Eduardo Rodrigues Martins Lima Residente de Clínica Médica

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Monitorização da mecânica respiratória
Advertisements

PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO A NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO
Quais são os riscos da Ventilação Mecânica?
Pressão Positiva Contínua em Vias Aéreas
Insuficiência Respiratória Aguda
INJÚRIA PULMONAR AGUDA E SARA
Monitorização Respiratória durante a Ventilação Mecânica
Como manusear fuga aérea na ventilação não invasiva
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
Assistência Ventilatória
Assistência Ventilatória Mecânica -
Qual o papel do enfermeiro na ventilação mecânica invasiva e não invasiva Prof. Fernando Ramos Gonçalves – Msc Enfermeiro Intensivista.
FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Ventilação Mecânica Noções Básicas Marcos Gallindo.
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Lesão pulmonar induzida por ventilação
SISTEMA RESPIRATÓRIO FUNÇÃO – assegurar as trocas gasosas (oxigénio e dióxido de carbono) entre o organismo e o ar da atmosfera.
Permite que o ventilador aplique os ciclos mandatórios pré-determinados em sincronia com o esforço inspiratório do paciente. Os ciclos mandatórios ocorrem.
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA
Ventiladores Pediátricos para Anestesia
Oxigenoterapia Profa. Lívia Almeida.
Como diagnosticar e tratar Assincronia Patiente-ventilator
Ana Cintia Carneiro Leão
Especialização em Terapia Intensiva SOBRATI
R3 Luciana Cristina Thomé
SISTEMA RESPIRATÓRIO E EXERCÍCIO
Assistência de enfermagem à criança com disfunção respiratória
FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA Fisioterapia – FMRPUSP
Monitorando VM na UTI Octavio Messeder FCCP
Distúrbios Respiratórios do
Bruno Victor da Costa – 4º Período – UNIPAC-JF
Apresentação Final Efeito de uma estratégia ventilatória protetora na sobrevida de pacientes com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (ARDS) Responsável.
FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA
Fisiologia Cardiorrespiratória em Pediatria
Assistencia Ventilatoria Mecanica
Tipos de assistência ventilatória: indicações
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO RECÉM-NASCIDO EM OXIGENOTERAPIA
Exacerbações da DPOC Uso do suporte ventilatório não-invasivo
Ventilação pulmonar mecânica Jefferson G. Resende HRA/SES/DF
Terapia de Expansão Pulmonar Equipe de Fisioterapia pediátrica
Gasometria Arterial. GASOMETRIA A gasometria consiste na leitura do pH e das pressões parciais de O2 e CO2 em uma amostra de sangue. A leitura é obtida.
VENTILAÇÃO VOLUME-CONTROLADA (VCV)
VENTILAÇÃO MECÂNICA: princípios básicos
Vera Lúcia dos Santos Alves
Dinâmica respiratória no exercício
Universidade São Judas Tadeu
PSV - PRESSÃO DE SUPORTE (PRESSURE SUPPORT VENTILATION)
PROFª MÔNICA I. WINGERT TURMA 301 DISPLASIA PULMONAR.
Taquipnéia Transitória do recém-nascido
VENTILAÇÃO PULMONAR MECÂNICA PROF a: Esp.Priscilla Indianara Di Paula Pinto.
Enfermagem Hospitalar: Treinamento em Serviço
Ciências Naturais 9.º ano
VENTILAÇÃO MECÂNICA.
INSUFICIENCIA RESPIRATÓRIA AGUDA
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA - DIAGÓSTICO
Veronica M. Amado Universidade de Brasília
Sistema Respiratório.
VENTILAÇÃO MECÂNICA.
Suporte ventilatório em UTI
Docente : Kátia Cristine de Carvalho
Asma Terapia Intensiva na Gravidez Pós-Graduação AMIB – Faculdade Redentor Dra Nazah C M Youssef Mestre em Medicina Interna - UFPr Especialista em Neurologia.
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA EM PEDIATRIA
Insuficiência Respiratória Aguda
Princípios básicos da ventilação mecânica
Prof. Oscar Kenji Nihei Disciplina de Fisiologia Humana e Biofísica
Avaliação do paciente de UTI
Assunto:Ventilação mecânica
Fisiologia Respiratória Depto. de Anestesiologia – FMB - UNESP.
Transcrição da apresentação:

Eduardo Rodrigues Martins Lima Residente de Clínica Médica Insuficiência respiratória aguda e Ventilação mecânica invasiva: modos, modalidades e indicação Eduardo Rodrigues Martins Lima Residente de Clínica Médica

Insuficiência respiratória aguda Definição: IRpA é a incapacidade do sistema respiratório de atender às demandas metabólicas de oxigênio do organismo ou de eliminação do gás carbônico, de instalação aguda; Pode ser: IRpA tipo I ou hipoxêmica: PaO2 ˂ 60 mmHg; IRpA tipo II ou hipercápnica: PaCO2 ˃ 50 mmHg

Insuficiência respiratória aguda FISIOLOGIA Inspiração: geração de pressão pleural “negativa”, processo ativo, aumento do retorno venoso e volume sistólico do VD; Expiração: pressão pleural “zera” novamente, processo passivo – forças elásticas pulmonares, reduz retorno venoso.

Insuficiência respiratória aguda VENTILAÇÃO MECÂNICA Uso de pressão positiva na inspiração → inversão dos eventos circulatórios; Quando modalidade invasiva, perda do mecanismo de válvula das cordas vocais e necessidade de PEEP (Positive End Expiratory Pressure)

Insuficiência respiratória aguda Etiologias de hipoxemia: Distúrbios V/Q; Alteração da capacidade difusional do O2 pela membrana alvéolo-capilar; Elevadas altitudes; Hipoventilação alveolar

Insuficiência respiratória aguda Etiologias de hipercapnia: Redução da FR; Redução do volume corrente; Aumento do espaço morto fisiológico

Etiologia da IRpA

Etiologia da IRpA Tabela retirada do livro Pronto – Socorro: Diagnóstico e Tratamento em Emergências – 2ª ed.

Insuficiência respiratória aguda Sempre que houver hipercapnia + hipoxemia, calcular P(A-a)O2: Se ˂ 20 (em adultos): hipoxemia se deve apenas à hipercapnia; Se ˃ 20: investigar causa superajuntada PAO2 = FiO2(PB – 47) – 1,25 PaCO2 P(A-a)O2 = 130 - (PaO2+PaCO2), em São Paulo, em ar ambiente.

Insuficiência respiratória aguda Quadro clínico: Alteração do nível de consciência (agitação ou sonolência); Uso de musculatura acessória, taquipnéia, respiração paradoxal Cianose, taquicardia, hipertensão arterial

Insuficiência respiratória aguda Diagnóstico: suspeitado clinicamente, mas deve ser sempre confirmado por oximetria de pulso e gasometria arterial; A oximetria de pulso tem boa acurácia até uma SpO2 de 70% aproximadamente; Fatores que interferem na fidedignidade da oximetria de pulso: má perfusão periférica, anemia, arritmias cardíacas, artefato de movimentação e esmalte na unha.

Insuficiência respiratória aguda Oxigenioterapia suplementar Cateter nasal: hipoxemia leve ou necessidade de baixos fluxos de O2 (DPOC, por exemplo). Cada litro aumenta a FiO2 em 3%, em média. Fornece, no máximo, 36% de FiO2; Máscaras faciais: podem chegar a 100% de FiO2 (Venturi, máscara com reservatório)

Algoritmo para manejo inicial da IRpA

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA - Definição Ventilação com pressão positiva nas vias aéreas tendo como interface, entre a máquina (ventilador) e o paciente, um tubo naso/orotraqueal ou uma cânula de traqueostomia.

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA - Objetivos Manutenção das trocas gasosas, ou seja, correção da hipoxemia e da acidose respiratória associada à hipercapnia; Aliviar o trabalho da musculatura respiratória que, em situações agudas de alta demanda metabólica, está elevado; Reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória; Diminuir o consumo de oxigênio, dessa forma reduzindo o desconforto respiratório; Permitir a aplicação de terapêuticas específicas

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA - Indicações Quando há iminente risco de vida, a impressão clínica é o ponto mais importante na indicação de VM; Reanimação devido à parada cardiorrespiratória; Hipoventilação e apnéia com acidose respiratória grave; Insuficiência respiratória hipoxêmica grave; Falência mecânica do aparelho respiratório: fraqueza muscular / doenças neuromusculares / comando respiratório instável (trauma craniano, acidente vascular cerebral, intoxicação exógena e abuso de drogas);

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA - Indicações Prevenção de complicações respiratórias: Restabelecimento no pós-operatório de cirurgia de abdome superior, torácica de grande porte, deformidade torácica e obesidade mórbida / Parede torácica instável; Redução ou prevenção do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular.

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA - Indicações Tabela do III Consenso Brasileiro de VM

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA – Ciclo ventilatório Fase inspiratória: ventilador realiza a insuflação pulmonar, conforme as propriedades elásticas e resistivas - válvula inspiratória aberta; 2) Mudança de fase (ciclagem): transição entre a fase inspiratória e a fase expiratória; 3) Fase expiratória: fechamento da válvula inspiratória e abertura da válvula expiratória; 4) Mudança da fase expiratória para a fase inspiratória (disparo): Fase em que termina a expiração e ocorre o disparo (abertura da válvula inspiratória).

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA – Ciclo ventilatório Gráfico do III Consenso Brasileiro de VM

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Fluxo Medido por sensores de pressão diferencial situados entre a cânula endotraqueal e o “Y” do circuito do ventilador; Início do fluxo: Nos modos controlados por intervalo de tempo (depende da f ou da relação inspiração:expiração - TI/TE); Nos modos assistidos ou espontâneos ao alcançar um limite de sensibilidade (trigger ou disparo) pré-estabelecido: por queda de pressão alveolar ou por geração de fluxo. Após o início do ciclo (disparo), o fluxo aumenta até atingir um valor pré-fixado, chamado de pico de fluxo inspiratório. Pode ser mantido constante ou ter valor decrescente no tempo; O fluxo inspiratório encerra-se conforme o modo de ciclagem estabelecido, ou seja, fecha-se a válvula inspiratória e abre-se a válvula expiratória do aparelho, começando então o fluxo expiratório.

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Formas de curva de fluxo

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Análise gráfica – Curvas de fluxo

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Pressão Medida por transdutor posicionado no “Y” do circuito do ventilador; Diferenças na dinâmica da Pressão intratorácica: ventilação espontânea, modos assistidos e controlados. E a PEEP? Componentes da pressão inspiratória: à medida que o fluxo de ar adentra o sistema respiratório, a pressão inspiratória vai se elevando (ver gráfico) para vencer dois componentes: o resistivo - Pres (devido à resistência ao fluxo de ar passando pelas vias aéreas) e outro elástico - Pel (decorrente da distensão dos pulmões e da parede torácica) (ver gráfico de componentes da Pi).

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Curvas de pressão

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Gráfico: Componentes da Pins

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Disparo do ventilador (trigger) Modo controlado: a variável é o tempo e independe do esforço do paciente; Ciclos assistidos e espontâneos: o disparo pode ser por nível de pressão (pressão negativa abaixo da PEEP) ou geração de fluxo pré-determinados (sensibilidade); O disparo a fluxo envolve o uso de um fluxo inspiratório basal contínuo (bias flow ou continuous flow). Quando a diferença entre o fluxo inspiratório e o fluxo expiratório alcançar um determinado limite de sensibilidade, abre-se a válvula ins e um novo ciclo ventilatório começa. Tempo de resposta do ventilador: depende da sensibilidade da válvula inspiratória e da capacidade do ventilador em gerar o fluxo (ver gráfico).

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Disparo do ventilador - Gráficos

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Disparo do ventilador - Gráficos

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Curva de volume

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Associação de curvas

Modalidades ventilatórias convencionais 1 Modalidades ventilatórias convencionais 1. Ventilação mandatória contínua Todos os ciclos ventilatórios são disparados e/ou ciclados pelo ventilador (ciclos mandatórios). Quando o disparo ocorre pelo tempo, o modo é apenas controlado. Quando o disparo ocorre de acordo com pressão negativa ou fluxo positivo realizados pelo paciente, chamamos o modo de assistido/controlado; Nos ventiladores mecânicos mais modernos, a ventilação mandatória contínua pode ocorrer com volume controlado (os ciclos mandatórios têm como variável de controle o volume, são limitados a fluxo e ciclados a volume) ou com pressão controlada (os ciclos mandatórios têm como variável de controle a pressão, são limitados a pressão e ciclados a tempo).

Modalidades ventilatórias convencionais 1. 1 Modalidades ventilatórias convencionais 1.1.1 Ventilação mandatória contínua com volume controlado – modo controlado São fixados: FR, VC e o fluxo ins. O disparo ocorre de acordo com a FR fixada (por exemplo, se a FR for de 12 ipm, o disparo ocorrerá a cada 5 s). O disparo ocorre exclusivamente por tempo, ficando o comando sensibilidade desativado (ver gráfico); A transição entre a inspiração e a expiração (ciclagem) ocorre após a liberação do volume corrente pré-estabelecido em velocidade determinada pelo fluxo.

Modalidades ventilatórias convencionais 1. 1 Modalidades ventilatórias convencionais 1.1.1 Ventilação mandatória contínua com volume controlado – modo controlado – Curvas

Modalidades ventilatórias convencionais 1. 1 Modalidades ventilatórias convencionais 1.1.2 Ventilação mandatória contínua com volume controlado – modo assistido - controlado Nesta situação, a FR pode variar de acordo com o disparo decorrente do esforço inspiratório do paciente, porém mantêm-se fixos tanto o volume corrente como o fluxo. Caso o paciente não atinja o valor pré-determinado de sensibilidade para disparar o aparelho, este manterá ciclos ventilatórios de acordo com a freqüência respiratória mínima indicada pelo operador (ver gráfico).

Modalidades ventilatórias convencionais 1. 1 Modalidades ventilatórias convencionais 1.1.2 Ventilação mandatória contínua com volume controlado – modo assistido – controlado - Curvas

Modalidades ventilatórias convencionais 1. 2 Modalidades ventilatórias convencionais 1.2.1 Ventilação mandatória contínua com pressão controlada – modo controlado São fixados: FR, o tempo inspiratório ou a relação inspiração:expiração (relação TI/TE) e o limite de pressão inspiratória. O disparo ocorre de acordo com a freqüência respiratória indicada, porém a ciclagem agora acontece de acordo com o tempo inspiratório ou com a relação TI/TE (ver gráfico). O volume corrente passa a depender da pressão inspiratória pré-estabelecida, das condições de impedância do sistema respiratório e do tempo inspiratório selecionado pelo operador.

Modalidades ventilatórias convencionais 1. 2 Modalidades ventilatórias convencionais 1.2.1 Ventilação mandatória contínua com pressão controlada – modo controlado - Curvas

Modalidades ventilatórias convencionais 1. 2 Modalidades ventilatórias convencionais 1.2.2 Ventilação mandatória contínua com pressão controlada – modo assistido - controlado No modo assistido-controlado, os ciclos ocorrem conforme o esforço do paciente ultrapasse a sensibilidade. O volume corrente obtido passa a depender também desse esforço (ver gráfico).

Modalidades ventilatórias convencionais 1. 2 Modalidades ventilatórias convencionais 1.2.2 Ventilação mandatória contínua com pressão controlada – modo assistido – controlado - Curvas

Modalidades ventilatórias convencionais 2 Modalidades ventilatórias convencionais 2. Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) O ventilador oferece ciclos mandatórios a uma freqüência pré-determinada, porém permite que ciclos espontâneos (ciclos ventilatórios disparados e ciclados pelo paciente) ocorram entre eles. Quando o ventilador permite que o disparo dos ciclos mandatórios ocorra em sincronia com pressão negativa ou fluxo positivo realizado pelo paciente, chamamos este modo de ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV - synchronized intermittent mandatory ventilation);

Modalidades ventilatórias convencionais 2 Modalidades ventilatórias convencionais 2. Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) Nos ventiladores mais modernos, pode ocorrer com volume controlado (os ciclos mandatórios têm como variável de controle o volume, são limitados a fluxo e ciclados a volume) ou com pressão controlada (os ciclos mandatórios têm como variável de controle a pressão, são limitados a pressão e ciclados a tempo).

Modalidades ventilatórias convencionais 2.1 SIMV com volume controlado São fixados a FR, o VC e o fluxo inspiratório, além do critério de sensibilidade para a ocorrência do disparo do ventilador pelo paciente. Permite que o ventilador aplique os ciclos mandatórios pré-determinados em sincronia com o esforço inspiratório do paciente. Os ciclos mandatórios ocorrem na janela de tempo pré-determinada (de acordo com a freqüência respiratória ajustada), porém sincronizados com o disparo do paciente. Se houver uma apnéia, o próximo ciclo será disparado por tempo até que retornem as incursões inspiratórias do paciente (ver próximo gráfico);

Modalidades ventilatórias convencionais 2 Modalidades ventilatórias convencionais 2.1 SIMV com volume controlado - Curva

Modalidades ventilatórias convencionais 2 Modalidades ventilatórias convencionais 2.1 SIMV com volume controlado - Curva No gráfico abaixo, ocorrem três ciclos ventilatórios no período de um minuto, porém, após um período de apnéia no final do segundo ciclo, ocorre um ciclo disparado a tempo (terceiro ciclo).

Modalidades ventilatórias convencionais 2 Modalidades ventilatórias convencionais 2.2 SIMV com pressão controlada Semelhante ao modo anterior, com a diferença que os parâmetros definidos pelo operador passam a ser a FR, o tempo inspiratório ou a relação inspiração:expiração (relação TI:TE), e o limite de pressão inspiratória, além do critério de sensibilidade para a ocorrência do disparo do ventilador pelo paciente.

Modalidades ventilatórias convencionais 2 Modalidades ventilatórias convencionais 2.3 SIMV (com pressão controlada ou volume controlado) + ventilação com pressão de suporte (PSV) Combinação das ventilações mandatórias sincronizadas com ventilações espontâneas assistidas através de pressão inspiratória pré-estabelecida (pressão de suporte – ver gráfico).

Modalidades ventilatórias convencionais 2 Modalidades ventilatórias convencionais 2.3 SIMV (com pressão controlada ou volume controlado) + ventilação com pressão de suporte (PSV) - Curvas

Modalidades ventilatórias convencionais 3 Modalidades ventilatórias convencionais 3. Ventilação espontânea contínua Todos os ciclos ventilatórios são espontâneos, ou seja, disparados e ciclados pelo paciente; Pode ser assistida pelo ventilador (o ventilador busca alcançar pressões pré-determinadas durante a inspiração - ventilação com pressão de suporte - PSV) ou não assistida pelo ventilador (o ventilador mantém uma pressão positiva durante todo o ciclo respiratório, tanto da inspiração como na expiração - pressão positiva contínua nas vias aéreas - CPAP).

Modalidades ventilatórias convencionais 3 Modalidades ventilatórias convencionais 3.1 Ventilação com pressão de suporte (PSV) Modo de ventilação mecânica espontânea; O ventilador assiste à ventilação através da manutenção de uma pressão positiva pré-determinada (PS) durante a inspiração até que o fluxo inspiratório do paciente reduza-se a um nível crítico, normalmente 25% do pico de fluxo inspiratório atingido (ciclagem a fluxo); Isto permite que o paciente controle a FR e o tempo inspiratório e, dessa forma, o volume de ar inspirado; Assim, o VC depende do esforço inspiratório, da PS pré-estabelecida e da mecânica do sistema respiratório; Desvantagem: funciona apenas quando o paciente apresenta drive respiratório (ver gráfico).

Modalidades ventilatórias convencionais 3 Modalidades ventilatórias convencionais 3.1 Ventilação com pressão de suporte (PSV) - Curvas

Modalidades ventilatórias convencionais 3 Modalidades ventilatórias convencionais 3.2 Ventilação com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) Permite que o paciente ventile espontaneamente, porém fornece uma pressurização contínua tanto na inspiração quanto na expiração; É um modo de ventilação espontânea não assistida pelo ventilador; O VC depende do esforço inspiratório do paciente e das condições da mecânica respiratória do pulmão e da parede torácica.

Modalidades ventilatórias convencionais 3 Modalidades ventilatórias convencionais 3.2 Ventilação com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) - Curvas

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA – Modos ventilatórios

Monitorização da mecânica respiratória e alarmes do ventilador

Quais os principais parâmetros de mecânica respiratória que devem ser monitorados na ventilação mecânica? Pico de pressão inspiratória (pressão de pico); Pressão de platô; Complacência do sistema respiratório; Resistência de vias aéreas; Auto-PEEP ou PEEP-intrínseca (PEEPi)

Como medir as pressões de pico e de platô? Devem ser feitas com o paciente em ventilação volume-controlado, com fluxo quadrado, sem interação do mesmo com o respirador. A interpretação dessas pressões pode ser entendida através da análise da equação do movimento do ar através do sistema respiratório:

Como medir as pressões de pico e de platô? A pressão de pico é a pressão máxima gerada no sistema respiratório, ao final da inspiração. Ela é diretamente proporcional à resistência, ao fluxo, ao volume corrente e à PEEP, e inversamente proporcional à complacência; A pressão de platô é aquela gerada ao final de uma pausa inspiratória, representando a pressão gerada quando todo o volume corrente é acomodado dentro do sistema respiratório. Como é medida com fluxo zero, não sofre influência da resistência, sendo diretamente proporcional ao volume corrente e à PEEP, sendo inversamente proporcional à complacência.

Gráfico das pressões A pressão de pico é a pressão máxima, alcançada ao final da inspiração, quando todo o volume corrente foi ofertado. Ajustando-se uma pausa inspiratória (condição de fluxo zero em que o volume corrente é mantido dentro dos pulmões), há uma redução da pressão de pico, em função de não haver mais componente resistivo e por acomodação do volume em diferentes unidades alveolares. Este novo nível é denominado pressão de platô. Ao final da exalação, pode-se manter uma pressão positiva, ou seja, supra-atmosférica, denominada PEEP.

Interpretação básica da monitoração das pressões de pico e platô

Como calcular e interpretar a complacência do sistema respiratório? A fórmula é: (valor normal é de 50-80 ml/cmH2O); A complacência reduzida indica que altas pressões estão sendo geradas dentro do sistema respiratório, quando este recebe o volume corrente, o que pode significar: Doenças do parênquima pulmonar (ex: SDRA, EAP, pneumonia, doenças intersticiais, atelectasias); Compressão dos pulmões por derrame pleural ou pneumotórax; Hiperinsuflação pulmonar; Compressão dos pulmões pela parede torácica (ex: grandes ascites, diálise peritoneal, deformidades da coluna vertebral). .

Como calcular e interpretar a resistência do sistema respiratório? As vias aéreas podem ser analisadas como um sistema de tubos por onde o ar passa. Assim, a resistência à passagem do ar através de um tubo pode ser definida como a diferença de pressão necessária para a passagem de um certo fluxo de ar pelo mesmo. No sistema respiratório, a resistência das vias aéreas (cânula traqueal + vias aéreas do paciente) pode ser calculada pela fórmula abaixo: Seu valor normal é de 4-6 cmH2O/l.s-1 .

Como calcular e interpretar a resistência do sistema respiratório? Assim, quanto maior a diferença entre Ppico e Ppausa, maior a pressão resistiva. Normalmente, com um fluxo de 60 l/min (=1l/s), a diferença entre a Pmax e a Ppausa é de 4 a 6cmH2O, que é a Rva normalmente encontrada num paciente intubado com cânula 8 a 9 mm de diâmetro interno; Quando a resistência está aumentada, devemos nos atentar para as seguintes possibilidades: 1) Obstrução da cânula traqueal (por rolha, acotovelamento ou mordedura) 2) Obstrução das vias aéreas (broncoespasmo, secreção nas vias aéreas)

O que é auto-PEEP? É a pressão positiva presente no interior dos alvéolos ao final da expiração em função da não exalação completa do volume corrente. Nessa condição, o pulmão não chega a se esvaziar até a sua capacidade residual funcional, ou devido a obstrução ao fluxo expiratório ou em função da ventilação com altas FR (baixo Texp) e/ou altos VC. A auto-PEEP também é denominada de PEEP-oculta ou PEEP-intrínseca. .

Como identificar e medir a auto-PEEP? Clinicamente a presença de auto-PEEP deve ser suspeitada em todos os pacientes com obstrução das vias aéreas, principalmente naqueles com freqüência respiratória e/ou volume corrente altos, naqueles com sibilos até o final da expiração e naqueles com fluxo expiratório ainda presente quando do início da próxima inspiração; A presença da auto-PEEP pode ser detectada quando, analisando a curva do fluxo ao longo do tempo, observamos que o fluxo expiratório, antes de retornar a zero, é interrompido por uma nova inspiração (ver gráfico); .

Como identificar e medir a auto-PEEP? Curva de fluxo ao longo do tempo. A seta mostra que o fluxo expiratório não retorna à linha de base ao final da expiração, ou seja, quando um novo ciclo se inicia ainda está havendo exalação, o que caracteriza a presença de auto-PEEP. .

Como identificar e medir a auto-PEEP? A forma mais difundida de se medir a auto-PEEP consiste em ocluir a válvula expiratória imediatamente antes do início da inspiração e observar a elevação da PEEP. O valor dessa elevação é o valor da auto-PEEP. Os respiradores mais modernos possuem uma tecla que deflagra essa manobra, mostrando o valor da auto-PEEP. O paciente não pode interagir com o respirador durante essa manobra, havendo muitas vezes necessidade de sua sedação ou até mesmo curarização (ver figura); .

Como identificar e medir a auto-PEEP? À esquerda o manômetro não mostra a auto-PEEP, pois ele mede a pressão no nível das conexões do ventilador, abertas para a atmosfera. Quando se oclui a válvula expiratória (à direita), há um equilíbrio entre as pressões alveolar e de vias aéreas, com leitura pelo manômetro. .

Como identificar e medir a auto-PEEP? Outra medida prática de se pesquisar a auto-PEEP consiste em medir a pressão de platô do paciente, promover uma pausa expiratória longa (30 segundos) e repetir a medida da pressão de platô. A diferença entre as duas medidas é o valor da auto-PEEP (novamente o paciente não pode interagir com a ventilação). .

Como ajustar os principais alarmes da ventilação mecânica? Pressão inspiratória máxima Tem como objetivo proteger o paciente ventilado na modalidade ciclada a volume de barotrauma. Deve ser ajustado entre 40 e 45 cmH2O, valores que seguramente evitarão o barotrauma. Esses alarmes identificarão tanto problemas relacionados com aumento da resistência das vias aéreas (ex: obstrução ou acotovelamentos da cânula ou circuitos, presença de secreção nas vias aéreas, broncoespasmo) ou diminuição da complacência do sistema respiratório (ex: piora do comprometimento pulmonar na lesão pulmonar aguda e na SARA, pneumotórax hipertensivo); .

Como ajustar os principais alarmes da ventilação mecânica? Pressão mínima Tem como objetivo identificar situações que diminuem a pressurização do circuito na inspiração, ou seja, desconexões ou vazamentos ao longo do circuito, desinsuflação do balonete da cânula, extubação acidental. Deve ser ajustado em um nível de pressão entre a PEEP e a pressão de platô (uma boa conduta é ajustá-lo 2cmH2O acima da PEEP); .

Como ajustar os principais alarmes da ventilação mecânica? Volume minuto máximo Tem como objetivo identificar a hiperventilação realizada pelo paciente (através de ciclos assistidos e/ou espontâneos), denotando uma condição de assincronia entre ele e a ventilação instituída. Deve ser ajustado em um valor 20% acima do volume minuto estabelecido como meta para o paciente; .

Como ajustar os principais alarmes da ventilação mecânica? Volume minuto mínimo Deve ser ajustado nos pacientes submetidos a ventilação em que se espera a presença de ciclos assistidos e/ou espontâneos para completar a ventilação. Ele tem como objetivo identificar o paciente que não está completando a ventilação com esses tipos de ciclos. Deve ser ajustado, portanto, no nível de ventilação que se deseja para o paciente. .

OBRIGADO !