Mielomeningocele Espinha Bífida
Termos Disrafismo Espinhal – grande variedade de malformações consequentes a defeituosa fusão do tubo neural; Sinônimo de Espinha Bífida. Espinha Bífida – Espinha dividida, não fundida.
Malformações do tubo neural Encefalocele Anencefalia
Conceito Espinha Bífida é uma malformação congênita complexa do SNC, caracterizada por falta de fusão dos arcos vertebrais posteriores com ou sem extrusão de tecido nervoso pelo defeito ósseo formando uma tumoração cística em qualquer segmento da coluna vertebral
Fisiopatologia Erro primário que ocorre na formação embrionária, durante as primeiras semanas de vida. O tubo neural começa a se fundir +/- no 27º dia gestacional
Incidência Média mundial – 1:1000 nascimentos Sexo feminino 2:1 Classes sociais menos privilegiadas Paises anglo saxônicos, Inglaterra – 4.5:1000 2º nascimento – risco de 5% ; 3ºnascimento – risco de 15% EUA -2:1000 Japão – 0.3:1000
Etiologia Causa desconhecida/ Fatores multifatoriais Fatores Genéticos : raça branca raça negra e amarela Fatores Ambientais: hipertermia e irradiação Fatores Nutricionais: Ácido Fólico e vitamina A Idade materna: Jovens e idosas
Diagnóstico Pré natal Ultra Sonografia
Tipos de Espinha Bífida
Tipos de Espinha Bífida Oculta: * há falha em um ou mais arcos vertebrais (displasia) * não há extravazamento de tecido nervoso * pode ocorrer: hipertricose, depressão cutãnea e pigmentação * local acometido: região lombosacral
Tipos de Espinha Bífica Cística *Mielomeningocele *Meningocele *Lipomeningocele *Agenesia da coluna lombo sacra
Mielomeningocele Falha de fusão do arco vertebral Extrusão de tecido nervoso Cisto composto por medula espinhal, raizes nervosas, meninges e líquido cefaloraquidiano
Mielomeningocele
Meningocele Falha na fusão do arco vertebral Não ocorre extrusão de tecido nervoso Cisto é preenchido por meninges e Liquor Não existe displasia medular
Lipomeningocele Falha na fusão dos arcos vertebrais Presença de lipoma intramedular (tumor benigno) Displasia medular Pode ou não ser dectada externamente
Lipomas São tumores gordurosos superficiais que ocorrem geralmente na região lombar ou lombossacra, na linha média
Agenesia da coluna Lombosacra Ausência de vários segmentos da coluna Displasia medular Incontinência esfincteriana
Quadro Clínico O tipo e a intensidade das deficiências neurológicas e funcionais dependem da localização e da extensão da lesão. Paraplegia flácida sensitivo motora Incontinência urinária e fecal.
Quadro clínico Neurológico Hidrocefalia (80%) Hidromielia Síndrome da medula presa
Hidrocefalia Malformação de Arnold Chiari (bloqueio do fluxo) Disgenesia do corpo caloso Sinais: aumento do perímetro cefálico, distensão das veias do couro cabeludo, fontanelas tensas, olhar do sol poente, estrabismo e déficts intelectuais
Hidromielia Acúmulo de liquor intramedular Região cervico torácica Sinais: alteração da função de Membros Superiores, aumento de tônus muscular, déficts de força e coordenação, dificuldades no equilíbrio de tronco e escoliose
Síndrome da medula presa “ Tethered Cord “ Aderência da medula ou cauda equina na cicatriz cirúrgica Durante o crescimento ocorre o estiramento medular Sinais: Espasticidade défict motor progressivo e escoliose Lombar baixo Tratamento: cirúrgico
Quadro Clínico - Urológico Bexiga neurogênica Flácida Reflexa Manifestações: Infecções urinárias e refluxo vesicouretral
Quadro Clínico Ortopédico Coluna Escoliose Cifose Hiperlordose Quadril Luxação uni ou bilateral Contratura em flexo adução Contratura em flexo abd e rot externa Joelhos contratura em flexão recurvatum Tornozelo – valgo Pés equino varo calcâneo valgo equino Artelhos – em garra
Níveis de lesão neurológica Torácico Lombar alto Lombar baixo Sacral
Torácico Nenhuma sensibilidade e musculatura ativa nos quadris e abaixo deles Prognóstico de deambulação é ruim Principal objetivo é a prevenção de deformidades Deambulação com RGO Cadeirantes na adolescência e idade adulta
Lombar Alto Presença de alguma sensibilidade abaixo dos quadris e de alguma força nos flexores e addutores de quadril e de extensores de joelhos Prognóstico de deambulação: regular para bom
Lombar Baixo Presença da musculatura flexora, adutora e abdutora de quadril; musculatura extensora e flexora de joelhos e talvez dorsiflexora dos pés Prognóstico de deambulação: muito bom
Sacral Toda musculatura de quadril e joelhos presente, presença de força flexora plantar, défict nos intrínsecos dos pés. Melhor prognóstico de deambulação
Tratamento interdisciplinar Neurocirurgião Urologista Ortopedista Oftalmologista Fisiatra Fisioterapeuta Terapeuta ocupacional Psicólogo Assistente social Pedagoga Nutricionista Dentista
Tratamento Cirúrgico Cirurgia da tumoração cística deve ser realizada nas 1º 24 á 48 horas Evita escaras e roturas e infecções Dissecção da pele, observa-se o conteúdo do tecido, cobre o defeito vertebral e fecha a bolsa cística
Derivação da Hidrocelalia Cirurgia onde se coloca um Shunt, que é um tubo de polímero de borracha siliconada com uma camara de bombeamento com válvula de uma só via
Shunt ventricular e peritoneal
Tratamento Urológico Verificar a função da bexiga e rins Ultrassonografia / Pielografia intravenosa / urodinâmica conservador: treinamento vesical e manobras de esvaziamento ou coletor Medicamentoso: evitar infecções de urina Cirúrgico: Ureterotomia ileocutânea
Complicações Úlceras de decúbito Graves alterações vasomotoras Osteoporose / fraturas Deformidades Infecções urinárias Bloqueio da válvula Medula presa Alergia ao látex
Órteses usadas na Mielomeningocele Leito de Polipropileno controla e previne atitudes viciosas das articulações dos quadris, joelhos e pés
Suspensório de Pavlik Indicado para o tratamento da luxação congênita do quadril do recém nascido As tiras permitem limitar os graus de movimento do quadril
RGO – órtese de reciprocação Mecanismo de reciprocação nas articulações dos quadris, a medida que o pcte estende um quadril, o contralateral automaticamente entra em flexão Sistemas de freios
Órtese Longa com cinto pélvico Usada para deambulação e ortostatismo. Os movimentos dos quadris, joelhos e tornozelos podem ser livres ou bloqueados
Órteses Goteira em polipropileno Permite adequado posicionamento articular Confeccionada após molde gessado Estabiliza a articulação para realização do ortostatismo
Calça de Posicionamento Aproxima as articulações Proporciona linha média Inibe padrões de movimento ou má posturas Baixo custo
Parapodium Promove o ortostatismo Produz alongamento e descarga de peso Previne luxação de quadril Estimula as funções digestivas e renais
Acessórios
Cadeiras de posicionamento
Cadeiras adaptadas
FISIOTERAPIA Anamnese Exame físico: DNPM Nível de lesão Força muscular ADMs deformidades Alterações sensitivas Tônus e trofismo Reflexos Órteses Mobiliários AVDs medicação
Objetivos gerais da Fisioterapia Estimular o DNPM normal Manutenção das ADMs Fortalecimento de MMSS Fortalecimento da Ms preservada Ortostatismo Ft. respiratória (MHB, RTA, Cinesio) Treino de marcha Orientação familiar
Paralisia flácida e Atrofia muscular
Luxação de quadril
Fortalecimento muscular
Ortostatismo
Alongamentos
Reações de endireitamento e equilíbrio, fortalecimento de abdominais
Alongamentos dos peitorais
Tração das costelas inferiores alongamento da Ms acessórios da respiração
Fortalecimento da Musculatura preservada abaixo do nível de lesão
Push-ups
Alongamento de psoas
Tutor longo com cinto pélvico
Treino de Marcha
Estímulo a locomoção
Posicionamento em prono
Cicatriz cirúrgica
Vivência da postura sentada
Enfaixamento em oito
Posicionar adequadamente durante a estimulação sensorial
Estimular o controle cervical
A mielomeningocele é uma das mais graves malformações congênitas compatíveis com a vida. O desempenho motor da criança paraplégica deve ser considerado como sendo compensatório (adaptativo) e residual, e não como deficiente. O objetivo é que a criança atinja o máximo de seu potencial e consiga sua integração na sociedade de maneira produtiva e independente