Caso Clínico: Varicela Flávia Gomes de Campos Coordenação: Luciana Sugai Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS/SES/DF) www.paulomargotto.com.br
Identificação MLDGS,5 anos Feminino Natural e procedente do Gama
História Clínica QP: Febre alta há 1 mês. HDA: Há 30 dias criança apresentou quadro de amigdalite fazendo uso de Amoxacilina por 7 dias com melhora gradativa. Há 20 dias com retorno dos sintomas, febre alta, tosse e vômitos após vacina SABIN.Internada no HRAN dia 25/08 para tratamento.No 2º DIH apresentou derrame pleural à E, drenado no mesmo dia; porém a mãe relata que desde a colocação o dreno não era funcionante.Dreno retirado no 4º DIH.Permaneceu todo o período com febre contínua - ≥38°C – e estado geral muito ruim. Submetida a punção pleural, sem sucesso, no 17º DIH. Encaminhada à CP para nova drenagem no 21º DIH. Hoje permanece com dreno torácico à E com saída de conteúdo francamente purulento e fístula bronco-pleural.
Evolução Clínica 25ºDIH: Paciente evoluindo bem, apresentando 4 lesões cutâneas pápulo-vesiculares nos membros.Melhora da febre, em uso de Ceftriaxone(D21) e Oxacilina (D20). Prescrito Aciclovir venoso 6/6 horas (D0) 26ºDIH: Lesões cutâneas disseminadas em tronco e membros
Exames Complementares 711.000 765.000 274.000 270.000 Plaquetas 12.4 11.2 11.0 12.1 Hemoglobina 36.9 32.2 37.0 37.6 Hematócrito - 01 00 Basófilos 03 Eosinófilos 02 Monócitos 34 21 17 10 Linfócitos Bastões 65 72 77 Segmentados 11300 7700 20500 19000 Leucócitos 12/09 10/09 29/08 25/08 Data
Exames Complementares Radiografia de Tórax (29/08) evidenciando infiltrado pulmonar difuso. Velamento quase total de HTE (derrame?). Desvio de estruturas mediastinais à direita. Seio costofrênico direito livre. Eco de parede torácica (03/09) mostrando pequena coleção líquida encapsulada em HTE em linha axilar anterior. Compatível com derrame pleural encistado (empiema?) Radiografia de Tórax (14/09) com imagem de enfisema subcutâneo à esquerda. Dreno torácico ipsilateral. Infiltrado em pulmão esquerdo. Pequena redução do derrame pleural.
Flávia Gomes de Campos Internato em Pediatria HRAS Outubro/2007 Varicela Flávia Gomes de Campos Internato em Pediatria HRAS Outubro/2007
Varicela Primoinfecção pelo vírus Varicela-Zoster(VZV) Altamente contagiosa Taxa de ataque secundário de 90% Transmissão direta do hospedeiro ao susceptível
Varicela Contágio: 1-2 antes do aparecimento das lesões até 5 após o aparecimento da última lesão Período de Incubação: 10 a 21 dias (14 dias) Transmissão intra-uterina: 2-5 meses de gestação síndrome da varicela congênita CIUR, hipoplasia de extremidades, cicatrizes cutâneas, defeitos oculares (microftalmia, coriorretinite, catarata) e comprometimento do SNC com retardo mental, convulsões, atrofia cortical
Varicela Casos secundários mais graves maior carga viral Período de incubação menor em imunodeficientes Herpes zoster: reativação do VZV em estado latente nos gânglios sensitivos dorsais. Pacientes parcialmente imunizados com redução da imunidade celular específica
Varicela Sinais prodrômicos: 24-48h antes do rash Febre Cefaléia Anorexia Mal estar Dor abdominal
Varicela Quadro Clínico Exantema de aspecto máculo-papular, de distribuição centrípeta Após algumas horas, adquire aspecto vesicular, evoluindo rapidamente Crostas aparecem em 3 a 4 dias
Varicela Exantema pruriginoso: pode iniciar em tronco, face ou couro cabeludo Poupa palmas e plantas Máculas eritematosas pápulas vesículas pústulas crostas Polimorfismo das lesões Média de 300 lesões (<10 - >1500)
Varicela Febre relacionada ao número de lesões Se mantem enquanto surgem novas lesões Persistência da febre após cessar aparecimento de lesões geralmente indica infecção bacteriana secundária
Rash semelhante escarlatina Varicela Complicações Piodermite Bacteriana Secundária Streptococcus pyogenes Staphylococcus aureus Impetigosecreção purulenta e crostas Celulite ou complicações mais profundas Rash semelhante escarlatina
Varicela Pneumonite Viral Sepse Endocardite 1-5 dias pós exantema Infiltrados intersticiais, nodulares Derrame pleural Imagem compatível com síndrome da angústia respiratória(adultos e imunodeprimidos) Sepse Endocardite
Varicela Comprometimento Neurológico Síndrome de Reye Ataxia cerebelar aguda Guillain-Barré Mielite transversa Meningite asséptica Síndrome de Reye Encefalopatia Degeneração gordurosa hepática Varicela + AAS
Varicela Diagnóstico Diferencial Varíola (erradicada) Coxsackioses Infecções cutâneas Dermatite herpetiforme de Duhring Brocq Riquetsioses Estrofulose
Varicela Tratamento Sintomáticos Analgésicos Antitérmicos Antihistamínicos Soluções antissépticas
Varicela Tratamento Antimicrobianos Antibióticos Antivirais Infecções bacterianas secundárias Antivirais Iniciar 24-48H do início da erupção Imunocomprometidos: IV 500mg/m2 8/8H 7 dias Imunocompetentes: VO 80mg/Kg/dia 6/6H 4-6 dias
Varicela Profilaxia Imunização Ativa Vacina anti-varicela 12 meses ≤12 anos1 dose ≥13 anos2 doses
Varicela Profilaxia Casos especiais 72-96H pós contato em comunidades fechadas Imunocomprometidas Vacinação de bloqueio Contatos de paciente HIV(que não podem receber a vacina)
Varicela Profilaxia Imunização Passiva VZIG 1.25ml ou 125U/10Kg Neonatos cujas mães contraíram varicela de 5 dias antes a 2 dias depois do parto Imunodeprimidos susceptíveis RNPT de 28 semanas ou mais cujas mães não tenham história de varicela RN de menos de 28 semanas independente da história materna Gestantes susceptíveis
Varicela Isolamento e Quarentena Lembrar que ataques secundários costumam ser mais graves maior carga viral Contactantes imunossuprimidos e susceptíveis têm indicação de imunoglobulina Retorno das atividades no 6º dia após aparecimento do rash Imunossuprimidos retornam às atividades somente com o desaparecimento completo das lesões
Consultem: VARICELA CONGÊNITA Autor(es): Mauro Bacas
OBRIGADA