RUBÉOLA E GESTAÇÃO DILMA TESSARI
É causada por um RNA vírus de elevada toxicidade para tecidos embrionários, notadamente no início da embriogênese, causando a síndrome da rubéola congênita: microftalmia, cardiopatia, alterações auditivas e retardo mental.
O virus penetra no organismo pela nasofaringe e se espalha pelos linfonodos vizinhos (auricular posterior/sub-ocipital) produzindo rush cutâneo, mal estar, febrícula, conjuntivite e artralgias. Curso assintomático em 25% a 30% dos casos.
Viremia exantema pico anticorpos Diagnóstico difícil – 30% sub- clínica Viremia precede manf. clínicas em 1 semana Exantema, linfadenomegalia, artralgia - 3 dias Pico de anticorpos 1-2 sem após início do exantema Contágio - fase prodrômica até 1 semana depois do exantema Viremia exantema pico anticorpos 1sem 1 – 2 sem
Vírus de importância mínima fora da gestação. Vírus com elevado tropismo para tecidos em diferenciação. GESTANTE ELEVADAS PERDAS PERINATAIS GRAVES MALFORMAÇÕES NO RN
INFECÇÃO TRANSMITIDA VIA PLACENTA PODE CAUSAR: Abortamento Morte fetal Doença congênita Feto sem comprometimento
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA: Gerais: CIUR, prematuridade. Neurológicas: meningoencefalite, microcefalia, calcificações intracranianas, retardo psicomotor, distúrbios comportamentais, autismo, pan-encefalite progressiva crônica, hipotonia, defeitos da fala, perda auditiva (+freq.) Oftalmológicas:catarata, retinopatia, glaucoma, microftalmia, córnea opaca. Dermatológicas: púrpura trombocitopênica, exantema cr. rubeoliforme, anormalidades dermatoglíficas.
Continuação SRC: Cardíacas:PCA, estenose art. Pulmonar, coartação da aorta, defeitos dos septos ventricular e atrial, miocardite, necrose miocárdica. Hepáticas: icterícia, hepatoesplenomegalia, hepatite. Hematológicas: anemia, anemia hemolítica. Outras: pneumonia intersticial, lesões ósseas, anormalidades imunológicas, endocrinológicas(DM, d. tireoidea) e geniturinárias.
PRINCIPAIS DEFEITOS CONGÊNITOS: Olhos 4ª - 10ª sem Coração 4ª - 5ª sem Ouvidos 2ª - 9ª sem
CORRELAÇÃO IG/SEVERIDADE DA SRC Geralmente não SRC 40% > 16 sem Surdez, alt neurológica leve - 35% SRC 56% 13-16 sem Catarata,surdez, alt cardíacas e neurológicas 80-100% <12 sem Gravidade seqüelas Fetos infectados Época da infec materna
DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO MATERNA: Gestante com história de contato recente solicitar sorologia (ELISA IgM e IgG) o mais breve possível. Gestante com suspeita clínica de doença 1ª sorologia durante sinais e sintomas 2ª sorologia 15 dias após
Gestante com contato há várias semanas: Difícil diagnóstico Comparar dosagens seriadas IgG/IgM Solicitar avidez da IgG para rubéola (se <30% infecção recente). É IMPORTANTE DETERMINAR COM PRECISÃO O MOMENTO EM QUE OCORREU A INFECÇÃO MATERNA PARA INFORMAR AOS PAIS O PROGNÓSTICO FETAL.
PREVENÇÃO DA RUBÉOLA CONGÊNITA VACINAÇÃO: Soroconversão 95 a 99% (Robertson 1998) Risco da vacina-estimado pelo CDC como 0,5 -1,4% (risco teórico máximo) Risco do vírus selvagem - em média 20% Evitar a gestação por 1 mês após a vacina (CDC-2001) É recomendável a vacinação no período puerperal.
Após vacinação em massa o vírus pode ser isolado em 3% dos fetos, mas, apesar dos relatos de infecções sub-clínicas, não há descrição de fetos com síndrome da rubéola congênita. Pregnancy outcome following rubella vaccination: a prospective study.Am J Med Genet 2004;130(A:52-4.
PROFILAXIA No Brasil as crianças são vacinadas atualmente aos 12 meses de idade (TV) e recebem uma dose de reforço aos 4-6 anos. Adolescentes que não fizeram este reforço o farão aos 11-12 anos. Todas as mulheres susceptíveis deverão ser vacinadas no período do menacme, orientadas a evitar a gravidez nos 30 dias subseqüentes ou se ainda susceptíveis,no período pós parto.
TRATAMENTO Não há tratamento Interferon alfa Poucos casos sem benefício Gamaglobulina não é recomendada (discutível o seu benefício).