ENTENDA A DOR AGUDA.

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Transcrição da apresentação:

ENTENDA A DOR AGUDA

Comitê de Desenvolvimento Mario H. Cardiel, MD, MSc Reumatologista Morelia, México   Andrei Danilov, MD, DSc Neurologista Moscou, Rússia Smail Daoudi, MD Tizi Ouzou, Algéria João Batista S. Garcia, MD, PhD Anestesiologista São Luis, Brasil Yuzhou Guan, MD Pequim, China Jianhao Lin, MD Ortopedista Pequim, China   Supranee Niruthisard, MD Especialista em Dor Bangkok, Tailândia Germán Ochoa, MD Bogotá, Colômbia Milton Raff, MD, BSc Anestesista Consultor Cidade do Cabo, África do Sul Raymond L. Rosales, MD, PhD Neurologista Manila, Filipinas Jose Antonio San Juan, MD Cirurgião Ortopédico Cidade de Cebu, Filipinas   Ammar Salti, MD Anestesista Consultor Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos Xinping Tian, MD Reumatologista Pequim, China Işin Ünal-Çevik, MD, PhD Neurologista, Neurocientista e Especialista em Dor Ancara, Turquia Observações ao Palestrante Agradecer aos membros do comitê de desenvolvimento. Este programa foi patrocinado pela Pfizer Inc.

Objetivos de Aprendizagem Após concluir este módulo, os participantes estarão aptos a: Discutir a prevalência da dor aguda Compreender o impacto da dor aguda na capacidade e qualidade de vida do paciente Explicar a patofisiologia da dor aguda Aplicar uma técnica de diagnóstico simples para o diagnóstico diferencial da dor aguda Selecionar estratégias farmacológicas e não farmacológicas apropriadas para o controle da dor aguda e garantir que os pacientes sigam a terapia recomendada

EPIDEMIOLOGIA

Aspectos Gerais

Prevalência da Dor Aguda Prevalência no tempo de vida na população em geral: Próximo de 100% para dor aguda que leva ao uso de analgésicos1 Pacientes do setor de emergência: A dor representa >2/3 dos atendimentos na emergência2 Pacientes hospitalizados: >50% relatam dor3 Observações ao Palestrante A dor aguda é uma condição extremamente comum, e um estudo internacional sugere que a prevalência da dor aguda no tempo de vida faz com que o uso de analgésicos seja próximo de 100%.1 A proporção de pacientes em situações clínicas que relataram dor reflete essa alta prevalência, sendo que a dor representa mais de dois terços dos atendimentos na emergência, e mais da metade dos pacientes hospitalizados relatam dor.2,3 Referências Diener HC et al. Per-capita consumption of analgesics: a nine-country survey over 20 years. J Headache Pain 2008; 9(4):225-31. Todd KH, Miner JR. In: Fishman SM et al (eds). Bonica’s Management of Pain. 4th ed. Lippincott, Williams and Wilkins; Philadelphia, PA: 2010. Dix P et al. Pain on medical wards in a district general hospital. Br J Anaesth 2004; 92(2):235-7. 1. Diener HC et al. J Headache Pain 2008; 9(4):225-31; 2. Todd KH, Miner JR. In: Fishman SM et al (eds). Bonica’s Management of Pain. 4th ed. Lippincott, Williams and Wilkins; Philadelphia, PA: 2010; 3. Dix P et al. Br J Anaesth 2004; 92(2):235-7.

Dor Aguda na Prática Geral Observações ao Palestrante Este foi um estudo retrospectivo que tinha como objetivo estimar a prevalência e o padrão de diagnóstico da dor no atendimento primário durante um ano em uma prática de grupo que atendeu aproximadamente 14.000 indivíduos. Um pouco menos de 30% dos pacientes que consultaram um clínico-geral precisou tratar pelo menos um problema de dor subjacente. Desses, 37% apresentavam dor aguda, 13% dor de duração intermediária, 11% dor crônica intermitente e 37% dor crônica. A dor associada a condições musculoesqueléticas dominou o perfil de diagnóstico, representando mais de dois terços dos pacientes com problemas de dor. Referência Hasselström J et al. Prevalence of pain in general practice. Eur J Pain 2002; 6(5):375-85. Hasselström J et al. Eur J Pain 2002; 6(5):375-85.

Tipos Mais Comuns de Dor na Prática Geral Observações ao Palestrante Este slide mostra a prevalência da dor no atendimento primário durante um ano em uma prática de grupo atendendo em uma área de Estocolmo, Suécia com aproximadamente 14.000 habitantes. A idade média da população era de 37 anos com uma renda média um pouco abaixo da média da Suécia naquela ocasião. No geral, 28% dos 6890 indivíduos que consultaram um clínico-geral tinham pelo menos um problema relacionado à dor – 37% desses pacientes tiveram duração de dor de menos de 1 mês, 13% com duração de 1–3 meses e 37% de mais de 3 meses. No total, 11% sofriam de um estado de dor crônica intermitente. Em termos de patofisiologia, 94% dos casos foram classificados como nociceptivos, 2% como neuropáticos, 2% como psicogênicos, <1% como idiopáticos e 2% não puderam ser classificados. Referência Hasselström J et al. Prevalence of pain in general practice. Eur J Pain 2002; 6(5):375-85. Observação: os tipos de dor baseiam-se nos códigos da CID-9 *O uso do código do sintoma sugere que o médico não poderia identificar a causa subjacente da dor **MSK – outros referem-se à dor musculoesquelética em locais diferentes do pescoço, costas ou tecidos moles CID = Classificação Internacional de Doenças; MSK = musculoesquelético Hasselström J et al. Eur J Pain 2002; 6(5):375-85.

Dor Aguda Pós-operatória é o Tipo de Dor mais Prevalente nos EUA Observações ao Palestrante O National Institute of Dental Research dos Estados Unidos estimou que cerca de 22% da população norte-americana com ≥18 anos em 1993 apresentou dor orofacial mais de uma vez durante os 6 meses anteriores.1 Uma pesquisa nacional por telefone em 2003 constatou que 80% dos pacientes com dor pós-operatória apresentaram dor aguda após a cirurgia. Desses pacientes, 86% tiveram dor moderada, intensa ou extrema.2 Dos aproximadamente 115,3 milhões de atendimentos na emergência em 2005, 43% envolviam pacientes com dor moderada a intensa.3 Referências Lipton JA et al. Estimated prevalence and distribution of reported orofacial pain in the United States. J Am Dent Assoc 1993; 124(10):115-21. Apfelbaum JL et al. Postoperative pain experience: results from a national survey suggest postoperative pain continues to be undermanaged. Anesth Analg 2003; 97(2):534-40. Nawar EW et al. National Hospital Ambulatory Medical Care Survey: 2005 emergency department summary. Adv Data 2007; 29(386):1-32. 1 2 3 EUA = Estados Unidos Lipton JA et al. J Am Dent Assoc 1993; 124(10):115-21; 2. Apfelbaum L et al. Anesth Analg 2003; 97(2):534-40; 3. Nawar EW et al. Adv Data 2007; 29(386):1-32.

Dor pós-operatória 80% dos pacientes submetidos à cirurgia apresentam dor pós-operatória <50% relatam alívio adequado da dor 10–50% desenvolvem dor crônica* 88% deles relatam que a dor é moderada, intensa ou extrema Observações ao Palestrante Conforme mostrado neste slide, a dor pós-operatória é penetrante e onerosa. A tendência de cirurgia ambulatorial pode comprometer as oportunidades de avaliar de forma apropriada a dor pós-operatória e estabelecer o controle apropriado e necessário da analgesia pós-operatória. O elevado número de internações e reinternações não previstas sobrecarregam o já disputado sistema hospitalar. Consequentemente, estabelece-se um círculo vicioso. Referências Coley KC et al. Retrospective evaluation of unanticipated admissions and readmissions after same day surgery and associated costs. J Clin Anesth 2002; 14(5):349-53. Institute of Medicine. Relieving Pain in America: A Blueprint for Transforming Prevention, Care, Education, and Research. The National Academies Press; Washington, DC: 2011. Para 2–10% desses, a dor é intensa A dor representa 38% das internações e reinternações não previstas após a cirurgia ambulatorial *Dependendo do tipo de cirurgia Coley KC et al. J Clin Anesth 2002; 14(5):349-53; Institute of Medicine. Relieving Pain in America: A Blueprint for Transforming Prevention, Care, Education, and Research. The National Academies Press; Washington, DC: 2011.

Dor Crônica como Resultado de Cirurgia Incidência Fatores Amputação de membro 30–81% Dor antes da amputação, dor persistente no coto Toracotomia 47 % Extensão da dor aguda pós-operatória, disfunção do nervo intercostal Cirurgia de mama 11–57% Extensão da dor aguda pós-operatória, tipo de cirurgia, lesão no nervo intercostobraquial Cirurgia de vesícula 3–56% Vulnerabilidade psicológica, sintomas pré-operatórios duradouros Hérnia inguinal 11% Intensidade da dor pós-operatória inicial, disfunção do nervo Observações ao Palestrante Após a cirurgia, a dor aguda pode se transformar em uma síndrome da dor crônica. A intensidade da dor aguda pós-operatória é um indicador de dor crônica. Os dados deste estudo indicam a extensão do problema. Os autores classificaram os fatores de risco da dor prolongada após a cirurgia em três subgrupos: Fatores pré-operatórios: dor, moderada a intensa, com duração de mais de 1 mês; cirurgia repetida; vulnerabilidade psicológica; indenização por acidente de trabalho Fatores intraoperatórios: abordagem cirúrgica com risco de dano ao nervo Fatores pós-operatórios: dor (aguda, moderada a intensa); radioterapia na área; quimioterapia neurotóxica; depressão; vulnerabilidade psicológica; neuroticismo; ansiedade Referência Perkins FM et al. Chronic pain as an outcome of surgery. A review of predictive factors. Anesthesiology 2000; 93(4):1123-33. Perkins FM, Kehlet H. Anesthesiology 2000; 93(4):1123-33.

Alguns Procedimentos Cirúrgicos estão Associados a uma Alta Incidência Estimada de Dor Crônica Pós-operatória Observações ao Palestrante Este slide mostra a incidência estimada de dor crônica pós-operatória e incapacidade após os procedimentos cirúrgicos selecionados (cirurgia da vesícula biliar não incluída). A dor aguda pós-operatória é acompanhada por dor persistente em 10–50% dos indivíduos após operações comuns, como correção de hérnia inguinal, cirurgia de mama e torácica, amputação da perna e cirurgia de revascularização da coronária. A dor crônica pode ser intensa (definida com um escore de dor >5, sendo 10 o escore máximo) em cerca de 2–10% desses pacientes; dor persistente pós-operatória representa um problema clínico significativo, amplamente não reconhecido. Os autores deste artigo sugeriram que técnicas cirúrgicas que evitam danos ao nervo sejam empregadas, sempre que possível. Eles também observaram que o efeito da terapia precoce agressiva para a dor pós-operatória deve ser investigada, uma vez que a intensidade da dor aguda após-operatória está correlacionada ao risco de desenvolver um estado de dor persistente. Referência Kehlet H et al. Persistent postsurgical pain: risk factors and prevention. Lancet 2006;367(9522):1618-25. *Lumpectomia ou mastectomia Kehlet H et al. Lancet 2006; 367(9522):1618-25.

Resumo