Síndrome dolorosa miofascial (SDM)

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Russell J,Perkins AT,et.al Arthirits e Rheumatism - jan 2009
Advertisements

Cefaléia do tipo Tensional
Diagnóstico diferencial da dor músculo-esquelética
PORFIRIAS Envolvimento Neurológico
DOR LOMBAR AGUDA.
Fibromialgia.
T A R MACHADO REUMATOLOGIA
Bioimecânica - LER / DORT Conselhos ergonômicos
CEFALÉIA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Rosângela Carrusca Alvim
LER/DORT Dr. Rodrigo Rodarte.
Maíra Bagodi Batista da Silva 4º ano – medicina FAMEMA
Ambulatório de Cefaléia – FAMEMA Mateus Matos Mantovani 2010
Fisiopatogenia da Enxaqueca
ESTRESSE.
Colégio Americano de Reumatologia, 1990
Que é LER/DORT? Mária de Araújo Rodrigues Téc. de Seg. do Trabalho
The International Classification of Headache Disorders,
Dor Neuropática.
Cinesioterapia Prof. Esp. Kemil Rocha Sousa
Cinesioterapia Prof. Esp. Kemil Rocha Sousa
Deficiência de Desempenho Muscular
DISTÚRBIO DE CANAL ASSOCIADO A ENDOCRINOPATIA
Dr. Renato Ferreira Estrella R1 _Medicina Esportiva
Método dos Anéis de Bad Ragaz
FUNÇÃO NEURAL Capacitar os treinandos a:
POSTURA CORPORAL.
Prática clínica: Avaliação odontológica em pacientes com dor José TT Siqueira São Paulo.
Escola Secundária Ferreira Dias Agualva
FUNDAMENTOS DA TERAPIA MANUAL
Trabalho de Metodologia e Tradução e Redacção Multilíngue sobre:
Lombalgia.
Asymmetric vestibular evoked myogenic potentials in unilateral Menière patients Eur Arch Otorhinolaryngol (2011) 268:57–61 DOI /s
Desempenho do sujeito com epilepsia em uma perspectiva biopsicossocial: Perspectivas relacionadas fatores de funcionalidade e incapacidade e fatores contextuais.
CEFALÉIA CERVICOGÊNICA
FIBROMIALGIA Giselane Lacerda Figueredo Salamonde
FAP – Faculdade de Apucarana
Resistência aumentada da VAS
Fundamentos de Desordens Temporomandibulares
“Cefaléia e DTM: O que é o que?” 18° CIORJ
Osteoartrose Disciplina Fisioterapia em Reumatologia
Marne Almeida 19/10/10 Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
SIC 2004 Cefaléia Primárias Cefaléia Secundárias Neuralgias Cranianas.
Classificação SIC Primárias Secundárias Sinais de Alerta Programa Padrões Evolução Migrânea Cefaléia Tensional Cefaléia em Salvas Neuralgia Cranianas Cefaléias.
Cinesioterapia Prof. Esp. Kemil Rocha Sousa
Deformidades Escoliose Pectus Carinatum (protusão)
Avaliação de cefaléias no adulto
CONHEÇA A SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL / DOR DISFUNCIONAL
Cefaléias para o Clínico
PREVENÇÃO NA SAÚDE DA MULHER
Prof: Klenio Lucena de Sena Campina Grande 2015
Diagnóstico de Diferencial das Cefaléias e Algias Cranianas
UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE FACULDADE DE CAMPINA GRANDE-FAC-CG Prof: Klenio Lucena de Sena Campina Grande 2015.
cervicalgia e cervicobraquialgia Nayara Pereira
Índice H (último autor):
Termografia e acupunctura Cientifica e pontos miofasciais
Disfunção Miofascial RTM.
UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE FACULDADE DE CAMPINA GRANDE-FAC-CG Prof: Klenio Lucena de Sena Campina Grande 2015.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS CEFALÉIAS
Exercícios terapêuticos Conceitos Básicos
Massagem Reflexa Nayara T. C. Pereira.
Depressão.
BIZU!!!! PADRÃO TEMPORAL DA CEFALÉIA Cefaléia aguda emergente Cefaléia crônica recorrente Cefaléia crônica recorrente com mudança do padrão.
Serviço Cirurgia da Mão - Hospital Ortopédico / BH.
TRANSTORNOS MOTORES Transtorno do desenvolvimento da coordenação
Liga de Acupuntura da FCMSCSP Agosto/2009 Marcus e Cristina Pai
FIBROMIALGIA E OSTEOARTRITE
Aluno: Manoel Ricardo Costa Souza Orientador: Dr. Leonardo Kruschewsky
Como cuidar da saúde dos Músicos Profissionais
DIARRÉIA E CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
Transcrição da apresentação:

Síndrome dolorosa miofascial (SDM) Jose G Speciali Professor Associado de Neurologia da Faculdaade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) Síndrome dolorosa miofascial (SDM)

Referências consultadas Cummings M & Baldry P. Regional myofascial pain: diagnosis and management; Best Practice & Research Clinical Rheumatology, Vol. 21, No. 2, pp. 367-387, 2007 Adelmanesh F. Is There an Association Between Lumbosacral Radiculopathy and Painful Gluteal Trigger Points? A Cross-sectional Study; Am J Phys Med Rehabil 2015 Mar 12. Epub 2015 Mar 12. Desai MJ et al. Treatment of myofascial pain; Pain Manage, 3(1) : 67-79, 2013 Sharan D. Myofascial pain syndrome: Diagnosis and management, Curr Pain Headache Rep. 2014 Sep;18(9):449 Richter P Hebgen M; Trigger points and muscle chains in Osteopathy; Thieme ed, New York, pg 10-26; 2009

Síndrome Dolorosa Miofascial Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) é uma condição musculoesquelética caracterizada por dor local e dor referida, e pela presença de pontos- gatilho

EPIDEMIOLOGIA SDM está presente em: 53% da população americana refere dor musculo-esquelética 85% das dores nas costas 54.6% das dores crônicas de cabeça e nuca 55% das dores orofaciais Não há estudos de prevalência de SDM na população Nas clinicas de dor Idade mais frequente entre 30-50 anos Prevalência 32% (36% das mulheres e 26% dos homens)

Dor miofascial Dor profunda, tipo pressão ou queimação contínua numa região restrita, Piora com uso da musculatura envolvida, com distúrbios do sono, estresse e tensão emocional A dor se intensifica ou aparece com a estimulação de pontos-gatilho Presença de dor referida

Dor referida

Pontos Gatilho - PGs PGs Ativos: foco de dor muscular, situado em bandas tensas, em áreas onde há queixa de dor, quando pressionado, gera dor referida em áreas padrozinadas. Dor espontânea ou ao movimento. PGs Latentes: presentes em áreas assintomáticas. Mediante palpação (digito-pressão) ou estressores físicos exógenos, endógenos ou emocionais, tornam-se dolorosos (ativos) Esenyel, 2000;Fernandez et al, 2006

Ponto gatilho miofascial O centro do PG (CTrP) contém uma região tensa constituída por numerosos nódulos formando uma banda tensa A tensão sustentada desta região sobre os tecidos adjacentes forma uma banda tensa (ATrP)

Ponto de gatilho Resposta “twitch”- contração do músculo quando estimulado zona de dor referida- (distal, sem lógica) Não coincide com distribuição de nervo ou dermátomo “sinal do pulo”

Fisiopatologia da dor referida Duas hipóteses: Hiperalgesia secundária: – excitação de neurônios adjacentes – dor primária e dor referida (Okeson, 2000; Wright, 2000). Fenômeno de convergência neural: vários neurônios aferentes fazem sinapse com um único interneurônio (Mense, 1993)

Dor Miofascial Teorias da Dor Referida Ativação de Interneurônios C1 CN V V 3 LOCAL DA DOR (DOR HETEROTÓPICA) CN VII CN IX CN X C 3 C1 C2 C3 C4 FONTE DA DOR (DOR PRIMÁRIA) C5

O único meio de diagnosticar um Trigger Point é o exame físico; o examinador tem que ter habilidade e treinar seu tato para descobri-lo, ter o cuidado de aumentar a força da dígito-pressão sobre o ponto devagar

TG ativo TG latente Dor Referida

Critérios de diagnóstico: pontos-gatilho Existem 3 critérios diagnósticos mínimos (1-3) e 6 de confirmação(4-9): 1-Presença de banda tensa palpável em músculo esquelético 2-Presença de área de hipersensibilidade dentro da uma banda tensa muscular 3- Reprodução da sensação de dor referida com estimu- lação do nódulo doloroso ______________________________________________ 4-Evocação de reação contrátil á palpação da banda tensa 5- Presença de “sinal do pulo” 6-Paciente reconhece a dor que sente ao exame de palpação muscular 7-Previsão de padrões de dor referida 8-Fraqueza muscular 9-Dor com alongamento ou contração do músculo afetado Fonte: Sociedade Brasileira de Estudo para Dor - SBED

SDM: FATORES CAUSAIS Deficiência vitamínica, disfunção endócrina, personalidade, genética Sobrecargas agudas ou microtraumatismos repetitivos na execução de atividades diárias ou do trabalho Estresses prolongados ou sobrecarga da musculatura antigravitária decorrente da adoção de posturas durante a execução de atividades de trabalho ou lazer Acidentes automobilísticos (chicote da região cervical ou lombar) Estresses emocionais

Aproximadamente 500 musculos esquéticos estão sujeitos a distensão aguda ou crônica . Cada musculo nessas condições pode desenvolver trigger points miofasciais com padrões próprios de dor local ou referida Cadeias musculares

Dor referida neuropática Síndrome miofascial

Síndrome referida miofascial Dor referida neuropática

Diagnóstico Diferencial Fibromialgia SMD Mulher/homem- 10/1 início crônico dor muscular difusa fadiga distúrbio do sono intestino irritável tratar: exercícios, antidepressivos prognóstico crônico Mulher/homem-3/1 início agudo ou crônico bandas, PG, áreas dolorosas raro distúrbio do sono tratar- injecões prognóstico bom

SDM e CEFALÉIA MIGRANEA CEFALEIA TIPO TENSIONAL CEFALEIA CERVICOGENICA

Adelmanesh F et al. Is There an Association Between Lumbosacral Radiculopathy and Painful Gluteal Trigger Points? Am. J. Phys. Med. Rehabil. & Vol. 00, No. 00, Month 2015 441, pacientes selecionados, 271 com critérios diagnósticos de radiculopatia, “Trigger point” glúteos foram identificados em 207 (76.4%) comparados com 3 (1.9%) dos voluntário saudáveis (P < 0.001) A localização dos “trigger points” estava relacionada com o lado da dor radicular em 74.6% dos pacientes com dor unilateral (P < 0.001)..

TRATAMENTO Métodos não invasivos 1. Spray e alongamento Compressão isquêmica e alongamento: compressão por 7 a10 segundos seguida por alongamento até surgimento de sensação dolorosa 3 a 4 vezes por sessão 3. Massagem e alongamento: massagem transversa ao musculo/pressão por 7 a10 segundos seguido por alongamento 3 a 4 por sessão Lidocaína patch Técnicas invasivas 1. Agulhamento seco 2. Injeções nos pontos de gatilho: salina, anestésicos locais, com ou sem corticosteroide

Giannapia A et al A Randomized, Controlled Study Comparing a Lidocaine Patch, a Placebo Patch, and Anesthetic Injection for Treatment of Trigger Points in Patients With Myofascial Pain Syndrome: Evaluation of Pain and Somatic Pain Thresholds. Clinical Therapeutics/Volume 31, Number 4, 2009

Tratamentos invasivos Travel e Simons, 1999

CONCLUSÃO O conhecimento da dor miofascial pelos neurologistas que trabalham com cefaléia e outras dores corporais é fundamental para o bom desempenho de sua especialidade