturais ou infecciosas.
Classificar o tipo de diarréia Aguda Persistente Crônica Queixa de Diarréia É Realmente Diarréia? Sim Classificar o tipo de diarréia Aguda Persistente Crônica Não Orientações Gerais
Definir Proposta de Tratamento DIARRÉIA Definir Proposta de Tratamento Tratamento da diarréia aguda: manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico oferta calórico-proteíca adequada Ações Prevenção da desidratação Tratamento da desidratação Manutenção do estado nutricional
Classificar Quanto ao Estado de Hidratação DIARRÉIA Classificar Quanto ao Estado de Hidratação 1. Desidratação Grave Dois ou mais sinais que se seguem: letárgica ou inconsciente olhos fundos não aceita líquidos ou aceita muito mal turgor de pele pastoso – Sinal da Prega: a pele volta muito lentamente ao estado anterior
DIARRÉIA 2. Desidratação Dois ou mais sinais que se seguem: inquieta, irritada olhos fundos bebe avidamente, com sede turgor de pele semipastoso – Sinal da Prega: a pele volta lentamente ao estado anterior
DIARRÉIA 3. Sem Desidratação 3. Sem Desidratação Não há sinais suficientes para classificar como desidratação
DIARRÉIA Etiologia Viral Bacteriana Parasitária Alimentar Diarréia Aguda Etiologia Viral Bacteriana Parasitária Alimentar Estado de hidratação Sem desidratação Desidratação Desidratação Grave
DIARRÉIA ETIOLOGIA: BACTÉRIAS BACTÉRIAS INVASIVAS E. coli invasiva ETIOLOGIA: BACTÉRIAS BACTÉRIAS INVASIVAS E. coli invasiva Shigella sp. Salmonella sp Yersinia enterocolitica Campilobacter jejuni BACTÉRIAS TOXIGÊNICAS E. coli enterotoxígênica Vibrio cholerae BACTÉRIAS PRODUTORAS DE CITOTOXINAS ECEC ECEH Clostridium difficile
ETIOLOGIA: PROTOZOÁRIOS DIARRÉIA ETIOLOGIA: PROTOZOÁRIOS Entamoeba hystolitica Giardia lamblia Criptosporidium sp.
DIARRÉIA DIARRÉIA ASSOCIADA A INFECÇÕES EXTRA-INTESTINAIS DIARRÉIA ASSOCIADA A INFECÇÕES EXTRA-INTESTINAIS ETIOLOGIAS NÃO INFECCIOSAS
DIARRÉIA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Coprocultura DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Coprocultura Pesquisa de rotavírus nas fezes Pesquisa de criptosporidium Pesquisa de toxinas para clostridium Protoparasitólogico de fezes.
DIARRÉIA BASES DA ABORDAGEM 1. prevenção e tratamento da desidratação BASES DA ABORDAGEM 1. prevenção e tratamento da desidratação 2. manutenção do estado nutricional 3. tratamento medicamentoso
DIARRÉIA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA DESIDRATAÇÃO PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA DESIDRATAÇÃO SEM DESIDRATAÇÃO – PLANO A Orientações para o tratamento em casa: AUMENTAR A OFERTA DE LÍQUIDOS MANTER A ALIMENTAÇÃO HABITUAL
DIARRÉIA SEM DESIDRATAÇÃO – PLANO A Orientações para o tratamento em casa: Após cada evacuação diarréica oferecer Soro Oral A) CRIANÇAS ATÉ 12 MESES 50 a 100ml (1/4 a meio copo) B) CRIANÇAS MAIORES DE 12 MESES 100 a 200 ml (1/2 a 1 copo)
DIARRÉIA Orientações para seguimento da diarréia em casa Levar à unidade de saúde quando: ficar sem urinar por mais de 6-8 horas não esteja conseguindo beber a diarréia persistir por mais de 5 dias aparecimento de sangue nas fezes piora do estado geral
DIARRÉIA DESIDRATAÇÃO – PLANO B Para decidir onde realizar o tratamento, considerar: Fatores de risco individual: Criança abaixo de 2 meses Menores de 1 ano que tiveram baixo peso ao nascer Desnutrição moderada ou grave Fatores de risco situacionais: Dificuldade de acesso ao hospital Mãe ou responsável pela criança analfabetos Criança proveniente de micro áreas sociais de risco Apresentando 1 sinal desses, encaminhar para o PS Não apresentando, tratar em casa
DIARRÉIA COMO FAZER A HIDRATAÇÃO ORAL Oferecer a SRO – Solução de Reidratação Oral de acordo com a sede da criança Inicialmente: 50 a 100ml/kg de SRO em 4 a 6 horas MANTER O ALEITAMENTO MATERNO SUSPENDER OUTROS ALIMENTOS DURANTE A REIDRATAÇÃO
DIARRÉIA MANUTENÇÃO: a) Crianças até 12 meses – 50 a 100 ml a) Crianças até 12 meses – 50 a 100 ml b) Crianças maiores de 12 meses – 100 a 200 ml c) Crianças de 10 anos ou mais – à vontade
DIARRÉIA DESIDRATAÇÃO GRAVE – PLANO C HIDRATAÇÃO VENOSA Indicações: HIDRATAÇÃO VENOSA Indicações: quando a criança não ganha ou perde peso após as primeiras 2 horas de hidratação oral. ou quando o paciente apresentar: alteração do estado de consciência (comatosa, letárgica) vômitos persistentes, (no mínimo 4 vezes em 1 hora) mesmo após sonda nasogátrica íleo paralítico Encaminhar para o hospital.
DIARRÉIA MANUTENÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Manter o aleitamento materno Manter o aleitamento materno Manter a dieta habitual da criança
DIARRÉIA TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Nunca devem ser indicados antidiarréicos para o tratamento da diarréia aguda em Crianças Porque: desviam a atenção da família e do médico dos aspectos mais importantes tais como a prevenção e o tratamento da desidratação, a alimentação e o acompanhamento da criança; não reduzem a perda de líquidos, a gravidade da doença e o tempo da doença; custo alto para as famílias e governo; apresentam efeitos colaterais sérios.
DIARRÉIA TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NUNCA DEVEM SER INDICADOS ANTIDIARRÉICOS PARA O TRATAMENTO DA DIARRÉIA AGUDA EM CRIANÇAS Porque: desviam a atenção da família e do médico dos aspectos mais importantes tais como a prevenção e o tratamento da desidratação, a alimentação e o acompanhamento da criança; não reduzem a perda de líquidos, a gravidade da doença e o tempo da doença; custo alto para as famílias e governo; apresentam efeitos colaterais sérios.
DIARRÉIA ANTIBIOTICOTERAPIA Os antibióticos não devem ser usados de rotina pelos seguintes motivos: a diarréia aguda é geralmente um processo auto-limitado; os antibióticos não alteram a evolução da diarréia, podendo nos casos de salmonelose prolongar o tempo de eliminação de bactérias; os antimicrobianos promovem alteração da flora intestinal, podendo selecionar uma população bacteriana resistente; os antibióticos podem permitir o crescimento do clostridium difficile resultando na colite pseudomembranosa qualquer antimicrobiano pode apresentar efeitos colaterais adversos aumenta o custo do tratamento
DIARRÉIA INDICAÇÕES DE ANTIBIOTICOTERAPIA pacientes imunodeprimidos, desnutridos graves, portadores de doenças tumorais, aids recém-nascidos, especialmente prematuros suspeita de disseminação da infecção intestinal cólera surto epidêmico de shigella em crianças institucionalizadas, com o intuito de diminuir o tempo de eliminação de bactérias pelas fezes.
DIARRÉIA NOVAS PROPOSTAS PARA O TRATAMENTO DA DIARRÉIA NOVA FÓRMULA PARA A SOLUÇÃO DE REIDRATAÇÃO ORAL – SRO SUPLEMENTAÇÃO ORAL COM ZINCO
DIARRÉIA Administração de zinco 20mg durante 10 a 14 dias MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA DOENÇA DIARRÉICA Administração de zinco 20mg durante 10 a 14 dias 10mg durante 10 a 14 dias em crianças menores de 6 meses
DIARRÉIA A OMS e UNICEF propõem nova formulação dos sais para Reidratação Oral com baixa concentração de glicose e sal Objetivo: redução da osmolaridade da SRO para evitar os efeitos adversos da hipertonicidade e hipernatremia. Os estudos mostraram que a eficácia da SRO aumentava ao se reduzir a concentração de sódio para 75 mEq/l, a concentração de glicose para 75 mmol/l e a osmolaridade total para 245mOsm/l. Foi observada uma redução de 33% na necessidade de suplementação com terapia EV para correção da desidratação, redução da perda fecal em 20% e a ocorrência de vômitos em 30%.
DIARRÉIA A OMS e o UNICEF propõem a seguinte composição: gramas/litro mmol/litro Cloreto de sódio 2.6 Sódio 75 Glicose 13.5 Cloro 65 Cloreto de potássio 1.5 Glicose 75 Citrato trissódico diidratado 2.9 Potássio 20 Citrato 10 Osmolaridade total 245
DIARRÉIA Segundo a PNDS-2006, quase 10% das crianças cujas mães relataram algum episódio de diarréia nas duas últimas semanas antes da pesquisa foram medicadas com antibióticos orais, caracterizando-se como a terapia mais comumente utilizada. Os anti-diarréicos foram utilizados em 6% dos casos e a dieta alimentar em 3% dos casos. Vale ressaltar que os antibióticos e anti-diarréicos predominaram nas regiões norte e nordeste do Brasil.
DIARRÉIA MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA DOENÇA DIARRÉICA Aleitamento materno Aleitamento materno Orientação do desmame Melhora do estado nutricional Saneamento básico – água, esgoto, lixo Higiene dos alimentos Higiente pessoal Imunização contra o sarampo Controle de epidemias Informações sobre a diarréia.
DIARRÉIA CONDUTAS NO ÂMBITO DA COMUNIDADE Verificar se há outros casos de diarréia na comunidade: Os casos são na mesma família, verificar histórico alimentar (intoxicação alimentar), história de infecção de vias aéreas superiores (Rotavírus); Os casos são de crianças em uma mesma instituição (creche, escola, etc), verificar intoxicação alimentar, transmissão hídrica, giardíase, shigella; Os casos são isolados, em famílias que habitam um mesmo bairro, verificar problemas de saneamento básico.