Abuso de Insulina e IGF-1 no Esporte

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Composição corporal, ganho de massa magra e perda de gordura – estratégias gerais em treinamento e dieta Dra. Marília Coutinho.
Advertisements

Resposta Metabólica ao Trauma
Glicogênio: Glicogênese e Glicogenólise
Fisiologia endócrina Resposta ao estresse.
MACRONUTRIENTES NECESSIDADES DIÁRIAS
Orientadora: Ana Paula Hayashi
Carboidrato Paula Maki Otani R2 Orientadora: Ana Paula.
Fisiologia do Exercício
PROTEÍNAS CONTRÁTEIS.
Acromegalia Acadêmica de Medicina: Carolina Lemos Souto Departamento de Endocrinologia e Metabologia HUSJ.
FISIOLOGIA DOS NUTRIENTES
RESPOSTA METABÓLICA NO
RESPOSTA METABÓLICA NO
Encontro Ético Científico de Patos
Histologia Prof: EDSON ROBERT.
TA 514 Profa. Gabriela Macedo
SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR
DIABETES MELLITUS DEFINIÇÃO GRUPO DE DOENÇAS METABÓLICAS , COM
Metabolismo: O papel da glicose
Fármacos antiinflamatórios ESTERÓIDES.
Ação das vitaminas no sistema imunológico
ESTERÓIDES ANABOLIZANTES
Benefícios da Actividade Física – Na Obesidade
PROPOSTA DE SUPLEMENTOS
DIABETES.
Respostas Endócrinas ao Exercício
SISTEMA ENDOCRINO E EF Victor B Soraggi R1 Medicina Esportiva HCFMUSP
Proteínas e Aminoácidos
CETOACIDOSE DIABÉTICA
CREATINA Paula Maki Otani R1.
PIRATARIA DE REMÉDIOS.
QUÍMICA PARA POETAS Química e Esporte Junho 2007
Faculdade União de Goyazes
Diabete Melito (Diabetes Mellitus)
Fisiologia da hipertrofia muscular
Sistema genital masculino
O Envelhecimento do Sistema
FIBRATOS Diminuem o fluxo de AG Livres para o fígado, reduzindo a síntese hepática do VLDL. Estimulam atividade da lipase lipoprotéica, aumentando a excreção.
Recursos Ergogênicos.
Glucagon Principais funções:
Diante da ingestão de uma dieta hipoglicídica, o seguinte processo é ativado: Glicólise Lipogênese Gliconeogênese Glicogênese Glicogenólise muscular.
Fisiologia do Exercício
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ – CEAP FISIOLOGIA DO EXERCICIO
Enfermagem 2012/1 – Profª Amanda Vicentino
Universidade Federal Fluminense
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Estados Especiais do Metabolismo
Alterações Hormonais no Exercício de Força
ALIMENTOS E SAÚDE Profa Mariana Tarricone Garcia
Nutriçao e Alimentação no Esporte
Timing Paula Maki Otani R2 Orientadora: Marina. T IMING Pré – Exercício Durante Exercício Pós – Exercício.
Diabetes Vívian Coura.
Bioquímica Nutricional
Controle Hormonal do Metabolismo Energético
Suplementação de Leite no Esporte
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO PROTEICA: FORMAS CLÍNICAS GRAVES: MARASMO
Helder Cruz do Nascimento Disciplina: DHQ Professor Vasco
Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Marina Yazigi Solis.
Tempo para Suplementação
Exercício Intervalado
Profa Ms Camila Bosquiero Papini ASSER
Hormônio do Crescimento Juliana G Franco Rio de janeiro, 10 de março de 2011.
Bochecho com carboidrato Gilberto Cunha Junho 2011.
CONTROLE HORMONAL E EXERCÍCIO FÍSICO
PÂNCREAS ENDÓCRINO.
Regulação da glicémia IST – FML 2º Semestre 2007/2008 Trabalho realizado por: Miguel Amador nº58484 Joana Nunes nº58497 João Marques nº58513 Sofia Esménio.
Reabilitação Treinamento de Força e Condicionamento
HIPERGLICEMIA E HIPOGLICEMIA
Transcrição da apresentação:

Abuso de Insulina e IGF-1 no Esporte Gilberto Cunha – Novembro/2011 Orientador: Dr Simão Lottemberg

Introdução Abuso de GH no esporte devido suas propriedades anabólicas e lipolíticas é bem conhecido Efeito anabólico ---> IGF-1 GH, IGF-1 e insulina: regulação do suprimento de nutrientes para os tecidos no jejum e durante/após a alimentação

Insulina no esporte Insulina e análogos de insulina são amplamente utilizados na prática clínica e sua obtenção é muito fácil Há pouca informação sobre o uso de insulina por atletas profissionais As primeiras especulações foram publicados em revistas especializadas em 1996 e comentadas pelo British Journal of Sports Medicine em 1997

Nagano-98: médico russo indaga se uso de insulina era restrito a DM-1 Dwain Chambers 2008: relatório das substâncias que usava em 2003, escrito por Victor Conte (BALCO): 3UI de lispro após treinos Dr Eufemiano Fuentes 2006: 200 atletas espanhóis de alto rendimento, incluindo Contador, faziam uso de ergogênicos proibidos

IGF-1 no esporte Alto custo e molécula complexa, usados apenas para pesquisas 2 novos compostos foram aprovados pelo FDA para tratamento de dist. do crescimento por deficiência de GH ou IGF-1: - Mecasermin Tercica (Increlex) - Mecasermin Rinfabate (Iplex)

>100.000 sites relacionam seu uso ao halterofilismo, e muitos o comercializam no mercado negro exaltando supostos benefícios: melhora na energia e endurance reparo tecidual hipertrofia potência sexual balanço imune desindade mineral óssea anti-aging perda de gordura reconstrução de cartilagem e reparo ligamentar rejuvenescimento cutâneo redução de glicemia melhora do estresse, humor e agilidade mental propriedades antiinflamatórias

Por que atletas usam insulina e IGF-1 ? 90% do IGF-1 endógeno encontra-se ligado a IGFBP-3 --> meia vida aumenta de poucos minutos até > 12h Guler HP, Zapf J, Schmid C, et al.,1989 Isso torna-o mais estável que o GH além de ser menos influenciado por variações no ritmo circadiano e pelo seu ritmo pulsátil de secreção

Administração exógena tem potentes efeitos anabólicos, similares ao GH, promovendo aumento da síntese e redução da degradação protéica Fryburg et al, 1994 Diminuição rápida da glicemia Aumento da sensibilidade à insulina e captação periférica de glicose Diminui a gliconeogênese Aumento da lipólise e oxidação lipídica (mecanismos incertos) Atletas de endurance se beneficiariam pela maior mobilização de substratos energéticos além da perda de massa gorda

Em suma, uso de insulina após o exercício repõe os estoques de glicogênio e ATP mais rápido que repouso ou alimentação isolados Como a insulina estimula a captação de AAs pelas células promovendo sintese de proteínas, sua principal ação é inibir a degradação protéica

Ações integradas entre GH, IGF-1 e Insulina Durante alimentação a insulina é o principal hormônio anabolizante, estocando todos os nutrientes Pós-prandial: [insulina] ↑ , [IGFBP-3] ↓ e ↑ [IGF-1] livre Período pós-absortivo [insulina] ↓ enquanto [GH] ↑

IGF-1 e insulina têm papéis distintos mas suas ações são interligadas, regulando flutuações na oferta e demanda energética Moller N, Jorgensen JO.,2009 GH é o principal anabolizante durante estresse, poupando glicose e proteína às custas de > oxidação de lipídeos

Efeitos na performance Não existem até o momento estudos comprovando benefício de IGF-1 e/ou insulina na performance Relatos de caso x Ensaios clínicos randomizados Vários relatos indicam que os atletas tem utilizado uma combinação desses hormônios para explorar os efeitos sinérgicos

Protocolos mais utilizados * Insulina R: 5-12UI após treino de força + 10g de CHO por unidade, 30 min após a aplicação (opção de adicionar 1-2UI a cada refeição) * Insulina NPH: 20-60UI divididos em 2 vezes + refeição rica em CHO a cada 2,5h

Suplementos com IGF-1 ???

Insulina Hipoglicemia/morte Anafilaxia Lipodistrofia Ganho de peso Efeitos adversos Insulina Hipoglicemia/morte Anafilaxia Lipodistrofia Ganho de peso

IGF-1 Curto prazo (diabéticos ou com insensibilidade ao GH): Hipoglicemia, dor mandibular, mialgia e retenção hídrica (IGF-1) Cefaléia, disfunção hepática (IGF-1/IGFBP-3) Longo prazo (doentes com insensibilidade ao GH): Hipertrofia tonsilar e adenóide (revertidas c/ descontinuação)

Efeitos adversos possíveis: Acromegalia Hipertrofia cardíaca CA (princip. próstata e cólon, comprovado in vitro)

Considerações Finais Existem evidências de que insulina e IGF-1 são utilizados por atletas, frequentemente combinados com GH e anab. esteróides IGF-1 apenas recentemente foi aprovado para uso e vai se popularizar aumentando a chance de se tornar droga de abuso Detecção em antidoping de IGF-1 e insulina é difícil pela semelhança das formas recombinantes com endógenas

OBRIGADO!