Caso Clínico: Varicela

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
BRONQUIECTASIA CONCEITO ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA
Advertisements

CRIE – Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais
ISOLAMENTO DO PACIENTE
Caso Clínico: Varicela
Tumores cutâneos.
VARICELA CLARISSA DE LIMA HONÓRIO
ESCOLA ESTADUAL ANGELINA JAIME TEBET
Prof. Waldemar Ernani Martins
Vírus.
Varicela e Eventos Adversos Pós Vacina Tetra Viral Nádia Teixeira Gabriel Médica da Coordenação EAPV/CRIE-GIRF Setembro 2013.
Encefalomielite Disseminada Aguda
Material organizado e selecionado por Adriana Dourado e Fátima Guirra
PNEUMOTÓRAX CONCEITO ACÚMULO DE AR NO ESPAÇO PLEURAL.
Natália Silva Bastos Ribas R1 pediatria/HRAS
Coxsackioses BÁRBARA AMORIM CAROLINE DIAS
Doenças Exantemáticas
Rubéola e Sarampo Camapuã/MS Março/2013
Herpes Simples e Varicela-Zoster
Reunião Mensal Anátomo-Patológica
Doenças de pele.
Renata Rodrigues de Araújo Neves
VARICELA Vitória Albuquerque Residente pediatria HRAS/SES/SES/DF
Infecções virais respiratórias associadas à assistência à saúde em pediatria Felipe T de M Freitas NCIH /HMIB Brasília, 12/6/2012.
CASO CLÍNICO: Meningites
Influenza / Gripe → DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO (CID-10: J.09 a J.11)
CASO CLÍNICO: GIANOTTI CROSTI (ACRODERMATITE PAPULAR DA INFÂNCIA)
CASO CLÍNICO Neurologia infantil Doenças DESMINIELIZANTES
DIP na unidade pediátrica Cuidados com a Mãe portadora do HIV e cuidados com o RN Prevenção da Transmissão Vertical do HIV Testes Rápidos Indicação:
Piodermites (Impetigo)
Brasília, 19 de novembro de 2014
Doenças Infectoparasitárias da Pele
Aspecto Epidemiológico
“GRIPE” A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. Classicamente,
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS COMUNS NA INFÂNCIA
DIP na unidade pediátrica Cuidados com a Mãe portadora do HIV e cuidados com o RN Prevenção da Transmissão Vertical do HIV Testes Rápidos Indicação:
Leptospirose Definição: Bactéria do gênero Leptospira.
Tratamento do Impetigo
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
DISCIPLINA DE PEDIATRIA II
Difteria Definição: Doença infecciosa aguda
Flávia Carolina Dias Andrade R1 Pediatria - HRAS
Dra Daniella Campos Oliveira
DERRAMES PLEURAIS PARAPNEUMÔNICOS Maurícia Cammarota Unidade de Cirurgia Pediátrica do HRAS/SES/DF 18/4/2008.
RUBÉOLA E GESTAÇÃO DILMA TESSARI.
MENINGITES NA INFÂNCIA
TOXOPLASMOSE.
1 Médica Residente em Clínica Médica do Hospital Regional de Cacoal. 2 Médica dermatologista e Preceptora do Programa de Residência em Clínica Médica do.
Radiografia Simples do Tórax Prof a. Alessandra Carla de A. Ribeiro Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC Faculdade de Medicina e Ciências da.
IVAS Bárbara Castro Neves Internato de Pediatria
Tuberculose na Infância
História Natural da Infecção por HIV
Alexandre Diniz Lacerda
Flávia Maria Borges Vigil
Leonardo Gebrim Costa Julho 2009 Internato em pediatria ESCS
ORTOMIXOVIRUS.
CALENDÁRIO VACINAÇÃO Ilana Soares Martins.
Infecções Bacterianas da Pele
COLÉGIO SÃO JOSÉ 2º ANO - EM BIOLOGIA PROFESSORA VANESCA 2016.
Doenças Exantemáticas
7º ano- Ciências Professora Vanesca- 2016
VIROSES DE INTERESSE EM ODONTOLOGIA.
Breno Braz de Faria Neto Orientador: Dra. Carmen Lívia Brasília, 11/05/ PNEUMONIA NA INFÂNCIA Faculdade de Medicina da Universidade.
PATOLOGIA NASOSINUSAL
Doenças Exantemáticas na infância
Transcrição da apresentação:

Caso Clínico: Varicela Flávia Gomes de Campos Coordenação: Luciana Sugai Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS/SES/DF) www.paulomargotto.com.br

Identificação MLDGS,5 anos Feminino Natural e procedente do Gama

História Clínica QP: Febre alta há 1 mês. HDA: Há 30 dias criança apresentou quadro de amigdalite fazendo uso de Amoxacilina por 7 dias com melhora gradativa. Há 20 dias com retorno dos sintomas, febre alta, tosse e vômitos após vacina SABIN.Internada no HRAN dia 25/08 para tratamento.No 2º DIH apresentou derrame pleural à E, drenado no mesmo dia; porém a mãe relata que desde a colocação o dreno não era funcionante.Dreno retirado no 4º DIH.Permaneceu todo o período com febre contínua - ≥38°C – e estado geral muito ruim. Submetida a punção pleural, sem sucesso, no 17º DIH. Encaminhada à CP para nova drenagem no 21º DIH. Hoje permanece com dreno torácico à E com saída de conteúdo francamente purulento e fístula bronco-pleural.

Evolução Clínica 25ºDIH: Paciente evoluindo bem, apresentando 4 lesões cutâneas pápulo-vesiculares nos membros.Melhora da febre, em uso de Ceftriaxone(D21) e Oxacilina (D20). Prescrito Aciclovir venoso 6/6 horas (D0) 26ºDIH: Lesões cutâneas disseminadas em tronco e membros

Exames Complementares 711.000 765.000 274.000 270.000 Plaquetas 12.4 11.2 11.0 12.1 Hemoglobina 36.9 32.2 37.0 37.6 Hematócrito - 01 00 Basófilos 03 Eosinófilos 02 Monócitos 34 21 17 10 Linfócitos Bastões 65 72 77 Segmentados 11300 7700 20500 19000 Leucócitos 12/09 10/09 29/08 25/08 Data

Exames Complementares Radiografia de Tórax (29/08) evidenciando infiltrado pulmonar difuso. Velamento quase total de HTE (derrame?). Desvio de estruturas mediastinais à direita. Seio costofrênico direito livre. Eco de parede torácica (03/09) mostrando pequena coleção líquida encapsulada em HTE em linha axilar anterior. Compatível com derrame pleural encistado (empiema?) Radiografia de Tórax (14/09) com imagem de enfisema subcutâneo à esquerda. Dreno torácico ipsilateral. Infiltrado em pulmão esquerdo. Pequena redução do derrame pleural.

Flávia Gomes de Campos Internato em Pediatria HRAS Outubro/2007 Varicela Flávia Gomes de Campos Internato em Pediatria HRAS Outubro/2007

Varicela Primoinfecção pelo vírus Varicela-Zoster(VZV) Altamente contagiosa Taxa de ataque secundário de 90% Transmissão direta do hospedeiro ao susceptível

Varicela Contágio: 1-2 antes do aparecimento das lesões até 5 após o aparecimento da última lesão Período de Incubação: 10 a 21 dias (14 dias) Transmissão intra-uterina: 2-5 meses de gestação  síndrome da varicela congênita CIUR, hipoplasia de extremidades, cicatrizes cutâneas, defeitos oculares (microftalmia, coriorretinite, catarata) e comprometimento do SNC com retardo mental, convulsões, atrofia cortical

Varicela Casos secundários mais graves  maior carga viral Período de incubação menor em imunodeficientes Herpes zoster: reativação do VZV em estado latente nos gânglios sensitivos dorsais. Pacientes parcialmente imunizados com redução da imunidade celular específica

Varicela Sinais prodrômicos: 24-48h antes do rash Febre Cefaléia Anorexia Mal estar Dor abdominal

Varicela Quadro Clínico Exantema de aspecto máculo-papular, de distribuição centrípeta Após algumas horas, adquire aspecto vesicular, evoluindo rapidamente Crostas aparecem em 3 a 4 dias

Varicela Exantema pruriginoso: pode iniciar em tronco, face ou couro cabeludo Poupa palmas e plantas Máculas eritematosas  pápulas  vesículas pústulas  crostas Polimorfismo das lesões Média de 300 lesões (<10 - >1500)

Varicela Febre relacionada ao número de lesões Se mantem enquanto surgem novas lesões Persistência da febre após cessar aparecimento de lesões geralmente indica infecção bacteriana secundária

Rash semelhante escarlatina Varicela Complicações Piodermite Bacteriana Secundária Streptococcus pyogenes Staphylococcus aureus Impetigosecreção purulenta e crostas Celulite ou complicações mais profundas Rash semelhante escarlatina

Varicela Pneumonite Viral Sepse Endocardite 1-5 dias pós exantema Infiltrados intersticiais, nodulares Derrame pleural Imagem compatível com síndrome da angústia respiratória(adultos e imunodeprimidos) Sepse Endocardite

Varicela Comprometimento Neurológico Síndrome de Reye Ataxia cerebelar aguda Guillain-Barré Mielite transversa Meningite asséptica Síndrome de Reye Encefalopatia Degeneração gordurosa hepática Varicela + AAS

Varicela Diagnóstico Diferencial Varíola (erradicada) Coxsackioses Infecções cutâneas Dermatite herpetiforme de Duhring Brocq Riquetsioses Estrofulose

Varicela Tratamento Sintomáticos Analgésicos Antitérmicos Antihistamínicos Soluções antissépticas

Varicela Tratamento Antimicrobianos Antibióticos Antivirais Infecções bacterianas secundárias Antivirais Iniciar 24-48H do início da erupção Imunocomprometidos: IV 500mg/m2 8/8H 7 dias Imunocompetentes: VO 80mg/Kg/dia 6/6H 4-6 dias

Varicela Profilaxia Imunização Ativa Vacina anti-varicela 12 meses ≤12 anos1 dose ≥13 anos2 doses

Varicela Profilaxia Casos especiais 72-96H pós contato em comunidades fechadas Imunocomprometidas Vacinação de bloqueio Contatos de paciente HIV(que não podem receber a vacina)

Varicela Profilaxia Imunização Passiva VZIG 1.25ml ou 125U/10Kg Neonatos cujas mães contraíram varicela de 5 dias antes a 2 dias depois do parto Imunodeprimidos susceptíveis RNPT de 28 semanas ou mais cujas mães não tenham história de varicela RN de menos de 28 semanas independente da história materna Gestantes susceptíveis

Varicela Isolamento e Quarentena Lembrar que ataques secundários costumam ser mais graves maior carga viral Contactantes imunossuprimidos e susceptíveis têm indicação de imunoglobulina Retorno das atividades no 6º dia após aparecimento do rash Imunossuprimidos retornam às atividades somente com o desaparecimento completo das lesões

Consultem: VARICELA CONGÊNITA Autor(es): Mauro Bacas        

OBRIGADA